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Capítulo X - Vincit omnia veritas

A luz do sol já se infiltrava pelas frestas das cortinas, tingindo o quarto com um tom dourado e suave. Abner despertou lentamente, com o corpo ainda envolto em uma lassidão confortável, como se cada músculo se recordasse da noite passada.

Ele abriu os olhos com preguiça e piscou algumas vezes antes de perceber onde estava. A cama ainda parecia menor, menos espaçosa, e o cheiro do Caio pairava pelo ar, o lembrando de como adormeceram.

Abner se virou para o lado e viu o rosto adormecido do seu amante. Os traços serenos, quase angelicais, eram um contraste perfeito com a intensidade do que haviam compartilhado algumas horas antes.

Ele deixou um sorriso sapeca se formar em seus lábios ao lembrar da selvageria, dos gemidos abafados e do prazer que parecia não ter fim. Seu corpo reagiu sorrateiramente, como se quisesse reviver cada momento.

Com cuidado para não acordar Caio, Abner levantou da cama e foi até o banheiro para lavar o rosto. Sua mente revivia a indelicadeza que rolou naquele quarto e suas bochechas coravam de vergonha.

Em seguida, ele vestiu uma camisa qualquer e decidiu sair do quarto, não sem antes dar outra olhada em Caio. Abner precisava assegurar que aquilo era real. Ele se apaixonou? Provavelmente sim.

A mansão estava mergulhada em um silêncio apavorante e Abner estranhou, mas seguiu em frente. Quando passava pelo corredor, um som abafado vindo do escritório chamou a sua atenção. Ele parou, hesitando por um segundo, porém a curiosidade o venceu.

Assim, seguindo na direção do som que ficava mais audível conforme ele se aproximava, Abner ouviu murmúrios animados do outro lado da porta. Espiando pela greta, ele viu Samuel ainda de pijama.

Seu marido estava de pé e agitado, com o celular na mão. Ele andava de um lado para o outro, incapaz de esconder a euforia que transbordava em seu comportamento inusitado. Samuel parecia uma criança.

— Toc, toc! —Abner deslizou a porta, sem fazer ruído. — Odeio gente feliz logo cedo.

— Amor! —Samuel sorriu ao vê-lo. — É que eu recebi uma notícia muito boa.

— E do que se trata? —Abner perguntou desconfiado. — Dinheiro?

— Quase isso. —Samuel largou o celular em cima da escrivaninha. — Tô há muito tempo procurando um artefato e acharam ele hoje!

— Caraca, uau. —Abner tentou disfarçar seu desânimo com a notícia.

— Não consegue nem fingir que tá feliz?

— Uai, vida. Que conquista bacana! —Abner sussurrou entre um sorriso falso.

— Enfim. —Samuel não se deixou cair na provocação. — Gosto de colecionar.

— E que artefato é esse?

— É uma caixa, resumindo.

— Você coleciona caixas? Tá brincando comigo, né?

— Não é literalmente uma caixa, só o formato que lembra uma. É um atlas, na verdade.

Abner o encarou de baixo para cima, o medindo como forma de desaprovação. Era bizarro saber que um homem rico brincava de colecionar velharia, mas cada um com suas manias... Ou hiperfoco.

— Vou te contar um segredo, mas é pra ficar entre a gente. —Abner resgatou uma lembrança enterrada. — Quando eu era pequeno, meu maior sonho era virar um arqueólogo.

— E por que isso é um segredo? —Samuel arqueou a sobrancelha esquerda.

— Porque todo mundo tratava com desprezo. —Abner se apoiou na escrivaninha. — Todos os pais querem um filho médico, advogado ou com qualquer outra profissão "importante".

— Os meus não.

— Bela bosta, você já nasceu rico.

Samuel engoliu em seco, como se não esperasse uma resposta tão afiada e rápida. Abner o pegou desprevenido, de fato.

— Mas continua sendo um sonho e nós devemos perseguir eles, certo? —Samuel puxou Abner pela cintura. — Se não fosse a minha força de vontade, eu não estaria casado com você.

— Oush! —Abner se desvencilhou do puxão com maestria. — E eu sou seu sonho?

— Desde o primeiro dia que nos falamos. —Samuel insistiu em se manter perto do rapaz.

— Seu sonho tá na padaria, balofo. —Abner continuou se esquivando do pervertido.

— É por isso que você me recusa? —Samuel parou com as tentativas por um momento.

— Oi? Querido, eu gosto de todos os tipos.

— Então qual o motivo das suas esquivas?

— Cara, você me sequestrou e me obrigou a casar contigo. Isso não é motivo? —Abner o encarou.

— Porra, eu te amo!

Abner escutou aquilo como se fosse um eco vindo de um abismo. O som preencheu o espaço, reverberando nas paredes do escritório. Ele piscou, absorvendo aquelas palavras que deveriam soar como uma brisa quente, mas que para ele tinham o peso do inverno.

No fundo, Abner queria muito corresponder e que aquele sentimento fosse verdadeiro dentro dele, mas quando olhava para a pessoa à sua frente, só via uma sombra do que deveria sentir.

Era estranho para Abner, que sempre se jogava de cabeça nos sentimentos, agora se sentir tão vazio. Era como se uma parte essencial de si estivesse... Dormente.

Ele refletiu sobre suas expectativas, sobre como cresceu achando que o amor era algo que nascia de forma espontânea e irresistível, mas não era bem assim.

Às vezes, o amor era construído com a resistência dos dias e, outras vezes, era apenas um desejo distante. Nessa lógica, ele se pegou pensando em Caio. Ele sentia amor ou apenas paixão?

— Já comeu? —Abner quebrou o clima.

— Ainda não... —Samuel se entristeceu. — Gabriel foi buscar o atlas, minha mãe foi pra ginástica, o Caio deve estar dormindo e o Kayc não vejo desde ontem.

— Estranho. —Abner ponderou. — Deve ter ido se aventurar por aí. Vou mandar mensagem.

— Acho legal como você se preocupa com ele. Quando falei que seu melhor amigo estava aqui no dia do casamento, ele foi a primeira pessoa que você pensou.

— Somos almas gêmeas, querido. —Abner procurou o contato dele em seu celular. — Ele mandou uma localização, mas o tempo já expirou.

— Deixa eu ver.

Assim que Abner mostrou a tela, os olhos do Samuel se arregalaram em um movimento síncrono. Ele reconhecia a área e então, o desespero invadiu sua mente. O que o Kayc foi caçar na residência dos Messina Denaro?

— Um pouquinho longe, mas eu mando o Gabriel passar lá pra buscá-lo. —Samuel disfarçou seu semblante. — Vai comer alguma coisa, preciso resolver uns assuntos.

A luz da geladeira iluminava a cozinha na penumbra. Abner ficou parado, encarando as prateleiras, sem realmente ver o que tinha ali. Seus pensamentos estavam longe, tão longe quanto o amigo que havia se metido em alguma nova aventura, como sempre fazia, mas dessa vez algo parecia diferente.

Ele fechou a porta da geladeira e se apoiou na bancada, cruzando os braços sobre o peito. Abner tentava se convencer de que não havia motivo para se preocupar. Kayc sempre foi meio impulsivo, alguém que seguia o vento, mas ainda assim havia um incômodo, uma ansiedade pulsante que ele não conseguia ignorar.

Abner pegou um copo de água e ficou girando o líquido na mão, olhando para o nada. Por que aquilo estava o perturbando tanto? Era como se houvesse uma urgência, uma sensação de que se não fizesse algo, poderia perdê-lo para sempre.

— Achei que fosse me acordar. —Caio interrompeu seus pensamentos.

— Ah, desculpa. —Abner balançou a cabeça. — Não te vi chegando.

— Tá com a cabeça longe hoje. —Caio o abraçou forte, o pressionando contra a bancada. — Tá tudo bem?

— Só tô preocupado com o Kayc. —Abner retribuiu o abraço. — Ele saiu ontem e não voltou ainda, nem mandou mensagem.

— Talvez ele foi encontrar alguém.

— Foi o que eu pensei, mas ele me contaria. —Abner puxou o celular. — Só tem essa localização.

— Longe, hein?

— Samuel disse o mesmo.

— Ele já acordou? —Caio se soltou do abraço, como se não quisesse que alguém visse os dois emaranhados.

— Tá no escritório. Disse que vai mandar o Gabriel buscar o Kayc. —Abner percebeu o afastamento repentino, mas decidiu não se importar.

— Bom, então não se preocupe. —Caio tentou animar o rapaz. — Vamos assistir um filme na sala pra você ocupar a mente.

De volta ao escritório, Samuel observava o jardim pela janela. Entre seus pensamentos, ele se perguntava por que Kayc estava na área do Matteo. O garoto obviamente não iria por vontade própria, ainda mais sendo tão longe de casa, então só sobrava uma resposta.

Matteo sempre quis destruir o Clã Risonhares e tudo o que eles conquistaram durante os séculos, mas havia algo escondido nas entrelinhas. Samuel sabia que outros clãs também estavam atrás do atlas, porém os Messina Denaro nunca demonstraram interesse nesses artefatos.

Sem escapatória, só lhe restava uma opção: cutucar a onça com vara curta. Ao seu lado, ele tinha dois dos mercenários mais cobiçados pelo submundo. Gabriel já estava ciente da situação, mas ainda faltava uma pessoa. Um alguém que mudaria o jogo.

— Ághata? —Samuel perguntou com o celular no ouvido. — Preciso de um serviço.

O filme rolava na tela enquanto as horas escapavam sem que percebessem. A sala estava escura, iluminada apenas pelo brilho da televisão e por alguns feixes de luz que entravam pela janela, cortando as cortinas entreabertas. Sentados no sofá, lado a lado, Abner e Caio compartilhavam um silêncio confortável, cada um perdido em pensamentos enquanto o enredo se desenrolava diante deles.

Quando os créditos começaram a subir, Caio se esticou, espreguiçando, e olhou para a janela. Já estava anoitecendo e Abner, ainda absorto na história que acabara de assistir, não percebeu a escuridão se instalando do lado de fora.

Caio pegou o controle remoto e desligou a TV, quebrando o último elo com o filme. Eles ficaram ali, em um silêncio preguiçoso, observando a luz do dia dar lugar à penumbra da noite. A parte externa da mansão começava a se iluminar, deixando o jardim ainda mais lindo e convidativo.

— Quer pedir alguma coisa pra comer? —Caio perguntou, sentindo Abner se aninhando em seu peitoral.

— Não tô com fome agora. —Ele respondeu, ainda preocupado com Kayc. — Já era pro Gabriel ter chegado...

— Se algo de ruim tivesse acontecido, você seria o primeiro a saber.

— Isso não me conforta nem um pouco.

— Desculpa. —Caio começou a encarar seu reflexo na tela da televisão.

Antes que Abner pudesse responder, o som insistente do seu celular vibrando na mesa ao lado quebrou o momento. Ele olhou para o aparelho e sorriu ao ver o nome que piscava na tela. "Glupis Moglods". Era Kayc.

— Ô sua vadia do caralho, onde você tá? —Abner perguntou com a voz trêmula.

— Se quiser seu amigo de volta, siga a localização que você tem. —Uma voz firme respondeu do outro lado da linha. — Mas venha sozinho. Não quero surpresas.

A chamada se encerrou e Abner ficou apreensivo. Ele reconheceu aquela maldita voz e as peças se encaixaram. Era o mafioso que ele derrotou naquele jantar beneficente. Matteo queria se vingar.

— E aí? Onde ele tá? —Caio perguntou animado.

— Não era ele. —Abner respondeu com um olhar vazio. — Era o Matteo.

— O Matteo? O que ele tá fazendo com o Kayc?

— Não sei, mas ele pediu pra eu ir até lá se eu quiser o Kayc de volta.

— É melhor avisar o Samuel. —Caio se apressou, levantando do sofá com brutalidade.

— Não! —Abner segurou seu braço. — Matteo disse que não quer surpresas. É pra eu ir sozinho.

— Tá louco, porra?! Não vou te deixar cometer esse erro. Eu vou com você.

— Não acho uma boa ideia, mas sei que você vai insistir e eu não tenho tempo.

— Então vamos!

Sem mais questionamentos, os dois saíram da mansão rapidamente e seus passos ecoaram pelo terreno. Caio puxou a chave da moto, mas Abner já estava no volante de um dos carros do Samuel. Ele destravou as portas e elas praticamente saltaram, indicando que era para Caio sentar no banco do passageiro.

O motor roncou quando Abner ligou o veículo e eles dispararam até a saída. Entre curvas e mais curvas, enquanto os pneus cantavam, Caio se agarrou à primeira coisa que viu pela frente: o puta que pariu. Não, aquilo não se chama alça de segurança.

— Vai devagar, Abner! —Caio implorou. — Desse jeito, vai acabar nos matando!

— Tenho sete vidas como os gatos, Caio. —Abner ironizou.

— Mas eu não!

— Problema seu.

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