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Capítulo VII - Nosce te ipsum

O sol derramava seus raios dourados através da cortina de seda, pintando o quarto em tons de âmbar. Abner lentamente abria os olhos, piscando contra a luminosidade suave que dançava pelo cômodo. Ele não se lembrava da noite passada, tudo por culpa da bebida.

O aroma do café fresco flutuava pelo ar, se misturando com a suavidade das flores recém-colhidas em um vaso próximo. Aquilo era obra do Samuel? Abner esticou os braços, sentindo os lençóis macios e aconchegantes que o envolviam, enquanto um sorriso sonolento adornava seus lábios.

Havia mais alguém naquela cama e ele estranhou o fato dela estar tão pesada. Entre lapsos de memória, Abner se recordou de voltar para a mansão acompanhado do Caio e do Kayc.

Com um certo receio de descobrir quem era, ele apalpou o posterior das suas costas e percebeu os músculos do Caio. Seu semblante mudou drasticamente, revelando uma feição de pura vergonha.

— Bom dia. —Caio comentou sem graça.

— O que você tá fazendo na minha cama? —Abner o indagou com a mão no rosto.

— Também quero descobrir.

— Só espero que você não esteja pelado.

Caio se apressou em tirar os lençóis, apenas para confirmar que estava sem a roupa. Sua preocupação o fez forçar a memória em busca de respostas sobre a noite passada, recuperando somente o fragmento de um convite tentador.

Em cima da escrivaninha, Abner notou um pacotinho vazio. Era para ter uma camisinha, mas não tinha e ele não a encontrava em lugar algum. Será que a noite foi tão intensa ao ponto do seu cu ter engolido o preservativo? Que mico.

— Vai continuar de costas? —Caio perguntou desconcertado.

— Não quero ver você pelado. —Abner respondeu de olhos fechados.

— Nada que você já não tenha visto, aparentemente.

— Só bota uma roupa. —Abner suspirou. — De quem são essas flores?

— Ah, são suas. —Caio se enrolou em um dos lençóis e foi atrás da sua roupa. — Você pediu pra eu comprar porque achou elas bonitas.

Abner voltou a analisar o vaso e confirmou. Elas realmente eram lindas. A pigmentação avermelhada era uma característica marcante das dálias, mas não era somente isso que o fazia apreciá-las. Seu formato era único e aquilo o lembrava de uma de suas músicas favoritas.

Correndo o olhar para o reflexo do espelho, Caio roubou sua atenção. As curvas daquele corpo deixaram Abner desconcertado, mas não o suficiente para parar de observar. Caio era um deus grego que necessitava de um adorador.

— Agora já pode se virar. —Caio sorriu.

— Obrigado.

Num movimento indelicado, Abner se levantou com a cabeça latejando. Já era costume beber muito e não aguentar a ressaca do dia seguinte, mas essa era preocupante por varrer suas memórias.

Suas costas entregavam pistas da noite passada e Caio não deixou de reparar. Abner estava completamente marcado, tanto por chupões violentos quanto por marcas de tapas e socos.

— Eu tô com uma dor no corpo, puta que pariu. —Abner resmungou.

— Deve ser a ressaca. —Caio corou as bochechas. — Bebe menos na próxima.

— Preciso praticar isso. —Abner respondeu depois de vestir sua blusa. — Tô varado de fome, misericórdia!

— Acho que o café tá pronto.

No andar de baixo, a família estava reunida na mesa de jantar. Samuel parecia não estar de bem com a vida, a sogra linguaruda não era relevante, Kayc estava com cara de morto e Gabriel apenas existia. Me atrevo a dizer que a sua calvície tinha mais personalidade do que ele.

— Já falei que não precisam me esperar. —Abner pronunciou enquanto se sentava numa das cadeiras vazias.

— É um costume que deve ser respeitado. —A sogra respondeu, provando do café.

— Gostou da festa? —Samuel fitou Abner.

— Não lembro de muita coisa, mas sim. —Abner triscou na bandeja de biscoitos. — Acho que aproveitei bastante.

— Pensei que fosse dormir no nosso quarto. —Samuel continuou.

— Gosto mais do meu.

— Você é meu marido, não acha esquisito dormirmos em quartos separados?

— Puxa assunto com o Kayc. —Abner desconversou. — Ele tá precisando acordar.

— Me deixem fora dessa. —Kayc abocanhou um pedaço do pão. — Ainda tô fazendo download da minha alma.

— Enfim. —Samuel suspirou. — Hoje temos um evento pra ir, tenta se recompor.

— Não posso ficar aqui? —Abner o olhou com cara de cachorro sem dono. — Meu corpo tá todo dolorido.

— Negativo.

Na cozinha, a luz matinal iluminava a mesa posta. O silêncio pairava, deixando cada um imerso em seus próprios pensamentos. Olhares vagos eram trocados de vez em quando, mas nenhuma palavra era dita. O café da manhã se desenrolou como uma dança silenciosa, onde a intimidade da ausência de som falava mais alto do que qualquer suspiro.

Após o café da manhã acabar, Abner e Kayc se levantaram com uma determinação tranquila, ambos pensando no mesmo destino: a piscina. Em passos lentos, eles seguiram em direção a parte externa da mansão. O sol da manhã brilhava sobre os dois, envolvendo-os em um calor quase reconfortante. O som suave da água dançando contra as bordas era audível à medida que se aproximavam.

Cada passo parecia ecoar o ritmo tranquilo das suas mentes, ainda imersas em pensamentos próprios. Chegando à beira da piscina, Kayc deslizou os pés na água, sentindo a temperatura fresca e convidativa. Um sorriso sutil brincou em sua boca. Ele amava a sensação.

Sem trocar uma única palavra, eles compartilharam um olhar significativo. Com um gesto silencioso, Kayc mergulhou na piscina, rompendo a superfície. Abner não pensou muito e foi logo atrás. Juntos, eles começaram a nadar, cortando a água em um movimento sincronizado.

Enquanto deslizavam pela piscina, a tranquilidade do momento se misturou com a beleza da manhã, criando uma cena serena e introspectiva. Eles precisavam de um momento assim, algo que fosse somente entre os dois.

— Você não sabe a saudade que eu estava disso. —Kayc quebrou o silêncio. — Foi difícil ficar longe de você.

— Ai, amigo. —Abner começou a boiar. — Nada tem sido fácil. Me desculpa por sumir de repente.

— Se tá falando sobre a boate, sabe que não precisa se desculpar. A gente faz besteira quando tá bêbado e não é como se somente você tivesse culpa daquilo.

— Tô falando sobre a vida mesmo. —Abner suspirou. — Te dei aquela lição de moral pra meses depois me envolver com um cafajeste.

— O Samuel? —Kayc riu.

— Ele também, mas tô falando do Rian.

— Pelo menos você conseguiu se vingar. —Kayc também começou a boiar. — Eu quase me mijei escutando o áudio.

— Morro de vergonha. —Abner gargalhou.

— Agora sobre essas costas, que selvageria rolou naquele quarto?

— Oi?! —Abner se assustou.

— Vai me dizer que você não viu essa putaria que fizeram contigo?

— Bicha, o pior é que eu tô achando que meu cu engoliu a camisinha.

— Claro, olha o tamanho desse buraco!

— Vai se foder.

— Aidético.

— Vira essa boca pra lá, capeta. —Abner encheu as mãos de água e jogou no Kayc.

Sem perceberem, eles se envolveram numa brincadeira infantil e que recuperou a dignidade de ambos. A amizade entre eles era linda e Abner agradecia todos os dias por ter conhecido o Kayc naquele quiosque. As coisas costumavam ser complexas, mas nada que um toque de cumplicidade não resolvesse. Abner tinha Kayc e isso bastava.

E assim o dia correu. Ao olhar para o céu, a lua tomava o lugar do sol e seu brilho resplandecia sobre a estrutura da mansão. Já estava na hora do tal evento e Abner estava pronto. Seu traje elegante anunciava a importância da obrigação com a alta sociedade e isso lhe dava calafrios. Dias atrás, ele era apenas mais um no meio da multidão, implorando para ser alguém.

Samuel o observava com admiração. Embora suas reais intenções fossem um mistério, ele não conseguia negar que sentia algo verdadeiro pelo rapaz. O que era? Quem sabe a gente descubra numa outra oportunidade. Por enquanto, o foco era a exuberância que Abner exalava. Até a sogra teve que reconhecer e então eles partiram rumo ao evento, acompanhados somente pelo Gabriel.

O carro preto parou em frente a um tapete vermelho e a porta se abriu com um clique indiscreto. Abner emergiu do veículo, cercado pela luz incessante dos flashes das câmeras. Os fotógrafos se aglomeraram ao redor, capturando cada movimento e cada expressão confusa em seu rosto. Apesar da surpresa pouco agradável, Abner manteve a compostura.

Com passos firmes e elegantes, ele atravessou o tapete vermelho, ignorando o zunido dos paparazzis. Os olhares de admiração o seguiam enquanto ele avançava. Mesmo desconhecendo a natureza do evento, sua presença irradiava uma aura de fascínio e intriga. Ele tinha o dom.

Ao entrar no local, o murmúrio dos convidados preencheu o ar. Alguns cochichavam entre si, tentando decifrar quem era o novo rosto que capturou a atenção de todos. Outros simplesmente observavam em silêncio, já cientes de que Abner havia se casado com um magnata.

Enquanto ele se movia apressado e era cumprimentado por alguns e ignorado por outros, ficou claro que sua chegada causou um grande impacto. Sua presença era sentida em cada canto. Ele era um estranho no mundo da elite.

— Eu te mato agora ou depois? —Abner sussurrou de forma ríspida, forçando um sorriso.

— Não sei o motivo da surpresa. —Samuel respondeu, puxando a cadeira para Abner sentar. — Não tá acostumado?

— Eu nunca estive num lugar assim.

— Então vai se acostumando.

— Que tipo de palhaçada é essa? —Abner encolheu os ombros.

— É um jantar beneficente. —Samuel prosseguiu. — Anualmente, a alta sociedade se reúne e adquire fundos pra doações.

— Não é mais fácil vocês abrirem a porra da carteira e passarem o cartão em uma ONG?

— Não é assim que funciona.

— Vocês gostam de aumentar o ego e disputar pra ver quem tem mais, já percebi. —Abner cruzou as pernas e sorriu ao ver o garçom servir sua taça com vinho.

— Vou te explicar como funciona. —Samuel tomou um gole generoso. — Rola um leilão e algumas apostas em jogos.

— Que tipo de jogo? Sinuca?

— Poker, blackjack, bridge e etc.

— Não tem nada que não envolva baralho? —Abner demonstrou interesse.

— Intriga política. —Samuel suspirou. — É o jogo mais importante e influente que tem nesses encontros. Me atrevo a dizer que arranca mais dinheiro do que o leilão.

— E como faz pra participar?

— Você dá seu nome ou é desafiado, mas como eu sei que você não curte jogos de aposta, nem coloquei seu nome na lista.

— Você deduz bastante sobre mim, hein. —Abner revirou os olhos. — Eu quero jogar.

— Mas não vai.

— Vou sim.

— Com qual dinheiro?

— Com o seu, uai.

— Não tô louco ainda. —Samuel tomou outro gole do vinho. — Você vai ficar sentado e vai observar.

Abner bufou e cruzou os braços como forma de protesto. Antes que pudesse responder grosseiramente, uma mulher subiu até um palco montado com uma mesa circular. Nela havia um tabuleiro, um montante de cartas empilhadas e peças. A multidão se aquietou e o silêncio reinou, sendo quebrado posteriormente pela figura que estava na posse do microfone coberto de strass.

— Acredito que todos estão muito ansiosos, então não vou demorar para anunciar o nosso jogo de abertura. —A mulher pronunciou. — Como já sabem, vamos iniciar com o famoso "Intriga política"!

Outra mulher subiu no palco, carregando consigo uma caixa cravejada que continha os nomes que seriam sorteados. A multidão observava atenta o chacoalhar e aplaudia com anseio. A maioria era composta por velhos e velhas que Abner sequer conhecia.

— E o primeiro sorteado é... —A apresentadora optou pelo suspense. — Vincent Mangano!

— Quem é esse? —Abner sussurrou.

— O chefe da família Mangano. —Samuel respondeu. — Ele é da Bielorrússia.

— O segundo sorteado é ninguém menos que Tommy Gagliano! —Outro nome foi anunciado pela mulher.

— Deixa eu adivinhar. —Abner comentou. — Chefe da família Gagliano.

— Sim.

— Antes de escolher o próximo nome, vou relembrar uma regra: o terceiro sorteado tem o direito de desafiar alguém. Estão ansiosos?

— Espero que a pessoa desafie você. —Abner revirou os olhos.

— Deus queira que não. —Samuel colocou as mãos sobre a mesa, em sinal de nervosismo.

— E o nosso terceiro sorteado é... Matteo Messina Denaro!

A multidão entrou em êxtase e uma saraivada de palmas ecoou pelo salão. Os três selecionados subiram até o palco e se posicionaram na mesa de forma padronizada. Abner estava curioso para ver o desenrolar do jogo e Samuel tentava esconder ainda mais o nervosismo.

— Ele é chefe da família Messina ou Denaro? —Abner perguntou animado.

— Ele é um dos maiores mafiosos que existem. É conhecido como o poderoso chefão da máfia italiana. —Samuel encolheu os ombros. — E ele me odeia.

— Você arrumando briga com bandido? —Abner gargalhou. — Tô torcendo pra ele te desafiar!

O momento de alegria do Abner foi interrompido bruscamente após o temido mafioso anunciar o seu nome no microfone. A multidão ficou em silêncio e ele sentiu suas pernas tremerem. A adrenalina tomou conta do seu corpo e sua ficha demorou a cair. Ele foi o desafiado.

— Eu protesto!

— Alguma objeção, senhor Samuel? —A apresentadora perguntou com desânimo.

— Com todo o respeito, mas meu marido não está autorizado a jogar isso. —Samuel bateu na mesa. — Todos aqui sabem que o Matteo é rival da minha família há anos e ele só desafiou o Abner porque suas chances de me derrotar são maiores.

— Eu aceito o desafio. —Abner comentou.

— Abner! —Samuel o segurou. — Você não vai afundar a minha família nesse jogo.

— Me solta, caralho.

Sem olhar para trás, Abner foi em direção ao palco e se sentou na única cadeira vazia. Sua cara ardia de vergonha e seu desejo era esganar o Samuel, mas ele respirou fundo e não deixou a adrenalina ofuscar seus pensamentos. Era só um jogo, certo? Samuel o encarava incrédulo e disposto a soltar trezentos palavrões.

Em seguida, a mulher dissertou sobre as regras do jogo. Era simples. Cada jogador era representado por uma peça e sua respectiva cor. As cartas seriam embaralhadas para evitar fraudes e cada uma apresentava um evento ou ação. O objetivo era se tornar o líder supremo, ficando com apenas uma única carta na mão, manipulando o tabuleiro e os jogadores. Era pura estratégia e inteligência.

O jogo estava prestes a começar e a tensão pairava no ar, tão palpável quanto a promessa de uma tempestade iminente. Abner se mantinha firme e não cedia às provocações dos seus oponentes.

— Já sabem os valores da aposta? —A apresentadora se aproximou.

— Dez milhões de reais. —Vicent respondeu confiante.

— Vinte e cinco milhões. —Tommy aumentou.

— Cento e setenta milhões de dólares. —Matteo sorriu de forma perversa.

— Não sei o valor exato que eu posso apostar. —Abner ficou sem graça.

— Chuta um número. —A apresentadora disse sem pretensões.

— Toda a fortuna do meu marido.

— Sabe que ela está avaliada em mais de oitocentos milhões de reais, né? Isso sem as ações e empresas envolvidas.

— Sobe pra quanto se por elas no meio?

— Mais de cinco bilhões.

— Em real ou dólar?

— Dólar.

— Então aposto os mais de cinco bilhões de dólares. —Abner foi astuto e imprudente.

A multidão se entreolhava e questionamentos surgiam. Entre eles, estavam os de Samuel, que encarava a situação com desdém e nervosismo. Sua pressão diminuía consideravelmente e sua boca provava do mais amargo arrependimento. Ele estaria fodido se Abner perdesse e sua mente maquinava os piores jeitos de cometer suicídio.

O salão ecoava com o som do tilintar das peças e as vozes sussurrantes dos jogadores, cada movimento sendo calculado com meticulosidade e astúcia. Abner antecipava os movimentos de seus oponentes, lendo suas expressões como se fossem páginas de um livro aberto.

— Você finge que sabe o que está fazendo, garoto. —Matteo provocava. — Eu conheço a sua laia.

— Cala a boca e joga, porra. —Abner retrucava. — Gashlighting não funciona comigo.

Cada jogada era uma obra-prima de estratégia e manipulação, uma dança cuidadosamente coreografada de poder e intriga. Abner usava suas cartas de influência política com maestria e imprudência, desencadeando eventos que reverberavam através do tabuleiro como ondas em um lago, moldando o curso do jogo.

À medida que o jogo avançava, o salão se tornava um palco de emoções intensas, onde alianças eram formadas e traições urdidas em segredo. Abner e Matteo manipulavam os eventos com uma habilidade magistral, tecendo uma teia complexa de intriga política.

— Já analisei o seu jogo. —Matteo tornou a provocar. — É indelicado e podre. Tudo o que você faz é previsível de mais.

— Eu só quero me divertir, velhote. —Abner respondeu. — Realmente acha que eu ligo pra esse papo de caridade?

— E eu só quero derrubar o viadinho que você chama de marido.

Matteo estava com uma vantagem alarmante, quase ganhando em disparada e as peças não acompanhavam o ritmo acelerado da partida. Abner estava ciente dos riscos e reconheceu que seu plano primário foi descoberto, então só lhe sobrava uma última opção. Ele deveria confiar na carta que havia guardado.

— Pode desistir se quiser, você não conseguirá bater sua última carta porque agora é a minha vez. —Matteo riu. — Te parabenizo por ter jogado bem no começo.

— Quantos coringas têm no jogo? —Abner tentou desconversar.

— Dois.

— E qual a função deles?

— Um troca de carta com qualquer jogador e o outro é um coringa falso.

— No caso, a pessoa precisa inutilizar o coringa primeiro pra vencer?

— Garoto, não adianta perguntar as regras do jogo. Você só tá adiando o inevitável. —Matteo estava se estressando.

— Você tá certo.

Matteo decifrou a jogada do Abner e sacou que ele estava com o coringa falso. Ambas as cartas eram idênticas visualmente, mas havia um diferencial: quem possuía o coringa verdadeiro sabia porque nele está escrito o poder da carta. Era óbvio que Matteo estava com ele. Era o momento ideal para trocar com o Abner e vencer, já que ele precisava gastar o poder da carta.

Quando o clímax do jogo se aproximava, Matteo executou um movimento ousado que deixou seus oponentes atordoados e sem rumo. Ele finalmente usou o seu coringa e trocou de carta com Abner.

— Idiota! —Matteo gargalhou. — Ainda é minha vez e eu vou bater a última carta.

Matteo paralisou ao olhar a carta. Abner não estava com o coringa falso e sim com uma carta de bloqueio. O mafioso inutilizou o poder da carta na esperança de ganhar, mas foi impedido. Sua vez foi pulada para o Abner, que realmente era o único ali capaz de finalizar o jogo da forma correta.

— Não é engraçado?

Com um golpe final, Abner alcançou a liderança suprema, batendo a última carta. Seu domínio sobre o tabuleiro era incontestável, tal como uma montanha imponente que se ergue sobre a paisagem.

O salão explodiu em aplausos e aclamações, enquanto Abner era coroado como o vencedor indiscutível do jogo. Seu nome ficaria gravado nos anéis da alta sociedade como aquele que emergiu como o mestre absoluto da intriga política.

Samuel estava incrédulo e sentia seu coração prestes a saltar pela boca. Nada conseguia descrever o desespero que ele experimentava e um turbilhão de emoções invadiram seu corpo. Seu marido ganhou a partida e arrecadou duzentos e cinco milhões de reais. Era um feito gigante para um novato como o Abner.

— Como você fez isso?! —Matteo urrou de ódio.

— Não foi tão difícil, velhote. —Abner sorriu. — Tommy estava com o coringa falso, eu só me atentei aos detalhes.

— Quais detalhes, seu desgraçado?!

— Tommy é cego do olho esquerdo e a carta estava posicionada na extremidade esquerda. A cada rodada, ele trocava ela de lugar, deixando mais próxima da direita pra usá-la num momento oportuno.

— E como você percebeu isso?

— Eu tô blefando, otário. —Abner riu. — Foi puro chute.

— Você ganhou chutando?

— Assim é mais divertido, não acha? —Abner se aproximou do mafioso. — Gosto de ser imprudente e imprevisível.

Do outro lado do salão, uma mulher de vermelho o observava distante. Ela foi a única naquele espaço que acreditou em Abner do começo ao fim. Afinal, ela o conhecia como ninguém jamais conheceu. Quem era ela? Digamos que é alguém muito importante, que sabe todos os segredos do Samuel.

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