Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo IX - Auribus teneo lupum

Kayc despertou devagar, com a cabeça pesada e os pensamentos turvos, como se estivesse preso num pesadelo. A princípio, ele não conseguia distinguir o que era real. A escuridão densa ao seu redor e o cheiro forte de clorofórmio, que ainda estava em suas narinas, traziam uma onda de náusea.

Ele tentou se mover, mas seus braços e pernas estavam amarrados a uma cadeira metálica e fria. O som das correntes o assustou, fazendo seu coração acelerar em um ritmo descompassado. O chão de concreto úmido e a falta de janelas fizeram ele perceber que estava em um lugar desconhecido.

Kayc sentia o corpo fraco, como se cada músculo estivesse adormecido, e uma dor insistente latejava em suas têmporas. Ele forçou a memória, tentando lembrar o que tinha acontecido, mas tudo estava borrado. Sua mente recuperou apenas fragmentos desconexos: um pano molhado, um cara e depois, o vazio.

Ele olhou ao redor, enquanto seus olhos se ajustavam lentamente à penumbra. Havia uma lâmpada fraca no centro do teto, iluminando mal as paredes nuas e manchadas. O som de goteiras ecoava, pontuando o silêncio que o oprimia. Ele tentou falar, mas sua garganta estava seca e a voz rouca mal saía. Tudo ao seu redor exalava abandono, como se o lugar estivesse esquecido por anos.

Após se acostumar involuntariamente, um calafrio percorreu sua espinha quando ele percebeu que não estava só. O som leve de passos, talvez, ou de respiração o deixaram atento. Alguém o observava, calado como um assassino que espera pelo momento certo para fazer outra vítima.

— Por favor, me deixa sair daqui! —Kayc implorou, mesmo com suas pregas vocais doendo.

Sob a luz que porcamente fazia o seu trabalho, um homem se aproximou. Era de meia idade, tinha cara de malandro e seu olhar era vazio. Ele cheirava a perfume caro, bem amadeirado por sinal, e seu traje era elegante.

— Primeira vez num cativeiro? —O homem esboçou um sorriso maldoso.

— Água... —Kayc respondeu.

Seu sequestrador arrastou um balde enferrujado para perto de si. Dentro dele, havia uma esponja e Kayc pôde escutar o barulho do objeto sendo mergulhado. Em seguida, o homem espremeu a esponja nos lábios ressecados do coitado.

— É o suficiente pra você responder minhas perguntas.

— Por favor, eu nem sei quem você é! —Kayc voltou a suplicar. — Me deixa ir embora, eu prometo ficar calado.

Seus olhos começaram a lacrimejar, até as lágrimas se tornarem um rio de choro. O medo tomou conta do seu corpo e suas mãos tremiam incontrolavelmente. O homem, cansado daquilo, agarrou seu pescoço e o enforcou o suficiente para fazê-lo engasgar com a própria tristeza.

— Para de chorar igual um viadinho indefeso! —O sequestrador vociferou, como se fosse um demônio.

Após sentir seu pescoço livre da mão asquerosa daquele homem, Kayc finalmente conseguiu respirar de novo. De forma inconsciente, suas lágrimas foram parando. Talvez se ele colaborasse, sairia vivo do pesadelo que se enfiou.

— O que você quer de mim? —Sua voz tremeu entre as palavras.

— Quero a verdade. —O homem sorriu. — Você é um amigo íntimo do Abner, certo? É de se esperar que ele te conte tudo, então.

— O que ele tem a ver com isso? —Kayc tentava conectar as peças.

— Em algum momento, ele te falou o motivo de ter se casado?

— Eu nem sabia que ele se casaria...

O homem puxou uma maleta da escuridão e o barulho das ferramentas deixou Kayc desesperado. Ele sabia o que viria a seguir e o medo voltou a dominar sua mente. Era óbvio que o sequestrador não estava brincando, ele queria respostas.

— Escuta, eu tô falando a verdade!

— Não, não está. —O homem retirou um alicate da maleta. — Eu achei que você colaboraria comigo.

Kayc sentia o chão sob seus pés se tornar áspero. Ele tremia, preso à cadeira metálica, com as mãos amarradas atrás do encosto. O som do alicate sendo aberto e fechado, rangendo a cada movimento, ecoava pelo cativeiro. A luz fraca lançava sombras distorcidas nas paredes, até que um dedo foi arrancado.

O vulto na sua frente segurou o dedo mindinho como se fosse um prêmio trivial, algo descartável e nojento. Ele sorria a cada grito de dor e aproveitava cada segundo do pavor que dominava Kayc.

O pânico se espalhava pelo local e Kayc suava frio, tentando controlar a respiração entrecortada. O som do metal contra o osso exposto fazia seus olhos arregalarem e o tempo parecia desacelerar. Ele não conseguia mais distinguir a dor física do terror psicológico.

A tensão no ar era palpável e o coitado sabia que a escolha agora não era apenas sobre resistir ou ceder, mas sobre quanto tempo ainda aguentaria.

As horas correram despercebidas e, para Kayc, aquele dia parecia ser eterno. Seu corpo já estava dormente e seu estômago roncava de fome. Lentamente, seu olhar vazio abria espaço para a desesperança. Ninguém o salvaria, nem mesmo Abner.

— Vai colaborar agora ou eu terei que arrancar os dedos das suas mãos? —O homem insistia.

— Eu já disse que não sei do que você tá falando. —Kayc respondeu.

— Você acha que ele aguentaria horas de tortura pra guardar um segredo seu?

— Sim... Ele é meu melhor amigo. —Seus olhos voltaram a lacrimejar.

— Vamos voltar do início então, mas de um jeito diferente. —O homem se posicionou na sua frente, o encarando. — Como vocês dois se conheceram?

— Foi em Copacabana, um tempo atrás.

— E o que ele fazia lá, tão distante de casa?

Kayc forçou a memória em busca da resposta, mas ele realmente não sabia. Abner tinha diversos motivos para estar na praia, aquela pergunta foi muito vaga.

— Eu não sei. —Ele respondeu. — Só lembro que o aniversário dele era no dia seguinte.

— Quero a data. —O homem falou firme.

— Sei lá, dezenove de agosto?

— O mesmo dia que uma boate explodiu e uma fanática religiosa saiu como culpada.

Seus músculos enrijeceram. O coração pulsava em seus ouvidos, abafando qualquer distração ao redor. Sua respiração acelerou novamente e o mundo parecia se fechar, apertando seu peito como um domo invisível. Kayc tentou engolir, mas a garganta estava bloqueada.

— Vocês não estão envolvidos nisso, né? —O homem completou, disfarçando suas intenções.

— Claro que não. —Kayc gaguejou.

— O mais curioso é que a mulher sequer esteve em Copacabana, mas alguém a colocou no meio da confusão.

— E o que isso tem a ver com a gente?

— Acredite, tem mais do que você imagina, Kayc. —O sequestrador finalizou. — Vou mandar trazerem algo pra você comer.

— Por favor, me deixa ir embora! Você já terminou suas perguntas! —Kayc implorou.

— Ainda preciso de você.

Com aquele olhar frio, o homem puxou um objeto reluzente da maleta. O estômago do Kayc revirou ao ver que não era mais uma daquelas ferramentas de tortura. Era uma coleira grostesca e pesada, contornada com pequenos fios e explosivos.

— Que merda é essa?! —Kayc gritou.

— Uma precaução.

Kayc podia ouvir a respiração do sequestrador e o clique do fecho se ajustando ao redor da sua garganta. Um leve bip ecoou, agudo, como uma sentença de morte.

Seus olhos buscaram o rosto do homem, que não demonstrava nada além de uma calma gélida. Kayc queria gritar e arrancar aquilo do seu pescoço, mas qualquer movimento seria perigoso.

— Vou falar pro Abner vir até aqui pra conversarmos e se ele tentar qualquer coisa... Boom. —O homem sorriu.

— Você é maluco! —Kayc rosnou.

— Estou aprendendo a ser imprudente e imprevisível, assim como ele.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro