Capítulo 9 - Antes de começar o dia.
Ângela Maria...
Roque Sales...
Condomínio de luxo, zona norte da capital.Vigésimo andar. Apartamento de Roque Sales, CEO da MS - Marco Sales.
Em um amplo e luxuoso quarto, gemidos agudos e gritantes de uma mulher são ouvidos. Paralelo a isso, o som do arfar de um homem também soava pelo ambiente. Roque desfrutava de seu derradeiro momento de prazer, antes de ir para o trabalho. Um último arfar e gemido mais forte, seguido de uma respiração ofegante delatava o ápice do prazer. Roque, totalmente saciado, desce de sobre a mulher, deixando seu corpanzil exausto e suado, cair pesadamente para o lado, na cama. Ângela fita o teto, também extasiada de prazer ao seu lado.
__ Estou pronto agora para começar o dia. - Enzo comenta com satisfação, também fitando o teto.
__ Depois de você ter se omitido a me defender diante das humilhações de sua tia, jurei pra mim mesma que só iria lhe dar prazer depois do casamento, e olha eu aqui… - A moça comenta rindo, se achando uma idiota.
__ Você não tem culpa, eu é que sou irresistível. - O homem diz debochado.
__ Hum… seu snob, convencido! - Ângela diz se encavalando ao seu corpo em seguida.
__ Aprecio cada vez mais sua foda! - Roque diz a fitando nos olhos.
Ângela dá um sorriso forçado e muda repentinamente seu semblante. E agora tristonha, sai de sobre o corpo dele. Se levanta da cama, e segue calada rumo ao banheiro.
__ Ei, o que há com você?! Falei alguma coisa que não devia?! - Roque pergunta preocupado.
__ Não é nada, é que já estamos atrasados pro trabalho. Vou tomar uma ducha e me aprontar.
__ Inventa outra! Você está na companhia do patrão, quem lhe dará bronca por chegar atrasada? - Questiona, se sentando na cama.
__ Não quero misturar as coisas, Roque. Meu compromisso profissional continua o mesmo. Tenho horário a cumprir. - Falou séria, ao se virar para ele.
__ Não me venha com essa, eu exijo que me conte o que está realmente acontecendo! - Diz insistentemente, indo até ela, e lhe abraçando por trás. __ O que eu fiz pra lhe deixar triste? Vamos, me fala! - Sabia que havia feito algo, e não a deixaria em paz enquanto não falece.
__ Não reparou que todas as vezes é a mesma coisa?! O que você mais valoriza em mim, é minha foda?! Você nunca diz que me ama.
__ Deveria ficar contente, poucas mulheres nesse mundo, me satisfazem como você.
__ Não acredito que estou ouvindo isso! - Ângela diz cerrando os punhos, se virando e o fitando com revolta. __ Com licença, vou tomar meu banho! - Deu as costas para o homem, e foi agarrada pelo braço ao dar o primeiro passo.
__ Ângela, me perdoe, eu não devia ter falado isso. Vamos tomar banho juntos. - Percebeu que a magoou mais ainda.
__ Me solte, eu vou tomar banho sozinha! - Falou o fitando séria, se libertando de sua pegada e fechando a porta do banheiro com brutalidade atrás de si.
Roque bufou, soltando os braços pesadamente ao lado do corpo.
__ "Mulheres…" - Comentou maneando a cabeça em negativo.
Do lado de dentro do Box, Ângela tentava reprimir o choro, evitando que Roque ouvisse seus soluços. Deixava a água fria cair sobre si, lavando as lágrimas que rolavam sem controle, sentada no chão do banheiro.
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Dr.Maier...
Dr.Kalil...
Na zona sul, Maier deixava seu veículo no estacionamento externo da empresa em que trabalhava, a Eternia Farmacêutica. Ao abrir a porta e sair do automóvel, foi surpreendido por Dr.Kalil que também chegava à empresa, parando com o automóvel ao seu lado.
__ Usando o estacionamento externo, Dr? – Perguntou com um sorriso sarcástico.
__ E há algum problema nisso? – Respondeu seco, com outra pergunta.
__ Não. Nem um. É que o interno é o convencional e o mais seguro. Mas deixa pra lá. E essas olheiras, trabalhou a noite toda?- Se fez de desentendido.
__ Insônia. Mais um problema dos muitos que nós da terceira idade enfrentamos. - Foi criativo na resposta.
__ Mentir não combina nada com você, sabia? - O fitou observando sua reação. E antes que falasse algo, continuou: __ Reconheci o carro do Dr. Oliveira ao passar por ele na zona da mata. O que os dois amigos faziam num lugar inóspito como aquele?
__ Não sei do que está falando. - Maier se fez de desentendido.
__ Estavam me perseguindo! - Afirmou exaltado.
__ Que bom que sabe que estou no seu calcanhares. E que seus passos estão sendo seguidos. - Maier o encara de frente.
__ O que você acha que eu poderia estar escondendo por aquelas bandas? - Perguntou o fitando com cara de riso.
__ Um laboratório secreto, talvez. - Respondeu cruzando os braços à frente do corpo. Kalil riu debochado, e lhe disse:
__ Não vê o quanto é patético, Dr?! Da próxima vez que quizer se matar, vá sozinho, não envoltva outras pessoas nas suas maluquises! - O advertiu, enraivecido.
__ Somos todos malucos, você também se aventurou por aquelas bandas. - Maier o lembra de um importante detalhe.
__ Conheço aquelas estradas. E sei de um atalho seguro para seguir. Tenho uma pequena cabana por lá. Era para lá que Laura e eu, íamos quando queríamos estar sozinhos. Ai, ai… bons tempos! - Olhou perdidamente para o céu, como se estivesse relembrando os bons momentos ao lado da esposa amada. Eu evito ir até lá, aquele lugar me trás muitas lembranças dela. Ontem a noite com a ajuda de Froid, retirei as últimas lembranças dela da minha casa, e as depositei na cabana. Tenho que esquecê-la de vez, o que passou, passou, não é mesmo?
__ Por que pagou alguém para nos matar, não quer que ninguém encontre a cabana de sua falecida esposa? – Maier questiona com ironia, e kalil gargalha, ao ouvir o que diz.
__ É Dr. Hoje o senhor tá, que tá, em! - Sorriu e continuou: __ Agora virei o mandante de um crime?! - Ironizou cada palavra.
__ Só não morremos por muita sorte! - Maier diz indignado.
__ Olha pra você... Está horrível. Cheio de olheiras e hematomas… Vá para casa homem, eu te dou esse dia de descanso. Durma um pouco. - Disse querendo desviar o foco da conversa.
__ Eu irei para casa sim, seu filho Enzo, sabendo do acontecido, me ligou ontem mesmo e me liberou. Eu só vim cumprir um compromisso e aproveitar para pegar alguns documentos aqui na empresa.
__ Meu filho, sempre gentil! Fez bem, fez muito bem. - Disse cheio de orgulho.
__ Fique sabendo que irei agora mesmo até à uma delegacia. Vou fazer corpo de delito. Quase morri asfixiado, e sei que o senhor está por trás disso.- Falou acariciando o pescoço.
__ Já leu a manchete de hoje? – Perguntou pegando seu celular e o erguendo rumo a Maier, aberto na página específica. Maier estreitou os olhos, desconfiado, e começou a ler a notícia.
“ Prisioneiro que escapou do presídio municipal, foi encontrado sem vida, após ter rolado de um precipício de mais de 30 metros!"
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Senhora Vilma...
Enzo Batista...
Meia hora depois, na zona norte, Enzo estacionava seu carro na frente da residência da sogra. Sua intenção é levar a esposa pro trabalho, e no caminho, conversarem sobre o que ocorreu, naquela madrugada tensa.
Após atravessar o pequeno jardim da fachada da casa, toca a campainha, e aguarda na frente da porta ajeitando o nó de sua gravata.
__ Bom dia, minha sogra! - Diz gentilmente, assim que a mulher se apresenta ao abrir a porta.
__ Bom dia, Enzo!
__ Vim dar uma carona a minha esposa até o trabalho. O carro dela ainda está na oficina daí eu pensei que…
__ Ela já saiu. - Vilma responde seco, o cortando. Enzo, um tanto surpreso, reflete por alguns poucos segundos e diz:
__ Pegou um táxi, com certeza… - Retirou as mãos que estavam no bolso da calça e as descansou no quadril se virando automaticamente para a rua, e completou: __ Claro, não iria aceitar minha carona depois do que aconteceu.
__ Ela foi com o Roque. - A sogra informa simplesmente, já esperando sua reação.
__ O- o que?! - Se vira enérgico para a sogra, a fitando. Precisava olhar nos olhos dela.
__ O patrão foi mais esperto. - Ironizou, confirmando a informação. Enzo fitava a sogra sem dizer nada, e ela…
__ O ciúmes não é necessário seu Enzo. A relação entre eles é profissional. Patrão e empregada, nada além disso. Acho que vocês precisam conversar, e a propósito... – Antes que terminasse, Enzo deu as costas para a sogra a deixando falando sozinha e entrou em seu carro, saindo em seguida, em alta velocidade.
__ Como você é burro Enzo! Como você é Burro! Seu Burro! - Ele dizia enraivecido, enquanto dava socos no volante do veículo.
"Baixei a guarda e o inimigo atacou."
Não sabia de imediato o porque corria tanto. Talvez quisesse chegar a tempo de ver a reação dela, ao olhar em seus olhos, enquanto desce do carro do rival, motivo de todo o seu ciúmes.
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