Almas gêmeas
2015
Só nós vemos um ao outro como realmente somos
1.
O nome dela era Min SunHee.
Tinha vinte e um anos, alta para o padrão de garotas coreanas, cabelos longos arruivados e a pele muito clara. Vestia-se como uma garota comum, shorts e blusas folgadas e tênis brancos. Ela tinha uma mão leve, Jimin gostava disso. Ele podia fechar os olhos e deixar que ela o maquiasse por horas, os dedos dela também eram bons na hora de fazer escova e modelar o cabelo deles, sem puxar com força, mas acariciando.
E ela cheirava a cup cake.
Mas o que Jimin mais gostava nela era o jeito. Ela se concentrava na hora que estava trabalhando. Jimin tentava fazê-la rir, piscando de um modo galanteador, mas ela fingia que não via. E ele também gostava do fato de que ela se esforçava muito. Chegava cedo na empresa, antes até mesmo do manager, e organizava as maquiagens e os utensílios na bancada enquanto Taehyung e Yoongi dormiam de boca aberta largados nos sofás. E ela tinha cuidado para não acordá-los. Ela sempre era excessivamente cuidadosa e gentil.
Jungkook também gostava dela, Jimin percebeu. Conversavam e riam, e ele até tentava tirar selcas com ela, mas ela morria de vergonha e saia correndo. Era engraçado. Era a primeira garota que Jimin conhecia capaz de ser mais tímida que Jungkook. Possivelmente a única garota com quem o maknae se sentia à vontade justamente por isso.
Não raro Jimin via o maknae escorado nela como um garotinho carente, o que era inusitado. Jungkook tinha pelo menos duas vezes o tamanho de SunHee. Mas Jimin o compreendia. Também sentia vontade de deitar a cabeça no colo de uma garota, não com maldade, mas apenas para sentir a sensação de calor humano e dedos o afagando os cabelos, como sua mãe fazia. Às vezes ele sentia tanta falta que doía, um vazio existencial que o corroía por dentro.
"Que cor você quer?", SunHee perguntou para Jimin numa tarde em que estavam tingindo os cabelos para o novo conceito do álbum.
Yoongi escolhera verde menta. Namjoon, rosa.
Estavam debruçados sobre a cartela de cores num canto do camarim. Nesse dia, Min SunHee usava uma jardineira jeans azul clara e uma blusa listrada branco e rosa, as mangas dobradas revelando os braços branquinhos e magros. O olhar de Jimin desviou da cartela para a mão dela pousada na mesa, os dedos claros e pequenos, ainda menores que os dele. Ela não usava anéis ou acessórios, mas ele reparou que as unhas eram tão limpas que chegavam a ser translúcidas feito papel de arroz.
Ele ergueu o olhar para ela. Fixou-a intensamente de perto, os ombros se tocando. Ela levantou o olhar e, por um segundo, se encararam. Jimin gostava disso. Olhar no fundo dos olhos das pessoas e descobri-las, e gostava que fizessem isso de volta consigo. Conexão visual.
Min Hee corou.
"Igual o seu", Jimin murmurou.
"Laranjado?", ela balbuciou, ainda o encarando sem hesitar. Era uma garota destemida.
"Ruivo."
Min Hee sorriu, animada. Colocou uma mecha do cabelo liso atrás da orelha e fechou a cartela de cores.
"Certo. Vamos lá."
Ela lavou os cabelos dele na pia e Jimin fechou os olhos, sentindo aqueles dedinhos pequenos tocando seu couro cabeludo numa massagem suave. Podia ronronar de prazer. Era tão bom. Tão... feminino. Em seguida, ela descoloriu o cabelo escuro dele, aplicou a coloração e conversou com ele enquanto esperavam o tempo de pausa. Riram e ela contou para ele que trabalhava e estudava e morava em Incheon com uma amiga. Tinha uma calopsita. Tiraram a tintura e ela colocou Jimin de volta na cadeira para aplicar a hidratação e, enfim, secar.
"Você gostou?", ela perguntou, pousando uma das mãos no ombro dele, os dedos relaxados quase roçando o pescoço de Jimin.
Jimin sorriu largo e piscou para ela.
"Você gostou?", devolveu a pergunta.
"Sim", ela respondeu com sinceridade, sustentando o olhar dele pelo reflexo do espelho.
Jimin tomou um susto quando tudo acabou e ele olhou a hora no relógio. Tinha passado mais de quatro horas ali e nem percebera. Min SunHee parecia cansada, mas chamou Taehyung para escolherem o que ele queria fazer no cabelo. Jimin ficou olhando para ela, sentindo-se leve como um balão de gás flutuando no ar.
Então, seu olhar cruzou com o do manager no fundo da sala. Ele parecia estar ali a muito tempo, seguindo Min SunHee com o olhar de raposa. Jimin sentiu um gosto ruim na boca do estômago, principalmente quando Jungkook se aproximou da garota e passou um braço por cima do ombro dela. O olhar do manager parecia capaz e perfurar.
No dia seguinte, descobriram que Min SunHee tinha sido demitida. No lugar dela, duas outras staffs foram contratadas. Noonas casadas.
Jimin nunca mais viu Min SunHee.
2.
Foi numa madrugada chuvosa de Agosto que Jimin se deu conta de que estavam vivendo num mundo paralelo. Todos eles.
Estava em Hong Kong, em seu quarto de hotel que dividia com Taehyung, escorado na janela assistindo a chuva espessa derreter o colorido pulsante da cidade. Encerravam a turnê Live Trilogy Episode II: The Red Bullet, depois de doze concertos exaustivos.
Fazia mais ou menos dois anos desde o dia em que subiram no palco pela primeira vez. Tinham feito shows. Viagens. Realitys. O tempo estava passando depressa e eles assistiam tudo através das janelas – dos hotéis em que se hospedavam, dos aviões que pegavam para ir de uma cidade a outra, das vans blindadas que os levavam da porta da empresa para os shows.
Enquanto isso, o mundo os assistia através das lentes de uma câmera. Jimin se sentia completamente despido à sua revelia, todos os dias, diante do mundo. Centenas de olhos sobre si, devorando-o de fora para dentro.
Jimin não conseguia se lembrar da última vez em que vivera uma semana completa sem estar diante das câmeras, fossem elas pequenas e portáteis, de celulares, ou grandes e pesadas como bazucas, correndo pelos trilhos dos sets de filmagem.
Na frente delas, eles tingiam os cabelos e usavam roupas descoladas. Eles corriam por túneis, entravam em vagões vazios, viviam vidas vibrantes que não eram deles, acendiam fogueiras em noites frias, se declaravam para garotas que não existiam. Eles eram bons, implacáveis, infinitos.
Ele tentava escutar as vozes ecoando lá fora.
Você é tão bonito, Jimin, elas diziam.
Você é tão bom, Jimin.
Você dança tão bem.
Eu amo você, amo tanto, Jimin.
As vozes eram tão carinhosas. Às vezes ele desejava que elas tivessem mãos, um corpo quente, um cheiro bom, ele desejava que elas pudessem curá-lo e preenchê-lo, por mais que no fundo Jimin soubesse que nada seria capaz disso.
Como aquela chuva distorcendo Hong Kong, era tudo uma mentira. Eles, o mundo lá fora. Jimin queria fugir disso, encontrar a verdade de volta, mas a cada dia que passava ela estava mais distante.
Tanto quanto sua inocência.
Jimin sentia que a estava perdendo lentamente. Ele podia sentir, como o mundo se movendo debaixo de seus pés, que algo estava mudando neles. Como se uma venda estivesse sendo puxada para longe de seus olhos suavemente...
E isso ficava bem óbvio quando olhava para Taehyung e via coisas no amigo que nunca tinha reparado, como agora.
Pelo reflexo escuro da janela viu Taehyung deitado na cama, ainda com a roupa do ensaio fotográfico de mais cedo, calças sociais pretas e camisa de botões branca. Tirara os sapatos e estava apenas com as meias pretas, um mangá nas mãos, uma perna dobrada e a outra relaxada por cima dos lençóis bagunçados. Os cabelos tinham mechas verdes na franja. E ele não era mais o garoto frágil que Jimin tinha abraçado na garagem do prédio da empresa antes do debut, todo ossos e coração pulsante.
Tanto quanto Jimin não era mais o garotinho encrenqueiro que forçava os bíceps na frente do espelho.
Eles tinham mudado. Ultrapassado aquela delicada linha entre adolescência e maturidade e recebido uma porção de aditivos em troca. Mais pressão. Mais responsabilidades. Mais desejos reprimidos.
Apesar disso, Jimin nunca se sentira mais vivo. Era uma descarga correndo em suas veias. Ele sentia que podia tudo, qualquer coisa, desde que tivesse eles. Seus amigos.
E Taehyung.
Talvez fosse exagero pensar assim, mas ultimamente Jimin vinha tendo ideias sentimentais de que se existia uma alma gêmea sua perdida no mundo, ele a encontrara.
Ali estava ela, no reflexo da janela.
Ele não sabia explicar porque sentia isso, ele só sentia. Era tão fácil conviver com Taehyung. Entendê-lo. Eles erram tão transparentes um para o outro, o que Taehyung precisava, Jimin dava. Eles até mesmo tinham gostos iguais, roupas de marca, animes, mangás, jogos. Os dois tinham sensibilidade estética e gostavam de contato físico para suprir a carência emocional que já era um pedaço arrancado de suas almas.
Não havia nada que ele não se visse fazendo para Taehyung, por Taehyung, e ele sabia que era recíproco. Eles tinham construído isso juntos, não era unilateral.
Jimin observou uma mão do amigo percorrendo preguiçosamente o alinhamento de botões sobre o abdômen, para cima e para baixo, devagar, dedilhando as casas... No meio do caos que habitava o coração de Jimin, essa visão o relaxou, o movimento suave dos dedos de Taehyung subindo e descendo.
Ele também tinha começado a reparar em coisas como o significado das palavras e uma delas era sensual. Jimin gostava dessa palavra e da forma como ela o atingia. Ele estava começando a ver sensualidade em muitas coisas, mais do que deveria.
Tae estava quieto agora, um momento raro. Taehyung era sempre ligado no 220v, principalmente nas viagens. Talvez ele também estivesse lentamente se cansando. Taehyung não era muito de falar sobre coisas íntimas, mas Jimin percebia. Havia uma razão para que fossem amigos, um reconhecimento mútuo talvez adquirido nas centenas de noites respirando o sono um do outro.
Jimin acreditava que sonhos compartilhados tinham o poder de ligar pessoas e ele certamente estava se ligando a Taehyung mais e mais.
"Jimin-ssi", Tae o chamou. Bocejou, espreguiçou-se e virou nos travesseiros, deitando de lado para olhá-lo quando Jimin sentou na cama, de frente para ele. O mangá caiu nas dobras do lençol e Jimin viu os desenhos estampando as páginas quando saiu da janela e sentou ao lado de Taehyung. Dois garotos se abraçando, os olhos tipicamente grandes e cintilantes de emoções. "Terminamos nossa turnê. Devíamos comemorar."
Jimin sorriu. Tocou as páginas do mangá distraidamente com a ponta dos dedos.
"Vamos beber juntos."
"Você sempre faz isso com Jin e Jungkook. Eu quero outra coisa, algo só nosso."
Taehyung piscou de forma preguiçosa. Os cabelos castanhos sedosos espalhavam-se sobre o travesseiro, matizados de verde, os primeiros botões da camisa estavam abertos, revelando as clavículas marcadas cobertas pela pele acobreada e quente e o rasgo fundo do peitoral.
"Então o que você quer fazer?", o sorriso de Jimin ficou mais largo e malicioso.
Taehyung molhou os lábios, o sorriso acompanhando o de Jimin. Esticou um braço, os dedos afagando um vinco no lençol.
"Sexo."
"Aish", Jimin riu, levando as costas de uma mão até a boca.
"Você não quer?", Tae fingiu indiferença.
"Aish", Jimin murmurou, mas encarou o amigo, incrédulo. A última vez que tinha conseguido transar fora uns seis meses atrás, quando voltou a Busan e encontrou uma antiga amiga da escola. Estava tão desesperado que no fim a garota implorou para que ele a deixasse ir embora para casa antes do amanhecer e ele ainda estava com uma ereção dura feito ferro. "Você sabe que eu quero, mas é difícil."
Taehyung ficou em silêncio, pensando no assunto.
"Não é tão difícil. Existem meios."
"Taehyungie, não arrume problemas, por favor."
"É seguro, Jiminie. Eu tenho contatos... Bogum me passou alguns, e eu confio nele."
Jimin encarou Taehyung tentando decifrar o que o amigo estava insinuando. Ele achava que tinha uma vaga desconfiança.
"Está falando de... chamar alguém, como um serviço?"
"Contratar seria o nome certo. Ou acompanhante de aluguel, como Bogum chama, mas soa tão brega, como se fossemos velhos gagás de setenta anos usando fraldas geriátricas."
Jimin gargalhou, sentindo o rosto todo esquentando.
"Você não pode estar falando sério."
"Veja, ela é morena, como você gosta", Taehyung pegou o celular nas dobras do lençol e começou a cutucá-lo. Virou a tela para Jimin, que se viu encarando a foto de uma garota bonita, de traços meigos e longos cabelos castanho escuros. "O nome dela é Mia."
Jimin olhou a foto da garota com mais atenção. Por algum motivo, não sentia tanta vontade de transar com ela, por mais que quisesse desesperadamente fazer sexo. Algo havia mudado em si, ele não conseguia mais direcionar todo o desejo que sentia, era como se houvesse aquela latência insistente em seu sangue, mas quando se masturbava, sua mente teimava em ser preenchida por imagens nada femininas.
"Jiminie", a mão de Taehyung sobre o lençol avançou para cutucar a pele de Jimin através dos rasgos da calça jeans, acima do joelho. "Você quer fazer sexo comigo?"
Jimin não se moveu quando os dedos de Taehyung se fecharam em seu pulso que descansava em cima das folhas do mangá. O polegar de Taehyung deslizou pela pele fina de seu antebraço como estivera fazendo antes com os botões da camisa, uma carícia lenta.
"Isso é...", Jimin tentou falar. Sua boca estava tendo uma reação estranha de encher de água enquanto sua garganta secava. "Sexo.... você quer dizer...?"
"Dividir Mia comigo. Eu e você", a voz de Taehyung era profunda e rouca. O olhar dele em si queimava.
Jimin piscou. Deixou escapar um sorriso vacilante antes de se dar conta de que Taehyung não estava brincando. Procurou sinais de vergonha no rosto do amigo e não achou nada além de tranquilidade natural.
A excitação no sangue de Jimin ferveu.
"Sim", disse sem rodeios. "Sim, Tae, eu quero."
O olhar de Taehyung recaiu, os cílios roçando as maçãs altas. Ele mordeu o lábio inferior para conter um sorriso, os dentes apertando a pinta sobre a carne rosa. O calor morno espalhou-se pelo peito de Jimin e ele sentiu como se algo derretesse por sua boca até o baixo ventre. Teve um segundo de sinestesia imaginando algo sabor caramelo deslizando pela língua enquanto olhava para a pele dourada do pescoço de Taehyung e sua respiração agitou-se.
"Ótimo. Ela vai chegar às duas da manhã. Não conte para ninguém, é o nosso segredo."
***
Mia era menor pessoalmente que na foto. Jimin a achou surpreendentemente pequena; mesmo de salto alto, ela não chegava na altura de seu ombro, e era bem óbvio que já conhecia Taehyung. Estava vestida de uma maneira que Jimin supôs ser para agradá-lo, roupas caras, bem alinhadas e um pouco masculinas.
A julgar pela pele de porcelana e os modos refinados, uma hora com ela devia custar metade do que eles ganhavam num show.
Era bonita, mas quando começou a tirar as roupas, Jimin fez questão de entender como apenas uma coincidência o fato de que ela tinha uma anatomia um tanto quanto andrógena. O pouco volume que tinha nos seios estava apertado numa espécie de espartilho fetichista de couro – que Taehyung não a permitiu tirar – , quadris estreitos curvilíneos e músculos alongados. Se não fosse pelos cabelos longos e o contorno delicado do sexo feminino na calcinha de cetim preta, Jimin ficaria em dúvida se não era um garoto.
E, agora que a estava vendo de perto e observando os detalhes, a familiaridade da garota consigo era perturbadora.
Então, Jimin se preocupou com outra coisa ao observá-la se mover graciosamente pelo quarto. Lançou um olhar temoroso para Taehyung – ela ia mesmo dar conta deles dois?
Taehyung era a definição da calmaria.
Depois de jantarem com os outros membros e a equipe e voltarem para o hotel, tomaram banho e esperaram Mia chegar usando roupões idênticos e brancos. Taehyung não parecia nada ansioso, mexendo no celular e ouvindo música enquanto a garota não chegava, deitado na cama – Jimin, por outro lado, mal conseguia respirar e parar quieto.
Agora, Tae estava encostado na escrivaninha, uma garrafa de água na mão, tomando goles vagarosos enquanto observava Mia se despindo até ficar apenas com o espartilho e a calcinha e subir na cama. Jimin respirava depressa pela boca entreaberta, os olhos ardendo de desejo e ansiedade se voltando para Taehyung ao seu lado.
Ele não sabia se era porque iam fazer sexo juntos, mas Taehyung parecia mais imponente, como se sua presença estivesse mais sólida e dominante. Até o modo como ele se movia era calculado.
Jimin não conhecia esse lado do amigo. Tinha que admitir, estava lhe dando um tesão fodido.
Mia deitou de costas e ergueu uma perna, apoiada nos cotovelos. Olhou para eles em expectativa.
"Vocês são maravilhosos", ela disse, a voz melodiosa e macia. Jimin conseguia entender porque Tae havia escolhido ela – era elegante nos gestos e até quando estava numa pose um pouco vulgar, ainda era sensual. Exatamente como Jimin. "Acho que posso até fazer um desconto."
Taehyung sorriu. Ela voltou o olhar dócil para Jimin.
"Você eu não conheço", disse Mia, e a forma como falou deu a entender que já estivera num ménage com Taehyung e outra pessoa que não era Jimin. Teria sido Jeongguk?
Jimin tentou não se ater a esse detalhe – e ao fato de que Taehyung tinha dito que queria fazer isso com ele, apenas com ele – e deu atenção à informação de que Mia daria conta de dois homens, sim.
"Jimin vai ser cuidadoso com você, eu prometo", Tae assegurou, no que Mia fez um biquinho gracioso.
"O outro não foi muito gentil, eu mal consegui andar por três dias, mas não estou reclamando."
"Jiminie vai fazer você pedir mais", Tae provocou e Jimin riu, relaxando. Mia também sorriu com eles, mas logo assumiu uma expressão intensa.
Ela sentou na cama, esticou as duas mãos e puxou os laços que cobria seus roupões. As laterais de ambas as peças pesaram para os lados, revelando uma faixa central de pele que ia do pescoço deles até as coxas. Jimin foi o primeiro a tirar tudo, ficando completamente nu. Taehyung o imitou logo em seguida e Jimin precisou de toda força possível para não olhá-lo descaradamente.
Já tinha visto o amigo nu muitas vezes, mas não estando ambos prestes a transarem juntos.
Mia suspirou, deitando de volta.
"Com certeza vou fazer um desconto", ela ofegou, o olhar deslizando pelos corpos deles avidamente. Jimin ficou impressionado com a atuação dela – ou isso ou ela estava realmente gostando do que via e do que estava prestes a fazer.
"Se prepare. Você sabe do que estou falando", Taehyung disse, a voz uma mistura de autoritarismo com docilidade causou uma fisgada no pau de Jimin e ele teve que levar a mão até embaixo para segurar a ereção que se formava depressa.
Jimin já tinha visto uma centena de filmes pornôs, mas não estava nem um pouco preparado para o que veio a seguir quando Mia virou de quatro na cama, desceu a calcinha pelas coxas, afastou bem as pernas e deslizou dois dedos pelas dobras rosadas do sexo. Não era porque, diferente dos costumes, ela era completamente depilada, lisa e suave. Não era porque ela já estava molhada, brilhando e pulsando para eles, porque ele já tinha visto isso, inclusive pessoalmente. Não era porque ela estava gemendo baixinho em antecipação, afundando os dedos dentro de si e passando-os devagar pelo clitóris antes de voltar a mergulhá-los na fluidez da lubrificação.
Era porque Taehyung estava se masturbando. Bem ali, ao lado dele. E ele era grande, grosso e lindo, glande inchada e coberta de pré-gozo, veias percorrendo até a base, dedos compridos deslizando pela pele acetinada.
O quarto se encheu de gemidos sufocados e Jimin ficou de boca aberta ao se dar conta de que boa parte deles eram seus, resultado da masturbação lenta que fazia em si mesmo e da descarga de tesão que o fez chiar.
"Mia", a voz grave de Taehyung reverberou pelo quarto. Jimin sentiu o fluxo do pré-gozo expelindo por sua glande em abundância. "Faça tudo."
"Hm", ela assentiu num misto de arquejo e submissão. Os dedos cobertos de lubrificação deslizaram mais para cima até alcançarem o feixe de músculos do ânus. Ela os moveu ao redor por um momento antes de começar a penetrá-los devagar, um de cada vez, gemendo mais arrastado e empinando-se conforme descia na cama.
Jimin não aguentou mais. Tocou a pele clara dela, nas coxas e na curva do bumbum, chupando e mordendo até estampá-la de vermelho. A garota gemeu ainda mais, contraindo inteira com o contato dos lábios dele. Lambeu os lábios e afastou-se minimamente dela para assistir Taehyung andar pelo quarto, o pau sumindo e voltando no punho fechado enquanto ele ia até a mala e tirava de lá uma porção de coisas que só fizeram a excitação de Jimin atingir níveis insanos.
Ele registrou brevemente quando Taehyung jogou tudo na cama, o tubo de lubrificante e o que sem dúvida era um plug anal e uma porção de embalagens de camisinha. Ele fez um gesto para Jimin recuar, então toda a atenção de Jimin foi rapidamente tragada para as costas nuas de Taehyung quando ele se posicionou diante de si, logo atrás de Mia, e demorou o máximo de tempo possível ali, de joelhos na beirada da cama, ajustando o plug na garota, que arfava e ofegava manhosa.
Ele só podia estar fazendo de propósito. A visão que Jimin tinha era absurdamente deliciosa. As costas largas, a linha da espinha dorsal e o traseiro perfeitamente arredondado e firme, além das coxas naturalmente musculosas e alongadas, foi o bastante para atiçar a luxúria de Jimin ao limite.
Ele avançou e subiu na cama, aproximando-se de Mia pela frente, precisando mais do que tudo dar vasão à vontade que sentia de gozar com Taehyung, junto com Taehyung, em Taehyung. Contudo, ainda era cedo para dar tantos passos de uma só vez. Não conseguia tirar os olhos de Taehyung enquanto se posicionava e puxava Mia pela nuca, aproximando-a de si. Ela o olhou com curiosidade e expectativa um instante antes dele a beijar.
De olhos abertos, cravados em Taehyung, que assistiu com a expressão perplexa e um quase sorriso de incredulidade.
E talvez inveja.
Pode ser que Jimin não tivesse experiência o bastante com garotas de programa, mas ele só sabia fazer desse jeito. Precisava disso. Não se tratava de ser romântico, era apenas uma questão de que sua boca era uma zona erógena bastante sensível. Ele roçou os lábios nos dela e friccionou-os até senti-los latejando e inchados, a língua lubrificando depressa com saliva.
"Jiminie, vai deixar Mia apaixonada", Taehyung riu, e pelo modo como Mia estava gemendo sem parar na boca de Jimin, ele com certeza a estava estimulando com os dedos por trás.
Jimin a soltou e viu puro espanto nos olhos da garota. Ela não esperava por isso, mas estava claramente fascinada. Sem perder mais um segundo, Mia o puxou pelos quadris para encaixar seu pau na boca.
Sentiu o aperto molhado da boca dela deslizando por si e ofegou, ondulando os quadris. Estava tão vidrado em Taehyung que sequer percebeu quando ela engasgou com uma investida errática dele e recuou para então voltar a encaixá-lo o máximo que podia. As mãos de Taehyung seguravam Mia pela cintura e ela parecia ainda mais frágil entre os dedos longos dele, Jimin mal conseguia raciocinar de tanto tesão que sentia por aquelas mãos que podiam ser grandes, mas gentis. Agarrou os cabelos de Mia e investiu contra a boca dela suavemente, chiando e gemendo.
"Que pau gostoso", ela elogiou, erguendo os olhos brilhantes para Jimin e envolvendo sua glande com a língua. Ela exalou em deleite ao chupá-lo e masturbá-lo entre os dedinhos adornados com anéis de prata, então o retirou da boca para espalhar beijos pela musculatura rígida de seu abdômen e cintura.
Jimin estremeceu ao ter suas regiões sensíveis estimuladas, seu olhar se ergueu e cruzou com o de Taehyung por um instante. Ele estava vidrado nas reações de Jimin, de boca aberta, a língua aninhada no canto dos lábios, a expressão concentrada e safada gostando muito do que via. Olhou rápido para baixo, terminando de ajustar o preservativo e encontrando o ângulo em que seu pau adentraria a garota por trás. A pele do peitoral e do pescoço já começava a se cobrir com uma fina camada de suor. As clavículas marcadas, a musculatura do pescoço que era ao mesmo tempo forte e elegante... Jimin mordeu o lábio desejando lamber cada centímetro daquela pele dourada, chupar e morder.
Taehyung era simplesmente gostoso demais e tanto Mia quanto Jimin gemeram alto quando ele enfim começou a afundar nela devagar – a garota abriu a boca para arquejar, a testa franzindo com a sensação de acomodar o plug anal e toda a extensão de Taehyung ao mesmo tempo e Jimin fechou os olhos ou ouvir o ofego de alívio de Taehyung ao finalmente se encaixar até o fim.
"Ahhh", os dedos compridos dele cravaram os quadris dela, apertando-a contra si para preenchê-la ao limite. As mãos de Mia seguraram as coxas de Jimin para se manter firme e ela0 gemeu choramingando de prazer enquanto se acostumava com as sensações.
Jimin esperou pacientemente que ela conseguisse controlar a respiração outra vez antes de guiar sua boca quente e molhada de volta para seu pau pulsante. Taehyung começou a se mover devagar dentro dela e os gemidos abafados da garota reverberando pelo pau de Jimin ocasionava contrações cada vez mais fortes, era bem mais que apenas um boquete, ele estava excitado demais, sedento demais com toda aquela aura erótica.
E ficou ainda melhor quando Taehyung passou a assumir um ritmo severo, segurando Mia pela nuca e fazendo-a quicar contra Jimin. Ele achou que não ia durar muito tempo. Taehyung estava fodendo a garota e estimulando-o indiretamente. A boca dela deslizava para frente e para trás por seu pau conforme Taehyung a estocava com vontade e Jimin tentava puxar o ar pelos lábios abertos, os olhos ardendo de prazer cravados nos de Taehyung.
"Assim? Você gosta assim?", Tae falou, rouco, e Jimin levou um segundo para entender que ele não estava falando com Mia, apesar de que uma de suas mãos estava entre as coxas dela a masturbando.
"A-assim", Jimin ofegou. Deus do céu...
"Mais rápido?", Taehyung chocou a pélvis contra a de Mia, atingindo-a tão fundo que ela claramente estava tendo dificuldade para manter o pau de Jimin na boca, o rosto todo corando no esforço de continuar chupando-o entre gemidos cada vez mais longos.
"Tae", Jimin implorou. "Taehyun... Devagar, vou gozar..."
"Você vai?", Taehyung deixou escapar um ofego pesado antes de se retirar depressa, como se a descarga de prazer ao ouvir Jimin dizer aquilo tivesse sido forte demais. Ele jogou um pacote de preservativo para Jimin e puxou Mia delicadamente para trás, dando espaço para que Jimin ajeitasse o preservativo no próprio pau enquanto ele mesmo tirava o seu e mandava Mia inverter a posição.
Jimin olhou para baixo e viu o sexo de Mia voltado para si, pulsando, rosado e coberto de lubrificação pelos estímulos de Taehyung. Ele a penetrou devagar ao mesmo tempo em que ela encaixava o pau de Taehyung na garganta e começou a cavalgá-la num ritmo ainda mais justo que o de Taehyung. Eles se olharam, cúmplices, e Jimin jurou ter visto desejo cru e sincero no rosto de Taehyung enquanto fodia Mia por trás e obrigava-a a engolir Taehyung sem parar.
Sentia a excitação da garota, o sexo dela o apertando cada vez mais, pronta para gozar. Ela afastou a boca do pau de Taehyung com um estalo úmido antes de olhar para Jimin por cima do ombro e dizer, sem fôlego:
"Jiminie, você fode tão gostoso, me deixa gozar no seu pau?"
Taehyung riu. Jimin estava tão atordoado de prazer que nem assimilou a pergunta, apenas continuou metendo fundo e com força e sentiu o exato momento em que ela o ordenhou, a espinha dorsal tremendo de cima à baixo e os gemidos entrecortados enchendo o quarto. Eles deram a ela um instante antes de Jimin retirar o preservativo e mandá-la voltar a chupá-lo. Ele gozou entre as sucções apertadas da boca dela, olhando Taehyung de joelhos na beirada da cama movendo o punho em volta do próprio pau como se batesse uma em homenagem a ele.
Gozou chamando o nome dele e viu o quanto isso deixava Taehyung no limite, a ponto dele precisar parar de se masturbar e apertar a glande para interromper o fluxo do orgasmo iminente.
Jimin deitou na cama, deliciado, mas ainda excitado. Mia deitou sobre ele, espalhando beijos por sua pele suada e quente. Ele a afagou de leve nos cabelos macios e longos como cetim, ouvindo-a quase ronronar. Ela deu leves chupões na parte interna de suas coxas e voltou a lambê-lo entre os gomos do abdômen. Taehyung não parecia nem um pouco invejoso – na verdade, Jimin percebeu que apesar de ele ser cuidadoso com ela, não fora carinhoso e ela claramente pedia isso de Jimin.
Um nó se formou em sua garganta. Ele se perguntou se até mesmo essa familiaridade Taehyung tinha calculado, o fato de que ele e Mia eram iguais até na necessidade constante de afeto.
Jimin tocou o rosto bonito de Mia, afastando os fios de cabelo que grudavam nas bochechas afogueadas. Ela continuou o beijando enquanto Taehyung se aproximava outra vez por trás, inclinava-a para frente e tirava o plug anal sem pressa. Ela abafou um gemido contra o peito de Jimin e ele a acalmou com mais afagos. Os soluços dela viraram arquejos suaves quando Taehyung começou a estimulá-la outra vez com os dedos, e senti-la se remexendo sobre si fez uma nova ereção voltar a se firmar em Jimin e ele tateou a cama em busca de outra camisinha.
Ele olhou para Taehyung, para a excitação dele ainda dura e latente envolta no preservativo translúcido. Não conseguiam parar de se olhar. Mesmo quando precisavam dar atenção a Mia, mesmo quando Taehyung a fez montar em Jimin e eles ofegaram juntos de novo. O coração de Jimin pulsava com toda força, apertando e inchando cada vez mais quando eles se conectavam assim, com olhares, através de Mia.
Jimin a estocou segurando-a pela cintura algumas vezes. Ela gemeu como uma gatinha manhosa para ele, beijando-o no pescoço e nos ombros. Ele viu Taehyung se ajustando atrás, o peitoral largo subjugando-a por trás e fazendo-a se deitar ainda mais sobre Jimin para recebê-lo. Jimin sentiu o peito dela bombeando depressa sobre o seu conforme Taehyung se encaixava com todo cuidado, respirando depressa.
"É muito, é muito!", ela chiou, levando uma mão para trás para deter Taehyung. "Devagar."
"Shh, não vou machucar você", Taehyung disse, a voz repleta de dominação gentil. "Quer que eu pare?"
Mia ofegou. Jimin murmurou coisas sem sentido para ela, confortando-a e ansiando para que ela os aceitasse juntos.
"Não", ela disse. "Mais, por favor, mais..."
"Boa menina", Tae deixou um chupão na nuca dela antes de voltar a penetrá-la e então aconteceu.
Jimin abriu os olhos e gemeu tão alto quanto Mia, porque pode sentir a pressão do pau de Taehyung apertando-o através das paredes internas da garota, sentia exatamente a extensão dele pulsando contra si como se estivessem se estimulando juntos e isso era simplesmente a coisa mais erótica e maravilhosa que ele já tinha experimentado.
Mia choramingava todo tipo de súplicas, enlouquecendo. Nenhum dos dois se moveu por algum tempo, deixando que ela se ajustasse à invasão dupla. Jimin tremia e engolia em seco no esforço de não gozar – sentir Taehyung contra si daquela forma, o aperto pulsante de Mia em volta deles, era muito até mesmo para ele.
Sensações demais.
Vontades demais.
Tudo demais.
Foi Jimin quem se moveu primeiro. Segurando-a pela cintura, ele ergueu os quadris e deslizou para dentro e para fora dela, escutando Taehyung chiar atrás de Mia.
"Ah, caralho, Jiminie", Tae implorou, e em seguida emparelhou o mesmo ritmo que ele.
Jimin queria xingar. Revirou os olhos. Ia além de tudo que ele já tinha sentido. Não conseguia pensar, respirar, por mais que todos os seus sentidos estivessem praticamente explodindo. Ele sabia que tinha que ir devagar por causa de Mia, e estava indo, mas mesmo assim era demais. Taehyung estava entrando e saindo junto consigo e ele podia sentir cada maldita pulsação do pau dele no seu. Quando se afundavam nela, podia sentir até mesmo o peso dos testículos de Taehyung nos seus e o estímulo era tão bom que eles passaram a se esfregar involuntariamente.
Mia não conseguia mais falar nada que fizesse sentido, ela só gemia e implorava por mais, o corpo fraquejando e despencando em cima de Jimin. Ele a ergueu e se apoiou numa mão para mantê-la no ângulo certo para a penetração e com isso se viu a centímetros de distância de Taehyung. Separados apenas pelo corpo frágil da garota. Ela o estava apertando como nunca e Jimin sentia que estava atingindo-a num ponto sensível pela forma como ela tremia e lacrimejava em seu colo, a testa resvalando no ombro dele. A pressão dentro dela era tão grande que o menor movimento levava os três ao delírio, eles mal estavam estocando com força e mesmo assim Mia começou a gozar como nunca, esguichando nos dedos de Jimin.
Sentiu os dedos de Taehyung se enroscando em sua nuca. A respiração deles estava tão próxima que era uma só.
Taehyung se inclinou por cima do ombro de Mia e beijou Jimin no pescoço, o único beijo que ele havia dado naquela noite.
"Goza... comigo", pediu com dificuldade, as palavras dissolvendo num gemido afetuoso quando afundou a testa na curva do pescoço de Jimin e chiou.
"TaeTae", e Jimin gozou, ouvindo todos os sons do êxtase de Taehyung em seu ouvido prologando o orgasmo dos dois até que não restasse mais nada para expelir. O tempo todo que durou o orgasmo de Jimin, Taehyung manteve a boca em seu pescoço, beijando e chupando e lambendo.
Eles se soltaram na cama, cada um para o lado, e Mia caiu de bruços ao lado de Jimin. Quando ele tentou acariciá-la nas costas, ela estremeceu como que pegando choque e sorriu com os olhos cheios de lágrimas.
Ficaram ausentes por alguns minutos, recobrando o fôlego e a sanidade. Jimin fechou os olhos, mas sentiu os dedos de Taehyung em seu cabelo, junto com um beijo rápido no ombro antes de se recuperar depressa e ir para o banheiro. Ainda anestesiado, Jimin tirou o preservativo, pegou o roupão no chão e se vestiu. Olhou para Mia sonolenta na cama e a cobriu com as cobertas que tinham sido chutadas para o lado em algum momento.
"Pode pedir serviço de quarto", ele disse a ela, perto de sua bochecha corada. "E pode ficar o tempo que precisar."
Ela sorriu e piscou preguiçosamente, olhando-o em adoração.
"Você pode me chamar quando quiser. Se me beijar como me beijou, faço até de graça."
Ele riu, constrangido, mas sentiu um nó desagradável na boca do estômago. Teve que dar em Mia o beijo que queria ter dado em Taehyung. Era uma carência que ele não achava que podia curar com sexo e depravação.
***
Deixaram Mia no quarto e tomaram banho juntos. Havia um silêncio estranho entre eles, como se tivessem revelado segredos demais, mas não se tocaram nem uma vez. Jimin fingiu estar apenas letárgico pela descarga de prazer ainda amortecendo seus músculos e Taehyung também e, quando saíram – Mia já tendo ido embora – vestiram-se sem pressa e pegaram o elevador para a cobertura do hotel.
Apesar do banho, Jimin se sentia quente por dentro, ainda em chamas, e Taehyung tinha tudo a ver com isso. Ele tinha gozado gostoso duas vezes seguidas, mas sentia como se precisasse de mais, como se não tivesse se saciado do jeito certo.
Passaram ao lado do restaurante e da piscina, fechados a essa hora, e debruçaram-se no ar gelado da varanda, olhando para a cidade ao redor e as ruas movimentadas lá embaixo.
"Você gostou?", Taehyung perguntou. Jimin não soube dizer porque estava o achando mais bonito que nunca agora que o vira excitado. Tinha visto coisas nos olhos de Taehyung, coisas intensas como confissões. Ele não sabia o que esperava quando Taehyung lhe propôs fazerem sexo juntos, mas com certeza não foi nada daquilo. Tinha superado em muito qualquer expetativa de Jimin sobre Taehyung.
"Taehyungie, você já a chamou outras vezes, não foi?"
"Uhum."
"Com outra pessoa?"
Taehyung agitou a parte de trás dos cabelos antes de responder:
"Yoongi."
Yoongi? Jimin riu.
"O quê? Qual é a graça?"
"Achei que tinha sido com Jeongguk."
"Jeongguk não tem química com Mia", Tae disse simplesmente.
"Então vocês três já tentaram?"
"Não, não preciso colocar eles dois juntos para saber que não vai rolar. Mia gosta de atenção ou não entra no clima. E não gosto de transar com pessoas que não estão realmente excitadas. Yoongi foi um pouco bruto com ela, mas também foi carinhoso, ela ficou toda derretida. Igual com você."
"Você sabia, então. Que ela ia entrar no clima comigo."
"É difícil não se excitar com você, Jiminie."
Os olhos de Jimin voltaram-se depressa para Taehyung, mas ele não demonstrou constrangimento pelo que acabara de falar. E não fazia mesmo sentido, depois de tudo o que tinham feito.
O vento despenteou Taehyung de um jeito adorável, as luzes da cidade refletiam no fundo dos olhos ele, deixando-os vidrados. As sensações pereciam mais intensas à noite, mais verdadeiras, e Jimin não conseguia parar de olhar para a boca dele. Talvez estivesse adquirindo uma fixação.
"Jiminie, qual é o seu vício?"
"Meu vício?", ele pensou naquilo. Pensou em Taehyung, no que eles tinham e em como ele ficava bonito sem roupa nenhuma. Queria ver isso mais vezes. Respondeu: "A beleza. E o seu?"
Jimin estreitou os olhos quando Taehyung também sorriu, decidindo que podiam se divertir com aquela conversa.
"Sentir", Tae disse. "Mas não aconselho você a ter esse vício. É muito fácil confundir os limites entre sentir coisas boas e ruins e você pode acabar se viciando nos estímulos errados."
Jimin gargalhou, nervoso. Sentia o relaxamento dos orgasmos fazendo cada vez mais efeito, como uma droga pesando suas pálpebras. A mão de Taehyung encaixou na sua, grande e quente e acobreada, e Jimin a apertou num reflexo.
"Do que nós estamos falando aqui, TaeTae?"
"Jiminie, eu... quando falo de sentir, realmente quero dizer isso", Tae oscilou na direção de Jimin, os ombros se pressionando de leve. "Por favor, não quero que pense que não gosto de estar aqui, com vocês, fazendo o que fazemos, mas eu preciso de mais. Isso está me machucando dia após dia."
Jimin engoliu em seco, toda a sua atenção fixa em Taehyung, na forma como sua boca retorcia para baixo numa expressão de angústia, os olhos cheios de uma emoção irrequieta. A voz dele era tão, tão aveludada, rouca e gentil na noite.
"Do que você precisa, Tae?", Jimin perguntou sem pensar.
"Eu não sei...", os lábios de Taehyung desenharam palavra por palavra, soprando-as devagar: "Eu penso em coisas. Sinto coisas que não sei como encaixar no que fazemos. São... maiores que tudo isso."
"Como a fotografia?", Jimin sabia que Taehyung vinha se interessando por fotografia. Ele até mesmo comprara uma câmera absurdamente cara, profissional, e estava estudando como usar as lentes e ajustar o foco. Mas a forma como Taehyung usava a fotografia ia além de usos técnicos. Jimin já vira algumas fotos do amigo, eram bonitas. Expressivas, cheias de cores e formas e... emoções.
É. Era isso. Emoções. Taehyung se comunicava melhor quando causava emoções.
"Sim. Como a fotografia", Taehyung murmurou enfim. Ele mordeu o lábio inferior por um instante e Jimin se viu preso àquele gesto.
Então, Tae virou-se para si de repente. Jimin corou ao ser pego em flagrante, encarando-o com os olhos quase arregalados.
"Jimin", Tae murmurou, "Só nós dois vemos um ao outro como realmente somos."
"Almas gêmeas", Jimin murmurou, o rosto esquentando.
"Almas gêmeas."
"Taehyungie, só me diga o que você precisa. Se eu puder fazer, eu vou fazer."
Tae sorriu e passou um braço em volta do pescoço de Jimin, encostando a testa na lateral da cabeça dele. Disse perto da curva gelada da orelha de Jimin:
"Talvez tenha algo que você possa fazer por mim."
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