Alex Lawson

Dizem que quando se tem filhos o tempo passa mais rápido. E essa é a maior verdade de todas.

A chegada de Avery me deu a certeza de que a nossa vida estava finalmente completa. Camila e eu havíamos tido três filhos lindos, amorosos e que faziam tudo ter sentido. Não sei como havíamos conseguido viver tanto tempo sem eles. Era como se antes da chegada deles, as coisas não tivessem brilho. Dizem que a paternidade causa isso.

Avery cresceu rápido. Ela era realmente uma mini Camila. Acho que brinquei tanto com isso que ela me deu ouvidos. Avery tinha a pele da cor da mãe, lábios carnudos, cabelos cacheados e olhos castanhos. Ainda havia herdado a esperteza e teimosia.

Os meninos se apegaram rapidamente a ela. Queriam a todo momento ajudar Camila com os afazeres, a trocar a fralda, a ajudar a banhar Avery. Eu cuidava de tudo, para que eles não a machucassem sem querer, mas por dentro estava contente em saber que nossa garota sempre teria dois irmãos zelosos para cuidar dela.

O melhor de tudo era assistir Camila ser a melhor mãe que já havia visto. Ela cuidava de três crianças, tinha dois empregos e ainda escrevia livros. Seu turno, obviamente, diminuiu depois do nascimento de Avery, fazendo com que ela passasse mais tempo em casa, focando em outros trabalhos, mas mesmo assim ela ainda tinha tempo para dar atenção aos meninos.

Eu tentava dar o meu melhor. Era o pai brincalhão, participativo e que também dava bronca nas horas certas. Aprendemos a colocar limites juntos e ensinar modos que queríamos que fossem praticados em nossa casa. Eu não teria feito nada disso senão fosse por minha esposa.

― Você está prestes a se tornar novamente MVP da NFL. Qual o sentimento em saber que é um dos melhores jogadores do mundo? ― Os microfones se voltaram para mim.

Aquela era mais uma sessão de entrevista antes de outro Super Bowl. O Giants havia ganhado três desde a chegada do meu primeiro filho, e apesar de não ser invicto, nós causávamos medo aos adversários.

― Eu faço o que amo. Receber essa premiação é apenas o resultado do meu esforço.

― Alguns boatos rolaram de que você estava pensando em mudar de time. Isso é real? Alex Lawson não será mais filho dos Giants?

― Puro boato. Nova York é a minha casa, é o lugar onde vivo com a minha família. Não tenho planos de deixar esse time.

― Por falar em família, como é para você conciliar o trabalho e a paternidade? Tem atrapalhado ou contribuído?

― Apenas contribuições. Sou definitivamente uma pessoa melhor depois que meus filhos nasceram.

― Você está quase com 32 anos. Se sente ameaçado pelos novos jogadores?

― Nunca. Tenho disposição para jogar até os cinquenta. Ter colegas novos para me acompanhar nessa jornada é animador.

― Por acaso veremos algum garoto Lawson nos campos futuramente?

Sorri com a pergunta.

― Não sei. Duncan não é fã de esportes, confesso, mas Ryder... podemos esperar algo dele. Mas deixo que eles decidam, apoiarei eles no que for.

Saí da coletiva de imprensa com ansiedade de chegar em casa. Antes passei no restaurante favorito da nossa família e comprei pizza. Adorava as noites de sábado.

Do corredor do apartamento, já conseguia ouvir a risada de Duncan e os latidos dos cachorros. Abri a porta vagarosamente e sorri ao ver a cena. Camila, Avery, Duncan e Ryder estavam no tapete da sala, brincando, sendo acompanhados por Dom e Ferris – esse com quase vinte anos.

Eu deixei as coisas na cozinha e voltei para sala.

― A diversão já começou e vocês nem esperaram por mim?

Meus três filhos gritaram e pularam em mim, quase me derrubando no chão. Duncan hoje tinha quase seis, Ryder tinha cinco e Avery dois. E Camila... ainda era linda como a primeira vez que havia a visto.

― Papai! Papai! Nós te vimos na televisão! ― Duncan exclamou, se agarrando na minha nuca.

― Tinha um monte de microfone apontado pra você, papai. ― Ryder disse, com os olhos brilhando. ― Lá tinha bola de futebol?

― Não, filho. Era apenas uma entrevista, nós não jogamos.

― Papai, papai. Vamos blincar. ― Avery disse, pulando em meus braços.

Eu lancei Avery para o ar, fazendo as brincadeiras mais radicais que ela gostava. Os meninos pediram para que eu fizesse o mesmo depois.

― Meu Deus! Cuidado! ― Camila exclamou, extremamente preocupada.

A risada dos meus filhos era o melhor som. Eles adoravam os momentos em que eu fazia aquele tipo de brincadeira, daquelas que causava cabelos brancos na mãe deles.

Jantamos juntos, em meio a risadas. Eu dava pedaços pequenos de pizza para Avery, enquanto Camila ensinava Duncan e Ryder como se comportar na mesa.

― Nós estávamos conversando antes de você chegar. Temos uma proposta para você. ― Camila disse.

Eu semicerrei o olhar para eles.

― O que é?

Camila ajeitou o cabelo de Duncan que caía no olho e piscou o olho para Ryder.

― Bem, vovó Helena nos convidou para passarmos um tempo em Jacksonville. Você sabe que em breve é o aniversário de Phil, os meninos querem ficar perto dele. Além do mais, essa pode ser as nossas férias antes que o Super Bowl comece.

― Quelo a vovó Mimi! E a vovó Lena! ― Avery exclamou, como chamava Naomi e Helena, batendo os pés sentada na cadeirinha.

― Vocês querem ir, meninos? ― Perguntei. ― Porque a irmã de vocês está claramente animada.

― Sim! ― Os dois gritaram juntos.

― Então iremos. No próximo final de semana embarcamos.

Os quatro comemoram. Eu sorri, admirando a cena.

Assistimos filmes, brincamos um pouco mais e na hora marcada, colocamos os meninos no quarto. Avery, naquela noite, bateu o pé e disse que queria dormir na cama com os irmãos. Camila e eu deixamos.

Avery se deitou na cama com Ryder e Duncan ficou na do lado. As duas camas eram bem próximas, separadas por um criado mudou com abajur de leão. Eu enrolei bem Duncan enquanto Camila os outros dois.

― Prontinhos para dormir. ― Falei, beijando a cabeça de Duncan.

― Ryder, bebê, você é o responsável por cuidar da sua irmã. Não deixe que ela caía. ― Camila disse.

― Pode deixar, mamãe. ― Ryder abraçou Avery com força.

― É a hora do que? ― Perguntei.

― História! ― Os três exclamaram, fazendo Camila rir.

― Hoje vocês podem escolher e quem vai ler sou eu. Sei que adoram quando a mamãe lê, mas prometo que darei o meu melhor.

Minha esposa negou com a cabeça.

― Qual história vão querer ler?

― A nossa favorita. Conta a história de como você e a mamãe se conheceram. ― Duncan disse.

Camila e eu nos olhamos. Ela sorriu leve.

Eles amavam aquela história. Cada parte dela. É claro que não contávamos tudo, todos os detalhes sórdidos, e quando contávamos era de forma leve.

― Bem, já que vocês querem... ― Falei.

― Mas vocês sabem, crianças ― Camila olhou para cada um deles. ― Essa história começou de uma forma errada, com algo que vocês jamais devem fazer.

Os olhos dos três brilhavam, ansiosos, e se voltaram para mim. Então eu comecei:

― Começou com uma mentira...

E chegamos oficialmente ao penúltimo capítulo de LDUBG! Sexta-feira tem o último capítulo. Não percam! ♥️

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Vejo vocês em breve! ♥️