Capítulo 49 - Too good to be true
Alex Lawson
Camila estava com a respiração descompassada, lábios entreabertos e um olhar de quem pedia, quase implorava, para que eu a fodesse. Aquela mulher era a minha ruína. Já não bastasse me provocar a noite inteira, ela ainda usava de tudo o que tinha para me deixar ainda mais louco.
― Dizer exatamente o que aconteceu? ― Ela repetiu minha pergunta, sorrindo leve. ― Sou eu quem devo explicar algo?
― Não era eu quem estava me esfregando com duas pessoas na pista de dança.
― Com dois amigos. ― Refutou. ― Nick e Savannah são meus amigos. Além do mais, você quem começou a se esfregar primeiro com alguém, não eu.
Franzi o cenho e tentei entender o que ela estava dizendo. Pensei por pouquíssimos segundos até cair na real.
― Ah, você está falando da Graziella. ― Achei graça e aquilo pareceu enfurecer Camila ainda mais. ― Pensei que tinha superado esse ciúme.
― Ciúme? Pelo amor de Deus, Alex, e eu pensei que você me conhecia melhor.
Apoiei a mão na porta, ao lado da sua cabeça, diminuindo a distância entre nós, a ponto de deixar nossas bocas quase se roçando.
― Te conheço tão bem que sei que está com ciúme. ― Ela revirou os olhos. ― Por acaso a campanha te incomodou hoje?
― Não foi a campanha. ― Suspirou. ― Foi o fato de todo mundo agir como se vocês dois fossem um casal, sendo que eu estava bem ali! O que me deixou mais irritada foi porque você não fez nada.
― Você... o que? Por que não me disse nada?
― E dar uma de namorada neurótica? Não mesmo.
― Sabe que eu nunca pensaria isso de você.
― Mas os outros pensam. Já não bastava a advertência que tomei... ― Murmurou.
― O que? Alguém te advertiu? Quem? ― Perguntei, enfurecido.
― Não importa. Olha, vocês realmente são magnéticos juntos, sabia que teriam química na frente das câmeras, mas eu também sabia que isso era demais para eu assistir. Fui porque sou uma masoquista idiota, mas não apreciei nada.
Apertei os lábios, achando ela adorável.
― Isso, ri mesmo, seu idiota. Eu quem saio fazendo o papel de trouxa.
― Você não fez papel de nada, ok? Me desculpa por tudo isso, se eu soubesse...
― Claro que não sabia. ― Me interrompeu.
― Algo mais te chateou?
Camila fingiu olhar para as unhas, despreocupada.
― Você chamou ela de Grazi.
― Só para deixar o ambiente mais harmonioso.
― E passaram a noite inteira tirando fotos. Espero não ter nenhuma no seu celular.
― Juro por Deus. Todas no dela, mas eu só fiz a mando da Pauline que disse que seria melhor para a divulgação da campanha.
― Hum. ― Ela deu de ombros. ― Só quero que saiba que em muito em breve o meu agente vai me colocar em uma campanha dessas.
― Como é que é? Que história é essa de meu agente?
― Isso mesmo. Daniel Velásquez é o meu novo agente e me garantiu que eu, logo mais, estaria estrelando uma campanha de uma marca como essas. Lide com isso.
Enrijeci o maxilar. A ideia de pensar Camila abraçada com um modelo, seminua, me dava arrepios tenebrosos. É, aquilo não era nada confortável.
― Ok, eu entendi. Fui um completo babaca por ter te colocado nesse papel. Me desculpa.
Ela continuou a olhar para as unhas, de sobrancelhas erguidas, e me lançou um olhar rápido.
― De joelhos.
Eu não sabia se sorria ou perguntava se ela tinha ficado louca ao me mandar fazer isso, mas obedeci na mesma hora. Era Camila, era completamente natural que eu ficasse de joelhos por aquela mulher.
Ajoelhado em uma perna e me apoiando na outra, como se fosse pedi-la em casamento – mas não ainda –, coloquei minhas mãos por detrás de suas coxas, aproximando-a de mim.
― Desculpa, Camz. ― Pedi, beijando perto da sua virilha descoberta pelo vestido.
― Desculpa pelo quê? ― Perguntou, agora com os olhos em mim. Ela era ainda mais linda olhando daqui de baixo.
― Desculpa por ter sido um babaca, por ter deixado o trabalho me dominar e ter te trazido para um lugar que você se sentiu desconfortável. Isso não vai acontecer novamente, eu juro.
Camila sorriu de lado e eu senti todo meu corpo pegar fogo. Ela sabia o poder que tinha sobre mim, e essa era uma das coisas que mais amava sobre ela. Nada mais importava, eu a tinha, então tinha tudo.
Ela era a única mulher para mim, a que fazia meus dias felizes, a que eu queria para sempre e, sem dúvidas, a única capaz de me colocar de joelhos. Eu era completamente rendido por Camila Hayes.
Os meus pensamentos foram cortados quando ela me deu um tapa estalado, deixando minha bochecha esquerda ardendo.
― Mas que porra, Camila? O que foi isso?
― Você mereceu.
― Minhas desculpas não valeram de nada?
Ela deu de ombros. Suspirei quando sua mão começou a passear pelo meu cabelo, apertando os fios com certa força.
― Quase desculpado. ― Arqueei a sobrancelha. ― Aproveite que está abaixado e prove o quão arrependido está.
Foi impossível não sorrir ao ouvi-la. A fala de Camila tinha uma ordem disfarçada e eu, outra vez, estava disposto a fazer o que fosse para satisfazer ela. Apertei suas coxas, subindo minha mão lentamente junto com a saia do vestido colado, até ter a vista da sua calcinha de renda preta. Minha boca chegou a salivar. Seu cheiro delicioso já me inebriava, e só não era melhor do que o seu gosto.
Comecei a dar beijos molhados na coxa, subindo um pouco mais até chegar a virilha. Camila soltou um gemido baixo e apertou a pressão dos dedos em meu cabelo. A conexão de olhares entre nós era absurda e permaneci a encarando a cada movimento meu.
Fui abaixando sua calcinha com lentidão até tirá-la por completo. Cheirei o tecido, sentindo meu corpo inteiro arrepiar só pelo seu cheiro. Aquela mulher me levava à beira da loucura com muito pouco. Ela sorriu quando guardei a calcinha no bolso da calça.
― Você me diz o que eu tenho que fazer ― Falei, apertando sua bunda. Ela arfou.
― Perfeito. Quero que sinta primeiro o quanto estou molhada. Use dois dedos, mas não me penetre.
Eu engoli o gemido em minha garganta.
Mais próximo dela, arrastei os dois dedos da mão direita desde sua canela até seu sexo quente. Camila gemeu baixo quando meus dedos tocaram seus lábios maiores e começaram a explorá-los. Ela estava molhada pra caralho, perfeita para mim. Continuei a senti-la, contornando os lábios maiores, depois os menores, massageando o clitóris inchado até levar a sua entrada encharcada. Camila segurou minha mão, me obrigando a parar.
― Não. Agora não. ― Ela sorriu de lado. ― Use a boca.
― Seu pedido é uma ordem.
― Acontece que não estou pedindo.
Ergui as sobrancelhas. Por que eu amava tanto quando ela falava assim comigo?
Distribui beijos por sua virilha – que estava melada com sua lubrificação – até chegar novamente ao seu sexo. Camila gemeu meu nome quando dei uma única lambida, de baixo para cima, assoprando em seguida.
― E agora? ― Perguntei, agarrado em suas nádegas.
― Me chupe. Eu quero que me foda com a língua.
Ergui sua perna, passando-a por cima do meu joelho, com uma agressividade que fez Camila sorrir. Ela adorava aquilo. E eu mais ainda.
Eu a tinha toda aberta para mim, completamente entregue e vulnerável. Admirei seu sexo por alguns segundos, pensando o quão sortudo eu era, então comecei a chupá-la. Seus gemidos começaram a preencher o banheiro junto à música abafada da pista de dança. Minha língua a contornava em todos os lugares, a provocando. Eu a apertava cada vez mais contra mim, fincando meus dedos em suas nádegas – que com certeza ficariam com marcas.
Camila arqueou as costas, batendo a cabeça contra a porta. Levantei meu olhar, quase gemendo quando vi que ela apertava os peitos por cima do vestido de tão excitada que estava.
Continuei a beijar sua boceta como se fosse sua boca. Seus rebolados começaram a aumentar contra minha língua como um pedido para que eu fosse mais fundo, mais preciso. Sorri quando levei dois dedos até sua entrada quente e enfiei de uma vez. Ela gemeu alto, puxando meu cabelo.
Fui penetrando leve, fazendo ela se acostumar com os movimentos, mas logo resolvi apressar as coisas, porque eu estava prestes a explodir dentro da minha calça. Comecei a chupar seu clitóris enquanto meus dedos a penetravam com rapidez. Camila gemia alto, sem se importar com nada, e pedia – não, implorava – por mais.
― Alex! ― Ela gritou meu nome antes de ser invadida por um forte orgasmo.
Eu assisti a cena de camarote. Senti as paredes internas de Camila apertarem meus dedos. Ela tinha a boca entreaberta, a pele arrepiada e continuava a rebolar contra mim. Eu aumentei a velocidade dos movimentos, fazendo com que seu orgasmo se prolongassem.
Ela gozou em minha boca e eu suguei cada gota dela.
A sensação durou bons minutos e eu só parei quando Camila relaxou contra a porta, suada e sem ar. Seu sorriso de satisfação me deu satisfação.
Agarrando-me pela gola da camisa, com certa força, Camila me obrigou a ficar de pé e não me deu nem tempo para pensar, apenas me beijou como se sua vida dependesse daquilo. Nossos gostos se misturavam. O tesão aumentava. E, se eu não estivesse ficando completamente louco, poderia jurar que o banheiro estava pegando fogo.
Levantei Camila em meu colo, rodeando suas pernas ao redor da minha cintura, sem descolar nossos lábios. Precisava entrar nela naquele momento ou então morreria.
Abri a porta de uma cabine de uma vez e entrei. Camila voltou para o chão, sorrindo excitada com toda a situação, e permitiu que eu beijasse cada centímetro do seu corpo. Desci meus beijos por seu pescoço, onde fiz questão de morder e chupar para deixar minha marca, lambi sua clavícula até chegar ao seu busto. Abaixando o vestido até sua barriga junto com seu sutiã, apreciei com gosto a vista de seus seios medianos, perfeitos para o tamanho da minha mão, e seus mamilos endurecidos. Camila soltou um gemido rouco quando abocanhei seu seio esquerdo. Lambi, chupei e mordisquei o mamilo, fazendo ela implorar por mais, chamando meu nome.
A cena era completamente erótica. Com uma das mãos eu apertava o corpo de Camila contra o meu e com a outra, segurava sua perna ao lado da minha cintura, aumentando a fricção dos nossos sexos excitados.
Depois de deixar seus peitos sensíveis, voltei a beijá-la, aproveitando do seu gosto, me perdendo na sua língua habilidosa e seus lábios carnudos.
― O que você quer agora? ― Perguntei, puxando-a pelo cabelo ao separar nossas bocas. ― Basta pedir. Não, basta mandar.
Ela sorriu.
― Eu quero que você me coma. Do jeito que só você sabe, capitão.
Eu enrijeci o maxilar com tanta força que achei que fosse quebra-lo. Precisei de alguns segundos, apenas admirando sua feição de completa maldade, para respirar fundo e não cometer uma loucura, afinal estávamos em um banheiro.
Me surpreendi quando Camila lambeu meu lábio inferior.
Ah, foda-se.
Virei ela de costas, de forma que seus peitos ficassem contra a porta, e forcei seu quadril para cima, deixando sua bunda bem exposta para mim. Felizmente seu vestido ainda estava levantado, me dando a visão completa e extremamente prazerosa. Depositei um tapa estalado em sua nádega direita, fazendo-a gemer.
― Ai, seu filho da mãe! ― Exclamou.
― Olha a boca. ― Passei a mão por cima do vermelho. ― Isso é por ter me provocado.
― Olho por olho, dente por dente, gatinho. ― Disse, olhando-me por cima do ombro.
― Você me paga, Hayes. ― Rosnei.
Beijei seu bumbum, especialmente na marca da minha mão, e aproveitei para distribuir mordidas. Aquilo arrancou gemidos de Camila, daqueles dengosos pedindo por mais. Eu definitivamente adoraria explorá-la por aquela região, algo que com certeza tentaríamos outra hora, mas nem o momento e o local eram apropriados.
Com rapidez, arranquei meu cinto e abaixei a calça junto com a cueca, deixando meu pau duro e ereto para fora. Minhas bolas chegavam a doer de tanto tesão. Eu precisava urgentemente foder essa mulher.
Ergui mais o quadril de Camila e admirei a visão da sua boceta rosada encharcada. Assim que posicionei minha glande na sua entrada, sendo envolvido por seu calor, nós gememos juntos. Com calma fui me enfiando aos poucos, mas logo estava todo dentro dela, graças a sua lubrificação.
― Caralho, Camila! ― Exclamei, apertando seus quadris. ― Você é tão gostosa.
― Por favor... ― Ela pediu, quase sem ar, me olhando por cima do ombro.
Comecei em movimentos lentos, aproveitando a sensação, fazendo-a se sentir torturada. Talvez aquela fosse a minha punição para com ela... e que punição gostosa. Sua boceta me engolia, me apertava e eu sentia que poderia morrer ali mesmo que seria feliz.
Aumentei as estocadas quando Camila rebolou contra mim, implorando por mais. Eu não ousei não fazer sua vontade. Penetrei com força, bem fundo. O som do nosso sexo era intenso e extremamente excitante e ainda se misturava com os nossos gemidos.
Levei a mão livre ao seu cabelo, apertando suas madeixas com força, fazendo-a arquear o pescoço. Camila sorriu com a ação. Ela era incrivelmente gostosa e minha. Toda minha.
Perdi as contas de quantas vezes a penetrei bem fundo, até chegar ao seu ponto G. Camila gemeu, implorando para que eu não parasse quando encontrei o seu lugar de máximo prazer. Eu gemi, sentindo meu orgasmo se aproximar.
Apertando seu cabelo, aproximei meu rosto do seu ouvido:
― Você é minha, ouviu? É bom que aceitei isso, porque eu sou todo seu. ― Falei, não, rosnei. Camila gemeu.
Aquilo fez com que as suas paredes internas apertassem meu pau, anunciando que o seu orgasmo havia chegado. Quando ela gemeu meu nome alto e estremeceu contra mim, eu gozei. Foi impressionante a sensação. Quando olhei para o teto, enquanto ejaculava dentro dela, pude jurar que via estrelas.
A sensação durou bons e prazerosos minutos, até que paramos, quase sem fôlego. Ela gemeu quando saí de dentro dela e comecei a distribuir beijos preguiçosos por suas costas nuas.
Franzi a testa quando ela me afastou e se vestiu novamente.
― O que está fazendo? ― Perguntei, confuso. Ela se virou para mim, sorrindo.
― Me vestindo?
― Mas por que?
― Não vai querer que eu fique nua dentro de um banheiro de uma balada, não é?
Comecei a vestir minha calça apressadamente quando vi que ela iria sair.
Ela jogou o cabelo para o lado, deu umas batidinhas na bochecha e sorriu para mim.
― Estou indo para o meu apartamento. Fique à vontade para se juntar a mim ou pode ficar com os seus amigos.
Suspirei, desacreditado, quando ela abriu a porta da cabine e foi para perto da porta do banheiro, pronta para sair. Mas antes, me deu uma olhada matadora.
― Você vem ou fica?
Sorri quando terminei de me vestir. Eu deveria estar com uma feição – e cabelo – de quem havia acabado de foder.
― Vou. Vou para qualquer lugar que você quiser.
― Foi o que imaginei. ― E piscou.
Eu saí correndo atrás dela. Caralho de mulher. Ela fodia com a minha cabeça – e outras coisas minhas – e eu amava. Amaria para sempre.
Camila Hayes
A semana passou voando. Alex e eu parecíamos cada vez mais apegados e, aos poucos, a mídia – ou boa parte dela – ia parando de nos rotular como o casal contraditório. O apoio dos fãs vinha sendo crucial, especialmente quando saíamos de mãos dadas e éramos flagrados por eles, extremamente animados, que sempre pediam para tirar fotos.
Naquela manhã de quarta-feira, acordei sozinha em casa. Alex havia ido para Los Angeles na segunda-feira para um jogo e estaria de volta hoje. Ele insistiu para que eu o acompanhasse, mas não pude por conta do emprego. Felizmente a correria do trabalho vinha me consumindo e eu mal tinha tempo de sentir saudades.
Depois de tomar meu café, pronta para trabalhar, sorri leve quando meu telefone começou a tocar e vi nome de Alice no visor.
― Bom dia, irmãzinha. ― Falei, em português. Alice riu.
― Alguém acordou feliz? Algo que eu deveria estranhar já que Alex não está aí. Vocês fizeram sexo por telefone? ― Ela respondeu, usando o mesmo idioma.
― Idiota. Não, não fizemos. Acordei feliz porque, justamente, ele volta hoje no fim da tarde.
― Papai e mamãe querem saber mais sobre esse relacionamento. Nosso pai xingou Alex bastante quando viu vocês agarrados, andando pela Central Park com os cachorros. Disse que Alex deveria ter pedido sua mão a ele.
― Meu Deus, nós não noivamos.
― Detalhes. ― Revirei os olhos. ― Trate de conversar com eles ou então eles irão até você, sabe bem disso.
― Eu irei.
― Bom, mas não liguei para isso. Liguei para informar que, daqui duas semanas, Margie estará indo para aí.
― O que? Mas já? Eu nem organizei nada, Alice!
― Ela já está de férias, não para de falar sobre isso. Você prometeu, Camila.
― E eu cumprirei. Só não pensei que fosse ser tão rápido.
― Se acostume. Eu levarei ela até aí, ficarei um dia para ajudar, então volto. Espero que você a traga de volta para Jacksonville.
― Vou levar, não se preocupe.
― Alex estará com você nesse tempo?
― Claro que sim. Ele é meu namorado.
― Sabia que era só questão de tempo até que isso acontecesse. ― Ela suspirou. ― Apenas cuidem bem da minha filha.
― Você já está preocupada antes mesmo de ela sequer chegar aqui?
― Ela me dá um trabalho enorme, mas não vivo sem ela.
― Você e Jordan precisam de um tempo sozinhos. Por que não fazem uma viagem?
― Estamos pensando em algo, mas nada é a mesma coisa sem ela.
Alice e eu conversamos por um bom tempo. E a conversa foi tão envolvente que quase perdi a hora. Desliguei as pressas, me desculpando com ela, e corri para vestir meu sobretudo, pegar minha bolsa e sair de casa. Tinha um longo dia na NYT.
Quando abri a porta, pronta para ir embora, senti meu coração quase parar e o sangue sumir de meu rosto.
― O que... ― Minha voz saiu rouca e assustada e morreu antes que pudesse terminar a pergunta. Eu estava em completo choque.
― Sentiu minha falta?
Viktor sorriu diabolicamente.
Aquilo era um pesadelo. Só podia ser. Fazia um mês que eu não tinha notícias de Viktor, ele estava sumido da mídia, aparentemente apenas trabalhando. Parecia que as coisas tinham entrado em paz, mas havia me enganado. Seu olhar me provou que ele queria uma única coisa: vingança.
― Não vai me convidar para entrar? ― Perguntou, sorrindo. Ele tinha as mãos para trás e estava vestido casualmente, algo estranho para uma quinta-feira de manhã.
― O que você está fazendo aqui?
Ele riu.
― Está com medo? Calma, amorzinho, vim apenas fazer uma visita. Somos amigos afinal, não somos?
― Não somos nada, Viktor. ― Rosnei, sentindo as lágrimas acumularem em meus olhos. ― Saia daqui agora mesmo. Quem permitiu você entrar?
― O zelador. Ele já me conhecia, somos bons amigos.
Maldito abusador que tinha o poder de fazer todos o amarem.
― Mas eu não o quero aqui! Saia!
Tentei fechar a porta, mas Viktor colocou a mão, empurrando-a com tanta força que me fez dar alguns passos para trás. Ele entrou em meu apartamento, trancou a porta e guardou a chave no bolso.
― Eu vou conversar com você, Camila. Por bem ou por mal.
Senti meu coração bater na garganta. Eu estava sonhando? Isso era um maldito pesadelo? Independentemente do que fosse, eu precisava agir.
Sai correndo, tentando alcançar o corredor, mas fui brutalmente segurada por ele, com minhas costas batendo em seu peito. Gritei, desesperada.
― Socorro! Alguém me ajuda! ― Gritava a puros pulmões, mas o mundo parecia não querer me ouvir.
Parei quando senti algo pontudo em minhas costelas. Era uma faca. Viktor tinha a boca bem próxima do meu ouvido.
― Acho melhor você parar de gritar ou então seu carpete ficará sujo.
Engoli em seco. Eu realmente não queria morrer ali.
Viktor arrancou meu sobretudo, machucando meu braço, e me jogou no sofá. Eu chorava baixinho, com medo, pedindo a todos os santos que me salvassem, que o destino trabalhasse para que eu não morresse nos braços daquele doente.
Assisti, silenciosamente, ele pegar minha bolsa e segurá-la debaixo do braço.
― Confiscarei isso por enquanto. Não queremos ser interrompidos, não é?
Só então reparei que ele tinha uma mochila nas costas, Deus sabe lá com o que. Engoli em seco quando ele colocou tudo sobre a mesa de centro e tirou uma corda grossa de lá, se aproximando de mim novamente.
Eu me esquivei, chorando.
― Shhhh, calma, amor ― Sua mão nojenta tocou meu rosto. ― Não precisa ter medo de mim.
― Por que está fazendo isso?
― Porque você me encheu a paciência. E você sabe o que acontece quando fazem isso comigo. ― A forma como ele dizia tudo sorrindo era assustadora. Eu ia ter uma crise de pânico. ― Coloque as mãos para frente, uma próxima da outra.
Quando não fiz, ele as puxou com tanta força que com certeza ficariam com marcas. A corda me machucava, apertando minha pele, e eu tinha certeza que nem se quisesse conseguiria desatar o nó que ele havia dado. Depois passou para as pernas, juntando meus pés. Era como se tivesse treinado para isso.
Por fim, sorriu para mim, deu um beijo em minha testa – fazendo eu fechar os olhos com força e chorar – e saiu andando pelo apartamento, revistando tudo. Eu tentava ver minhas possibilidades, o que poderia fazer para sair dali, e a única alternativa que vi foi a janela. Pular eu não podia, pois a queda seria feia e eu seria capaz até de morrer, mas eu poderia gritar por alguém. Alguém poderia me reconhecer.
Saí dando pulinhos, nervosa, quase sem ar, e com dificuldade tentei abrir a maldita janela dura. Eu deveria ter mandado alguém consertá-la.
Os passos de Viktor pela casa me davam arrepios, faziam meu coração acelerar e o ar me faltar. Eu estava em pânico. Puro pânico. Era um péssimo momento para ter uma crise de ansiedade, eu precisava sair dali.
Quando consegui levantar o vidro, suspirando de alívio, me inclinei para fora.
― Mas que porra! ― Viktor gritou, me assustando. Eu soltei um grito agudo quando ele me puxou de volta e me jogou no chão. ― Perdeu o juízo? Ia se matar?
― Prefiro me matar do que ser morta por você, seu louco! ― Gritei. Viktor me levantou e depositou dois tapas em meu rosto.
― Use bem o seu tom, sua vadia descarada!
Ele me jogou no sofá outra vez. Eu conseguia sentir o gosto do ferro em minha boca.
― Se você levantar mais uma vez, eu juro por Deus que quem pagará o preço não será você.
Arregalei os olhos. Ele falava de Alex?
― Viktor, as coisas não precisam ser assim...
― Não? ― Ele riu. ― Pensasse isso antes de me foder na frente de milhões de pessoas, sua puta! Cadê o seu namoradinho agora? Ele não deveria estar aqui?
― Deixe Alex fora disso. Isso é sobre você e eu.
― Exato. Isso é sobre nós dois. Nós temos contas para acertar, e eu juro por Deus, Camila, que não saio daqui até que isso esteja acabado.
Engoli em seco.
Viktor passou os vinte minutos seguidos acabando com qualquer pista e desconectando meu apartamento dos sinais de internet e telefone. Meu celular havia sumido, todos os meus aparelhos eletrônicos e, de repente, eu estava mais sozinha do que nunca com ele.
Quando ele voltou para a sala, pronto para me torturar novamente, tocaram a campainha. Nós nos olhamos.
Ele se aproximou de mim, me segurando pela nuca, com força, me fazendo ficar de pé.
― Não importa quem seja, não abra. Não fale nada suspeito. Se você sequer mandar um sinal, outra pessoa vai pagar.
― Não faça nada com Alex! ― Rosnei.
― Alex? ― Ele riu. ― Alex não é a pessoa mais importante para você. Sua sobrinha é. ― Eu arregalei os olhos. ― É, isso mesmo. Uma merda sua e Marjorie paga pelos seus erros.
― Viktor, não. Margie não. Se você fizer isso eu juro que...
Ele apertou minha nuca com força, me fazendo grunhir. Agora, além de tocarem a campainha, batiam na porta.
― Camila? Sou eu, amor. Cheguei mais cedo. Eu fui no seu trabalho, mas disseram que você não tinha chegado, então vim aqui te ver.
Era Alex.
Meu Deus.
Viktor me forçou a encará-lo.
― Uma palavra fora do que eu mandar e sua sobrinha paga.
― Ele vai saber que tem algo errado.
― Mande esse merda ir embora, invente uma desculpa.
Ele foi me empurrando até a porta. Eu iria fazer isso. Tinha a esperança que Alex percebesse, que entendesse que tinha algo de muito errado e viesse me ajudar.
Viktor encostou meu rosto contra a madeira gélida da porta e ficou ao meu lado, apertando minha nuca.
― Oi, amor. ― Falei, depois de pigarrear. ― Que surpresa você chegar cedo.
As lágrimas caíam sem controle.
― Bem, queria mesmo fazer uma surpresa. ― Ele riu. ― Abra a porta. Quero te ver.
Olhei para Viktor que negou com a cabeça. Maldito.
― Eu... eu não posso.
― O que? Por que?
― Não me sinto muito bem.
― Abra a porta e me deixe te ajudar, então.
― Não, Alex, melhor não. Eu estou péssima, passei a manhã doente.
― O que você tem?
― Dor de cabeça. Vomitando. Está tudo horrível aqui.
― Eu não ligo, Camz. Apenas abra a porta, estou ficando preocupado.
― Diga que não e que não quer mais vê-lo. ― Viktor sussurrou em meu ouvido. Tive que lutar para não soluçar.
― Alex, apenas vá embora!
― Não vou! Abra a porta, Camila! — Alex gritou, tentando girar a maçaneta.
Chorei mais ainda.
― Vá embora! Eu não quero mais te ver, Alex! Quero ficar sozinha!
Ouvi seu suspiro pesado, então meu coração se partiu.
― Camila, você não está falando sério.
― Lembre de Margie. ― Viktor voltou a falar em meu ouvido.
― Alex, me deixe em paz! Me deixe só. Eu cansei disso.
― Diga que quer viver sua vida sem ele.
Quis matar Viktor. Eu o odiava com todas as minhas forças.
― Agora. ― Rosnou.
― Eu quero viver minha vida... sem você. Apenas vá embora. Por favor, vá embora.
Por favor, não quero que se machuque, pedi mentalmente.
― Eu irei, então. ― Ele disse e eu pude ouvir seus passos. ― Tchau, Camila.
Quando Alex se afastou, o elevador soou e o corredor não era nada além de um silêncio ensurdecedor, eu quis morrer. Todas as minhas chances de me salvar dali haviam evaporado.
Viktor me jogou contra a porta, me fazendo encará-lo. Suas mãos passearam por meu rosto, me causando repulsa.
― Agora somos só nós dois, amor. Como sempre foi. Finalmente você não tem ninguém além de mim.
Fortes emoções vindo aí, se preparem!
Instagram: @sweetwriter8
Vejo vocês em breve! ♥️
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