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Capítulo 3 - Eu preciso contar

Camila Hayes

Nós estávamos no melhor restaurante brasileiro de Jacksonville, no qual sempre íamos para comer um bom churrasco, para comemorarmos a formatura de Alice. A cerimônia havia durado quase três horas, e foi repleta de homenagens e uma celebração depois no próprio auditório da universidade. Minha irmã parecia bem e feliz, mas eu sabia que cada comentário que nossos pais faziam sobre estarem morrendo de orgulho dela, seu sorriso vacilava.

Agora, sentados à mesa, em um clima tenso, Jordan e Alice comiam em silêncio onde apenas assentiam e davam sorrisos para os nossos pais.

— Finalmente você está formada, filha. Sei como universidade pode ser estressante. — Nossa mãe falou enquanto comia.

— Você não imagina, ainda mais agora. — Alice disse, me fazendo engasgar com o refrigerante e deixando Jordan assustado.

Ela arregalou os olhos ao perceber o que havia falado.

— Ainda mais agora? Como assim? — Papai perguntou, confuso.

Alice riu, desconfortável.

— Ainda mais agora que estou tão cansada, pai.

Ele assentiu, compreensivo.

— Eu entendo. Todos os meus alunos reclamam no final do semestre. É bom você já ir pensando em mestrado, Alice. Já tem alguma universidade em mente?

Ela pigarreou, bebendo um pouco do seu suco. Há alguns minutos ela teve que recusar educadamente o vinho branco que papai havia pedido para que comemorassem. Eu sabia que ele tinha ficado um pouco desapontado, mas também sei que ficaria mais desapontado ainda quando soubesse o motivo pelo qual ela havia feito aquilo.

— Não, ainda não. — Respondeu.

— Podemos fazer isso juntos, se quiser. Tenho ótimos contatos em algumas universidades do estado.

— Seria ótimo, pai. Obrigada.

— E você, Jordan? — Ele perguntou, levemente irritado pela presença do rapaz. — Soube que já está prestes a começar o mestrado.

— Sim, senhor. — Jordan sorriu, nervoso. — Na próxima semana as minhas aulas começam.

— Não pensa em conciliar as aulas com algum trabalho?

— Claro que sim. Especialmente agora que...

Eu me engasguei novamente, interrompendo-o, cuspindo e atraindo a atenção de todos na mesa.

— O que é isso, Camila? — Minha mãe perguntou, perplexa.

— O refrigerante desceu errado.

— Engraçado, Jordan — Papai falou, voltando ao assunto. — Por que especialmente agora? Não é como se você tivesse um filho para sustentar.

Me engasguei com o pão-de-alho, sendo repreendida por minha mãe novamente.

— Camila, mais uma dessa e você não come mais nada.

— Perdão. — Tomei água, nervosa.

Alice me olhou, pedindo ajuda pelo olhar.

— É-é-é-é — Jordan gaguejou, rindo nervoso. — Você tem toda razão, Sr. Hayes. Não tenho que me preocupar com isso já que nem filhos tenho.

Alice e Jordan se entreolharam, ambos querendo sair correndo dali.

— Vocês são novos, ainda têm muito pela frente. Aproveitem essa juventude, trabalhem muito e sejam felizes, claro.

— Do jeito que você fala parece até que eles vão casar, Helena. — Papai retrucou, claramente incomodado com a ideia.

— Por que não mudamos o assunto? — Alice sugeriu. — Camila, pode nos ajudar?

— Hãn? — Pigarreei. — Eu não sei o que falar.

— Podemos começar agradecendo por você não ter trazido o idiota do Andy para o jantar.

Cocei minha nuca, desviando o olhar deles. Eu já podia sentir o choro em minha garganta pela simples menção de Alex – ou a tentativa dela. Meu desconforto parece ter sido extremamente visível, porque todos me olharam preocupados, especialmente meus pais.

— Ah, Mila, desculpe. Você não gosta quando eu o chamo de Andy?

— Não, pai. Está tudo bem. — Forcei um sorriso.

— Então o que foi? Por que ficou assim tão mal?

Enrijeci o maxilar, procurando mentalmente as palavras certas para contar ao meu pai que Alex havia quebrado o meu coração. Minha mãe, cética, me olhava como soubesse exatamente o que eu estava prestes a contar.

— Alex e eu terminamos. — Sorri sem humor. — Faz quatro dias. Então não precisam mais se preocupar sobre ele vir ou não aos jantares em família.

— Oh, filha... — Minha mãe disse, segurando minha mão sobre a mesa.

— Há quatro dias? Quer dizer que ele terminou com você no dia que recebeu sua carta de aprovação? No dia mais feliz da sua vida? — Papai perguntou.

— Robert, nossa filha está dizendo o motivo da sua tristeza e isso é o que importa pra você?

— Claro. Ela deveria estar radiando felicidade, Helena, não triste porque o infeliz do Lawson terminou o namoro. Eu sempre digo, namoros nunca terminam bem, sempre acabam em corações partidos ou gravidez.

Dessa vez foram Alice e Jordan que se engasgaram com as comidas, atraindo olhares furiosos de minha mãe.

— Quase engoli um osso. — Alice mentiu, rindo.

— Acho que pegamos o mesmo pedaço de frango. — Jordan disse.

— Nós desejamos que se recupere o mais rápido possível, Mila. — Minha mãe falou, corrigindo meu pai. — Pode conversar comigo se quiser, sabe disso, não é?

— Sei sim, mãe. Obrigada. — Sorri leve.

Cerca de meia hora depois, fomos para casa. Jordan se despediu de nós do restaurante mesmo, ainda assustado pelos comentários "inocentes" de meu pai. Era como se ele soubesse de tudo, mas todos sabíamos que sua reação não seria tão tranquila assim. O caminho de volta foi extremamente sufocante para mim. Alice me olhava no banco de trás, enquanto apertava minha mão, implorando por ajuda e eu queria apenas chorar sozinha.

Quando chegamos, corri para o meu quarto, chorando ao apoiar as costas na porta. Coloquei a mão na boca para não fazer barulho e preocupar alguém, mas sentindo uma vontade imensa por dentro de gritar.

Eu lembro que a maior dor que já havia sentido na vida foi quando caí da árvore do nosso quintal. Aquilo havia me rendido dois joelhos ralados e o braço direito quebrado. A dor foi como o inferno, e eu chorei todas as lágrimas que podia. Mas hoje, vejo que nada se compara a dor de ter o seu coração quebrado pela pessoa que você mais ama na vida. Era sufocante, doloroso e parecia que a qualquer momento me faria perder o ar.

— Camila Hayes, abra essa porta agora antes que eu arrombe!

A voz de Emily surgiu atrás da porta e eu pensei por alguns segundos ser apenas algo da minha cabeça, mas quando ela começou a bater desesperadamente eu soube que realmente era minha amiga.

— Emily, pare com isso, sua doente. — Alice disse também do outro lado.

— Não vou parar até ela abrir. Camila, abra agora!

Enxuguei meu rosto e abri a porta, tentando parecer o mais natural possível. O olhar de fúria de Emily sumiu quando ela viu meu rosto de choro.

— Ah, Camz. — Disse, suspirando. — O que porra aconteceu?

— Oi, Emily. O que faz aqui? E as onze horas? Não deveria estar dormindo? — Perguntei.

— Esse é o horário que eu tomo café da manhã. Quer me contar o porquê de ter sumido por quatro dias e nem ter se dado ao trabalho de ter respondido às minhas mensagens?

— Emily, eu...

— Você e Alex terminaram. É, eu sei.

— Como sabe?

— Ethan me contou. Eu acabei forçando-o, na verdade. Ele e Alex se encontraram há alguns dias e ele contou tudo ao Ethan. Como você não me respondia, tive que saber de tudo pelo meu namorado fofoqueiro.

— Vocês querem entrar? Nossos pais já devem ter ouvido gritaria demais. — Alice sugeriu.

Dei passagem para que as duas entrassem, fechando a porta em seguida.

— Eu juro que faltou muito pouco para eu não ter ido até a casa dos Lawson e ter quebrado a maldita cara do Alex. Quem ele pensa que é? Seu dono? — Emily esbravejou. Eu me apoiei na escrivaninha, cansada.

— Se você está esperando que eu responda, saiba que nem eu sei. — Falei.

Emily se aproximou, preocupada.

— Só queria entender porque ele fez isso. Nova York é o seu sonho. Você nunca contou a ele?

— Não.

— Por que?

— Eu não sei. Sempre tive vontade de contar tudo para ele, mas me faltava coragem. Quando eu era Juliet naquele plano sujo da Meghan, eu contei. Mas como Camila, nunca consegui. Era como se eu soubesse, no fundo, que Alex agiria dessa forma.

— Então vocês nunca chegaram a conversar sobre? — Perguntou.

— Não. A bomba simplesmente explodiu.

— Você deveria ter me contado, porra! Sabe como eu teria ficado feliz com a notícia de que você havia sido aprovada na NYU?

— Me desculpe, Em. Eu realmente não estava pro clima. Muitas coisas aconteceram naquele dia. — Olhei para Alice, sentada na cama.

Emily franziu a testa e acompanhou meu olhar.

— Como assim muitas coisas? O que mais aconteceu?

— Você deveria contar para ela, Alice. Emily é quase nossa irmã.

Alice suspirou, levantando-se, claramente nervosa.

— Você tem razão.

— Que merda é essa? Fala logo, Alice. — Emily falou.

— Acho que você deveria sentar, Emily. — Minha irmã sugeriu.

— Não, eu não vou sentar. Estou nervosa demais para isso. Apenas me conte.

Alice trocou um olhar comigo, e eu assenti em confirmação.

— Emily, eu estou grávida.

Minha amiga ergueu as sobrancelhas. Ela parecia processar a frase mentalmente, esperando que talvez eu e Alice começássemos a rir em seguida, mas quando isso não aconteceu, as pernas de Emily fraquejaram e ela se apoiou na escrivaninha atrás de si.

— Grávida? — Perguntou, quase sem voz.

— Sim.

— Puta que pariu. — Ela disse, chocada.

Toquei em seu ombro, tentando trazê-la para o mundo real.

— Eu sei, Em. Mas escute, você não pode dizer nada a ninguém.

— O que? — Ela me olhou. Seus olhos exalavam confusão. — Seus pais ainda não sabem?

Alice negou com a cabeça.

— Meu Deus. Vocês... Vocês ficaram malucas? O Sr. Hayes vai pirar. Quem é o pai?

— Como assim quem é o pai? Jordan, o meu namorado.

— Perkins do caralho. Colocou um bebê em você. — Emily disse, olhando diretamente para a barriga da minha irmã. — Sabe que se dois iguais pudessem procriar, eu já teria feito isso você, não é?

Alice revirou os olhos e eu neguei com a cabeça.

— Ela está bem. — Falei, dando dois tapinhas no ombro de Emily.

— Não é hora para brincadeiras, Emily. Apenas mantenha sua boca fechada até que a gente descubra uma forma de como contar ao nosso pai. — Alice disse.

A porta se abriu de uma vez atraindo nossa atenção. Nós três arregalamos os olhos quando nosso pai colocou a cabeça para dentro do meu quarto, confuso.

— Descobri uma forma de me contar o quê?

Em uma fração de segundos, como se o tempo tivesse congelado, Alice me encarou desesperada, Emily quase vomitou e eu senti minhas pernas ficarem fracas. Nós havíamos pensado em diversas formas e momentos de como contar sobre a gravidez de Alice ao nosso pai, mas acontece que nada de adequado surgiu em nossa mente.

O que quer que estivéssemos sentindo, nós sabíamos que aquele era o momento. Iria acontecer agora.

— Pai — Falei em um fio de voz. — Nós todos precisamos conversar.

— Com sua mãe também?

— Sim.

— O que houve? Algum problema com o Andy?

— É sobre mim, pai. — Alice disse, chorosa. — Eu que preciso falar algo para você e a mamãe.

Ele semicerrou os olhos, em uma mistura de confusão e preocupação, mas não questionou novamente, apenas assentiu.

— Eu já estava indo dormir, mas vou lá para sala. A mãe de vocês já está lá. Ah, como vai, Emily? Mal te vi subir.

— Não tão bem quanto gostaria, Sr. Hayes. — Ela forçou um sorriso.

Meu pai assentiu, com a testa franzida, mas se manteve satisfeito com a resposta de Emily.

Quando ele fechou a porta, Alice voou em meus braços, começando a chorar feito uma criança desesperada.

— Camila, o que eu faço? — Perguntou, chorando.

Emily e eu trocamos um olhar rápido, ambas assustadas.

Tudo havia sido de repente.

— Chegou a hora, Alice. Você precisa contar. — Falei.

— Não. Não. Eles vão me expulsar de casa. — Ela se afastou, ainda chorando.

— Eles não vão fazer isso.

— Como pode ter tanta certeza, Camila? Você ouviu as palavras dele no jantar? Como ele sempre tenta nos dizer que namoros acabam em mágoas e isso? — Apontou para a barriga nada grande. — Gravidez. Como vou dizer ao nosso pai que estou grávida? Consegue imaginar o olhar de mágoa de nossa mãe? Eu não conseguirei suportar nada disso.

Eu deveria ser a rocha da minha irmã. Seu ponto de força. Mas cada vez que Alice chorava, insistia em dizer que não era capaz, eu me sentia mais machucada do que ela. Era como se o mundo inteiro estivesse em minhas costas e a qualquer momento eu pudesse desabar.

— Não tem mais volta. — Falei em um fio de voz. — É hora de falar a verdade, Alice. Você precisa disso, seu bebê precisa. É como se você ainda o negasse, não aceitasse a sua gravidez, e tenho certeza de que a última coisa que quer é que ele ou ela nasça mal, não é?

— Só quero que as coisas fiquem bem.

— E vão ficar, porque nós vamos fazer ficar. — Segurei sua mão e a beijei. — Não se preocupe. Se por acaso as coisas ficarem feias por aqui, você passa essa noite na casa de Emily. Tudo bem? — Perguntei a minha amiga.

Emily estava pálida assistindo a nossa conversa, como se fosse vomitar a qualquer momento.

— Claro. Minha casa sempre está aberta para receber vocês. — Emily disse, referindo-se a Alice e o bebê.

— Obrigada. — Sussurrei para ela.

— O que faço agora? — Alice perguntou.

— Agora nós vamos descer e você contará a verdade aos nossos pais. Eu estarei bem ao seu lado, segurando sua mão.

Ela assentiu, com lágrimas nos olhos, e entrelaçou seus dedos aos meus.

— Vamos. — Falei.

O caminho até o andar de baixo pareceu ser eterno. Alice chorava a cada passo que dávamos, tentando ao máximo segurar seu soluço, Emily descia bem atrás de nós ainda com a mesma cara de quem iria vomitar a qualquer momento e eu tentava me manter imparcial, forte, tudo para ser o ponto de apoio da minha irmã.

Na sala, meu pai estava sentado na poltrona, rindo de algo que minha mãe o contava, em pé ao lado dele.

— Chegamos. — Anunciei, atraindo a atenção de ambos.

— Finalmente. Já estava quase desistindo de esperar. Estou morrendo de sono. — Minha mãe disse, sentando-se no braço da poltrona.

— Alice precisou usar o banheiro antes. — Menti.

— Está tudo bem, querida? — Papai perguntou a Alice.

— S-sim. — Limpou a garganta.

— Parecia que estava chorando... — Nossa mãe comentou, já desconfiada.

Eu apoiei minha mão nas costas de Alice, dando um sinal para que ela começasse a falar. Nós trocamos um rápido olhar e eu assenti, dando-lhe o apoio necessário. Um pouco mais atrás, encostada na parede, Emily assistia a cena como se fosse um filme de terror. Eu entendia bem o seu medo.

— Como eu havia dito ao papai, preciso contar algo a vocês dois. — Alice começou.

— Você está nos assustando, Alice. Por favor, o que quer que seja, conte de uma vez. — Nosso pai disse.

Alice olhou para as próprias mãos, tentando segurar o próprio choro, respirou fundo e então voltou a encará-los.

— Antes de tudo gostaria de dizer que essa jamais foi a minha intenção. Foi um incidente. Na verdade, foi descuido meu. — Ela soluçou. — Não sei como será a reação de vocês e se sequer me aceitarão como sua filha depois disso, mas desde já peço perdão. Perdão por não ser aquilo que esperavam, especialmente o que você esperava, pai.

— Apenas fale, Alice. Apenas fale. — Nossa mãe rosnou, com lágrimas nos olhos, como se já soubesse o que viria a seguir.

Papai continuava indiferente, intacto, ouvindo atentamente as palavras de Alice. Era impossível saber se ele estava bem ou mal, feliz ou triste.

Porém nada disso mais importou e o tempo parou por alguns instantes quando as três palavras saíram da boca de Alice.

— Eu estou grávida.

Eu sei que fui má por terminar nessa parte, mas nada melhor do que um clima de suspense, não é mesmo?! ;)

Por favor, não me matem... hahahaha!

Instagram: @sweetwriter8

Nos vemos em breve! ♥️

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