Capítulo 13
Capítulo 13
Rô considerou por um momento, tomando um gole de sua bebida e acrescentou ‒ Bem, Mica vai estar um pouco mal-humorado, mas ele está apenas chateado, porque Laerte o traiu enquanto estava preso. Sinceramente, Pietro nunca teria feito isso, mas ele pensou que Mica e Laerte haviam terminado, mas na verdade não tinham. Isso também acabou com as chances de Pietro com Téo, porque Deeuusaaa, o Téo odeia Laerte por causa de uma foda antiga.
Maurício desistiu de seguir os nomes de pessoas que ele nem conhecia e, honestamente, estava começando a parecer uma novela louca. ‒ Homens de negócios e suas reuniões corporativas? ‒ Ele não sabia se estava chutando sobre o relacionamento de todos aqueles caras ou fazendo uma piada involuntária. Tomou um gole de sua bebida que agora tinha canudinho.
‒ Muitos mafiosos cheios de tesão. ‒ Beto riu, parecendo pensativo por um longo tempo. ‒ Sabe, eu não diria que somos como a máfia gay... mas somos, totalmente a máfia gay.
Mau não conseguiu parar de rir. ‒ Mesmo?
‒ Bem, nem todo mundo... ‒ Rô respondeu com uma piscadela brincalhona. ‒ ... mas veja bem, é por isso que muitos desses caras foram desprezados pelos Sartori. Eles não são exatamente um tipo de gente de mente aberta, entende? Na verdade, muitos seres não-humanos têm uma ideia de purismo, transmissão do melhor gene. Essas coisas cafonas.
‒ Entendi ‒ disse Maurício, dando uma pequena saudação de entendimento enquanto terminava sua bebida. ‒ Eu estava pensando se tudo bem te chamar de Rô, ...?
‒ Rô? Tudo bem. Eu e mais um ou dois curtimos meninas também. ‒ Beto riu, pegando seu copo assim que esvaziou e encheu-o novamente, apesar dos gemidos de protesto de Mau. ‒ Mas, estou em caras no momento, o último não terminou muito bem, mas há um ou dois nos quais estou de olho.
‒ Oh sim? ‒ Maurício disse, fazendo uma careta enquanto tentava engolir mais álcool. ‒ O que aconteceu com o último?
A aura borbulhante de Roberto desapareceu visivelmente por um momento, balançando a cabeça. ‒ Nada que vale a pena falar, querido. ‒ Sua energia voltou com força total quando o carro parou, gritando ‒ Ah! Finalmente estamos aqui! Vamos!
A alfaiataria do Rogélyo era uma das mais antigas e sofisticadas de São Paulo, aninhada no bairro chique dos Jardins. Madeira escura, cortinas pesadas e dezenas de belos ternos expostos em todos os lugares que Maurício olhava. Ele estava com medo de tocar em qualquer coisa, enfiando as mãos nos bolsos quando Beto o levou direto para o fundo.
Havia um jovem robusto que aparentemente os esperava, olhando impaciente para o relógio enquanto limpava a garganta. ‒ Deixe-me adivinhar. Desastre natural, o carro explodiu, quebrou uma unha?
‒ Oh, Walter, fui pego brincando com o novo amiguinho do meu irmão. ‒ Rô fez beicinho, elu e Walter trocando beijos rápidos nas bochechas. ‒ Sério, porém, preciso que você me faça um milagre, porque temos uma grande festa para ir hoje à noite. Em como, uhm... ‒ Elu olhou para o relógio na parede. ‒ Oh, duas horas?
‒ Caramba. ‒ Maurício engasgou, olhando para a hora em choque. Já passava das sete. Ele não conseguia acreditar há quanto tempo ele e Roberto estavam fazendo compras.
‒ Entendi ‒ disse Walter, confiante, afastando Rô do caminho. ‒ Fique de lado. Profissional trabalhando aqui. ‒ Ele olhou para Mau, olhando com curiosidade enquanto dizia ‒ Vamos ver... Cerca de trinta e oito? Oh, essas pernas. OK. Tenho exatamente a coisa.
Beto sorriu e voltou para pegar Maurício de onde ele havia parado, guiando-o para os provadores privados e fechando a porta alegremente atrás deles. Havia uma grande variedade de espelhos e móveis de couro macio. ‒ Não se preocupe, não vou espiar. ‒ Elu brincou, cobrindo os olhos.
‒ Espere, o que é para fazer?
‒ Você está se despindo ‒ Rô informou sem rodeios. ‒ Walter terá que medir você. Esses ternos são feitos sob encomenda, mas, esperançosamente, com suas habilidades manuais? As alterações não vão demorar.
Mau caminhou em direção à área espelhada, franzindo a testa quando começou a tirar a roupa. Ele pelo menos estava de cueca, e Beto estava espiando entre os dedos da melhor maneira possível.
Walter entrou com um sorriso brilhante, carregando um terno vermelho escuro sobre o braço. ‒ Vamos, bonito ‒ disse ele, oferecendo o conjunto a Maurício. ‒ É hora de prepará-lo para a festa!
‒ Deixe-me saber quando eu puder olhar! ‒ Roberto exigiu.
‒ Não pode apressar a perfeição. ‒ Retrucou Walter, revirando os olhos enquanto ajudava Mau a se vestir.
O tecido era maravilhoso em contato com a pele de Maurício. Era um rico e profundo escarlate, e ele adorou imediatamente. Walter havia escolhido uma camisa preta de botão e uma gravata borboleta branca, deixando Mau olhando para si mesmo no reflexo do espelho quando tudo estava pronto.
O terno se encaixava muito bem, a calça exibia suas longas pernas e o paletó era costurado perfeitamente na cintura para lisonjear seu corpo esbelto. Ele nunca fora uma pessoa particularmente vaidosa, mas não conseguia parar de torcer e se virar na frente do espelho.
Maurício nunca se sentiu tão bonito, sorrindo para si mesmo. Ele realmente esperava que Caio gostasse, surpreso consigo mesmo com o quanto valorizava a aprovação de Caio. Ele também rapidamente percebeu que não havia preço na roupa e engoliu em seco. Ele não queria saber quanto custava.
Walter assobiou, chamando Roberto ‒ Eis! Perfeição.
Beto deixou cair às mãos e gritou animadamente. ‒ Sim! Oh meu Deus. Walter, onde você estava escondendo essa maravilha?
‒ É um original de Ozwald ‒ disse Walter com orgulho. ‒ Dizem que ele fez isso pessoalmente para o seu marido, mas o marido odiou. Mas o marido de Ozwald e seu amiguinho são praticamente do mesmo tamanho. Era para ser.
‒ Entendi. É perfeito. ‒ Rô insistiu imediatamente. ‒ Faça o que tiver que fazer. Temos que sair com isso em duas horas.
Walter estalou os dedos em Mau para subir em um banquinho, fazendo-o se afastar do espelho. Ele pegou uma fita métrica, levando Maurício de volta algumas vezes, casualmente cortando os olhos para Roberto enquanto dizia ‒ É terrível ouvir sobre Rico.
‒ Sim, está tudo acabado. ‒ Beto respondeu com uma voz que indicava que não estava. Seu corpo inteiro ficou tenso, os olhos estreitando-se para Walter com uma raiva feroz que Maurício nunca tinha visto.
O comportamento feliz de Walter caiu diante disso, dizendo rapidamente ‒ Bem. Boas notícias. Eu só tenho que soltar a bainha das calças em um centímetro e meio. Não deve demorar mais de uma hora.
Mau balançou um pouco, tentando ficar o mais imóvel possível enquanto o alfaiate fazia uma última medição. Ele franziu a testa, curioso, mas cauteloso o suficiente para esperar antes de perguntar sobre a estranha reação de Rô.
Ele tirou o terno e começou a vestir suas próprias roupas, esperando até Walter sair antes de perguntar ‒ Quem é Rico?
‒ Rico Bianco. ‒ Beto disse com um rosnado fraco, curvando os lábios. ‒ Meu ex-namorado.
Maurício coçou a cabeça, perguntando em voz alta ‒ Por que esse nome soa tão familiar?
‒ Ah? Você deve ter ouvido por aí. Está em todo o noticiário. ‒ Roberto riu amargamente. ‒ Esse é o cara cujo assassinato eles estão tentando colocar nas costas do Ném.
O coração de Mau parou. O caso que Alexandre está investigando.
‒ Você está bem? ‒ Beto perguntou, parecendo preocupade. ‒ Bebeu demais?
‒ Sim, apenas um pouco tonto. ‒ Mau disse meio alheio.
‒ Ei! Walter? ‒ Rô chamou docemente.
Walter enfiou a cabeça obedientemente, perguntando ‒ Sim, Sr. Roberto?
‒ Você poderia ser um querido e pedir uns hambúrgueres para nós? Precisamos de um pouco de comida para absorver um pouco dessa bebida. ‒ Elu ronronou, batendo os olhos.
‒ É claro, Sr. Roberto ‒ disse Walter, os dois compartilhando um pequeno sorriso enquanto olhavam para Maurício. Ele se sentiu positivamente verde.
Mau sentou-se rapidamente em uma das cadeiras felpudas, passando a mão pelos cabelos. Merda, ele estava suando. O caso de assassinato que Alexandre estava investigando era o ex-namorado de Roberto. Isso não poderia ser bom.
Ele olhou nervosamente para Rô, tentando sorrir. Elu havia dito algo sobre o relacionamento não ter terminado bem. Bem, merda, é claro que não teria terminado bem se Caio matou o cara.
‒ Você tem certeza que está bem? ‒ Beto perguntou, franzindo a testa. Mesmo bêbade, elu poderia dizer que algo estava errado.
‒ Bebi demais ‒ respondeu Maurício com um sorriso fraco, desejando pela primeira vez ser um mentiroso melhor.
‒ Não se preocupe ‒ disse Beto, sem perceber a fraqueza ou ignorando-a. ‒ Então! Animado para hoje à noite?
‒ Totalmente ‒ disse Mau, e desta vez seu sorriso era genuíno.
Eles conversaram sobre a festa e Maurício ouviu as fofocas de Roberto sobre os Senhores até a comida chegar. Mau nunca ficou tão feliz em ver comida, devorando ansiosamente dois X-Saladas sozinho. Isso ajudou a acalmar seu estômago e ele estava começando a se sentir muito melhor.
Walter voltou com o traje pronto, alegando que era uma obra-prima e Rô começou a xingar quando percebeu que horas eram.
‒ Sua obra-prima levou mais de uma hora! ‒ Roberto lamentou. ‒ Porra! Nós vamos nos atrasar!
Beto foi até o carro buscar alguns dos novos sapatos e meias de Mau, ordenando que se preparasse para se aprontar. Elu saiu da sala dessa vez, levando Walter com elu.
Mau se trocou rapidamente, mas franziu o cenho para a cueca. Eram outro par de cuecas boxers como as quais Rô o havia provocado. Não parecia certo usar algo tão horrível com um terno tão bonito. Ele decidiu ser ousado e não usar cueca, sorrindo orgulhosamente para si mesmo quando terminou de se vestir.
Quando Maurício se olhou no espelho, viu uma pessoa completamente diferente. Ele estava feliz.
Ele ignorou o peso rastejando em seu coração, pensando na investigação de Alexandre. Ele sabia que Caio era um assassino, sem dúvida. Roberto chegou a dizer que ele cumpriu pena por matar o pai. Mas quando estavam juntos, nada disso importava. Caio se tornou seu mundo inteiro, e Mau descobriu que não se importava com as coisas terríveis que o homem havia feito.
Estar com Caio o fazia se sentir completo.
Respirando fundo, ele se resolveu. Se esse acordo com Caio tem chance de virar algo mais, ele tinha que ser honesto com o homem. Ele ia contar a Caio a verdade sobre Alexandre. Esta noite.
Maurício enrolou suas roupas velhas e saiu da sala para a aprovação de Beto. Elu gritou de alegria, mexendo rapidamente com os cabelos dele. Depois de um spray de colônia, elu o considerou pronto para a festa.
‒ Então, quão tarde vamos chegar? ‒ Mau perguntou uma vez que estavam de volta no carro.
‒ Mmmm, tarde o suficiente para fazer uma entrada ‒ disse Rô com um sorriso malicioso. Elu arrastou seu novo vestido dourado pelas costas, apontando para Maurício e rindo ‒ Agora, tenho que me arrumar! Não espie!
Mau, obedientemente, fechou os olhos, apesar de estar tentado abri-los sem preocupação com todos os solavancos que ouvia. ‒ Você está bem?
‒ Tudo bem, tudo bem. ‒ Anunciou Rô. ‒ Surpresa!
Maurício abriu os olhos, sorrindo ao ver que Roberta vestia seu novo vestido com saltos brilhantes combinando, maquiagem já feita, e seu cabelo preso em um elegante arranjo de cachos. Ele riu, batendo palmas. ‒ Muito impressionante.
‒ Posso ter tido que me vestir na traseira de um carro uma ou duas vezes na minha vida. ‒ Elu brincou com uma piscadela. Bateu no banco do motorista sorrindo enquanto dizia ‒ Ei, Jonas? Jonas lindo, lindo, lindo? Luz da minha vida, menina dos meus olhos? Pisa fundo, querido. Temos uma festa de merda para chegar!
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Olá lobinhes,
vamos deixar um comentário e clicar na estrelinha pra tia vivi ficar feliz.
bjokas e até a próxima att.
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