Capítulo 12
Capítulo 12
Era uma coisa muito boa que Roberto havia chegado em seu carro com motorista, porque nem elu nem Mau estavam em condições de dirigir. Eles saíram do prédio de Maurício juntos, de braços dados, rindo e conversando. Era tão fácil se sentir confortável com Beto. Sua energia quente e feliz era positivamente infecciosa. Eles se amontoaram no banco de trás, ele admirado com as acomodações macias.
‒ Eu nunca estive em carro com motorista particular antes. Taxi e Uber não contam. ‒ Confessou ele, esticando as pernas longas sobre o assento.
Roberto sentou-se ao lado dele esticando a mão para uma térmica, puxando a garrafa de bebida com uma risadinha. ‒ Oh, é apenas o melhor, Nem me mima muito. ‒ Elu sorriu para Maurício, cutucando seus pés de brincadeira. ‒ Ele vai mimá-lo também, você sabe.
Mau colocou as mãos sobre o rosto, escondendo um sorriso embriagado. ‒ Ohhhh, não fale besteira.
‒ Estou apenas dizendo. Caio é muito bom com as pessoas com quem se importa ‒ disse Beto, inclinando para falar com o motorista. ‒ Jonas? Oi! Segue o caminho sempre, mas deixe o Rogélyo para o final. Obrigade!
Maurício não tinha certeza se Caio realmente se importava ou se estava apenas investindo no acordo. A maneira como Roberto continuava falando sobre isso estava dando muita esperança e ele não tinha certeza se deveria . Ele observou Beto encostar as costas no banco e servir bebidas, misturando um refrigerante cítrico claro e um pouco de granadina.
Elu deve ter feito isso muitas vezes, pois colocava as bebidas com o carro em movimento sem derramar uma gota. Elu praticamente enfiou o copo na mão de Mau, aplaudindo-o ‒ Agora! Este é pra você, Maurício dos Santos!
‒ Para mim? ‒ Maurício não entendeu, mas brindou de qualquer maneira, saboreando a mistura doce.
‒ Sim! ‒ Roberto disse, apontando um dedo para ele. ‒ Não vejo meu irmão tão feliz há muito tempo.
As bochechas de Maurício estavam quentes enquanto sorria timidamente. ‒ Acho que você pode estar tendo muitas esperanças sobre o que exatamente seu irmão quer de mim.
‒ Confie em mim ‒ disse Beto, arqueando a sobrancelha. ‒ Eu o conheço melhor do que ninguém. Na outra noite, quando te conheci, no hotel? Eu não o via sorrindo daquele jeito há anos.
Mau sabia exatamente a qual sorriso elu estava se referindo. ‒ Isso... isso é por minha causa?
‒ Uh huh. ‒ Roberto murmurou sobre a borda do copo enquanto bebia. ‒ Claro que sim. Não sei o que você está fazendo com ele, mas continue fazendo, ok?
‒ Vou fazer. ‒ Maurício riu.
Eles chegaram à primeira loja e, quando Mau saiu do carro, ele percebeu que estava realmente fora de sua realidade. Eles estavam na Oscar Freire, e ele nunca se sentiu tão deslocado. Beto pareceu sentir seu desconforto, entrelaçando os braços novamente.
‒ Ei, não se preocupe com isso. ‒ Elu ronronou. ‒ Nós vamos fazer igual ao filme Uma Linda Mulher, porra, você está bem?
Mau riu quando Roberto o arrastou para a loja. Elu não estava brincando quando disse que ia ser um banho de loja, os vendedores mal conseguiam acompanhá-lu pegando coisas das prateleiras e jogando-as nos braços deles.
Camisas com botões de todas as cores e padrões, camisetas de bandas vintage, jeans justos, muitos jeans, sapatos e mais sapatos.
Maurício olhou assombrado para Beto percorrendo a loja. Elu nunca parou para olhar um preço. Elu fazia uma pausa esporádica para olhar de volta para Mau, semicerrar os olhos como se estivesse perdide em pensamentos e depois continuar. Se elu não podia tomar uma decisão entre duas peças de roupa, simplesmente comprava as duas.
Era o mesmo em todos os lugares que eles iam, de uma loja para a outra, Roberto comprou o que queria para Maurício e, eventualmente, começou a deixá-lo escolher algumas coisas para si também.
‒ Eu tinha que garantir que seu gosto de moda pudesse ser confiável. ‒ Elu brincou enquanto arrastava alguns vestidos para si mesma, de volta à área dos provadores da última boutique.
Esta era a quarta loja. Ou a quinta? Mau foi inegavelmente manipulado, mas estava se divertindo muito. ‒ Eu não tenho mau gosto para moda. ‒ Ele protestou com uma risadinha bêbada. ‒ Eu só focava muito na minha profissão! Não tenho muita vida social casual.
‒ Eu sei que o loft não é seu. ‒ disse Beto com uma risadinha minúscula, gesticulando para ele se sentar em alguns pufes que estavam dispostos juntos em frente aos provadores. ‒ Precisamos tirá-lo de lá, como imediatamente.
‒ Não posso pagar. ‒ Mau suspirou quando se sentou nas almofadas convidativas. ‒ Meio que realmente.
‒ Ugh, basta pedir dinheiro ao Nem. ‒ Roberto gemeu, entrando no provador. Elu continuou a falar, chamando ‒ Você tem contas a pagar, certo? E não pode depender de fichas de cassino clandestino, querido!
O rosto de Maurício corou furiosamente. ‒ Eu não quero quebrar o nosso acordo. Preciso de um emprego, Beto. Esse acordo que temos não vai durar para sempre.
Roberto saiu saltitando do provador usando um vestido dourado com as costas abertas que mostravam todo o comprimento gracioso de sua coluna. Ela deu algumas rodadas, checando cada espelho adjacente, olhando por cima do ombro para Mau.
‒ Você definitivamente não está se dando crédito suficiente, docinho. ‒ Elu murmurou ‒ mas se está tão preocupado com isso, por que não pede um emprego para Ném? Ele é dono de vários clubes, um restaurante. Poderia conseguir algo totalmente legalizado para você.
‒ Quero dizer, acho que sim. Na verdade, eu nunca trabalhei em nada que não fosse o entretenimento pessoal, digamos assim ‒ disse Maurício, rolando de bruços e esticando-se entre os pufes macios. Ele olhou para Roberto, seus olhos novamente vagando para a coleção de cicatrizes dançando para cima e abaixo nas costas delu.
‒ O que é? ‒ Beto perguntou, erguendo uma sobrancelha quando sentiu Mau olhando para elu.
‒ Posso te perguntar... ‒ Maurício esfregou o rosto, um pouco embriagado para encontrar uma maneira educada de fazer sua pergunta. ‒ Uh...
‒ As cicatrizes? ‒ Roberto respondeu, seu charme borbulhante não fracassando por um segundo.
‒ Merda, sinto muito ‒ disse Maurício, imediatamente envergonhado por perguntar. ‒ Não é da minha conta, sou um idiota...
‒ Não! Está tudo bem. ‒ Beto disse com uma risada leve. ‒ Elas foram colocadas aí pelo Roberto Sênior.
‒ Roberto Marchetti, seu pai? ‒ Mau tentou não parecer absolutamente horrorizado, mas tinha zero controle sobre o rosto. ‒ Sinto muito, desculpe... eu... eu não sabia.
‒ São apenas cicatrizes ‒ disse Roberto com um sorriso triste. ‒ Eu era tão pequeno, honestamente, que não me lembro como consegui a maioria delas. Ou talvez eu tenha bloqueado tudo, quem diabos sabe. Não é nenhum grande segredo que Roberto Sênior costumava abusar de nós. Especialmente Ném. Deus. Roberto realmente o odiava.
Maurício começou a conectar os pontos mesmo em seu estado de embriaguez, perguntando baixinho ‒ É por isso que Caio... uh, não...
‒ Não tira a roupa dele? ‒ Beto respondeu sem rodeios. ‒ Sim, é por isso. Ele é muito engraçado com suas cicatrizes. Veja, eu adoro exibi-las. Eu amo saber que sobrevivi. Mas Ném... ‒ Elu mordeu o lábio como se estivesse hesitando quanto deveria compartilhar. ‒ Bem...
‒ Está tudo bem ‒ disse Maurício rapidamente. ‒ Entendi. Quero dizer, não sei, mas quero. Eu sou apenas... Não acredito que alguém, alguém, faria isso com seus próprios filhos.
‒ Você sabe, eu realmente tive muito tempo para pensar sobre isso. ‒ disse Roberto, lábios curvados em um beicinho contemplativo. ‒ Eu pensava que talvez meu pai tenha feito o que fez conosco, para nos tornar mais humanos, arrancando nossas asas. Talvez seja por isso que ele foi tão cruel, especialmente com Ném, já que ele era mestiço e nunca seria aceito na sociedade fay.
‒ Eu tinha pensado, oh, é por isso que ele era horrível com minha mãe, a levou a beber até o esquecimento. E foi por isso que ele me machucou, desde que sua partida não poderia ser culpa dele, obviamente era minha. Ele tinha que colocar a culpa em outra pessoa. Mais alguém além dele mesmo. Mas não havia desculpa para toda a merda horrível que ele fazia. Eu e Ném com certeza não merecíamos. Assim. Acontece que meu pai era apenas um monstro do caralho. Isso é tudo.
‒ Era? ‒ Maurício ecoou baixinho.
‒ Ugh, eu continuo esquecendo que você mora não sabe muito sobre essa parte do submundo. ‒ Beto bufou. ‒ Sim, querido. Muito 'era'. Ele está morto.
‒ Morto?
‒ Uh huh ‒ disse Roberto, ajustando as alças do vestido e retornando para examinar seu reflexo. ‒ Ném o matou.
Maurício achou que ia vomitar, com a mão na boca, ofegando de horror. ‒ Espere, você está falando sério? Ele o matou? Espere, isso é como coisas secretas da máfia que eu não deveria saber, oh, porra...
‒ Pffffft! Não, por favor. ‒ Roberto riu ao ver como Maurício estava confuso. ‒ Ném cumpriu pena por isso. Foi considerado homicídio culposo.
Não cabia a Maurício decidir se um homem como Roberto Marchetti merecia morrer por seus crimes, embora estivesse claro que ele não era uma boa pessoa. Ele sabia da reputação de Caio, mas nunca soube diretamente que o homem com quem estava dormindo no momento era assassino.
Havia uma voz minúscula protestando no fundo da mente de Mau que pelo menos era um cara horrível a menos no mundo. Ele ficou surpreso com a rapidez com que mudou de pensamento para defender o que Caio havia feito.
Maurício não tinha certeza se isso era para se sentir melhor em dormir com Caio, ou se ele realmente acreditava que alguns crimes eram aceitáveis, dependendo das circunstâncias.
Tentar decidir se o assassinato era justificado não era um debate que o cérebro embebido com os drinques de Beto estava preparado para lidar. Ele sentou-se, descansando o rosto nas mãos, balançando a cabeça enquanto dizia ‒ Uau... pena mínima, hein?
‒ Uhhuh. ‒ Rowena falou lentamente, retornando ao provador para trocar de roupa novamente. ‒ Papai tentou colocar as mãos em Ném, e bem, ele decidiu que seria a última vez.
‒ E é por isso que Ne... merda, quero dizer, Caio, é por isso que ele não gosta de ser tocado. ‒ Acrescentou Maurício em voz baixa. ‒ Por causa dos abusos do pai.
Roberto voltou com sua roupa original, com o vestido dourado pendurado no braço, oferecendo um sorriso compreensivo. ‒ Sim. ‒ Elu disse. ‒ ... e bem... há outra merda. É só que... ugh.
‒ O que é? ‒ Maurício perguntou com uma careta.
Beto suspirou, as mãos nos quadris enquanto lutava para encontrar a coisa certa a dizer. ‒ Para Ném, é tudo uma questão de confiança. Não é que ele não goste de ser tocado, quero dizer, foda-se. Acho que ele quer isso. Mas tem que ser nos termos dele. Você só precisa ser paciente, ok?
‒ Posso fazer isso. ‒ Mau assentiu, talvez ansiosamente, acrescentou rapidamente ‒ Sabe, por causa do nosso acordo.
‒ Certo ‒ disse Roberto maliciosamente. ‒ O acordo.
‒ Sim... ‒ disse Maurício, indignado, abrindo um grande sorriso bobo. ‒ ... e é tudo o que vou dizer.
‒ Mmmm, então parece que você precisa de outra bebida. ‒ Beto provocou, agarrando as mãos de Mau e puxando-o para ficar de pé. ‒ Temos apenas mais uma parada para ir! Temos que pegar seu traje para hoje à noite e podemos beber no caminho.
‒ Mais bebida? ‒ Maurício riu incrédulo, encantado com o riso perverso de Roberto.
‒ Duh! ‒ Elu comprou o vestido e o arrastou de volta para o carro, outra rodada derramada em segundos enquanto brindavam novamente.
‒ Obrigado ‒ disse Maurício, engolindo a bebida, antes que Brto tentasse enfiá-la na garganta. ‒ Sério.
‒ Pelo quê? ‒ Roberto perguntou, inclinando a cabeça com curiosidade.
‒ Por isto. Tudo isso! ‒ Mau exclamou, com um sorriso doce. ‒ Não me lembro da última vez que apenas saí com alguém. E as roupas, meu Deus, você não precisava comprar tudo isso. Me diverti muito. Isso é simplesmente... é incrível. Você é incrível.
‒ Awww, querido! ‒ Beto se jogou, abraçando Maurício com força. ‒ Eu sei que sou incrível, não precisa me dizer. Mas, falando sério, estou feliz em te enfeitar. Foi divertido!
‒ Obrigado! Hoje é só... uau. Hoje foi um dia muito louco. Ainda não acredito que isso esteja realmente acontecendo comigo.
‒ Você apenas espera até a festa. ‒ Roberto prometeu, balançando as sobrancelhas. ‒ Vai ser maravilihoso.
Mau sorriu. ‒ Você é realmente um ser incrível, Roberte Marchetti.
‒ Vamos lá, pare com essa merda piegas. ‒ Beto gemeu, rindo bêbade. ‒ Você precisa entrar arrasando nessa festa.
‒ Certo, então, para que serve a festa? É o aniversário de alguém? ‒ Maurício perguntou, fazendo uma careta enquanto tomava outro gole de sua bebida muito doce.
‒ É uma festa da família. ‒ Beto disse alegremente. ‒ Mica Tramonte acabou de sair da cadeia.
‒ Mica Tramonte? O L'ombra? ‒ O queixo de Maurício caiu. ‒ Ele não é... um assassino?
‒ Sim! ‒ Roberto disse com um sorriso malicioso. ‒ Ele é um dos senhores originais de Caio.
‒ Quem? ‒ Mau perguntou impotente. Ele realmente precisava dar um giro na deep web.
‒ Il Signori, essa é a nossa pequena família de criminosos. ‒ Explicou Beto com um sorriso feliz. ‒ O melhor dos melhores cidadãos não tão cumpridores da lei do centro velho de São Paulo. Como nenhum deles é puro sangue, os Sartori nunca quiseram nada com eles. Praticamente os tratava como lixo, disse que nenhum deles valia a pena. Mas veio Ném, que definitivamente não ama os Sartori, e os reuniu. Ele podia ver quanto potencial eles tinham e formou sua própria família, Os Senhores, Il Signori. Foi assim que ele conseguiu expulsar os Sartori da cidade.
‒ Então, quem vai estar lá hoje à noite? ‒ Maurício chiou. ‒ Todos os senhores?
‒ Não se preocupe... ‒ Roberto o acalmou. ‒ ... eles são todos leais a Ném, você não tem absolutamente nada com que se preocupar. Só os mais chegados estarão lá hoje à noite, e todo mundo está tranquilo. Ugh, exceto aquele assustador Carlo, mas não se preocupe com ele. Ele é apenas esquisito.
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Olá lobinhes,
como tem gnt que não viu o filme Uma linda mulher, coloquei a música com cenas do filme na mídia. fica a sugestão para o dia de folga. assistam. é um clássico.
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bjokas e até a próxima att.
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