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☠ XV - Interlúdio ☠

No Revenge, Skyller e Fox, assim como os demais homens no navio, permaneciam perplexos demais para continuarem com seus duelos particulares. O fogo se alastrava pela orla, engolindo tudo à sua frente como um dragão feroz e implacável. Em certo ponto, Fox cansou-se de assistir a tudo como um mero espectador impotente, partindo com sua fúria para cima de Skyller.

— Que espécie de truque é esse, seu rato trapaceiro? — grunhiu ele, agarrando-o pelo colarinho.

Skyller agarrou as mãos de Fox, tentando afrouxá-las para respirar.

— Acha que eu fiz isso? — disse ele com dificuldade. — Por que mataria meus próprios homens? Por que destruiria toda a encosta da ilha, a nossa casa?

Um rosnado rouco de revolta saiu da garganta do pirata. Para a sua frustração, o que acabava de ouvir fazia sentido. Ele soltou Skyller, passando a andar de um lado a outro pelo tombadilho, desviando de alguns corpos caídos.

— Então de onde vem todo esse fogo?

Skyller ergueu-se novamente, apoiando-se na amurada do navio.

— Você vive nesta ilha a quase tanto tempo quanto eu, o suficiente para saber que ela às vezes age como um organismo vivo. Fazia tempo que ela não se rebelava, mas parece que desta vez as forças ocultas se irritaram de vez, ou seja lá o que move esse pedaço de terra obscuro.

— Senhor!? — gritou um dos homens junto ao mastro principal. — O que faremos?

Skyller franziu o cenho. Não podia simplesmente permanecer inerte enquanto Libertália queimava à sua frente, destruindo todo o seu legado. E principalmente, precisava salvar a sua família. Louise e seus filhos deviam estar perdidos em algum lugar no meio daquele caos infernal, e nem que tivesse que se embrenhar sozinho por aquele labirinto escaldante, ele os resgataria.

— Aproxime-se da orla. Resgataremos os sobreviventes.

Aquilo não agradou a Fox.

— Está louco? Se fizer isso, iremos todos morrer.

— Não posso deixá-los queimar sem fazer nada, John. Sei que está ansioso com a sua guerra, mas de que adiantará vencer se ao fim restarão apenas três homens e uma ilha destruída?

Por mais que Fox detestasse concordar, tinha que admitir que Skyller estava com a razão. Diante de tamanho caos, sua tão aguardada guerra teria que ser, mais uma vez, adiada.

— Não sei como fará isso, mas em nome de nossa antiga aliança, eu recuarei. — Ele olhou para a costa em chamas, perguntando-se quantos de seus homens conseguiriam sobreviver. — Tendo em vista a terrível tragédia que nos assola a ambos, proponho-lhe uma trégua de sete dias.

— Não esperava outra coisa de você, John. — Skyller estendeu-lhe a mão. — Trégua aceita.

Fox assentiu seriamente, apertando-lhe a mão.

— Homens, recuar! Regressar ao navio!

Enquanto os homens de Fox afastavam-se e o Revenge seguia adiante, direto ao fogo, Skyller percebeu uma sutil mudança nas labaredas acima das nuvens. Lentamente, as chamas iam ganhando uma tonalidade azulada, e o calor, antes abrasador, já se tornava suportável.


☠☠☠


Imóvel e compenetrada, Makanda observava a ampulheta sem despregar os olhos, como se as rachaduras pudessem se quebrar caso ela os desviasse por um segundo. Em seu trono de ouro, as fissuras do artefato vibravam como nunca, uma névoa esverdeada pairando ao seu redor como um véu de veneno. As areias continuavam a cair lentamente, cada grão soltando-se com agrura. Ao seu redor, todo o tesouro de Eldorado reluzia com frieza impassível.

A anciã estava ciente de que a qualquer momento a gruta poderia ser tomada por piratas, mesmo com os malgaxe protegendo sua entrada e os homens de Skyller bloqueando a passagem, mas não podia deixar de tentar consertar o objeto místico com a magia que lhe fora herdada. Depois de ouvir de Zaki tudo o que o espírito da ilha lhe dissera, resignou-se a assumir para si a tarefa de retardar a destruição de seu lar, forçando o fluxo dos grãos de areia contra a gravidade. O suor escorria de sua testa enquanto ela se concentrava, canalizando toda a energia para impedir que mais um grão se soltasse.

Porém, toda a energia despendida por Makanda, misturada à energia inversa da própria ampulheta, a comprimia, exercendo uma pressão tão intensa que ela não pôde mais suportar. As fissuras romperam-se em uma grande explosão, cacos de vidro lançados ao vento. Alguns atingiram Makanda, que caiu para trás com o impacto, aterrorizada. Sobre o trono, e já sem barreiras, as areias desciam ordenadas, escorrendo com fluidez para o chão.

— Vó? — chamou a voz alarmada de Zaki, correndo para socorrê-la. — O que aconteceu aqui?

A mulher teve um segundo para perceber que o neto tinha uma espada pirata em sua cintura, e o quanto aquilo era errado em vários níveis. Mas não havia tempo para protestos tardios.

— Acabou — disse em tom sombrio, afastando-o com as mãos. — Posso me recompor sozinha, vá até Skyller e avise-o sobre a ampulheta. Diga-lhe que o que mais temíamos aconteceu: a fronteira se rompeu. O tempo voltou a correr.

Zaki engoliu em seco, tentando absorver as palavras da avó.

— Mas... não há nada que possamos fazer? Talvez um feitiço...

Makanda colocou as mãos sobre as dele.

— Não, Zaki. Estamos lidando com uma magia muito mais antiga que a dos malgaxe. Os espíritos da ilha decidiram que não vão mais tolerar interferências externas, e não há nada que possamos fazer quanto a isso. Apenas vá até Skyller e lhe diga. Estamos entregues a nossa própria sorte.

Zaki queria protestar. Nunca, em toda a sua vida, tinha presenciado a avó com aquele olhar de derrota. Ela sempre lhe pareceu uma fortaleza indestrutível, e vê-la naquele estado lamentável era assustador. Ele fez menção de levantá-la, mas Makanda recusou-se terminantemente. Sem lhe restar outra escolha, Zaki assentiu, lançando um último olhar aflito para as areias, que permaneciam escorrendo para o chão da gruta como uma correnteza implacável.


☠☠☠


Sobre ondas agitadas, a pequena canoa balançava ao sabor do vento. Instável, mas a salva do fogo, ela avançava, deixando para trás aquele punhado de terra traiçoeiro, que agora desmanchava-se entre a fumaça como uma pintura surrealista macabra.

Elisa estava dobrada sobre seu próprio estômago, tentando não vomitar, enquanto Henrique e Omar continuavam a remar no mesmo ritmo desesperado. Ao lado de Oliver, Nadine esforçava-se para não desmoronar na frente do primo. Assistir a destruição de Libertália à distância, sem poder fazer nada a respeito, era demais para ela.

— O que aconteceu com os outros? — disse Oliver, esquecendo-se por um momento de sua teimosia. — Eles fugiram também?

Nadine engoliu em seco, sentindo o gosto amargo da impotência ao tentar parecer firme diante do garoto. Ele não era o único preocupado com a família. Apesar da briga com Eric, da frustração com Zaki e da revolta com as atitudes de Skyller e Sarah, a ideia de nunca mais poder vê-los era devastadora.

— Claro, eles são espertos. Já devem estar longe — mentiu ela.

Um silêncio fúnebre apoderou-se da embarcação, cada um dos tripulantes absorto em seus próprios temores. Em um dado momento, uma força invisível pareceu cair sobre eles, despencando em uma onda gigante que os pegou desprevenidos. Henrique e Omar ergueram-se de seus assentos, lutando com os remos para estabilizar a canoa. A força da água varreu os cinco, deixando-os encharcados e com gosto de sal na boca.

Quando o mar acalmou-se novamente, não havia mais ilha sendo engolida pelo fogo. Nadine girou no lugar tentando localizá-la, pensando que talvez a onda os tivesse desviado da rota, mas o que os seus olhos encontraram foi uma imagem surreal para o seu cérebro: o mar desbocava em um canal de águas escuras e calmas, por onde transitavam diversos navios de tamanhos variados. Alguns eram enormes, como montanhas flutuantes que se erguiam das águas, com espaço de carga suficiente para conter duas Libertálias. O canal serpenteava uma extensa faixa de terra, repleta de estruturas metálicas com suas garras desafiando a gravidade, como insetos gigantes erguendo caixas retangulares enormes. Mais além, infinitos prédios construídos verticalmente perdiam-se ao horizonte, mergulhados em uma nuvem de poeira esbranquiçada, os últimos raios de sol dando espaço a uma noite quente sem estrelas. As luzes da cidade a deixaram tonta. Definitivamente, não estavam mais em Libertália.

— Mas que m... — disse Elisa, ainda tentando recuperar-se de seu enjôo. — Aquele é o Porto de Santos, como viemos parar aqui?

— Não faço a menor ideia — tornou Henrique, igualmente chocado.

Omar era o único que não parecia abalado com a visão. De pé e com o remo em mãos, ele exibia um sorriso vitorioso irritante em sua face.

— Ora, ainda não entenderam que a localização de Libertália é imprecisa? Podemos chegar a ela e voltar por caminhos completamente diferentes, faz parte da magia da ilha. Mas esse lugar... — ele olhou ao redor, suspirando. — Ah, já faz tanto tempo... A cidade cresceu tanto, mas o cheiro de enxofre continua o mesmo.

— Você já esteve aqui antes?

Omar não respondeu. Apenas continuou sorrindo, como se chegar até Santos fosse o prêmio máximo de sua tortuosa aventura.

Sua postura irritou Nadine. De punhos fechados, ela ergueu-se de seu assento, forçando os olhos a desviarem-se da overdose de informações que captavam e fazendo a pequena embarcação balançar perigosamente sobre as águas.

— Escute, já está na hora de você nos dar algumas explicações — ela avançou sobre ele, a mão tentando agarrar seu colarinho. — Como, por exemplo, quem é você de fato, o que sabe sobre Libertália e os espíritos da ilha, e por que nos enganou para trazermos até aqui?

Omar aproveitou-se do balanço do barco para desviar de Nadine, usando o remo para repeli-la. Os outros encaravam-nos com aflição e ansiedade, aguardando o desfecho do embate.

— Ei, vai com calma. Aquela onda já quase nos afundou, se continuar balançando assim, o barco não irá aguentar.

Nadine grunhiu, com raiva, mas recuou para o seu lugar.

— Isso não é uma desculpa para ficar calado!

— Nadine tem razão — interveio Henrique. — É melhor começar a se explicar, somos três contra um.

— Quatro! — protestou Oliver.

— Ah, então agora está do nosso lado? — zombou Nadine.

— Por enquanto — disse o menino de má vontade, cruzando os braços.

Omar deu de ombros.

— Primeiro precisamos chegar em terra firme. Eu prometo responder a todas as perguntas que queiram me fazer, mas antes temos que sair deste barco.

Henrique, Nadine e Elisa entreolharam-se. O que o garoto poderia fazer até atracarem? Como Henrique dissera, ele estava em menor número. Não havia escapatória.


☠☠☠


Quando a quilha do galeão tocou a areia, já não havia mais fogo. As labaredas haviam se extinguido da mesma forma que começaram: do nada. Incrédulo, Skyller observava a costa fumegante e devastada da ilha, tentando registrar todo o estrago causado. O mar estava salpicado por destroços fumegantes e corpos que boiavam de piratas que tentaram fugir nadando. Os poucos homens que haviam sobrevivido estavam feridos, com as roupas chamuscadas, lutando para se reerguer. As barracas e as casas tinham sido queimadas por completo, restando apenas um rastro negro de destruição.

Skyller ajoelhou-se sobre um dos corpos carbonizados que enchiam a costa como um espetáculo de horror. Desfigurado pelo fogo, não havia como saber se era um dos seus ou dos de John Fox. Lentamente, os sobreviventes que vinham do Forte e da trilha da floresta aproximaram-se como uma marcha fúnebre, o silêncio pungente preenchendo o vazio deixado pelas chamas. O líder de Libertália sentiu os joelhos fraquejarem, temendo desmoronar diante dos homens que lhe restavam.

Louise veio apertar-lhe o ombro, e ao encontrar seus olhos de fibra, limpos e determinados, Skyller sentiu-se reconfortado. A mulher o envolveu em um abraço apertado, e apesar de cheirar a queimado, ele deixou-se afundar em seus braços por um instante. Precisaria de toda a força transmitida por Louise para enfrentar os demais.

— Skyller? — chamou a voz de Fox ao seu lado. Ele não tinha percebido que o pirata havia se juntado a ele. — Precisamos fazer algo sobre isso.

À presença de Fox, alguns homens remexeram-se, desconfortáveis, à procura das armas restantes, sem saber se deveriam voltar à luta ou não. Skyller afastou Louise com um gesto suave.

— Abaixem as armas — ordenou ele. — Firmamos um acordo de trégua de sete dias.

Alguns obedeceram, enquanto a outra parte aguardava pela confirmação de John Fox, que assentiu prontamente.

— Utilizaremos esse meio tempo para cuidar dos feridos e enterrar nossos mortos, nos reerguer e tentar entender o que houve aqui, de onde veio esse fogo. Já esperamos muito por essa guerra, podemos esperar mais um pouco.

James e Sarah aproximaram-se deles, as roupas ainda fumegantes do incêndio. Ela tinha o lábio inferior cortado e ele estava com um ferimento transversal em seu abdômen, além de vários arranhões. Eric vinha logo atrás, parecendo totalmente desolado. Ele postou-se ao lado de Skyller, aguardando pelas instruções do pai.

— Que história é essa, John? — indignou-se James. — As forças de Skyller estão enfraquecidas, é a nossa melhor chance de tomarmos o poder!

Fox lançou-lhe um olhar duro e autoritário.

— Está discutindo as minhas ordens?

— Não, eu só... — James engoliu em seco, passando uma mão pelos cabelos a fim de arrumá-los, o que foi inútil, já que estavam ensebados, pregados pelo calor intenso. Só então ele reparou na mulher ao lado de Skyller, voltando sua atenção a ela. — Louise, há quanto tempo! Espero que Skyller não tenha...

— Não ouse se aproximar dela! — cortou Skyller, entrando na frente de sua esposa de forma protetora.

James atirou a cabeça para trás em uma gargalhada de escárnio, ignorando a dor em sua barriga.

— O que é isso, Skyller? O grande Capitão do Revenge está com medo de que eu lhe roube sua mulher? Não seria a primeira vez...

Skyller fechou os punhos, pronto para terminar o serviço que Sarah havia começado, mas Louise o empurrou para o lado, cortando qualquer movimento de hostilidade vindo dele.

— Não, eu posso falar por mim mesma. Não sou um objeto para ser roubada de alguém, James — atirou ela de forma dura. — Assim como também não sou obrigada a ouvir qualquer palavra desprezível que saia de sua boca. Vá embora, não há nada para você aqui.

— Está ferindo os meus sentimentos — ele colocou a mão do peito, simulando uma dor intensa. — Nunca pensei que fosse capaz disso.

Louise trincou os dentes.

— Acha que tem algum direito de me falar sobre sentimentos?

— Já chega! — cortou Fox, a voz rouca trovejando autoritária. — Não é hora de perdermos tempo com rixas antigas diante da situação caótica em que estamos. James, você me decepciona.

— Desculpe — resignou-se ele, abaixando a cabeça, embora sua face ainda exibisse uma expressão sutil de discordância.

Skyller agradeceu em seu íntimo pela interferência de Fox, pois um embate direto com seu antigo rival poderia desencadear uma nova guerra antes mesmo de completar o primeiro dia da trégua conquistada. Seus olhos passaram pelos sobreviventes, sentindo um alívio momentâneo ao ver Eric ao seu lado. O alívio, no entanto, logo foi substituído por uma pontada de pânico em seu peito.

— Louise!? Onde está Oliver?

Ele esperava que Louise o acalmasse com um olhar, mas a expressão que encontrou no rosto da mulher fez suas esperanças despencarem como um mastro quebrado após uma intensa tempestade.

— Skyller, ele... ele fugiu de mim enquanto evacuávamos a vila. Eu esperava que ele estivesse com você, no Revenge, mas agora...

— Ele não pode estar morto!

— Ele não está — interveio Zaki, deixando Skyller confuso. Não tinha reparado na presença do malgaxe ali. — Oliver e Nadine deixaram Libertália, eu senti isso enquanto vinha para cá.

Ele suspirou, deixando transparecer uma nota de tristeza na voz.

— O que!? — chocou-se Sarah. — Como?

— É sobre isso que vim falar. Skyller, a ampulheta está quebrada, a fronteira se abriu. O tempo... voltou a correr.

Skyller o encarou, sem saber o que dizer. Em um único dia, tudo o que lutara arduamente para construir tinha se desmoronado como um castelo de cartas ao sabor do vento.

— Onde está Makanda?

— Ela gastou muita energia tentando reverter a magia... tentando consertar a ampulheta. Ainda está se recuperando.

Fox escolheu aquele momento para exigir uma explicação:

— Do que esse garoto está falando, Skyller? Que ampulheta é essa? O que isso tudo significa?

O pirata lançou-lhe um olhar sombrio, e quando falou, sua voz estava envolta a uma escuridão insondável.

— John, está na hora de conversarmos sobre o futuro da ilha.

E agora, minha gente?

O que será de Libertália agora que o tempo voltou a correr? A ilha correrá risco de ser invadida? Ou será o contrário, os piratas invadirão o mundo moderno?

E quanto a Omar, falará enfim a verdade?

O que acontecerá a Elisa e companhia na cidade de Santos?

Não percam o próximo capítulo!

Votem, comentem, quero saber a opinião de vocês!

Bons ventos e até a próxima ;)

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