Capítulo 9
Pov Jamie
Fiquei parado por um tempo para perceber o que raio é que se tinha passado. Juro que não percebi, talvez tenha ido um pouco longe demais, ela estava tão entregue, mas se tivéssemos continuado tenho a certeza que não ia sair mais daquele quarto, quanto mais de casa. Para além de que tínhamos que ficar à espera de Don, antes de sairmos. E só isso já nos vai atrasar um pouco.
Assim que saio do meu devaneio de alguns segundos, caminho até à porta da casa de banho esperando que Dak não a tenha fechado. Pego na maçaneta e rodo, graças a Deus ela não a trancou. Caminho até ela é abraço-a por trás.
- Acho que se nos atrasarmos mais um pouco ninguém se vai importar.
- Nem penses, eu importo-me. A tua família já não vai muito comigo, se nos atrasarmos nem quero pensar no que me vão fazer.- de repente ela vira-se para mim...- Jamie como vamos fazer com o meu pai?
- Não te preocupes, vamos ficar à espera dele e depois saímos. E agora podíamos fazer uma rapidinha, por favor Coqui.
- Não. Deixaste-me na vontade ainda há pouco, agora quem vai ficar nela vais ser tu. Vou me arranjar, já que vou ouvir por chegar tarde, tenho que caprichar na vestimenta.
- Dakota.- saio do duche e enrolo-me numa toalha seguindo a génios a da minha esposa...- Amor os meus pais estão a tentar. A minha mãe disse-me que a Jess tinha falado com ela e com Liesa.
- A tua irmã intercedeu por mim? Eu senti que ela estava a tentar conhecer-me. Mas daí a dar uma palavra à tua mãe e à Liesa a meu favor, nunca pensei.
- Vais pelo menos tentar? Por mim?
- Sabes que eu sempre tentei, eu nunca respondi aos ataques deles, e se nunca o fiz, foi por ti amor.
- Eu sei, e nunca te agradeci por isso. Eu amo-te e nunca me vou arrepender de ter casado contigo.- dou-lhe um beijo na nuca que a faz arrepiar, e lá vamos nós outra vez...
- Não. Se fores um bom menino, pode ser que quando chegares a casa à noite eu te desculpe e te dê um prémio.
- Um prémio? Que prémio? Posso pelo menos saber o que posso ganhar se for um menino bem comportado?
- Não. Os presentes são sempre uma surpresa, e para a surpresa ser surpresa não posso contar.
- Por favor, pelo menos dá-me uma pista. Nem que seja bem pequena.
- Tudo bem. Posso dizer que eu sei que vais amar saborear a surpresa.
E assim sai do closet já arranjada e deixa-me sozinho no quarto a olhar para a parede com uma vontade louca de telefonar à minha mãe, inventar uma desculpa e ficar a amar minha mulher e a sua surpresa.
Mas não posso, sei que a Dona Lorna está a tentar criar algum tipo de laço com a Dak ,e não vou ser eu a estragar esse momento. Desci já pronto, e encontrei -a à porta a abraçar o pai. Choravam os dois, ela de saudades, e ele de vergonha pelo que aconteceu.
- Boa Noite Don. Seja bem vindo.- caminho até eles e cumprimento o meu sogro.
- Vão sair? Vim atrapalhar? Dak eu perguntei se haveria...
- Calma Don, nós vamos jantar a casa dos meus pais. Mas não há problema nenhum, pode ficar à vontade. Amor leva o teu pai até ao quarto enquanto isso eu tiro o carro, espero por ti lá fora.
Dou um beijo na sua testa, despeço-me de Don e sigo para a garagem para tirar o carro. Passado uns minutos Dak sai de casa o casaco vestido, com uns olhos que percebo logo que esteve a chorar.
- Desculpa, tive que refazer a maquiagem, mas não consegui disfarçar muito bem.
- Estás linda. E não estamos muito atrasados.
- Se tu dizes, o meu pai foi dormir, ele estava um pouco em baixo.
- Depois de tudo o que aconteceu hoje, eu imagino que ele esteja esgotado psicologicamente.
- Ele nunca nos levantou a mão, nunca nos bateu. Sempre nos disse que bater não era o melhor caminho, que uma boa conversa seria sempre a melhor solução. Que a violência sempre gerava mais violência, que apenas o amor poderia gerar mais amor.
- O meu sogro é poético. Mas ele tem razão, bater ou gritar não resolve nada. E como é que ele está em relação à tua mãe?
- Pelo que me disse eles resolveram-se antes de sair de casa. A minha mãe nunca o expulsaria de casa definitivamente, ela não vive sem ele. E vice-versa, meu Deus ainda me lembro dos dois anos de ideias mirabolantes que tínhamos os dois para ele reconquistar a minha mãe.
- Como assim? Eles separaram-se? Quando?
- Sim, há precisamente 16 anos. A minha mãe estava grávida e acabou por perder o bebé, o meu pais estava a começar a empresa nova, estava constantemente a viajar para conhecer os campos de golf. A minha mãe passou por tudo sozinha com três filhas pequenas. Assim que teve alta a minha mãe pegou em nós quatro e fomos para a América para a fazenda da Vovó Tippi.
- Para a América? A tua avó vive lá, nunca me contaste? Pensei que morasse mais perto?
- A Vó Tippi, não sai de lá. Diz que quem lhe tira a fazenda lhe tira tudo. Estivemos lá por dois anos, e durante todo esse tempo eu e o meu pai fizemos de tudo para que a minha mãe lhe perdoasse.
- Espera, dois anos? Ela levou dois anos para o perdoar?
- Sim.- olhei para ela e a minha cara devia ser o espelho do pânico...- Mas se queres saber eu acho que ela lhe perdoou ao fim de um ano, ou menos. Quando finalmente ela deu o braço a torcer, veio a notícia da gravidez da Stella.
- Então a minha cunhadinha é o resultado de um sexo reconciliador?
- Jamie. Meu Deus, que horror.- ela disse mas logo a seguir estava a gargalhar...- Não te atrevas nunca a dizer isso à frente dos meus pais, e muito menos da Stella, mas sim...e deve ter sido uma noite de sexo maravilhosa.
- Será que resulta connosco?
- O quê? Resulta o quê?
- Essa coisa de um sexo maravilhoso e reconciliador gerar um bebé?
- Por Deus, tu hoje só pensas nisso? O que raio te deu hoje homem. E em relação aos filhos, nao me sinto preparada, não depois de...
- Dak. Eu sei que passamos por algo complicado, que doeu em nós dois. E que foi talvez a decisão mais dificil que tivemos que tomar...
- Jamie, eu sinto como se parte de mim tivesse morrido naquele dia, e nada no mundo me vai tirar este sentimento de culpa por não ter feito mais.
- Ninguém teve culpa, aconteceu. Não era, para ser. O nosso bebé não iria sobreviver. Era biologicamente impossível.
- Mas o médico...ele disse que...
- Amor, foi duro, tomamos uma decisão difícil, mas eu sei que foi o melhor para nós três.
- Eu tenho medo Jamie...e se acontecer tudo de novo.
- Nada vai acontecer. E se acontecer eu vou estar contigo sempre. No outro dia, quando te vi com a Delfi, fiquei com uma vontade de que ela fosse nossa, estavas tão linda com ela nos braços.
- Eu quero, quero muito ter filhos, mas o medo de poder acontecer tudo de novo impede-me de...
Paro o carro, já que com toda a conversa acábamos por chegar ao nosso destino, tiro o cinto e viro-me para o amor da minha vida sem nem me importar dela ainda estar com o cinto.
- Amor, estamos à porta de casa dos teus pais.
- Ouve o que te vou dizer: eu Amo-te. E eu e tu podemos superar tudo se nos mantivermos juntos. Temos um anjonho no céu agora a zelar por nós e pelos irmaos que hão-de vir. Então eu sei, eu tenho a certeza que nada vai acontecer.
Beijo-a com posse, com paixão, com força. Dak, entretanto consegue tirar o cinto e retribui o beijo com a mesma força e a mesma paixão.
- Só não faço nada neste momento, porque senão sairmos do carro agora, a minha mãe vem nos aqui buscar. E não a quero matar do coração.- e rimos os dois.
- Eu prometo que assim que chegarmos a casa te dou o teu prémio com juros, e quem sabe não me convences a darvte um filho. Mas agora temos mesmo que entrar.
- Vou cobrar os juros. E fica calma, a minha mãe está mesmo a querer conhecer-te. E sabes que esse já é um grande passo para a Dona Lorna.
- Eu sei, porém ainda temos o teu pai. O Dr. Dornan tenho a certeza que vai ser um processo mais longo e difícil.
- Tenho a certeza que se conquistares a minha mãe, depressa conquistas o meu pai.
E assim decorreu o nosso caminho até casa dos meus pais. E quando saímos do carro apenas a abracei e disse-lhe.
- Aconteça, o que acontecer ali dentro quero que saibas que te amo, e que sempre serás a primeira e única escolha.
E com um beijo selamos esta promessa que não era apenas minha mas dos dois. Caminhámos de mãos juntas até à porta que logo se abriu.
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