Capítulo 37
A porta abriu de novo, e Jamie apareceu. Sorri para ele, mas ele deu me um meio sorriso. Percebi naquele segundo que algo de muito grave se passava com o Sr. Dom Johnson.
Jamie tentou disfarçar junto dos outros, porém eu conheço-o bem demais. Sei quando ele me estar a esconder alguma coisa. E desta vez eu queria não saber o que era.
POV Melanie
— Jamie.— grita a Rita...— Vou para casa, os exames estão todos bem...
— Vais para casa amanhã Rita e se os exames continuarem bons.— digo eu.
— Mãe...eu estou a tentar manter me positiva. Dizem que pensamentos positivos geram coisas positivas.
— Isso mesmo, Rita. Pensamento sempre positivo. — diz-lhe Jamie.
De repente o telemóvel do Jamie toca. É uma mensagem, ele lê e percebo que fica furioso. Chega perto da mim e pede-me que saia com ele. Pedimos licença e saímos.
— Mas como é que ele soube? Nós não falamos com ninguém daquela família desde que tudo aconteceu.
— Eu não sei. Pelo que soube foram os meus sobrinhos que estavam a falar entre si. O meu pai ouviu alguma coisa e eles acabaram por dizer o que sabiam. Depois disso...o meu pai conseguir tudo o que quer. Eles estão lá em baixo. O meu pai e o Craig...
— O Tio Craig está aqui no hospital? A fazer o quê?— Pergunta Dakota que pelos vistos nos seguiu sem nos apercebermos.
— Coqui...aprendeste a ouvir as conversas dos outros? Não te eduquei assim.
— Nem tentes desviar a conversa mãe. Achas mesmo que ia ficar ali dentro á espera que me dissessem o que se passava?
— Dakota.— Tento acalmar a minha adorada esposa, que está bastante chateada...já ouviram dizer "Com mulher "louca" andem as mãos e cale-se a boca". Ou seja, vou fechar a boca e deixar as duas resolverem-se. Porém...
— Eu sei que tu estás a esconder algo sobre o meu pai.— diz virando-se para Jamie...—Conheço-te bem demais, porém agora o que realmente quero é fazer aquele ser sair daqui.
— Tu não vais a lado nenhum Dakota. Se alguém tem que ir enfrentar esse homem sou eu. Jamie vens comigo por favor.
— Claro.— Responde Jamie.
— Tu ficas aqui com a Rita. E Dakota estou a falar a sério.
Deixamos a Coqui emburrada, e um bico do tamanho do mundo e vamos em direção á recepção. Não o vejo há mais de 20 anos, a última vez eu estava grávida de poucos meses de Dakota, e não resisti e tentar ir ver a Ariel, mesmo que de longe.
"Estava em casa com a minha sogra. Hoje acordei menos enjoada, realmente nenhuma gravidez é igual. A de Ariel talvez por ter sido uma gravidez de muito stress passei muito mal. Tive várias semanas de cama inclusive.
Já a da Eloise, foi o que se diz de uma gravidez santa. Não tive enjoo, não tive desejos, parecia até que não estava grávida. Esta está a ser um mix das duas. Don diz que é um menino, e não há quem lhe tire isso da cabeça.
— Ei bebé, que tal irmos passear?— Levanto-me e vou até á cozinha.— Vou dar uma volta, aproveitar que o bebé hoje me deu uma trégua. A Elô está a dormir, pode ficar com ela um pouco?
— Claro que sim. Vai e aproveita...— a minha sogra chega perto de mim e dá uma festa na minha barriga, que ainda está bem plana.— Até já bebé da avó...
E assim saio de casa. Não foi de propósito, mas acabei por ir dar á escola onde anda a Ariel. A minha primeira filha, a primeira princesa adentrar na minha vida. Aquela que me foi retirada dos meus braços sem dó nem piedade.
— Olha bebé, a tua irmã está ali. Eu gostava tanto que ela vos conhecesse, que convivesse convosco. Um dia, quem sabe...
— O que é que estás a fazer aqui?— olho para o lado e vejo Craig, aquele a quem me entreguei pela primeira vez, aquele que me traiu, e me roubou a minha filha.
— Eu estava só a vê-la de longe. Por favor Craig, ele também é minha filha.
— Ela não é tua filha. Não é o teu nome que ela tem na certidão de nascimento.
— Não sejas cruel, ela nasceu de mim. Ela é minha sim.— no meio desta discussão ouvi Ariel gritar...
— Mamã... mamã...— doeu, doeu mais do que poderia imaginar. E as lágrimas começaram a cair...
— Como vês não é a ti que ela chama de mãe. Agora sai daqui, e se te apanho de novo perto da Siena, em três tempos estás na cadeia.
— Ariel...— Digo baixo.
— O que é que disseste?
— O nome dela é Ariel... não Sienna.
— O nome dela é Sienna, é o nome que a mãe dela escolheu. Agora sai.
Olho mais uma vez para a minha princesa, abraçada á "mãe", olho para Craig e saio dali.
Foi neste dia que decidi "matar" este sentimento que me corroía o peito. Este amor que tanto me faz bem como me "mata" aos poucos.
Decidi viver para Don e para os meus filhos: Eloise e este bebé que mal nasceu e nem sabe que é ele me salva todos os dias a partir daquele dia de querer acabar com o meu sofrimento."
Quando chegamos a recepção disseram-nos que eles tinham entrado. Jamie gritou com a enfermeira, que não deveriam deixar passar assim as pessoas. E foi quando ela respondeu que o Dr. Dornan disse que era médico do Don, é que queria ver o seu paciente.
Jamie olhou para mim, e pedindo desculpa, começou a correr. Eu virei me para a enfermeira e educadamente perguntei o andar e o número do quarto do meu marido. Conhecendo um pouco do Dr. Dornan, sei que ele teria entrado no hospital fosse como fosse.
Depois de receber a informação dirigi-me até ao quarto. Quando cheguei, Jim e Craig estavam de costas para mim. Conseguia ouvir os gritos de Jamie...
— NÃO VAIS ENTRAR NESTE QUARTO PAI.
— Nós viemos em paz, eu vim como compadre, afinal ele é pai da minha nora.— diz Jamie.
— E eu sou quase irmão do Don. Nós crescemos juntos...
— Um irmão que quase deixa o outro ser preso,um irmão que rouba crianças...— ficam os dois a olhar para Jamie, e não sei se foi uma boa ideia o Jamie abrir o jogo.— Sim Dr. Craig Hermsworth, eu sei de tudo. E pode ter a certeza que aqui neste quarto vocês não entram.
— Jamie. Por favor nós viemos apenas despedir-nos dele. Afinal ele tem os dias contados...
Como assim os dias contados. Não. Isto não pode estar a acontecer... não pode, eu não posso ficar sem o Don. Eu não seria ninguém sem o meu amor. Quando percebo estou atrás dos dois a olhar para o Jamie que está com uma cara de assustado.
— Jamie...por favor...diz-me que é...mentira...diz-me que eu não ouvi certo...por favor.
— Mel...eu...eu...
— Olá Melanie. Parece que finalmente nos reencontramos, e com o meu querido "irmão" a morrer. Quem diria?
— Jamie...
— Eu...eu iria contar-te, mas surgiu este problema...— diz apontando para o pai e o Craig...— O Don ainda não sabe...ele queria que tu estivesses com ele...
— Pede á segurança para retirar estes dois senhores daqui e que não os deixem chegar perto da minha família. Eu vou entrar, vou ficar á tua espera para nos contares aos dois o que se passa.
Jamie assente, e eu entro no quarto. Don parece que está bem mais calmo, sereno.
Vou perto dele, e faço-lhe um carinho. Ele não acorda...
—Eu prometo-te meu amor, seja o que for, nós vamos lutar juntos. E nós vamos vencer.
Fico ali a fazer carinho. A relembrar-me de todos os momentos que tivemos. Dos felizes, dos menos felizes. Do nosso namoro, do nosso casamento, do nascimento das nossas seis meninas. Do pai maravilhoso que ele sempre foi, do marido apaixonado que sempre me surpreendia.
Fomos felizes. Somos felizes. E não vou deixar que nada nos tire essa felicidade. Como disse a Rita "Pensamentos positivos geram coisas positivas" então vai ser assim que vamos encarar seja o que for: sempre vendo o lado positivo.
E chegou ao fim. Agradeço o apoio de todas, esta maratona foi difícil.
Quero deixar aqui o meu obrigada à NovataSG, obrigada pelo carinho de hoje. Pode achar que o que disse não foi nada demais...mas me ajudou a tentar pelo menos escrever algo para cumprir a maratona.
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