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Capítulo 36

Pov Dak

Depois de Jamie sair ficamos no quarto com Tita: Poppi, Dr. Smith e eu. A Dona Mel chegou em pouco tempo, acho que ela deve ter voado com o carro.

— Rita. O minha menininha.— ela abraçou-a com lágrimas nos olhos...— Nunca mais me pregues sustos destes ouvistes? Envelheci 10 anos, acho até que nasceram um 1000 cabelos brancos.

— Mãe... não tem como teres cabelos brancos. Tu pintas o cabelo...

— Estás a zoar com a tua pobre mãe, Rita Maria Griffih Johnson.

— Eu. Não mãezinha que ideia. Nunca faria isso...

— Claro que não.— a minha mãe olhou para o Tio Colin...— Ela Já fez os exames? Aqueles...

— Não. Eu vou ver se consigo adiantá-los, Se tudo estiver bem, a senhorita pode voltar para casa amanhã, mas...repouso absoluto nas próximas semanas.

— Aceito. Tudo é melhor do que ficar neste hospital.— e depois do Tio Colin sair, Rita virou-se para todos e...— Mãe, o pai ainda está muito zangado?

— Ritinha, tu sabes como é que é o teu pai...

— Já que tocamos no assunto, podem explicar a este velhinho o que aconteceu...— ficamos as três a olhar umas para as outras, sem saber o que dizer. Até que Rita toma coragem...

— Na verdade o pai zangou-se comigo por dois motivos.

— Bem, não se pode dizer que tu não te aplicas. Quando é para chatear o teu pai, tu caprichas...

— A culpa não é minha se o pai não tem mente aberta e é rancoroso.

— Rita. Por muito que tenhas razão, não te quero a falar do teu pai assim. Ele pode ter sido muito rigído contigo, mas...

— Desculpa. Mas, quem me colocou nas aulas de música foi ele. Eu nunca pedi nada...

— Espera isto ainda é por causa da tua ideia de ir para o conservatório? De te dedicares à música?

— Sim Poppi.— eu respondi...— Mas esse ponto já tinha sido ultrapassado. O Pai esteve em Dublin, fui com ele ao Conservatório. Claro que conhecendo o pai sabes que ele ficou super radiante, mas o conservatório dá a hipótese de fazer um segundo curso, como um segundo plano.

— Hmmm. Bem Rita, sei que sempre gostastes de seguir a musica, porém até percebo o lado do teu pai.

— Eu não, porque é que temos que ser doutoras? Há tanta gente que não é doutora e é feliz.

— Pipoca, o teu pai só está a pensar no teu futuro. Ele...

— Não interessa Poppi, o pai já não me vai deixar ir. Não agora que ele já sabe...

— Ainda temos mais para ser desvendado. Isto está a parecer uma novela mexicana...

— Mas infelizmente não é, é a minha vida...só que o pai não percebe. Porque só vê o ódio e o rancor pela família do Liam.

—Liam!? Quem é o Liam?

— Hermstworth. O filho mais novo do Craig...— dia a minha mãe, e Poppi finalmente percebe todo o drama...

— Pipoca. Esse coração tinha logo que se amarrar com um Hermsworth?

— Não dizem que o coração tem razões, que a própria razão desconhece? E depois, o Liam não é o pai, e nunca será. Mas o Senhor Johnson não consegue ver isso.

—Rita, estás a ser injusta...— digo.

Neste momento entram duas enfermeiras que vêm buscar Rita para o exame. Depois dela sair, ficamos os três em silêncio naquele quarto branco de um hospital.

— Então o que fez a pólvora rebentar foi o namoro da Rita e do Liam?

— Sim. O pai ficou louco. Eu tentei falar com ele, fazerlhe ver que os actos dos pais não têm nada a ver com os filhos...

— Coqui, sabes bem que não é bem assim. Lembra-te do que aconteceu à Eloise...

— Eu sei. Mas o Liam era bebé quando isso aconteceu, assim como a Rita. Mãe, eu sei que vocês têm mil e uma razões para odiarem aquela família, mas às vezes eu pergunto-me: se a Ariel um dia ficar a saber a verdade, o que vão fazer? Vão negar a recebê-la só porque é filha dele?

— Ariel é minha filha, essa é a diferença...

— E...não vejo diferença nenhuma. Liam é filho deles também, mas é completamente diferente.

— Não queiras comparar a tua irmã com o resto, Dakota.

— Por quê? Ariel pode ser minha irmã por sangue, mas foi criada pelos dois assim como o Liam.

— CHEGA.— Poppi grita...— Até quando é que vão deixar toda esta história estragar a vossa família?

— Ariel foi me roubada dos braços...eu não pude fazer nada.

— Podias. Podiam os dois. Tu e o Don quiseram resolver tudo sozinhos. Nem á tua mãe tu contaste...e o Don também não.

— E do que iria adiantar Poppi. O Craig já nessa altura era influente. Nunca conseguiria reaver a minha filha...

— Vocês nunca tentaram mãe...essa é a verdade. Vocês tiveram medo do tio Craig.

— Dakota.— Poppi chama-se a atenção, e sei que fui longe demais, mas aquela era a verdade.

Quando soube de toda a história sobre a zanga do meu pai com o Tio Craig, eu disse o mesmo ao meu pai. Em relação á Ariel eles podiam ter feito mais. Era apenas pedir um teste de ADN, e todos ficariam a saber a verdade. Nenhum juiz entregaria uma bebê de dias ao pai, sendo que mesmo a mãe sendo estrangeira tinha o apoio necessário para criar a bebe.

Claro que como advogado o Tio Craig podia ter mais experiência e podia até "molhar" a mão do juiz. Contudo, quer a minha mãe quer o meu pai tiveram medo.

— Não é justo tu estares a atacar me assim Dakota. Tu já perdeste um filho, tu sabes a dor que é...o teu infelizmente morreu. A minha está viva porém morta para mim.

— Eu sei mãe. Desculpa...eu...perdoa-me. Mas o Liam é um bom rapaz. Ele não é igual aos irmãos, assim como a Ariel. Eles não são nada iguais, aliás eu acho que são infelizes naquela casa.

— E como é que sabes isso? Tu...

— O Jamie. Ele conhece-os, o Tio Craig é amigo do meu sogro. E pelo que sei a minha cunhada é amiga da Ariel.

— Então tu já estiveste com ela? Já a conheces? Como é que ela é? Ela parece se comigo? Ela desconfia que não é filha daquela mulher?

— Calma mãe...eu ainda não estive com ela. Mas já contei tudo ao Jamie...

— Tu o quê? Dakota...

— Mãe eu tive que contar, a avó começou a falar sobre resolver o problema da Ariel e que não se ia embora sem resolver esse assunto...

— A tua avó às vezes fala demais...

— A tua mãe está certíssima...

— Nós vamos falar com a Liesa, contar-lhe a verdade. Tentar com ela, que conhece a Ariel, encontrar uma forma de chegar perto dela. Aos poucos vou tentando aproximar me e quando for a altura conto lhe a verdade.

— Será que vai resultar? Se o Craig sonha...ele é capaz de a mandar para a Gronelândia.

— Mãe. Ela é maior e vacinada, não sei se iria só porque o Tio Craig quer.

— Bem voltando a história da Pipoca, o Don ficou furioso por ela estar a namorar esse tal de Liam?

— Sim. Ele pediu-me para arranjar um colégio em Dublin. Queria tirar a Rita daqui de Belfast.

—  E tu fizeste o que o teu pai te pediu?

— Eu não queria Poppi.— Disse-lhe.

— O Don ameaçou colocá-la num Internato, tu sabes que seria o fim para a Rita.— disse a minha mãe já com lágrimas nos olhos.

Contei depois tudo o que se passou, desde as ameaças ao telefonema desesperado da Rita para mim. Depois foi a vez da minha mãe contar lhe sobre tudo o que se passou desde que o meu pai soube da audição para o conservatório.

— Essa pessoa que me estão a descrever não é o meu filho. O Don que eu conheço, nunca bateria em nenhuma de vocês. Ele nunca sequer levantaria a hipótese de colocar a Rita num colégio interno. Ele sabe o que a Rita sofreu bebe ao estar afastada de vocês.

— Percebes agora o porquê do Jamie ter pedido para o secarem e trazerem para cá. Ele não está bem, ele iria bater na Gracie e na Stella só porque elas não queriam descer para jantar.

— O Jamie disse-te alguma coisa Coqui? Ele sabe o que o teu pai tem?

— Não mãe, ele disse-me que só depois de ver os exames podia ter certeza...

— Cheguei....— gritou Rita que vinha a rir junto do Tio Colin.— E adivinhem só... está tudo bem...posso ir para casa...

— Rita. Não foi isso que eu te disse.

— Tá, tá...eles querem voltar a fazer o exame amanhã e se estiver tudo bem então eu posso ir para casa...descansar.

— Exactamente. O eletrocardiograma está bom e na ecografia também não vimos nada. Porém a medicação que vem vindo a tomar pode estar a esconder algo. Então vamos dar 24 horas e repetimos os exames.

— E se estiver tudo bem com a minha bomba relógio, vamos para casa.

— Bomba relógio?! Rita...

— Não fui eu que o chamei assim, foi ele — disse apontando para o enfermeiro que ficou vermelho de vergonha e saiu.

A porta abriu de novo, e Jamie apareceu. Sorri para ele, mas ele deu me um meio sorriso. Percebi naquele segundo que algo de muito grave se passava com o Sr. Don Johnson.

Jamie tentou disfarçar junto dos outros, porém eu conheço-o bem demais. Sei quando ele me estar a esconder alguma coisa. E desta vez eu queria não saber o que era.

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