Bonus Amélia
Pov Amélia
O meu nome é Amélia. Sou a filha mais velha de Helena e Alun Maxwell. Tenho uma irmã mais nova, Leila. Uma nerd, só quer saber de livros e de ficar enviada no quarto.
A minha mãe sempre me ensinou que devemos querer sempre mais, que o que temos nunca é o suficiente, que nunca nos devemos contentar com o pouco, quando podemos ter tudo. E assim fui crescendo, querendo sempre chegar ao topo, porém sem muito trabalho porque como diria a minha mãe "Fomos feitas para ser servidas e não para servir..."
Com o meu pai tenho uma relação meramente de aparência. Apesar de até ser parecida com ele, já de feitio e personalidade sou toda a minha mãe. Apesar disso consigo sempre o que quero do meu pai. Desde pequena que é assim, basta dar aquele meu sorriso e um grande bico...e está no papo. Sim, aprendi com a minha mãe.
Fui filha única durante algum tempo até a minha irmã nascer. Se eu queria ter uma irmã? Não. Claro que não, ainda por cima saiu igual à minha mãe, mas com a pouca vontade de crescer na vida. Eu e a minha mãe tentámos ensinar-lhe os mesmos valores da minha avó: orgulho, preconceito e vaidade.
O orgulho é um sentimento de satisfação pela capacidade ou realização, ou um sentimento elevado de dignidade pessoal. Pode ser visto tanto como uma atitude positiva como negativa, dependendo das circunstâncias.
O preconceito é um juízo de valor criado sem razão objetiva e que se manifesta por meio da intolerância. Ele pode envolver a condição social, a nacionalidade, a etnia, a maneira de falar ou de se vestir, entre outros. Surge, a maioria das vezes, por meio das diferenças entre as pessoas e as opiniões que cada um tem sobre determinado assunto.
Já a vaidade é a preocupação excessiva em suas próprias habilidades ou atratividade para os outros. Ou como eu gosto de dizer, é apenas o saber que sou mais que os outros, apenas porque sei o que valo. Sei que sou bonita, inteligente e rica.
Já a pateta da minha irmã, Leila, é a coisa mais sem graça. Sempre com a cabeça enviada nos livros. Para alegria do meu pai decidiu seguir a profissão de família e foi para medicina. E tal como a minha tia Grace foi para Obstetrícia/Ginecologia. É menina do papá, literalmente. Já eu só para o meu pai não me encher a cabeça tirei um curso de Turismo. E podemos dizer que até que "exerço" a profissão, porque viajar é coisa que faço e muito.
Fora os meus pais e a minha irmã, tínhamos um tio do lado da minha mãe, mas esse eu nem o conhecia. Só sei que era médico, mas que sempre foi um "zé-ninguém". Nunca sonhou alto, para ele o que lhe interessava era salvar vidas, fossem de ricos ou de pobres. Foi através dele que a minha mãe conheceu o Tio Jim. Ele sim, sempre sonhou alto. Infelizmente ele apaixonou-se pela minha Tia Grace, irmã do meu pai.
A minha mãe ainda tentou, mas o tio Jim nunca quis nada sério com ela. Então como ela diz "O teu pai foi como uma ponte para os benefícios de ter Jim sempre perto, mesmo sem o ter". Eu sei que pode parecer frio e até cruel ela falar assim. Contudo, eu percebo que para conseguirmos o que queremos e merecemos, temos que fazer sacrifícios.
Os meus tios tiveram três filhos: Liesa, Jessica e Jamie. Com a minhas primas nunca me dei bem. Elas eram muito certinhas, nunca faziam nada de errado. Já Jamie, era o meu preferido, eu amava o meu primo. Ele passou muito tempo connosco lá em casa, já que a minha tia depois de o ter entrou numa depressão, bem pelo menos foi o que a minha mãe disse ao meu tio, e ele acreditou.
Crescemos juntos até aos cerca dos 3 anos, depois a minha tia quis o filho com ela. Os anos passaram e nós ficámos muito apegados um ao outro. Jamie recebeu os mesmos encinamentos de Orgulho, Preconceito e Vaidade que eu recebi. Então éramos muito parecidos, queríamos o melhor porque para nós só o melhor era suficiente. Acabámos por nos apaixonar.
As minhas primas, que eram mais velhas não quiseram deixar a mãe, elas sempre foram muito diferentes de mim, às vezes quando era mais nova perguntava-me muitas vezes se elas não eram filhas do meu pai e eu do meu tio. Elas eram tão parecidas com o "sonso" do meu pai e com a sem sal da minha irmã Leila, que até eu ficava enjoada por certas atitudes tão "nobres" que elas tinham. Quando fiquei mais mocinha, eu e a minha mãe tivemos uma conversa sobre o meu primo Jamie.
"Um dia ao chegar da escola a minha mãe pediu para ter uma conversa comigo, no inicio não pensei que fosse nada de importante, mas quando ela me falou que era sobre o meu primo, toda eu tremia.
"— Amélia querida venha cá?— Eu tinha acabado de entrar em casa vinda do colégio.
— Sim mãe...— Entro e logo me sento em frente dela...
— Queria falar consigo sobre o seu primo Jamie.— Será que ela sabe que eu e o Jamie nos beijámos, mas foi apenas um beijo. E o Jamie já disse que não se vai repetir, apesar de eu ter gostado e querer que ele me dê mais...
— Mamã, eu posso explicar. Por favor não te zangues.
— Explicar o quê? Eu não sei do que estás a falar, mas podes começar a desenrolar a língua e contar-me tudo.— Eu baixo a cabeça, bolas eu e a minha boca grande.
— Não foi nada de mais, eu e o Jamie... bem nós...— Olho nos seus olhos, e sem pestanejar, tomo coragem não sei de onde e seja o que Deus quiser...—Eu e o Jamie nós demos um beijo na boca. Pronto já disse.
— Vocês o quê? Não acredito, vocês estão apaixonados minha querida. Mas que felicidade.—Espera mas ela não ficou zangada? Eu pensei que por sermos primos ela fosse ficar furiosa.
— Tu não estás zangada? Porque eu pensei que irias subir nas paredes quando soubesses, afinal eu e o Jamie somos primos, e...
— Amélia, primos não são irmãos. E sim estou feliz, sempre sonhei com isso minha querida. E sei que o Jamie te vai fazer muito feliz.
— Sim, se ele voltar a olhar para mim algum dia.
— Como assim se ele voltar a olhar para ti?
— Ele ficou estranho depois de me beijar. Diz que não podia ter acontecido, mas que não conseguiu controlar-se.
— Eu vou ajudar-te, vou falar com o teu primo está descansada. Agora vamos almoçar, porque eu já ganhei o dia hoje."
E assim foi, a minha mãe ajudou-me a conquistar o meu primo. Ela deu-me algumas dicas como o conquistar e disse que o meu objectivo final seria casar-me com ele. E isso era tudo o que eu mais queria, porque o meu sentimento por Jamie ia muito mais além do que o suposto. E foi preciso ter esta conversa com a minha mãe, onde ela de certa forma aprovou este meu amor por ele, que me deu a coragem necessária para me declarar.
Eu e Jamie, éramos inseparáveis e fazíamos tudo juntos: estudávamos juntos, passeávamos; tudo o que pudéssemos fazer juntos nós fazíamos. Éramos muito mais que primos, muito mais que amigos. Aos poucos fui deixando alguns sinais que eu gostava dele mais do que apenas um amigo ou primo.
Jamie, no início ficou algo surpreso e assustado. Para ele, ter um relacionamento comigo era errado, porém, aos poucos fui conquistando-o e ele acabou por se declarar. O meu Tio Jim, logo abençoou a nossa relação, mas a minha Tia, embora nada tenha dito, senti no seu olhar um desconforto e um certo nojo. Já as minhas primas, Liesa e Jess, disseram tudo o que tinham a dizer sobre o nosso namoro, e posso garantir-vos que não foi bonito. O meu pai simplesmente olhou para a minha mãe mas não disse nada.
Fomos felizes durante dois anos, até que Jamie teve que ir para Belfast a um seminário qualquer. Acabou por lá ficar quase um mês, pois aproveitou para fazer uma formação com um médico que ele disse ser dos melhores no ramo dele. Quando voltou, ele já não era o mesmo, fugia de mim, não estávamos tanto tempo juntos.
"O Jamie chega hoje de Belfast ao fim de um mês longe de casa. Estou com tantas saudades, que decidi vir buscá-lo ao aeroporto e levá-lo para casa dos meus pais, decidimos organizar um almoço em família. Quer dizer a família que interessa, que nesse caso sou eu Jamie e a minha mãe.
— Jamie. Amor, que saudades.— Digo lançando-me para o abraçar.— Vim-te buscar, a mãe fez um almoço maravilhoso para nós.
— Oi Amélia, desculpa estou muito cansado hoje. Vou para casa e almoçamos todos juntos amanhã.
— Jamie. Estiveste um mês fora, longe de mim.— Digo, fazendo a cara mais triste deste mundo...— Eu preciso de ti, por favor não me negues pelo menos um almoço.
— Amélia, estive fora muito tempo sim, mas não estive de férias.— Ele disse olhando para mim...— Estive a trabalhar e a estudar. Deixa-te de cenas de menina mimada, vou para casa descansar e amanhã falamos.
— Tudo bem.— Digo simpaticamente, mas por dentro estou furiosa. Ele acabou de me chamar de menina mimada? Mas não vou dizer nada hoje, se ele quer falar amanhã tudo bem, mas amanhã não escapa.— Queres que te leve a casa?
— Não. O Taylor está aí para me levar. Agradeço de qualquer forma.— Ele dá-me um daqueles sorrisos meio forçados, e eu dou-lhe outro porque a verdade é que estou furiosa com ele.— Vemo-nos amanhã. E pede desculpa por mim à Tia Helena.— Dá-me um beijo na testa e sai."
O que eu não esperava é que no dia seguinte toda a minha vida desmoronasse, tudo o que eu sonhei um dia foi me levado. E saber, dois anos mais tarde, que foi por causa de uma coisinha insignificante deu-me ainda mais raiva. Mas eu sou Amélia Bassinger Maxwell e aquele ser não se vai ficar a rir. Porque quem ri por último ri melhor, e eu fui com toda a certeza a última a rir vos garanto.
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