LETÍCIA (CAPITULO UNICO)
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Eu estava sentado no bar, a cerveja estava tão gelada que o líquido congelado em volta se condensava em fumaça. A poção que eu pedi estava para chegar.
O tempo parecia passar devagar e eu estava nervoso, era a primeira vez que a veria depois de.. Bem..
Letícia sempre foi uma garota muito bonita, insuperável as outras, aquele sorriso o cabelo preto comprido, aquele jeitinho marrento. Era tudo que qualquer homem iria querer, inclusive o meu melhor amigo.
Eu já via reparado nas trocas de olhares dos dois, até ela parar de ir a minha casa, mas eu nunca desisti, sempre mandava flores, a levava onde queria... Eu a amava.
Houve uma vez, em que ele estava trabalhando no delivery e ela resolveu pedir comida. Ela havia dito que tinha pedido pelo aplicativo e o que havia sobrado ela tinha dado para o entregador.
Pois bem, naquele dia ela pediu comida mas o moto boy também comeu.
Eu era Uber e o cretino resolveu trabalhar de moto taxi. Acredito que tudo foi para me provocar, ela quase nunca me chamava para levá-la aos lugares e eu não entendia.
Pra que moto taxi se ela poderia ter seu próprio Uber ? Ainda mais um Uber gostoso como eu.
Bem, era oque eu pensava, mas ela estava cada vez mais longe, até terminar comigo com a velha desculpa "Não é você, sou eu".
Mas eu já sabia que não era eu, era o mototaxista.
Mas mesmo depois de terminar comigo com essa desculpa esfarrapada, não desisti dela, fiz de tudo para que ela viesse me encontrar e ela acabou concordando.
Haviam se passado algumas horas e resolvi pedir um São Braz pra gente tomar. Mas de repente como se um Deus me mandasse olhar para rua naquele momento, eu a vi.
Era Letícia na garupa da moto. O trânsito estava lento pela hora. O mototaxista passou rápido mas eu não poderia deixar de notar. Aquela moto amarela e a tatuagem eu reconheceria de longe.
Eu estava decepcionado, já alcoolizado, me perguntando se ela iria voltar.
Não vou negar que me sentia sozinho, ela havia marcado as sete horas e já eram mais de onze. Estava cansado então resolvi ligar pra ela e perguntar:
— Letícia, pra onde você vai com aquele moto taxista?
O silêncio se instaurou, mas era possível ouvir a sua respiração ofegante do outro lado.
Estressado por ela não me dar a mínima completei:
— Só saio do bar com você ou com a polícia. Disse firme, deixando transparecer a raiva que sentia.
Amedrontada pela forma rude em que acabei dizendo ao telefone, ela apenas desligou, mas eu sabia onde ela estava.
Eu a conhecia mais do que ninguém, então paguei a conta e fui a casa de Lindaura, sua melhor amiga. Irmã daquele talarico que um dia fui amigo.
Chegando naquele lugar a moto estava estacionada, escondida entre as árvores e eu tive a certeza que estavam ali. A casa era perto do bar, mas ficava isolada e quase não tinha sinal de telefone, uma área mais tranquila da cidade.
Eu estava com muita raiva e queria ferra-lo então furei o pneu traseiro. Ele com certeza teria trabalho para troca-lo e isso me deixava contente.
As luzes estavam apagadas, provavelmente para encobrir o rastro de que estavam ali.
Eu não havia levado armas ou facas, apenas a minha vontade de tira-la de lá. A chamei várias vezes, mas visto que não abriram a porta, fui obrigado espanca-la.
— Letícia, eu sei que você está aí, abra logo essa porta.
Eu a chamava várias vezes, indo do desesperado ao rude. Sei oque parecia, mas eu a amava oque poderia fazer?
Depois de ir ali várias vezes me lembrei do quartinho de ferramentas ao fundo da casa onde haviam facas, um machado e até mesmo uma furadeira. Mas eu não queria tomar medidas tão drásticas.
Comecei com a furadeira. A ideia era arrebentar a tranca com ela. E no momento em que à liguei percebi um agito dentro do sobrado. As panelas caíram e eles pareciam estar desesperados.
Me perguntava oque ela fazia com ele ? Só de levantar tal hipótese sentia um profundo ódio.
Então enfiei a furadeira que em contato com o metal se estralava em um som insuportável.
Mas era sem sucesso. A porta permanecia trancada. Desesperado, eu a todo momento a chamava, como sempre chamei.
— Letinha, meu amor, responda, sou eu. Vim vê-la, abra por favor.
Mas ela não respondia, então fui obrigado a tomar medidas drásticas, eu não poderia ficar parado igual um idiota.
Peguei o saco de ferramentas para que pudesse utilizar de todas para abrir a maldita porta, mas no momento de desespero, escolhi o machado, como a porta era de madeira seria fácil.
Se não fosse por Letícia aparecer do outro lado da porta...
— Meu amor, não faça isso. Eu apenas perdi a hora. ela dizia com a voz embargada.
— Vamos conversar. Ela completou já chorando.
Eu queria vê-la mais que tudo, além disso eu precisava mata-lo por faze-la chorar.
Como não queria assusta-la, pois afinal ela nunca foi fã de violência, eu apenas disse que a iria ouvi-la se abrisse a porta.
Então tudo ficou em silêncio.
Ela parecia pensar, mas eu sabia que não era ela quem estava hesitando em abrir a porta.
— Mototaxista de merda, oque tá fazendo com ela seu desgraçado?
Eu estava com raiva, não pensei duas vezes em dar machadadas na porta, resolvi colocar toda a minha raiva na Madeira, o som do Machado dividindo-a em vários pedaços era música para os meus ouvidos.
Entrei na casa escura, que propositalmente dificultava acha-los. O sobrado era grande e por isso haviam muitos esconderijos.
Assim que entrei, perdido em meio aos meus pensamentos não percebi Lindaura vindo em minha direção com um facão. Eu não sabia quais motivos teria para que ela quisesse me matar e por pouco ela não me acertou.
Então tomei lhe o facão e quando estava prestes a perguntar sobre o porquê quisesse me matar, a mesma chorava de pânico então fui acalma-la.
A conhecia a muito tempo Mas esqueci da peixeira que eu carregava, que lhe atingiu em cheio, enquanto a abraçava.
Eu não sabia se Letícia iria me aceitar novamente após isso, foi apenas um acidente, eu tinha que provar para ela.
Letícia era tudo que importava e eu a encontraria.
Resolvi chama-la novamente enquanto andava..
— Letinha
— Letinha
— Venha cá meu amor vamos nos resolver.
Foi aí que ouvi um barulho no quarto, corri até a porta de madeira e assim que comecei a abri-la o barulho rangia por todo cômodo e eu observava o local.
A cama estava bagunçada e o meu sangue fervia com oque pudesse ter ocorrido ali. A raiva era tanta que cravei o facão que havia perfurado lindaura no colchão branco. O sangue escorria manchando-o, como numa verdadeira cena de filme de terror.
Eu sabia que eles estavam ali, então o primeiro lugar que olhei foi o banheiro, que estava perfeitamente limpo, como se jamais ninguém tivesse o usado na vida e então resolvi olhar no lugar mais óbvio onde poderiam estar.
A faca que eu segurava acabou rasteando pelo chão, de forma a fazer um barulho insuportável.
Liguei a lanterna, afinal estava escuro então não veria nada sem a luz.
Mas não havia ninguém, então me dei conta que haviam me enganado. Foi quando senti uma forte pancada na cabeça.
Acordei imóvel ali, eles já haviam fugido e já era pra lá de meia noite. Só havia um lugar aberto aquela hora e como haviam fugido apé, não estavam muito longe.
E eu estava certo, o bar era único lugar de fuga que tinham naquele momento com certeza o moto taxista também consideraria o fato de que o dono é um ex-policial.
Principalmente se tivesse visto o corpo da irmã estirado no chão da entrada.
Eu não sabia mais como a ordem dos acontecimentos que me levavam até ali. Mas pelo som das sirenes eu tive a certeza.
Eu só sairia do bar com ela ou com a polícia.
[1330 PALAVRAS]
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Essa é a história de um uber que é trocado por um mototaxista de uma maneira nunca vista kkkkk
Espero que lembrei dessa obra toda vez que escutarem a música kkk
Se vocês gostaram, me sigam, em breve sairão muitos capítulos de "RITA".
Músicas utilizadas nesse conto:
Atenção
Essa obra não romântiza nenhum tipo de comportamento abusivo/obsessivo ou controlador, se você já sofreu esse tipo de abuso, busque ajuda especializada.
Letícia é só uma vítima dessa história...
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