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DESDE A DECISÃO DE FORMAR UM TIME COMPOSTO POR JOVENS CONSIDERADOS PROBLEMÁTICOS, David Wymack havia resignado-se à ideia de que os excessos de bebidas alcoólicas não deveriam figurar como episódios frequentes em sua rotina. Essa abstinência não apenas resguardava-se por gatilhos sensíveis, como a jornada de seu filho na busca pela superação do alcoolismo, mas também visava manter sua clareza mental diante das imprevisibilidades da vida. Poderia ser um dos gêmeos Minyard envolvido em encrenca, ou talvez Neil, mais uma vez, caísse nas garras de um sequestro.
Contudo, naquele instante, ele experimentava uma sensação de liberdade. Rindo despreocupadamente, entregava-se ao momento sem o peso das preocupações, simplesmente desfrutando da companhia de uma recém-adquirida amizade.
A consciência de Wymack sobre os limites autoimpostos, uma barreira protetora contra os vendavais do caos, cedia espaço a uma exceção momentânea. Na atmosfera descontraída da ocasião, as amarras da responsabilidade e da vigilância cediam, permitindo-lhe flutuar por entre risos descompromissados. Era como se, por um breve intervalo, os fios que mantinham a trama intricada de sua vida se afrouxassem, concedendo-lhe um respiro merecido.
Ele odiava admitir que Nicholas Hemmick estava certo quando disse que ele precisava de um descanso.
A alegria compartilhada com essa nova amizade transbordava como um néctar raro, uma paleta de cores vibrantes que contrastava com as sombras mais densas de sua rotina. Assim, naquele momento fugaz de leveza, Wymack permitia-se saborear a doce simplicidade de um riso desimpedido, ancorando-se na efemeridade de uma amizade que florescia, inesperadamente, como uma flor delicada no jardim da sua existência.
──── Sabe, Treinador Wymack, tenho uma imensa admiração por você. Sua iniciativa com aqueles jovens é tão bela... eles precisavam de uma esperança, de um refúgio seguro, e você lhes proporcionou isso. ── expressou a mulher, degustando mais um longo gole de sua bebida, ambos assentados próximos ao bar.
O treinador respondeu com um sorriso.
──── Estou apenas cumprindo meu dever ── afirmou ele. Jamais confessaria em voz alta o quão profundamente se importava com aqueles jovens. ──── E pode me chamar de David, afinal, não estamos mais em um ambiente de trabalho.
A professora emitiu uma risada em resposta, permeada pela atmosfera descontraída do momento.
──── E falando em trabalho, como não nos conhecemos antes? Trabalhamos no mesmo lugar! ── A mulher, claramente envolvida pelo efeito da bebida, expressou sua surpresa com um tom animado.
A mente de David era um eco contínuo das vozes dos jovens atletas que, em inúmeras ocasiões, o haviam instado a conceder a si mesmo um merecido período de repouso. E, novamente, recordando-se das opiniões não solicitadas do maior intrometido em um raio de noventa quilômetros, Nicholas Hemmick, dizendo-lhe como Wymack precisava de uma namorada que dissipasse sua energia ranzinza.
Os malditos pestinhas, como David carinhosamente os chamava, provavelmente haviam lançado uma aposta sobre essa questão. Observados pelo olhar perspicaz do treinador, os jovens, talvez impulsionados por uma audaciosa curiosidade, se entregavam ao desafio de desvendar a enigmática vida pessoal de seu mentor. Ele costumava ignorar esse vício em particular. As raposas pareciam ter uma fixação imensa em envolver-se na vida alheia com a desculpa de ganhar dinheiro com isso.
──── Talvez eu apenas tenha habilidades sociais limitadas. ── O homem ironizou. ─── Palavras de alguns backliners bastante maldosos, não minhas.
A última observação provocou um riso suave da mulher a seu lado. Ela consumiu o derradeiro gole de sua bebida e, então, ergueu-se com um sorriso tão resplandecente que a fez parecer anos mais jovem, mesmo que, na verdade, ela e Wymack compartilhassem idades aproximadas.
──── Bem, para sua sorte, tenho energia suficiente para nós dois! ── Exclamou ela, irradiando uma animação contagiante. ─── Gosta de dançar?
A pergunta flutuou no ar, carregada pela promessa de uma experiência além das conversas de bar e dos sorrisos compartilhados. O convite para a dança, apresentado com um entusiasmo radiante, reverberava como uma oportunidade de transcender a banalidade do cotidiano. O sorriso brilhante dela, impregnado de vivacidade, ecoava como um convite impossível de se recusar.
O homem, perplexo com a súbita explosão de energia, esforçou-se para acompanhar a efusão de animação de sua companheira, uma tarefa que se tornava progressivamente mais desafiadora. Antes mesmo de ter a chance de articular uma resposta, ela retomou seu falatório.
──── Querendo ou não, vou acabar arrastando você para a pista de dança de qualquer forma, David. ── O sorriso dela era quase tangível em suas palavras, e a maneira como ela pronunciava o nome dele era como um bálsamo, aliviando o cansaço diário.
──── Eu não ousaria recusar uma dança quando a escolha de playlist é tão boa.
Nesse jogo de palavras e energia contagiante, David se via envolto em uma espiral de desconcerto e surpresa. A promessa implícita de uma dança, encarada com o entusiasmo irrestrito dela, era como uma fuga para além dos limites da rotina diária. Seu nome, pronunciado por ela, tornava-se um acalanto, ressoando como uma melodia suave que ecoava através das tensões do cotidiano.
A típica atmosfera clichê, que costumeiramente desencadearia uma tempestade de ironias internas em David, estava notavelmente ausente. Seu nível usual de sarcasmo, seja na modalidade passivo-agressiva ou diretamente agressiva, tinha-se dissolvido, cedendo lugar a uma serenidade que lhe proporcionava uma paz sutil, desejável como um anseio cotidiano.
Não se tratava do conforto rotineiro proporcionado pela presença de Kayleigh Day cujo ele muitas vezes sentia falta, nem da familiar energia emanada pelas raposas. Era algo além, uma dimensão mais profunda que ele almejava incorporar perpetuamente em sua vida.
Era esperança.
Assim, entre palavras e gestos, delineava-se uma transformação sutil na essência de David. O desejo de vivenciar essa leveza diariamente ressoava como uma prece silenciosa, uma busca constante por uma qualidade que transcendia as complexidades de sua vidal.
Uma esperança para se agarrar, como uma luz no fim do túnel sussurrando a promessa de descanso e uma vida normal apesar de todas as adversidades. A possibilidade de ter amigos, de criar seu filho na medida do possível ─ bem, seus filhos. Dan e Neil eram tão seus filhos quanto Kevin, embora essa verdade nunca fosse verbalizada. Uma certeza que pairava no ar, uma compreensão silenciosa compartilhada por entre olhares e gestos.
Era uma suavidade indescritível, tê-la por perto. Rindo e dançando de maneira peculiar, como se cada movimento fosse meticulosamente orquestrado para arrancar dele uma risada genuína, dessas altas e despropositadas, repletas apenas de alegria.
Naquele momento, a esperança não era apenas uma palavra abstrata; era uma presença tangível, personificada pela mulher ao seu lado. Era o calor emanando de suas risadas, a luz irradiando de seus movimentos na pista de dança. Essa esperança não apenas apontava para um futuro mais leve, mas também era uma celebração do presente, uma bênção encarnada na forma daquela amizade e daquela dança, como se, por entre as notas da música, eles dançassem no ritmo suave de uma melodia esperançosa, transcendentando as sombras que poderiam pairar no horizonte.
Era como se a familiaridade entre eles transcendesse a efemeridade de uma única noite, como se compartilhassem laços de uma vida, não meramente uma noite passageira. Quando, de maneira casual, ela o convidou para repetir a experiência, selando o convite com um beijinho tímido na bochecha, quase como se fossem adolescentes e não dois adultos com trajetórias distintas, ele experimentou uma sensação de leveza tão profunda que parecia flutuar acima das trivialidades terrenas.
Aquele beijo delicado, um gesto quase juvenil, não apenas sinalizava uma continuidade, mas também insinuava uma leveza que permeava os recantos mais profundos de suas almas.
Ao aceitar o convite, ele se sentia liberto das amarras cotidianas, flutuando numa esfera onde o peso das preocupações se dissipava, deixando-o imerso na doçura daquele instante fugaz.
Oh, e essa súbita transformação de ânimo certamente não escapou à atenção das raposas.
Ao retornar para casa e verificar seu celular, David deparou-se com a mensagem de seu filho, contendo apenas um conciso "me agradeça depois. Ou a Dan. Foi ideia dela."
Malditos pestinhas, Wymack pensou. (Ele agradeceu, no entanto.)
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Extremamente out of character? Sim, mas nós humildes fãs de David Wymack (três pessoas no fandom, se esse número ainda não for muito) merecemos uma alegriazinha de vez em quando!! Nem só de tristeza vivemos nós raposas. Simplesmente adorei escrever isso, mesmo que tão curto e provavelmente sem pé nem cabeça, as vezes é tão bom escrever uma coisinha clichê sem exigir muitas coisas complexas, é revigorante! Espero ter essa experiência mais vezes♡
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