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15 - FEEL SPECIAL

Eu só queria me esconder
Não queria encarar o mundo
Como se eu tivesse perdido meu valor
Tivesse perdido meu valor
Eu só me sentei ali, quieta

Então você apareceu na minha frente
Com um sorriso reconfortante, você segurou minha mão
Tudo ficou bem [...]

Você faz eu me sentir especial

— Feel Special, TWICE

Nos despedimos da staff, que não está em seu melhor momento, e percebo que Changbin manca da perna direita, fazendo uma careta de dor. Preocupada, pergunto:

— Você se machucou?

— Não, mas desci as escadas correndo e agora estou sentindo dor na perna. Não se preocupe.

Caminhamos em direção ao elevador e noto que o coreano seleciona o andar do meu quarto. Sem dizer nada, o acompanho até que ele para em frente à porta:

— A Babi mencionou que hoje você será minha tradutora, então imaginei que gostaria de vestir algo mais apropriado. — Ele diz observando meu short jeans e meus chinelos coloridos.

— Ah, entendo. Vou colocar uma calça jeans e um tênis. Já volto. — Pego o cartão de acesso ao quarto e entro. Meu tênis surrado terá que ser suficiente para o dia.

Não demoro muito para me arrumar e logo estamos no carro, a caminho do primeiro compromisso. Parece que outra marca famosa quer que ele use algumas peças no próximo show, e ele está indo à loja experimentar os looks. Changbin parece contrariado, preocupado com a Babi, mas em determinado momento, ele segura minha mão e sorri:

— Fico feliz que esteja aqui.

— A propósito, o que exatamente uma staff faz? — Não tenho ideia do que é esperado de mim.

— Sua principal tarefa será traduzir o que as pessoas falam para mim. O resto, pode deixar que eu me viro.

— Certo, traduzir.

Changbin estica a perna e verifica o celular. Ele está tão lindo, usando uma camisa branca com alguns desenhos estranhos, uma calça jeans escura, tênis e com seu cabelo levemente ondulado. Se eu fosse escutar minha vontade, iria ignorar a presença do motorista e me jogar no colo desse homem. Hoje, entretanto, devo ser tão profissional quanto possível, não posso desapontar Babi na tarefa que ela me designou.

— Estou tentando encontrar um estúdio para nós. — Ele diz, me libertando dos meus pensamentos.

— Estúdio? Tipo... De música? Estúdio de música?

— Sim, afinal, temos que gravar a nossa música.

Não consigo esconder minha cara de empolgação. Nunca estive em um estúdio de verdade. Lá na comunidade, conheci um cara que produz funk e, por meio dos aparelhos dele, consegui transformar meus áudios em uma gravação com melhor qualidade. No entanto, nunca tive a chance de ver um estúdio todo equipado de perto. Sorrio para ele e acaricio discretamente a sua mão.

Juro que, se não fosse sua staff hoje, poderia encher aquela boca de beijos e arrancar aquele sorriso lindo que só ele tem.

Chegamos na tal loja e os seguranças se posicionam de forma estratégica. Tem alguns fãs presentes e estes começam a gritar e chamar pelo nome do Changbin. Ele sai do carro, colocando seu blazer preto e acenando para as pessoas que foram até ali para vê-lo de perto. Vou andando logo atrás e entramos na loja gigantesca, repleta de roupas que não são para o meu bico, sendo recebidos pelo gerente e inicio a tradução da conversa.

Changbin demora bastante para experimentar as roupas. Enquanto ele troca de peças, o servem com champanhe e outros quitutes. Penso nas vantagens de ser famoso. Se eu e Changbin assumirmos nosso relacionamento, eu ficaria famosa também e teria que me adaptar a esse estilo de vida. Talvez eu esteja sendo muito emotiva, mas não sei o que vai acontecer conosco quando a turnê terminar. É um assunto que eu prefiro evitar, para não me magoar.

Quando ele termina suas provas, diz que está com fome e me leva para um bistrô reservado no Itaim Bibi. Ele escolhe o que quer comer e manda algumas mensagens para os amigos no celular. Depois, volta a sua atenção para mim e me pergunta:

— Lua, quando você vai me apresentar ao seu filho? — Ele me olha nos olhos.

— Você quer conhecê-lo? — Nós já conversamos sobre o Juca várias vezes, mas ele nunca me fez essa pergunta tão direta.

— Claro que quero. Ele é parte de você, e eu quero fazer parte da sua vida. — Ele fala sem desviar o olhar, e eu sinto uma emoção forte ao ouvir essas palavras.

— Mas você já o viu. Lembra daquele dia que a gente se encontrou no ginásio?

— Mas é diferente, Lua... Eu quero fazer parte da sua vida. Eu não sei como as coisas vão ser depois que a turnê acabar, mas... A gente vai dar um jeito.

Eu tento manter os pés no chão, mas é difícil com ele me dizendo essas coisas. Sei que a vida pode ser cruel, mas ouvir ele ali, declarando que quer ficar comigo, me deixa extasiada. Esse homem parece um sonho, ele parece perfeito demais. Lembro do que a Babi disse, sobre parar de me inferiorizar tanto. Eu quero me sentir merecedora de todo esse cuidado dele por mim, quero me libertar das mágoas do passado. O Changbin não é o Enrico, eu não quero ter medo de deixá-lo fazer parte da minha vida. Percebo que talvez tenhamos uma chance, que possamos fazer dar certo de alguma maneira.

— Lua, por que você está chorando? — O coreano pergunta, preocupado, e eu percebo que lágrimas rolam pelo meu rosto.

— Não é nada. Não se preocupe. — Eu digo, tentando me acalmar. Então, me ocorre algo que nunca tinha pensado antes. — Seus pais me aceitariam numa boa?

— Meus pais? Eles são ótimos. Sempre respeitaram as minhas escolhas sem dar palpite. E tem a minha irmã mais velha, ela me apoia em tudo. Você está preocupada com a minha família?

— Não, é que... Eu... — Eu queria dizer o quanto estou  apaixonada por ele, que estou encantada com tudo. Mas eu não consigo dizer, as palavras entalam em minha garganta. — Fiquei emocionada de você querer conhecer o Juca.

— Eu tenho certeza que vamos ser grandes amigos. — Ele diz e somos interrompidos pela nossa comida sendo trazida.

Seguimos com a agenda do dia até que a noite chega e voltamos para o hotel. Saímos do carro e caminhamos em direção à suíte. Assim que abrimos a porta, ele me puxa pela cintura e me beija. Minhas mãos instintivamente vão para o seu rosto, correspondendo-o. Com um movimento do pé, ele fecha a porta e me carrega no colo até o sofá, onde nos sentamos. Ele puxa meu quadril, para que eu fique mais colada a ele:

— Esperei o dia todo por isso... — Ele sussurra entre os beijos.

Um sorriso surge em meu rosto e os lábios dele voltam aos meus. Suas mãos estão apertando meu quadril, querendo que todo o vão acabe. Não consigo resistir e deslizo minha mão pelo seu peito, abdômen, até chegar na barra de sua camisa e a puxo para cima. Changbin não se opõe, se livrando prontamente da peça de roupa. Sua pele emana um calor convidativo, eu poderia ficar horas mergulhada nesse calor sem reclamar. Seus lábios vagam pelo meu pescoço, deixando beijos que me arrancam suspiros.

Percebo que ele está excitado, o que me deixa extasiada. Venho desejando esse momento, quero que nossos corpos se entreguem um ao outro. Sem hesitar, meus dedos alcançam a barra da minha blusa e a tiro, o que faz com que ele me olhe de maneira irresistível. Ele volta a beijar meu pescoço e seus lábios exploram meu corpo, me causando arrepios.

No entanto, ele para, me abraça e recosta sua cabeça no meu peito, respirando fundo. Leva um tempo para eu perceber que ele está deixando toda aquela excitação desvanecer, e preciso me recompor, sem entender o que se passa em sua mente. Caramba, qual é o problema, Changbin? Quando ele me via como uma prostituta, ele podia me "comer", mas agora não?

— Tem uma coisa que eu preciso te falar. — Ele me olha nos olhos e continua. — Você tem que me acompanhar no evento de amanhã.

Ah, o tal baile beneficente. Será que é o momento adequado para tratar disso? Não acredito que ele parou tudo para falar desse baile. Demoro um pouco para recuperar o fôlego, mas  ele não tira o olhar de mim, o que me deixa intrigada.

— É mesmo necessário? É que eu não tenho roupa pra esse evento. — Digo, sem rodeios.

— Isso é o menor dos problemas. — Ele responde e me pede para sair do seu colo.

Changbin se levanta e caminha até uma mesinha perto da porta, onde pega o celular, . tira a capa do aparelho, me oferecendo um cartão. Um cartão que grita "eu sou muito rico" pela sua cor que nós, meros mortais, nem sonhamos em ter nas carteiras.

— A senha é 2503. Compre tudo o que precisar e não se preocupe com o valor. Só me avise em quais lojas você vai para eu autorizar o pagamento. — Ele me entrega o cartão, esperando que eu o pegue.

Fico sem jeito, olhando para o objeto. Balanço a cabeça repetidas vezes, recusando:

— Eu não posso aceitar.

Aigoo, qual é? Eu preciso mesmo de uma staff ao meu lado. Vai ser divertido, pense que é um baile de formatura e nós somos os formandos, por favor.

Eu resisto em aceitar, mas ele me olha com aquele jeito fofo de quem não vai desistir. Eu me rendo ao seu charme, sorrio e pego o cartão.

— Eu adoraria te acompanhar na escolha da roupa, mas estou cheio de compromissos. Se precisar de algo, é só me ligar que eu resolvo. — Ele diz, contente por eu ter aceitado.

— Obrigada... Acho melhor deixar você descansar. — Falo, me levantando do sofá.

— E a música? Não vamos ensaiar? — Ele pergunta. — Você até deixou o violão no quarto.

— Ah, é verdade. O violão, tenho que devolver. Até amanhã, então.

Pego minha blusa e a visto de volta, em seguida vou até o canto onde está o violão e o pego. Antes de sair, dou-lhe um beijo rápido. Não acredito que ele interrompeu tudo para me falar desse baile. Eu saio do quarto e entro no elevador, irritada com a situação. Acabo olhando para o violão e pensando na sua dona. Ela deve estar mal, deve precisar de uma amiga.

Passo pela recepção e pego algumas das guloseimas à venda. Depois de escolher as mais gostosas, volto para o elevador e subo até o andar dela. Bato na porta e espero. Babi demora um pouco para abrir e, quando me vê, mostro o violão e a sacola cheia de doces. A staff sorri e me deixa entrar:

— Vim te devolver o violão e pensei: será que se empanturrar de doces vai melhorar seu humor? Então vim descobrir. — Digo de forma descontraída.

Ela solta uma risada fraca e olha para a sacola com interesse:

— É, eu não sei dizer não a uma caixa de Garoto e Kit Kats. Cadê o Serenata de Amor?

Esparramamos os doces pela cama e ela começa a me perguntar como foi o dia. Tento listar como me esforcei para executar a função "staff" de forma eficiente e, principalmente, como fomos discretos.

— Que bom que correu tudo bem. Sabia que podia confiar em você. — Ela diz, escolhendo qual Kit Kat iria comer em seguida. — Porque no Bingulinho, eu não confio.

Ela dá uma gargalhada tão espontânea que sinto que a Babi que eu conheço está de volta, me encorajando a querer matar a minha curiosidade.

— Você já viveu uma experiência parecida, né? — Digo, me lembrando de como ela reagiu à notícia do Dispatch, além de todos os boatos sobre a última turnê do BTS antes do exército.

— Não, nunca passei por nada parecido.

— Mas você se apaixonou, não precisa mais esconder.

Por fim, Babi escolhe o Kit Kat, mas não responde de imediato. Apenas abre a embalagem e morde o chocolate. Depois que termina de mastigar, diz:

— O que eu posso dizer é que eu criei uma relação muito boa com os sete. Sendo que seis deles me chamam de Barbie e um deles me chamava de Passarinho. E eu não posso dizer mais do que isso.

— Esse do Passarinho era idiota assim igual ao Changbin?

— Idiota é o nome do meio daquela criatura. Perdi a conta de quantas vezes quis socar a cara dele. No fim a gente se entendeu, mas...

— Mas?

— Mas às vezes é preciso fazer escolhas para além da gente e foi melhor assim. Certas coisas precisam ser do jeito que são. E podemos ver que ele tá bem, né? — Sua voz saiu com uma certa ironia. Pego em sua mão, em sinal de apoio e ela sorri, continuando. — Eu não devia estar assim. Tenho um espanhol engatilhado pra quando voltar pra casa e não hei de perder mais tempo pra experimentar esse churros original.

Ela dá outra gargalhada e agarra um batom, dando sopa perto de mim.

— Mas eu desejo que seja tudo diferente pra você e o Bin. — continua.

— Foi por isso que resolveu ajudar?

— Ele ia me dar muito mais trabalho se eu não o ajudasse. — ela pisca para mim, passando o chocolate nos lábios como todas fazíamos quando éramos crianças. — Essas coisas do coração não tem regra, né? Só mantenha os pés no chão para se proteger e não se preocupe muito com o que vem depois. Aproveite o agora.

— Isso me faz pensar em algo. — Digo e ela me olha com interesse. — Posso falar de coisas informais?

— Sou toda ouvidos. — ela pega outro batom e passa o chocolate em meus lábios, causando risadas.

— Olha, eu sei que quando ele me conheceu, achou que eu era prostituta. Entendo seus receios mas, Babi por que ele não transa logo comigo? — Acho que minha voz saiu com muita revolta, porque Babi me olha surpresa. — Meu Deus, o que mais eu tenho que fazer para ele perceber que eu o quero? Sei lá, vai que na Coreia essa parada de sexo é diferente quando o homem vê a mulher como namorada. Mas ainda assim, por quê?

Babi ri baixo e pensa um pouco:

— Ele nunca me falou a fundo sobre o passado dele, mas soube por fontes seguras que passou por muita coisa. Acho que ele só quer fazer as coisas de forma diferente com você. Ele não tem fama de playboy à toa.

— Você deve ficar sabendo de tanta fofoca dos famosos, né?

— É uma das partes divertidas de ser produtora.

Eu tento arrancar alguma informação dela, mas mesmo estando em um clima descontraído, mantém seu profissionalismo. Ela não solta uma fofoca nem a poder de reza. Quando já tínhamos comido uma quantidade considerável de doces, Babi pega duas garrafas de água do frigobar e diz:

— Bom, já que ambos se comportaram, não vejo porque você não poder ir no baile com ele.

— Ai, nem me fala disso. Ele quer que eu saia e compre roupas, mas como posso fazer isso?

— Eu pensei em usar o cartão corporativo pra gente alugar um vestido. O meu não vai ficar bem em você, já que você parece a descrição da musa do verão.

— Ah, que isso Babi, você é tão linda. — Digo, e ela faz uma pose fofinha pelo elogio. — Ele me deu isso. — Retiro o cartão do bolso da calça e ela lê o nome gravado no plástico.

— Ele te deu o cartão pessoal dele?! Uh, lala, alguém está realmente empenhado. — Ela diz e nós duas rimos. — Eis o que faremos, amanhã vamos sair e comprar um vestido digno de miss e você será a staff mais bonita dessa festa.

— Não me sinto muito confortável com isso, quer dizer, é dinheiro dele.

— Amiga, ele me pentelhou o juízo pra ter você lá, ele vai estar vestido de Dolce & Gabbana. Sob medida. Você não vai estar por baixo, não. Se é uma mulher linda que ele quer, vamos lhe entregar uma deusa.

Ela sorri e, no final, me convenço de que não seria assim tão mal gastar em seu cartão.

— Tenho outro pedido pra você agora. — Digo, e ela me olha. — Tocaria violão pra mim?

Ela ri, um tanto envergonhada, e responde:

— Tenho quase certeza de que você toca melhor do que eu.

— Apenas um pouquinho! Se isso te deixar mais descontraída, eu começo.

Levanto-me da cama e pego o violão que deixamos em um canto. Verifico a afinação e pondero por um momento sobre o que tocar. Ela aguarda ansiosa, e decido cantar a primeira coisa que me vem à mente:

Wise men say...

— Você foi longe agora. — Ela reconhece a música.

Only fools rush in... — Tento engrossar a voz para imitar o cantor original.

— Está igualzinho! — Babi ri.

Thank U! – Tento imitar o Elvis e arranco mais risadas dela. — But I can't help...

Falling in love with you... — Babi responde, cantando e sinaliza para que lhe entregue o violão.

Entrego o violão, e seus dedos acariciam as cordas como se fossem um só. Não consigo disfarçar a surpresa. Sua voz harmoniza tão bem com a melodia, e de repente, ela muda para uma versão própria da canção. O poder vocal que presencio é incrível. Fico bastante impressionada com o talento que ela esconde. É possível notar a sua paixão, talvez não tenha sido só eu a abrir mão de sonhos grandiosos. Depois que termina a música do Elvis, ela diz:

— Chega de música triste, vamos animar um pouco aqui. — Ela bate nas cordas e começa a tocar "What's Up".

Começamos a cantar juntas e, quando chegamos ao refrão, acabamos cantando mais alto do que deveríamos. Fazemos um breve silêncio, imaginando que alguém iria reclamar da nossa algazarra, mas ninguém diz nada. Então rimos e continuamos a nossa pequena apresentação um pouco mais contidas.

Depois de uma noite divertida com Babi, acabei dormindo no quarto dela. Fazia muito tempo que eu não tinha um momento assim, só de garotas. Pela manhã, acabei a despertando sem querer, pois estava ao telefone com Juca. Contei a ele a boa notícia de que logo voltaria, mas senti um nó na garganta ao pensar em me despedir do Changbin. Lavamos os nossos rostos sonolentos e subimos juntas para o café da manhã. Changbin já estava na mesa, conversando com um homem da produção. Ele estava elegante como sempre e sorriu ao nos ver:

— Olha só, as duas staffs que eu mais gosto. — Ele diz, com aquele sorriso irresistível, que me deixa sem jeito na frente de todos.

Babi faz uma reverência como uma bailarina, toda brincalhona.

— Nem pense em sair do hotel agora de manhã, hein? — ela o adverte, antes de se sentar para comer.

Tomamos café e me despeço do Changbin, seguindo para o carro com Babi. Vamos para um shopping, onde faríamos compras. É um shopping diferente do que eu fui com ele. É o tipo de lugar que nós, pobres, não frequentamos por motivos óbvios: só há lojas de grife.

—Se gostar de alguma coisa, a gente entra e damos uma olhada. — Babi diz, apontando para as vitrines.

Ela anda confiante com os seus all star vermelhos, uma camiseta dos Ramones, uma bandana amarrada na cabeça como uma faixa e sua fiel escudeira pochete atravessada contra o peito. Nem ela, nem eu — com os meus jeans velhos de guerra e os meus tênis surrados — parecemos pertencer a este lugar, mas ela não demonstra nenhuma hesitação.

— Ai, eu não sei, isso tudo é tão requintado pra mim, não acho que condiz comigo.

— Deixa disso, toda mulher fica maravilhosa num traje de gala, não interessa o tamanho do corpo, do dinheiro ou das suas raízes.

Caminhamos pelas lojas e uma vitrine me atrai. Os vestidos que vejo são elegantes e me dão vontade de entrar. Chegamos às araras de trajes de festa e admiramos os belos vestidos. Há três atendentes na loja, mas nenhuma delas se dispõe a nos atender, apenas uma se aproxima de nós, mas fica em silêncio. Elas devem pensar que não podemos comprar aqui, o que é verdade no meu caso. Mas Changbin pode e me deu seu cartão.

Babi também nota o desprezo das atendentes por nós. Ela está com o cartão, pois achei mais seguro deixá-lo com ela. Com um ar indiferente, ela finge procurar algo em suas coisas, deixando o cartão cair. A atendente, ao ver o tipo de cartão que é, muda completamente a postura:

— Ah, meu Deus, me perdoe pelos meus modos, eu estava ocupada verificando o ar condicionado.

— Ah, o ar condicionado, claro. — Babi responde. A atendente nem espera que ela se abaixe, pega o cartão e o devolve sorridente. — Vamos, Luana. Não tem nada para nós aqui.

— Tem certeza? Temos muitas novidades. — A atendente diz, é perceptível seu nervosismo com a situação.

— Absoluta. Vem, Luana.

Saímos da loja e caímos na risada. É incrível como tem gente que julga os outros pela aparência. Entramos na Valentino e nos divertimos. A atendente é muito simpática e nos mostra vários vestidos. Experimento diversos modelos, estilos e cores, mas no final, todos concordam que um vestido vermelho, todo bordado em pedrarias, fica majestoso com um belo scarpin da mesma cor. Para completar o visual, um brinco pequeno com detalhes de pérolas em forma de gota. No final, Babi também me convence a levar um vestido branco mais curto e justo, que tem uma abertura nas laterais cheia de detalhes com strass, dizendo que nunca se sabe quando precisarei de outra roupa mais social, mas acho que isso é papo dela. Ela só me convenceu, porque disse que ficou lindo em mim.

Seguimos para a praça de alimentação e escolhemos um restaurante a la carte para almoçar. Encontramos uma mesa vaga, onde nos acomodamos, colocando as sacolas em um canto. Espero que Babi não se esqueça de mim quando a turnê acabar, pois eu adorei fazer uma amiga de verdade. Meu telefone toca e me assusto ao ver o nome na tela. Enrico nunca me liga, mas quando isso acontece, é melhor atender, se não piora.

— O que foi?

Por que está ignorando a minha mãe? Não sabe responder uma mensagem?

— Primeiro, se eu não respondi é porque estou ocupada. Segundo, o Juca está muito bem, se era isso que queriam saber. Posso desligar? — Pergunto impaciente.

E desde quando prostituta é ocupada?

— Ah, vá se foder. — Desligo o celular e cubro o rosto com as mãos. Por que esse idiota se deu ao trabalho de ligar para mim? Só para me irritar?

— Luana? — Babi pergunta, com o semblante preocupado.

— É o imbecil do pai do Juca. Desculpa, é que eles ficam me sufocando quando só fazem o mínimo, sabe? É insuportável.

— Você está bem? Nem imagino o quão difícil deve ser. — Ela diz, dando um sorriso solidário.

— Às vezes a gente faz umas coisas idiotas na vida, tipo namorar um rico mimado que se acha o dono do mundo.

— Não se martirize. Todo mundo já foi adolescente, todo mundo já errou. A culpa não é sua, se ele é um babaca.

— É, você tem razão. — Isso me faz lembrar da conversa que tive com Changbin no dia anterior. — Changbin quer conhecer o Juca. Estou com medo.

— Lembra que ele se torna um babão perto de qualquer criança.

Rimos juntas e terminamos nosso almoço. Depois, Babi me convence a passar em um salão, onde fazem uma bela hidratação no meu cabelo, arrumam minha sobrancelha, as unhas e partimos para o hotel. Ela tinha combinado com a moça da maquiagem, que ficou super animada de poder maquiar uma ocidental, já que ela é asiática e só costuma maquiar idols de kpop.

Após um banho, Babi me leva até o quarto da maquiadora e vejo uma enorme maleta cheia de produtos. Ela me indica uma cadeira para sentar:

— Estou muito animada. Fiz vários cursos internacionais de maquiagem, mas acabo só maquiando asiáticos. — Ela diz, observando as bases e escolhendo a que combina com a minha pele.

— Mas se você vai me arrumar, quem vai arrumar o Changbin? — Eu pergunto, enquanto ela continua tirando coisas da maleta.

— Ah, ele já está pronto. Agora, vamos hidratar essa pele. Eu quero fazer algo que realce todo o seu rosto, sem exageros. Algo que valorize ainda mais a sua beleza.

Ela começa a maquiagem e, depois de algum tempo, termina. Ao me olhar no espelho, fico admirada. É uma maquiagem diferente da que eu uso para trabalhar na boate, pois lá sempre preciso estar o mais sexy possível e, dessa forma, uma maquiagem mais carregada cai bem. A maquiadora, entretanto, apenas realçou meus traços, fazendo uma maquiagem com brilhos que acenta os detalhes do meu rosto e as cores escolhidas casaram bem com minha pele negra, me deixando elegante. Me sinto linda, observando meu reflexo.

Depois, ela também cuida do meu cabelo. Faz uma fitagem, que demora bastante, e prende uma parte dele em um rabo de cavalo alto, deixando alguns fios soltos no meu rosto. O resto fica solto, os cachos dão um charme ao penteado, eles descem pelas minhas costas como uma cascata. Em seguida, elas me ajudam com o vestido, os brincos e os saltos e, finalmente, vejo o resultado final no espelho.

Uau, é a única palavra que me vem à mente. Eu sorrio para as duas, que também estão impressionadas com o resultado:

— Eu sei que já passei dos quinze anos, mas me sinto uma debutante. — Falo sorrindo.

— Você está linda. — Babi diz e a maquiadora concorda.

— Você vai arrasar, nem sei se era essa a intenção, deixar uma staff tão linda assim. — A maquiadora diz e nós rimos juntas.

— As coisas são diferentes aqui no Brasil. — Babi diz, piscando para mim e seguro o riso.

— Bom, não posso deixar o homem esperando. Vou até ele. — Eu digo, ansiosa para ver Changbin.

— Nem pensar. Eu já mandei uma mensagem e ele vai te esperar na recepção. — Babi diz em português, para a maquiadora não entender a conversa.

— Você pensa em tudo mesmo, né? — Eu respondo e ela pisca em resposta.

— Bom, chega de conversa. Melhor ir e, lembre-se, se comportem.

— Pode deixar. — Eu sorrio e saio do quarto.

Caminho até o elevador, um pouco nervosa. Eu nunca fui a um evento de gala, nunca usei um vestido assim. É incrível como esse coreano mudou a minha vida.

Músicas mencionadas:

[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize o aplicativo agora para ver.]

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Booooom dia pessoal!!

Desculpa o atraso pra publicar o capítulo, final de semana foi muito corrido.

Quem mais está curioso pra ver a reação do Changbin ao ver a Luana? Eu mal tô me aguentando aqui. Além do mais, a Babi soltando seu gogó, foi lindo!

Se estão gostando, não deixem de votar e nos contar o que estão achando. Vamos adorar saber a opinião de vocês.

BIG HUG e até semana que vem

Annelizzy e Ana Laura Cruz

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