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14 - LEON ON ME


Às vezes em nossas vidas
Todos nós temos dor
Todos nós temos a tristeza
Mas se formos sábios
Sabemos que sempre há um amanhã

Apoie-se em mim, quando não estiver forte
E eu serei seu amigo

— Lean On Me, Bill Withers

Estou indignado com a recusa da Babi, compreendo que seja um evento importante para a mídia, mas sei me comportar de forma adequada e tenho certeza que a Luana também. Ainda insisto algumas vezes, mas ela permanece irredutível.

Quando Luana retorna ao quarto com a equipe, não está mais usando o seu adorável pijama. O cabelo molhado sugere que tomou banho, veste um shortinho jeans, uma camisa rosa repleta de flores e chinelos coloridos. Parando para pensar, ela sempre está de jeans, não me parece confortável.

Aproximo-me dela e a garota sorri, continuando a comer sua torrada. Me junto a ela percebendo que alguns membros da equipe nos observam, mas escolho confiar neles e espero que não fiquem fofocando. Infelizmente, não posso dizer o mesmo da Babi. Ao notar os olhares, ela engole seu suco e me chama, indicando que precisamos ir. Ao sairmos do quarto, ela me belisca e eu a olho irritado:

— Você precisa ser mais esperto.

— Que eu fiz dessa vez, Noona? — Pergunto confuso enquanto ela vai me empurrando para o elevador com pressa.

— Tudo bem você estar "se aproximando mais com bons sentimentos" da sua "nova staff", mas não é pra todo mundo saber disso. Tá querendo arrumar escândalo?

— Não exagere, Babi... Além disso, acho que você está sendo injusta. Luana poderia muito bem ir comigo nesse evento.

Ela revira os olhos quando menciono a festa e volta sua atenção para o celular, verificando os compromissos do dia. Uma nova ligação do Suga Daddy aparece na tela, o que parece deixá-la ainda mais impaciente. Ela ignora a chamada e retoma nossa conversa.

— Nunca pensei que fosse dizer isso, mas você consegue ser pior que o Seokjin em questão de birra...  — Ela volta a me olhar, tombando a cabeça na minha direção. — E isto não é um elogio. Pro seu azar, eu tô bem acostumada a lidar com birrentos.

— Aish... — Fico claramente irritado mas ela parece não se importar com isso.

— Changbin, conselho de amiga, não confie em todo mundo só porque estão na sua equipe. Você não conhece direito nenhum de nós. — Noto que ao falar isso, ela automaticamente cruza os braços, passando a mão sobre a própria costela. Reparei ser um hábito dela.

— Tá, me desculpa, serei mais cauteloso.

Babi não menciona mais esse assunto. Hoje tenho uma entrevista para um canal de uma YouTuber e seguimos para o estúdio. É impressionante como o Chan me arrumou compromissos um atrás do outro e só respeitou os dias de repouso recomendados pelo médico. O estúdio é bem decorado e colorido, com puffs espalhados pelo chão e um sofá com almofadas. Tem também estantes com livros e álbuns de K-pop, além de uma parede coberta de pôsteres, muitos deles com minha cara e do Stray Kids. A equipe não é muito numerosa, apenas duas pessoas cuidando das câmeras, uma no computador e outra auxiliando a todos, além da apresentadora que sorri de forma gentil ao me ver:

— É um prazer imenso recebê-lo. Ficamos tão felizes quando aceitou nosso convite. — Ela diz em inglês, usando uma calça xadrez rosa e uma blusa branca cheia de coraçõezinhos. Seus cabelos também são coloridos, combinando com os corações da blusa.

— O prazer é todo meu. — Respondo em inglês.

No final, a entrevista será transmitida ao vivo e realizada em português. Babi atuará como minha tradutora e a staff se posiciona ao meu lado em um banquinho, enquanto me acomodo no sofá. A apresentadora rapidamente assume seu lugar e inicia:

— Olá a todos, eu sou a Ana Fortunato e este é mais um vídeo aqui no nosso Cantinho da Ana. Antes de começarmos esta transmissão ao vivo, gostaria de pedir a vocês que se inscrevam e deem um like neste vídeo, porque hoje teremos muitas novidades. Ah, e não esqueçam de ativar as notificações para ficarem por dentro de tudo que estamos preparando. Solta a intro, produção. — Ela sorri e começa a mexer nos cartões que segura, provavelmente contendo as perguntas que fará. Em seguida, continua. — E hoje temos uma presença mais do que especial aqui. Ele é um dos integrantes de uma das maiores boybands produzidas na Coreia, cantor, compositor, dançarino, uma verdadeira fábrica de memes e um homem de princípios. Recentemente, lançou seu primeiro álbum solo, que alcançou a impressionante marca de três milhões de cópias, apenas em pré-venda. É claro que estou falando dele, vamos dar as boas-vindas a Seo Changbin!

Ela estende os braços na minha direção e eu respondo com um sorriso simpático para a câmera, que agora também enquadra a mim, enquanto batemos palmas juntos. Em seguida, ajusto minha postura e coloco em prática meu português:

— Olá pessoal, eu sou o Changbin, prazer em conhecê-los.

— Uau, seu português está excelente. Você treinou bastante? — Ela pergunta animada.

— Sim... É importante. — Mantenho o sorriso.

— Qual idioma é mais difícil? Inglês, japonês ou português?

— Definitivamente o português. — Respondo e rimos juntos.

— Bom, hoje farei algumas perguntas, inclusive perguntas de STAYs brasileiros. E, a cada resposta, você ganhará um quitute brasileiro. Vamos lá?

— Vamos nessa.

Babi vai traduzindo para mim o que a garota multicolorida diz e também responde em português por mim. Portanto, preciso falar pausadamente para que a staff consiga fazer uma tradução adequada diante das câmeras:

— A primeira pergunta é: Como foi produzir um álbum sozinho, sem seus amigos? Houve alguma dificuldade, algum momento em que você pensou que não daria certo? — A apresentadora começa.

Esse tipo de pergunta não exige muita reflexão, a resposta é automática:

— Bem, eu não produzi totalmente sozinho, Bang Chan esteve envolvido em muitos aspectos e foi divertido trabalhar nas letras e nos conceitos. Acredito que a maior dificuldade tenha sido que, quando somos oito, é mais fácil executar certas coisas e, sozinho, preciso me virar. Então senti bastante essa diferença.

— Você deve sentir falta deles, né?

— É sempre bom poder incomodá-los.

Rimos e a garota da produção entrega uma vasilha com um doce em uma embalagem amarela:

— Ah, eu conheço esse. — Digo animado, ansioso para comer o doce. — É... Paçoca?

— Isso mesmo, já experimentou?

— Quando vim ao Brasil pela primeira vez, os STAYs ficaram me dizendo para experimentar esse doce. É muito gostoso.

— Fique à vontade. — Ela oferece a vasilha e eu pego um pacote, devorando-o antes de pegar outro para a Babi. — Verdade, você já esteve aqui durante a turnê do Stray Kids. Está sendo tão divertido quanto da primeira vez?

— Claro, o Brasil é um país cativante. Sempre há algo novo para descobrir.

— Certo. Vamos para a segunda pergunta, então. O que você está achando do público brasileiro? Esperava que os shows fossem lotar?

— Ah, com certeza, afinal, sou eu, né? — Falo com convicção e rimos. — Brincadeiras à parte, fiquei um pouco nervoso, mas o público brasileiro me acolheu tão bem, são sempre muito calorosos.

— É verdade, a turnê está sendo um verdadeiro sucesso. Então, você já esperava por isso?

— Na verdade, o sucesso se deve à minha equipe competente, que está se empenhando muito para torná-la realidade. Sozinho, eu não chegaria a lugar nenhum.

— Ah, mas você tem dado trabalho para sua equipe. Vi que foi visto turistando uma das maiores favelas do Rio de Janeiro. Como surgiu essa ideia?

— Bem... Eu soube de um projeto que leva arte às crianças da periferia e quis conhecê-lo de perto. Claro, foi algo bem planejado pela minha staff aqui, incluindo os seguranças, e valeu muito a pena no final.

— Ele deve te dar bastante trabalho, não é? — A apresentadora olha para Babi, que sorri confirmando. — Aliás... Você já trabalha com K-pop faz muitos anos, não é? Lembro de você na turnê do BTS, antes da pausa deles. Ser staff de K-pop é bom? Só para saber se eu mudo de profissão.

Percebo que Babi começa a ficar desconfortável e apenas responde com um meio sorriso sem mostrar os dentes. A apresentadora continua:

— Houve muita controvérsia naquela turnê, né? Posso fazer uma pergunta sincera? Você prefere trabalhar com os BTS ou com o Changbin?

— Todos são uns queridos.

Babi se apressa em traduzir o que ela disse e claramente não está gostando do rumo da conversa. Então eu digo:

— E somos todos amigos. Agora, cadê meus doces? Já respondi duas perguntas. — Finjo estar emburrado e a apresentadora ri.

— Claro! Produção, tragam aqui.

Trazem um doce escuro e açucarado, que descubro ser um doce de banana, e também trazem doce de leite. A entrevista segue e, apesar da garota insistir um pouco mais na história do BTS, tento manter o foco em mim. Por mais curioso que me sinta em relação a história da Babi, não é justo que essa garota queira trazer o assunto dessa forma. Babi troca olhares de agradecimento comigo, e cada vez mais me sinto irritado com a postura dessa tal de Ana. Não gosto que mexam com meus amigos.

Durante a tarde, tenho um ensaio para o show que acontece na quinta-feira. Permanecemos no local até o momento de sair para encontrarmos com o estilista no hotel. Ao chegarmos, ele já estava presente e iniciamos uma conversa sobre minhas preferências em relação a smokings. Em seguida, ele toma minhas medidas e me mostra uma variedade de paletas de cores e tecidos, compartilhando informações sobre os modelos que eles já haviam criado.

Normalmente, acho esse tipo de conversa um tanto monótona, o Hyunjin e o Felix são os que apreciam esse assunto. Contudo, em eventos de gala como este, as marcas aproveitam para fazer propaganda através dos famosos, e, portanto, o estilista está desenvolvendo um terno em primeira mão para ser usado por mim.

Após o encerramento de todas essas atividades, Me jogo exausto na cama, sentindo a necessidade de recuperar minhas energias antes da chegada da Luana. Permaneço deitado por um tempo, sem fazer absolutamente nada, até que pego meu celular para convidá-la a vir até aqui. Após mandar uma mensagem para ela, percebo que Hyunjin havia me chamado para conversar:

Estava prestes a responder a esse idiota, quando ouço uma batida na porta. Deve ser a Luana, que está atrasada, já a chamei para subir tem tempo. Lanço o celular na cama e vou até lá, a encontrando com o mesmo violão da noite passada e vestindo roupas de dormir:

— Desculpe pelo atraso. Eu estava jantando com as meninas da maquiagem. — Ela diz.

— O importante é que você chegou. — Sorrio e a garota coloca o violão em um canto, aproximando-se dos meus lábios.

Sem encerrar o beijo, fecho a porta e continuamos assim, até perdermos o fôlego. Em seguida, nos sentamos no sofá e passamos a noite juntos, mas não uma noite de sexo casual. Foi uma noite em que trabalhamos em nossa música, trocamos beijos e carícias, e conversamos sobre diversos assuntos.

Por vezes, Luana dá sinais de que deseja ir além dos beijos, seja por meio de toques mais ousados ou palavras sugestivas. Apesar de também sentir o mesmo, acredito que ainda não seja o momento adequado. Sinto uma conexão diferente com ela. Já estive com tantas mulheres sem me importar em levá-las para a cama. O sexo casual faz parte do meu cotidiano.

No entanto, com Luana é diferente. Sinto que alcançar o ápice com ela, apenas confirmaria todos os sentimentos que tenho, e isso me assusta. Tenho medo de magoá-la, medo de me magoar e do que tudo isso pode se tornar. Além disso, ainda não esqueci o seu rosto em pânico e as suas lágrimas naquela noite em que nos conhecemos.

Estou apaixonado, e para mim, poder sentar e conversar com ela é mais valioso do que uma noite de prazer. O sexo é passageiro, mas o brilho em seus olhos é ainda mais gratificante. Desejo que esse brilho nunca desapareça.

Enquanto aguardo Luana acordar, reflito sobre a conversa com Hyunjin. Eles não levaram a sério o fato de estar gostando tanto dela, estão tratando como mais um caso passageiro. Porém, não desejo que seja só mais um caso. Pela primeira vez, sinto que estou recebendo de volta todo o amor que tenho a oferecer, e eu não quero que isso acabe.

Entretanto, Hyunjin também levantou uma questão que ainda não havia considerado: o papel de Babi nessa situação. Ela está se arriscando para me ajudar, e Bang Chan consegue ser insuportável quando quer. Imagino o quanto ele está em cima dela. Além do mais, recentemente Babi começou a sofrer hate. Algumas pessoas que a reconheceram na live começaram a dizer coisas ofensivas e isso me deixa irritado.

Depois que todo mundo tomou café, lá vou eu fazer a primeira prova do smoking que ainda não está pronto, mas preciso experimentar mesmo que seja os moldes. Encontro com a Babi logo em seguida e seguimos para o carro, porque ainda tínhamos muito trabalho. Babi começa a repassar algumas coisas antes do show e eu a interrompo por um momento:

— Noona, podemos conversar?

— Não é o que estamos fazendo?

—É outra coisa...

— Se for sobre a sua acompanhante no evento, por favor, nem comece.

— Não é isso é que... Você tá se arriscando muito por minha causa, né? Deve estar sendo um porre aturar o Bang Chan no seu pé. — Às vezes eu só queria poder mandar ele pastar um pouco.

Babi suspira, demonstrando cansaço e diz:

— O Bang Chan só está fazendo o trabalho dele... — ela faz uma pausa. — E eu o meu. Apesar de saber que algumas coisas não o deixariam contente, o meu papel é esse, fazer o meu artista brilhar. O que não quer dizer satisfazer todos os seus caprichos, portanto quando eu digo que algo não é uma boa ideia, é porque não é. Ir para o bairro com a maior concentração de fãs de K-pop de São Paulo, com esse seu disfarce ridículo, não é nada bom. Pode funcionar na Ásia, mas aqui grita "olha pra mim, ou eu vou te roubar, ou eu sou um idol". Então, só me escute e seja mais discreto que vai dar tudo certo.

Faço que sim com a cabeça e a observo. Ela me encara de volta, como se eu tivesse ficado doido e eu digo:

— Noona, obrigado por tudo. Por toda ajuda, obrigado mesmo. Se não fosse por você, eu não estaria com a Lua hoje... Estou muito grato e quero que saiba que sempre que precisar, pode contar comigo.

Ela sorri e observa à sua frente:

— Olha que eu vou cobrar, hein? Nunca se sabe quando o favor de gente famosa pode vir a calhar.

— Sinto muito pelos comentários do vídeo. — Entro no assunto, um tanto inseguro.

— Não me importo com isso. — Ela diz, mas não sei se acredito. No fundo é difícil demais ignorar hate. Só que ela abre um sorriso largo. — Foi assim que aprendi coreano, sabia?

— Como é que é? — pergunto surpreso.

— Demorou um pouco para o falatório sobre o que aconteceu morrer na internet, principalmente na Coreia e, passado um tempo, eu já não tinha ninguém por perto pra traduzir pra mim. Aí, tive que me virar.

Ela sacode os ombros com um ar pomposo e não consigo conter uma gargalhada.

— Eu posso te pedir mais um favor? — Pergunto, ansioso pela resposta.

— Você não vai sair do hotel hoje. — ela nega com a cabeça.

— Não é isso. Pode me arrumar um estúdio? Pra depois do show, é claro.

— Hm, vamos ver. Mais um pra sua conta de favores, hein?

Eu começo a rir. Tive meus receios com a Babi, presumi coisas no achismo e hoje vejo como ela não merece todo esse hate. Aquela polêmica com a mídia e o ARMY foi muito injusta. Eu não posso mais considerá-la minha staff, aqui do meu lado eu só consigo enxergar uma amiga.

O dia amanheceu e a exaustão toma conta de mim. O show ocorreu na noite  anterior e decidi dispensar a companhia da Luana durante a noite para me entregar ao sono o máximo possível. Hoje é sexta-feira, o último dia de provas para o smoking fora outros compromissos que tiveram que ser marcados no dia de minha folga. O evento ocorrerá amanhã e, a seguir, partimos para Santa Catarina, onde faremos mais um show para encerrar a turnê. Não quero pensar no fim, pois isso significa que terei que voltar para a Coreia e, para ser sincero, ainda não tenho certeza de como Luana e eu conseguiremos lidar com isso.

Felix e Marie continuam namorando à distância, já que a loira optou por viajar pelo mundo, dedicando-se a trabalhos voluntários, enquanto Felix não pode acompanhá-la. Eles sempre se reencontram, e são felizes dessa forma. Será que eu e Luana poderíamos funcionar da mesma maneira?

O café é servido e a equipe chega. Luana está sentada, aproveitando sua xícara de café, enquanto o resto do time conversa sobre assuntos que me são estranhos. Não vejo a Babi em lugar algum e pergunto aos colegas mais próximos, mas ninguém sabe onde ela está. É estranho. Aproximo-me de Luana, que sorri, e logo questiono:

— Ei, onde está a Babi?

— Ah, não sei. Não a vejo desde ontem, depois do show. — Ela responde limpando a boca.

— Vou ligar pra ela.

Faço uma ligação, não apenas uma, mas quatro vezes, e ela não atende. Depois de terminar o café, desço até o quarto dela e bato várias vezes na porta, mas não obtenho resposta. Tento forçar a fechadura, mas está trancada. Dirijo-me ao saguão, mas também não obtenho informações. Onde ela se meteu? Pego o celular e percebo que as várias mensagens que enviei não foram nem sequer recebidas. Meu Deus, Babi, este não é o momento de sumir!

Luana se aproxima, ela também esteve procurando Babi pelo hotel, mas aparentemente não a encontrou:

— Nada? — Pergunto.

— Nada... — Ela responde com o olhar aflito.

Uma recepcionista se aproxima de nós, sorrindo, e diz:

— A Srta. Bárbara pediu para eu chamá-lo quando o seu convidado chegasse. Ele está ali. — Ela aponta para um grupo de pessoas na recepção e eu reconheço o estilista da Dolce & Gabbana.

— Quando a Babi falou com vocês? De onde ela ligou? — Pergunto rapidamente.

— Foi agora mesmo. Ela ligou do quarto, se não me engano.

Agradeço a ela e me viro para Luana.

— Preciso fazer essa prova. Você pode ir ao quarto da Babi por mim?

Luana acena com a cabeça e eu me dirijo ao estilista. Sem demora estamos na minha suíte, experimentando o smoking. Optei por um modelo de corte italiano, que se ajusta perfeitamente ao meu corpo, conferindo uma certa sensualidade ao meu porte físico. O smoking possui uma bela lapela de cetim, um lenço dobrado no bolso na perfeição e uma corrente presa a esse bolso, que se prende à lapela. O colete e a camisa social também são pretos. Experimento a gravata borboleta, mas não gosto, então opto pela gravata tradicional. A calça social segue a mesma linha do smoking e, após calçar os sapatos, me olho no espelho. O conjunto todo está muito bonito.

Verifico mais uma vez o celular, nenhuma mensagem. Noto que meu kakao estava cheio de notificações e vejo os meninos falando do Dispatch. No mesmo instante, imagino que alguma notícia minha pode ter saído e entro de imediato no site. Para a minha surpresa, a notícia que encontro é:

"Membro do BTS assume namoro com beldade da Dramaland"

Abro a matéria, leio tudo e então, de repente, eu sabia.

Sabia porque Babi não falava do tempo que trabalhou com eles. Nem para mim, nem para ninguém. Sabia porque ela evitou falar sobre o assunto, primeiro com a jornalista, depois com a youtuber. Peço licença aos estilistas e, quando me viro, dou de cara com Luana me observando, como se me admirasse:

— Nada da Babi? — Pergunto andando até ela e esta nega com a cabeça.

— Bati várias vezes na porta, mas ela não atendeu.

Eu me afasto da Luana que me olha sem entender e sigo para o corredor ouvindo os estilistas me pedirem para tirar a roupa. Nem pego o elevador, só vou descendo as escadas até estar na porta da suíte e bato de forma insistente:

— Babi, eu sei que você está aí. Abra, por favor. — Silêncio. Então, tento de novo. — Babi, eu... Sei porque você tá chateada. Abre a porta pra gente conversar... Noona, por favor, eu tô preocupado.

O toque do celular de Babi soa lá dentro. Uma, duas, três vezes. Para minha surpresa, escuto o barulho do trinco se abrindo e ela praticamente joga o aparelho em mim.

— Sabe aquele favor? Se livra desse cara pra mim. — Solta rápido e fecha a porta. E ainda grita lá de dentro. — Vocês que são rappers que se entendam!

Sem surpresas quando vejo "Suga Daddy" piscar na tela. Esse cara não desiste? Mas como ela acha que eu seria a pessoa mais indicada para falar com ele? A gente nem deve falar a mesma língua. Mas quer saber? Que se dane. Atendo a chamada.

Barbiiie. Finalmente! Você tem noção do quanto eu tô precisando falar com você? — Ouço em um inglês com um forte sotaque coreano.

— Aqui é um amigo da Babi, desculpa aí, mas ela não quer falar com você. — solto de uma vez em bom coreano para ele não ter dúvida.

Changbin? — O outro me chama e fico perplexo, como ele pode saber que sou eu?

— Quem quer saber?

Aqui é o Yoongi.

Claro, óbvio. Por que eu não pensei nisso antes de pagar esse mico? No automático, acabo fazendo uma pequena reverência para o telefone.

— Seonbae-nim, olá! Tudo bem? — O cumprimento mudando para um tom cordial.

Cadê a Barbie?

— Bem, no momento...

Ela viu a notícia, né? Que merda! Isso tinha que acontecer justo agora que só falta confirmar a participação dela.

— Então, é verdade que...

A Barbie trabalhou com a gente uns anos atrás? Sim. — Ele diz em um tom firme.

— E que ela e o... — Tento confirmar.

Não, nunca. Ela nem sequer é amiga de nenhum de nós, muito menos fala conosco e eu não conheço o número do celular dela, ok?

— Hmm... Entendi. — Confirmo sem hesitar, pelo visto a situação é mais complicada do que já parece.

Aproveitando... Ela está usando o Galaxy Z Flip5 que enviei pra ela?

Confiro o aparelho e fico em dúvida se conto a verdade, mas acho que a minha hesitação foi resposta suficiente.

Aquela teimosa! Aigoo.

Tenho que concordar que ela tiraria mais proveito do Samsung, mas quem sou eu para dizer alguma coisa nessa situação. Ele continua.

Changbin, você pode me ajudar? Tô preparando o meu comeback solo pós-exército e eu tenho que gravar com a Barbie. Eu fiz essa música pensando nela e não consigo nem imaginar chamar outra pessoa.

— A Babi canta? — Pergunto, surpreso.

Você não sabe disso, meu? — Ele parece espantado. —  Procura no youtube "Barbie do BTS"... Tem até react. Enfim, me ajuda a convencer ela, por favor? Eu tô enviando agora a base e a letra, só faz ela ouvir. Ela pode gravar as cordas e tudo.

— Ela também toca? — Agora estou embasbacado.

Você não tem noção do talento que tá aí do seu lado, né?

Pior que não tinha. Desligo o telefone abismado, mas nem tenho tempo de digerir toda aquela informação, porque a porta atrás de mim se abre. Babi é baixinha, mas foi a primeira vez que a senti tão frágil. Seu quarto parecia uma caverna de tão escuro e ela não ousou se aproximar da luz, mantendo uma distância quase segura para evitar que eu a visse. Quase. Ainda pude ver seu rosto inchado. Uns dias atrás, eu não imaginaria que ela seria capaz de chorar, mas visivelmente o fez, e muito.

— Noona, sinto muito.

— Tá tudo bem, eu só preciso ficar um pouco sozinha.

— Eu... — Quero dizer várias coisas a ela, mas acho que seus olhos já me diziam tudo. — Agora entendi.

— Não tem nada pra entender, não. Bin, antes de você chegar, eu contactei todo mundo da agenda de hoje. Tá tudo sob controle, mas eu não consigo acompanhar você, tá, desculpa. É só seguir com os seguranças, eles sabem o que fazer.

— Tá bem, eu vou com eles. Como você pode ver, fiz a última prova do smoking e... Espero que esteja tudo certo pra amanhã. — Até esqueci que sai tão apressado que ainda estou com o smoking.

— Ah, ainda tem a festa amanhã... — Ela passa a mão pelo rosto, parando em seu cabelo. Respira fundo, antes de dar um passo e chamar para o corredor. — Luana, você tá aí, não tá?

Arrastando os chinelos coloridos, Lua aparece na esquina do corredor com os ombros encolhidos, como uma criança pega em flagrante.

— Eu preciso de um tempinho agora... Mas vai ficar tudo bem. A Luana pode ser a sua tradutora oficial hoje e, se correr tudo bem, mesmo que eu esteja melhor amanhã, ela vai com você. Eu vou confiar em vocês dois, não me aprontem.

— Noona...

— Bin, tá tudo bem. — disse, porém seus olhos afirmam o contrário.

Fico em silêncio, pensando no que posso fazer por Babi. Ela já me ajudou tanto, coloca todo dia o pescoço na forca para manter a Luana aqui. Consegue resolver qualquer problema com muita eficiência e sempre mantém o bom humor em todas as situações. Babi vai fechando a porta, mas eu a seguro e a puxo para um abraço. Não costumo abraçar as pessoas assim, é meio estranho na verdade, mas vendo ela tão fragilizada, só me dá raiva da situação, quero defender minha amiga. Acho que nem ela esperava por isso, pois não demonstra nenhuma reação nos primeiros instantes, então eu digo:

— Vai ficar tudo bem Babi, você é uma pessoa incrível, uma das melhores que conheci nesse tempo de idol. Sou muito, muito, muito grato a você. Fica bem, tá? Me liga se precisar de qualquer coisa.

Ela funga, dando leves tapinhas nas minhas costas, e em seguida me empurra:

— O que você tá fazendo? Vai logo tirar esse smoking e seguir para os seus compromissos. Sem se atrasar!

Solto um risinho e vejo que um micro sorriso abriu no canto de seus lábios. Me despeço e sigo com Luana em direção ao elevador.

Oi gente!! nalauracruz por aqui :)

Este é um capítulo muito especial para mim. A Babi é uma das minhas personagens favoritas de escrever e, aqui nesta história, ainda não tinha tido a oportunidade de mostrar o lado mais sensível dela e, bem, essa notícia não tinha como não mexer com ela... Não só isso, mas ver o Changbin reconhecendo todo o esforço dela dá um quentinho no coração, sabe?

Se está gostando, não se esqueça de deixar a sua estrelinha e comentar! Vamos adorar saber sua opinião, palpites e etc.

BIG HUG e até o próximo capítulo.

Annelizzy e Ana Laura Cruz

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