13 - WORDS
Palavras não vem fácil para mim
Como posso encontrar uma maneira
Para fazer você ver que eu te amo
Palavras não vêm fácil
— Words (Don't Come Easy), R. F. David
Ontem passei o dia todo ao lado da Luana e hoje, quero que seja igual. A cada oportunidade que passo ao seu lado, percebo que estou apaixonado. Quero ter a liberdade de me deleitar com seus beijos e que nossas noites nesse hotel não sejam mais solitárias. Quem sabe, nesse mesmo espaço, possamos construir nossos sonhos e ambições juntos.
Sinto a paixão dela por mim, é nítido nos olhares que trocamos, nas conversas que temos e em nossos momentos. Quero que ela perceba que estou rendido em seu carisma, em seu jeito de falar, em sua forma doce de rir, em seu olhar animado, em seus longos cabelos cacheados, em sua pele morena e macia, tudo, absolutamente tudo.
Mas como poderei fazer isso, ainda não sei. O medo dela me interpretar mal martela em minha mente. Sei por qual motivo a conheci, mas agora sei o verdadeiro motivo pelo qual quero deixar de ser eu e nos tornar em nós.
Ontem disse à Babi que queria sair do hotel e foi uma luta convencê-la. Primeiro, ela nem pensou muito para dizer não, depois disse que iria ver e, por fim, acabou aceitando. Mas ela viria junto, mesmo que fosse para ficar afastada.
Me visto de forma mais casual para o nosso passeio. O clima quente me obriga a colocar uma bermuda e vestir uma T-shirt clara. Coloco meu boné e os óculos e, dessa forma, posso me passar por um cara normal.
Tomamos café com toda a equipe e seguimos para nosso próximo destino. O objetivo é chegar até o bairro da Liberdade, o lugar mais próximo da cultura asiática em geral que eu poderia levá-la. Enquanto esperamos o carro, tive uma súbita vontade de fazer como alguém normal e ir de metrô, mas a Babi me lançou um dos seus olhares fulminantes e não permitiu. Assim, seguimos no carro: o motorista e Babi na frente, eu e Luana atrás e os seguranças em outro carro.
Embora o bairro asiático de São Paulo não tenha muitas coisas que me chamem a atenção, Luana fica toda empolgada de passar pela feira, ver os jovens alternativos reunidos e as várias lojas que a deixam encantada. Ela quis experimentar tudo que é comida e doce asiático que via pela frente. É perceptível que nunca deve ter vindo a algum lugar assim.
Decido levá-la para almoçar em um restaurante de comida coreana que há nesse bairro. Peço para nos servirem com um kit de churrasco coreano. A garota fica observando enquanto corto a carne para colocá-la na grelha. Em seu copo tem soju de blueberry e ela o belisca.
— Ah, estou cheio de fome. — Digo, colocando uma parte da carne na grelha e ouvindo os estalos de gordura caindo no fogo.
— Eu sempre vi vocês fazendo isso, é tão legal. — Ela parece admirada com a mesa. Todos os acompanhamentos estão a postos, mas ela não tocou em nada ainda.
— Por que não começa experimentando o kimchi? — Esse é o acompanhamento mais clássico da culinária coreana. Todo mundo que quer experimentar nossa comida deve começar por ele.
Ela observa com curiosidade o repolho em conserva que já está devidamente cortado no prato e, quando vai com o garfo, eu a impeço usando os pauzinhos para pegar um pouco, levando até sua boca. Lua fica me encarando como se eu fosse estranho, na Coreia é sinal de carinho e cuidado quando você oferece comida assim a alguém. Acho que ela se toca e o aceita, começando a tossir em seguida.
— Por que tanta pimenta? — Ela abana o rosto e eu a ajudo, servindo água num copo, apesar de água não ser o ideal para cortar a ardência.
— Gostamos de pimenta. Coma o arroz, vai ajudar.
Ela bebe bastante água e come do arroz, fazendo um joinha para simbolizar que a ardência está passando. A carne não demora a ficar pronta e está deliciosa, mas sou suspeito para falar porque amo carne de porco grelhada dessa maneira. Após o almoço, tomamos sorvete e vejo um tipo de shopping minúsculo de coisas asiáticas. Penso em entrar e descobrir os itens das lojas, mas antes mesmo de pedir, Babi não deixa. É um lugar pequeno e lotado de gente, então não parece uma combinação segura.
À tarde, decidimos ir a um parque ecológico que não é muito longe dali. O carro demora um pouco para chegar, mas o lugar é bem bonito. Possui vários espaços verdes, um lago cheio de patos e famílias com suas crianças. Encontramos um lugar sem muito movimento para nos sentarmos e passamos o tempo naquele clima bom, trocando conversa, falando da turnê e sobre nós. A Babi está logo adiante tirando fotos e observando as crianças. Ela vem cumprindo com o que prometeu, ficando do nosso lado o tempo todo, mas ao mesmo tempo, nos dando privacidade.
Luana aponta para uma pipa em forma de águia que uma criança empina no céu. Ela parece estar se divertindo e eu fico feliz de ver que ela está tão relaxada.
Eu quero dar um passo adiante, mas com ela é como pisar em ovos, não posso ser incisivo. Ontem eu percebi que houve vários momentos em que Luana estava receptiva a ouvir sobre o que sinto por ela. Mas me retraí, principalmente depois de mencionar Chaewon.
Por alguns instantes, eu revivi todo aquele desespero que senti naquela época. Mas quando falei sobre aquilo, foi como se um peso insuportável tivesse saído de mim. Acho que foi isso que o meu ex-terapeuta quis dizer com "você precisa falar mais sobre seus sentimentos para conseguir entendê-los melhor".
Observando algumas crianças brincarem com bicicletas e patinetes, decido tomar uma iniciativa e levo o meu mindinho de encontro ao dela. Pensei que ela iria afastar sua mão, mas não a afasta. Apenas continua a observar as crianças:
— Seu filho sabe andar de bicicleta? — Pergunto curioso. — Eu aprendi depois de velho.
— Não, nunca o levei para brincar assim, mas queria.
— Quando o tirar da favela pode arrumar um emprego melhor e daí fazer tudo que quiser. — Para mim parece um bom plano.
— Pra sua informação, eu não trabalho na boate porque quero, é que... — Sua voz falha e ela me olha. — A minha mãe parece que me odeia. Ela faz da minha vida um pesadelo. Nunca me apoiou e tenho certeza que só não me colocou para fora de casa por senso moral. Ela não se dispõe nem a me ajudar a tomar conta do Juca, nem faz questão de ser uma boa avó. O Juca tem medo dela e o pessoal da boate me dá tanto suporte com ele que, para mim, acabou sendo conveniente trabalhar lá.
São muitas informações para serem processadas, mas se eu quero levar essa relação adiante, preciso falar sobre o Juca:
— Mas aqui não tem creche? Não é uma opção? — Pergunto, querendo entender melhor toda a situação.
— Bom, se você tem dinheiro, é claro que é fácil. Agora, se você é pobre, é mais difícil, porque as vagas são muito disputadas.
— Mas... E o pai dele? Ele não pode te ajudar? — Pergunto um tanto inseguro, pois não sei o quanto esse assunto pode ser sensível.
— O pai dele? — Sua voz fica amarga e ela fecha seu semblante. — Não quero ter que falar daquele embuste. Enfim, é o meu filho e, se para cuidar dele, significa ter que trabalhar na boate, então... Posso fazer isso.
Sinto uma súbita vontade de abraçá-la e dizer que nunca mais permitirei que ela seja maltratada por trabalhar numa boate, mas me contenho, ainda não...
— Lua, a cada dia tenho mais certeza de que você é uma mulher maravilhosa. Você e seu filho ficarão bem. — Digo, dando-lhe apoio.
Ela sorri, mas não diz mais nada e, assim, encerramos o assunto. Não consigo imaginar os desafios que ela enfrenta para ser mãe em meio a tudo que vem me contando, mas cada vez mais admiro a força da mulher à minha frente.
— Lembra que quando estávamos a caminho daqui, vimos um daqueles parques itinerantes? Vamos dar uma volta lá? — Pergunto, querendo distraí-la.
Ela me olha como se eu tivesse perdido o juízo:
— Você sabe que não existe muita segurança naqueles brinquedos, né?
— Vivendo a vida em altas aventuras... Vamos?
Apesar de Luana concordar, quando fui falar com Babi, ela disse a mesma coisa que Luana, mas por fim, vamos todos. Chegamos no parque de diversões e a luz do sol dá lugar luzes multicoloridas enquanto a lua já está aparecendo, o que me obriga a tirar os óculos escuros. Observamos um grupo de jovens num brinquedo chamado "kamikaze". O brinquedo se trata de duas cabines que giram em sentido horário, fazendo com que as pessoas lá fiquem de cabeça para baixo. Como podem confiar suas vidas naquilo?
Continuamos a andar e vejo a autopista, aquilo era inofensivo. Compro os ingressos e vamos para a fila. Fico observando o brinquedo e encontro o carrinho mais rápido:
— Tá vendo aquele dourado? É nele que eu vou.
— Você sabe que é tudo igual, né? — Ela diz com uma expressão de divertimento no rosto.
— É claro que não. Estive observando minuciosamente os carrinhos. Aquele dourado é mais rápido que os outros, então eu vou nele.
Luana ri e liberam a fila. Vou entrando e caminhando na direção do carrinho dourado, mas um garoto corre na minha frente e senta nele. Ao fazer isso, me olha com cara de "perdeu". Mal ele sabe que eu consigo ser bem competitivo.
Sento num carrinho verde que está do meu lado e logo que o brinquedo começa a funcionar, só quero focar no garoto. Ele percebe que estou em sua cola e, assim, começamos a nossa rixa. Luana olha desacreditada do seu carrinho vermelho, enquanto eu e o garoto nos perseguimos. Quando o tempo acaba, o encurralo em uma beirada e assim, me sinto vitorioso:
— Rá! — Digo e me levanto.
O garoto me olha contrariado e murmura algo: "Nossa tio, como você é chato". Não faço ideia do que aquilo significa, mas levanto o boné ligeiramente para mostrar meu olhar da vitória. Luana chega por trás e me cutuca para que a gente saia da pista:
— Você é inacreditável! Estava mesmo com raiva de uma criança? — Ela pergunta ainda rindo da situação.
— Aquele pestinha pegou o carrinho de propósito. Aposto que me ouviu.
— Ai, por favor né, você está conversando em coreano. Duvido muito que ele te entenda.
Ela continua rindo de mim, mas tenho certeza de que aquele moleque entendeu. Damos mais voltas pelo parque até que paramos para comer. Pedimos dois cachorros-quentes e olha, esse negócio é muito gostoso. Estamos terminando de comer quando Babi chega toda serelepe com um algodão-doce enorme e diz:
— Pombinhos, tá na hora de irmos, tá ficando bem tarde.
— Noona, tá cedo ainda, nem é meia-noite. — Digo pegando no meu celular e quase engasgo ao ver que são quase uma da manhã. — Podemos ir só na roda-gigante?
— Você quer mesmo ir nisso? Eu tenho que te devolver vivo, sabia?
— Vocês estão sendo muito negativas. Tirando aquele primeiro brinquedo, não vi problema em nenhum dos outros. — É só uma roda-gigante. Não deve ser perigoso.
— Então vão logo pra fila, pra gente poder ir dormir.
Vamos para a fila e não demora muito para chegar a nossa vez. Os bancos parecem xícaras, no meio há um volante para girá-lo e em cima é fechado, como se tivesse um guarda-chuva de metal. Luana observa a paisagem e eu fico a admirando. Ali, não preciso continuar com o boné e o tiro, mexendo em meu cabelo.
— Parece que vai chover, o tempo está fechando. — Ela diz e eu continuo a observando.
— Lua, já pensou em compor a música comigo? — Pergunto, ainda querendo insistir no assunto.
— Não me lembro de ter dito que ia pensar.
— Vamos, por favor. Vai ser divertido! — Faço um bico com os lábios, tentando fazer aegyo e isso arranca uma risada dela. Se soubesse que o que há de mais bonito nela é, com certeza, esse sorriso, nunca iria tirá-lo do seu rosto.
— Por que quer tanto escrever uma música comigo? — Ela me encara e acho que está na hora de parar de ser evasivo e ser direto, como prefiro ser.
— Porque não sou bom com palavras, mas sou bom em compor para expressar o que sinto e, talvez assim, possa ser a forma ideal pra dizer o quanto tô gostando de você.
Ela me fita surpresa e eu a olho nos olhos. Finalmente criei coragem de deixar bem claro o que venho sentindo e fico ansioso, esperando por uma resposta. A boca dela abre várias vezes tentando responder, mas não sai nada.
— Não acredita em mim, né? — Digo desanimado devido à ausência da resposta. E lá vem aquele sentimento amargo dentro de mim. Nem Sieun, nem Chaewon acreditaram quando eu disse o que sentia, agora Luana também?
— Acredito, mas... Não é fácil pra mim ouvir isso, porque você pode até gostar de mim, mas não sei até que ponto. — Seu olhar se tornou ansioso e eu aproveito a deixa para pegar em sua mão. Preciso passar confiança para ela.
— Sabe, eu preciso ser sincero, também não sei te dizer até que ponto. Estamos nos conhecendo. É difícil pra mim também se, por acaso, eu colocar tudo em jogo e você não estar nessa tanto quanto eu. Mas a gente pode só... Descobrir o que sentimos um pelo outro. — Me sinto até estranho falando desse jeito. Em outros tempos, não hesitaria em jurar mil vidas a ela, mas algo me diz que aquilo é o certo. Ela tem dúvidas, eu tenho dúvidas, temos muitas questões que precisam ser conversadas. Então, nada melhor do que ir com calma.
— E se isso acabar com meu coração em pedacinhos? Dói demais a decepção, Changbin. — Ela pergunta, um questionamento justo.
— Bom... Vindo de um cara que enfiou o carro na frente de uma van e teve múltiplas fraturas, três pinos na perna, dores pelo corpo e algumas limitações... Eu posso afirmar que não existe dor pior do que a de um coração partido... Você tem um coração ferido e eu não posso te garantir que tudo serão flores, mas podemos nos esforçar para ser, pelo menos, memorável e, quem sabe, esse amor também cure seus medos...
Luana fixa o olhar em mim e eu sorrio para ela. Para minha surpresa, ela abre um sorrisinho e diz:
— Está dizendo versos bonitos, talvez devêssemos escrever sobre eles.
A roda gigante continua completando seu giro e, quando estávamos nos aproximando do alto, as luzes do parque desligam de uma vez e o brinquedo para. Olho um tanto assustado para os lados, percebendo que foi só no parque que faltou energia.
— Mentira que a energia acabou. Sabia que não devíamos ter entrado nesse troço. — ela diz.
Tento não demonstrar meu nervosismo, afinal estamos num desses brinquedos que são montados e desmontados com frequência, sem energia, parados numa altura considerável.
— Relaxa, Jajá a energia volta, estamos seguros aqui. — Digo mais para mim do que para ela e estico a perna que já estava dolorida devido a ficar algum tempo parada. Assim que me movo, o brinquedo range e eu levo um susto, me encolhendo todo.
— Seguros, você disse? — Luana diz, rindo da minha reação.
Eu continuo encolhido e repetindo para mim mesmo que iria ficar tudo bem. Para minha surpresa, Luana se aproxima e envolve seus braços em mim. Seu toque me acalma e eu encaro seu rosto.
Nos observamos por um tempo, até que eu ganho coragem e levo minha mão ao seu rosto, encontrando conforto em nossa proximidade. Não consigo mais me conter, anseio pelo seu beijo, pela sensação de seus lábios nos meus. Eu a puxo em direção a mim, e ela corresponde ao meu gesto. Nossos lábios se encontram, iniciando um beijo tímido, que aos poucos se intensifica. Meu coração acelera enquanto suas mãos acariciam meus ombros. A timidez cede lugar a uma paixão ardente que compartilhamos, enquanto ela pressiona nossos corpos, e eu me perco em explorar seus lábios. Envolvo meus braços em sua cintura, buscando tê-la ainda mais próxima a mim, e seu calor irradia, alimentando o desejo que nutro por ela. Permito que meus dedos se entrelassem em seus cachos, enquanto suas mãos puxam minha camisa. A cabine oscila para o lado em que estamos e range. Assustado, interrompo o beijo abruptamente, olhando ao redor para verificar se estava tudo bem:
— Olha, não seria melhor continuarmos esse beijo em terra firme? — Digo, e ela ri, acariciando meu rosto.
— Claro, ninguém quer morrer hoje, né?
Chegamos ao hotel quase às três da manhã. A energia demorou para voltar, mas tudo correu bem. Despeço-me da morena e sigo para meu quarto, incapaz de tirar aquele beijo da cabeça. Quando nossos lábios se tocaram, senti todos os sentimentos que eu estava reprimindo se intensificarem. Foi uma mistura de sensações que me tomaram por completo. Estou muito apaixonado por ela, como um adolescente revivendo seu primeiro beijo com a garota dos sonhos.
Visto roupas confortáveis para dormir e começo a me acomodar na cama, quando ouço batidas na porta. Olho na direção do som, surpreso, e caminho pela suíte até a porta. Ao abrir, deparo-me com Luana usando um pijama de borboletas, chinelos e segurando um violão. Antes mesmo que eu possa dizer qualquer coisa, ela fala:
— Então, sobre a música... Tive algumas ideias e achei que você gostaria de trabalhar nelas.
— Sério? Vamos realmente fazer isso? — Digo, sorrindo animado.
— Não me faça me arrepender.
Ela entra na suíte e eu acendo as luzes da sala. Nos jogamos no sofá e começamos a discutir a letra. Ela toca algumas melodias que já tinha em mente, e eu fico admirado com a rapidez com que sua mente funciona. Bang Chan é capaz de criar melodias com facilidade, quase brincando e agora estou vendo Luana tocando o violão com tanta naturalidade que me deixa perplexo, como eles fazem isso? Próximo das cinco da manhã, uma parte da letra está pronta. Batizamos a música de "Night Change", que fala sobre como tudo ao nosso redor pode mudar, mas nossos sentimentos permanecem inalterados.
Decido que quero letras melódicas, sem rap, o que surpreende Luana. Minhas habilidades como compositor vão além do rap. Ela fica encarregada de escrever a letra em inglês, e continuamos trabalhando nisso até adormecermos no sofá.
Quando acordo, encontro-a dormindo com a cabeça apoiada em meu colo. Fico ali, acariciando seu cabelo, admirando sua beleza até ela acordar. Pelo horário, imagino que o restante da equipe já deva estar chegando e ela se levanta num pulo.
— Preciso me apressar, não é bom que eles cheguem e me encontrem aqui de pijama. — Ela procura seus chinelos.
— Calma, outras pessoas já vieram aqui de roupas de dormir. Não se preocupe tanto com isso, Luana, está tudo bem.
— Acontece que já estão falando sobre nós dois na equipe. Não precisamos alimentar esses rumores, certo? — Ela encontra seus chinelos e me olha depois de calçá-los. — Podemos voltar a trabalhar na música hoje?
— Sim, claro que podemos. — Apesar de o dia estar cheio de compromissos, podemos trabalhar na música de madrugada novamente, se necessário.
Me levanto para acompanhá-la até a porta e, inesperadamente, Lua me beija. Sem pensar, envolvo sua cintura com meus braços, enquanto seus dedos se entrelaçam em meu cabelo. Beijá-la é tão bom quanto imaginei, é uma experiência diferente de quando pensei estar beijando uma garota de programa.
Esse beijo vai além do desejo carnal, não sinto apenas atração física. Tudo que posso dizer é que meu coração palpita, sinto uma vontade de protegê-la. Não é que eu não a deseje, pois às vezes não consigo evitar me perder em sua beleza. Mas não quero beijá-la apenas por isso, quero beijá-la porque gosto de quem ela é.
A garota se afasta e abre a porta do quarto, dando de cara com Babi, que olha para ela e sorri. Atrás de Babi, vejo o pessoal do serviço de quarto, trazendo a comida para o café da manhã. Luana fica um pouco sem graça, mas sorri para Babi e corre em direção às escadas, provavelmente não querendo se encontrar com mais ninguém. Babi me olha com um ar divertido e diz:
— Espero que a noite tenha sido boa. Você não dormiu nada, né?
Devo estar com olheiras horríveis, mas sorrio para a staff:
— Estava ocupado, mas não com o que você está pensando, Noona.
— Hum... — ela me entrega um envelope — O baile beneficente que eu te falei é no sábado. Um estilista virá esta tarde para tirar suas medidas para o smoking. Você irá vestir Dolce & Gabbana. Estou te avisando para que não passe pela sua cabeça qualquer ideia de não seguir a agenda, entendeu?
Tinha me esquecido por completo desse baile. Será um evento importante em nome de um dos maiores hospitais do câncer da América Latina. Nesse momento, uma ideia surge em minha mente:
— Posso levar a Luana? — Pergunto, imaginando a noite com ela.
— Não.
— Obrigado vai ser... Espera quê? — Olho-a sem entender. — Noona...
— Bin, esse é um evento com cobertura da mídia. Você pode até andar esquecido, mas está aqui a trabalho. É ótimo que a Luana esteja aqui acompanhando a equipe, mas no fim do dia, eu sou sua staff e, mesmo que eu odeie usar saltos, eu preciso te acompanhar.
— Mas... — Não quero aceitar isso, finalmente eu e Luana estamos dando passos adiante e essa festa será uma ótima oportunidade. Só que o olhar que Babi me direciona deixa claro que ela não vai ceder.
Saco, seria tão bom poder levá-la a um evento desses.
E saiu a notícia que o mundo não acreditou?! Já era tempo dos nossos pombinhos tiveram coragem de falarem abertamente o que sentem! Mas parece que o Changbin não tá disposto a esquecer essa história do baile, coitada da Babi que vai ter que lidar né?
Se estão gostando, não deixem de comentar e não esqueçam o voto, pois nós ajuda muito.
BIG HUG e até a próxima semana
Annelizzy e Ana Laura Cruz
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro