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11 - ZANGADINHA

Quando cê fecha a cara
E diz que não foi nada
Fica mal humorada
Dá uma ignorada
Pode saber
Aí, tem!
Aí, tem!

— Zangadinha, Tiago Iorc part. Ludmilla

O que você está fazendo?

Acordo com esses pensamentos que me tiram a paz. Estico-me na cama e olho ao redor do quarto. Ainda não consigo acreditar que estou vivendo essa experiência.

A lembrança do nosso quase beijo me deixa arrepiada. Ontem, eu o evitei o dia todo para não ultrapassar os limites, mas agora me pergunto como seria beijá-lo de novo. Essa paixonite está me enlouquecendo. Além do mais, eu o coloquei em uma situação de risco, onde ele poderia ter se machucado. Imagine, além de estar tendo o privilégio de estar aqui, ainda causar um acidente? Espero que ele esteja bem e, talvez hoje, eu não deva evitá-lo. Estou aqui com o intuito de ser sua companhia e até então, eu tenho sido péssima nisso.

Pego meu telefone e faço uma videochamada para Vânia, que atende com voz de sono. Juca já está de pé e vem falar comigo. Ele me conta animado sobre um filme que os dois viram ontem, mas eu não entendo muito bem do que se trata. No final, ele me pergunta se eu vou buscá-lo hoje e, quando digo que não, seus olhos se enchem de lágrimas e ele soluça. Sinto uma dor no peito ao ver meu pequeno chorar e não poder abraçá-lo. Vânia tenta consolá-lo com doçura e desliga a chamada, dizendo que é melhor nos falarmos mais tarde. Fico olhando para a tela apagada do telefone e me sentindo culpada por estar longe.

Penso em como sou grata à Vânia, que aceitou cuidar do Juca por esses dias sem pedir nada em troca. Ela tem um carinho enorme por ele. Quando eu receber o dinheiro, vou fazer questão de ajudá-la também. Ela tem três filhos pequenos, o marido trabalha numa fábrica de refrigerante, sua realidade não é tão diferente da minha.

Vejo quatro mensagens da minha ex-sogra e só dou uma olhada. Ela quer saber do passeio com o Juca e insiste em marcar uma data. Eu preferia que eles nos deixassem em paz.

Estou prestes a jogar o celular na cama, quando recebo uma mensagem de Changbin. Ele me convida para tomar café com ele na suíte presidencial. São quase oito horas e, apesar de estar hesitante, respondo que irei. Lembro do nosso quase beijo na noite anterior e sinto um frio na barriga. Ele é um homem, mesmo de outra cultura, ainda é um homem. Um homem que pagou por um encontro com uma mulher, que pode me ver como um objeto, como tantos outros... Mas ele tem sido tão carinhoso, tão atencioso, tão interessado em mim. O golpe tá aí, cai quem quer.

Entretanto, é para isso que estou aqui: ser sua companhia nos momentos de solidão. Não sei o que ele realmente quer, mas tenho que ir. Tomo um banho rápido de água morna e visto roupas confortáveis - uma calça jeans velha e uma blusinha básica, com a foto de uma modelo desconhecida.

Saio do quarto e pego o elevador. Chego ao andar da suíte presidencial e me surpreendo. Só tem uma no corredor inteiro. Bato na porta e espero, ainda insegura de estar ali. Changbin a abre e me deixa sem fôlego. Ele está lindo, com uma camisa estampada, uma calça jeans escura e um tênis da mesma cor. Seu cabelo está levemente ondulado e seu rosto como sempre impecável.

— Bom dia, Lua... Fique à vontade, por favor. — Ele diz, abrindo espaço para eu entrar. Eu sorrio e sigo para dentro.

— Changbin, a sua perna? — Pergunto tentando ver se está tudo bem, até então ele não parecia manco, como no dia anterior.

— Ah, eu tô ótimo, fica tranquila olha só! — O exibido faz três agachamentos e sorri todo convencido. — O que eu te disse? Uma boa noite de sono e tô novo.

— Que bom, então. — Sorrio, mas ainda preocupada. Ele pode estar escondendo que se machucou apenas para não me preocupar.

Ele anda pela suíte e, então, reparo nos detalhes. Fico boquiaberta só de ver a sala. É enorme, muito mais do que eu imaginava. Tem um sofá que cabe umas sete pessoas e uma televisão que ocupa a parede inteira. A sala divide espaço com uma mesa de jantar e uma varanda ao fundo. Mas a suíte não termina aí. Ela se estende por todo o andar, com mais cômodos que não consigo ver.

— Vem, o café está servido.

Ele me puxa pelo pulso e me leva para dentro da suíte. Como eu suspeitava, é como um apartamento de luxo, com tudo do bom e do melhor. Ele me mostra outra sala de jantar, onde há uma mesa farta de comida.

Tem de tudo: ovos mexidos, salsicha, bacon, pães, frutas, polenguinho, biscoitos, bolos, suco, garrafas térmicas, sachês de chá, canapés, salgados, presunto, mussarela... Uma extravagância sem fim.

— Mais alguém vai tomar café com a gente? — Pergunto, sem entender por que ele pediu tanta coisa.

— Não, só nós dois. Por quê? Não quer ficar a sós comigo? Vamos, sente-se e fique à vontade. Eu só vou mandar uma mensagem para a Babi. — Ele diz, ansioso, sem me deixar falar, se senta e pega um canapé.

— Não é isso, Changbin. É que tem muita comida aqui. A gente não vai dar conta de comer tudo isso.

— Eu sei, eu sei. Mas o quarto vem com um "super café". Fazer o quê, né? — Ele diz, com um tom de indiferença que me irrita.

Eu sei que ele não vai se sensibilizar com o que eu tenho a dizer, é milionário, isso aqui é uma migalha para ele. Mas como pode ser tão alheio à realidade? Será que ele tem noção de que, enquanto saboreia um café da manhã extravagante, que mais da metade vai acabar no lixo, muita gente sofre com fome pelo mundo? Se ele faz questão de tanta ostentação, como deve ser por dentro? Eu duvido que ele se importe comigo, só está sendo gentil e amável por conveniência, porque sou "bonita", mas eu nunca passarei de um capricho. Esse sorriso dele esconde um playboy que não se preocupa com nada. Eu me sinto deslocada, nossos mundos são tão diferentes... Agora tenho a certeza de que não devo me apaixonar por ele. Me sinto irritada, no fim das contas, pessoas ricas são superficiais:

— Eu vou tomar café lá embaixo, com licença. — É o que eu digo, antes de sair em direção à entrada. Eu não quero ficar onde me sinto desconfortável.

— Hey, Lua! — Ouço a voz do Changbin atrás de mim e ele me alcança, e me segura. — Lua, o que eu fiz de errado?

— O problema é que você não se dá conta.

— Me dar conta de quê? — Ele me olha confuso e eu suspiro irritada.

— Você realmente precisa de tudo isso? Quer dizer... Essa suíte é uma mansão dentro de um hotel e você está sozinho! Como você acha normal ficar em um quarto desse tamanho sem ninguém?

— Mas Luana eu...

— Olha aquela mesa... Você sabe que comida de hotel não é reaproveitada? Isso tudo vai parar no lixo e você já pensou em quantas pessoas não têm o que comer em casa? Eu não estou dizendo que você não pode ficar em um hotel de luxo, você tem dinheiro para pagar uma diária aqui. Mas... Isso tudo revela muito sobre você.

— Bem... Eu... Não sei pelo que pedir desculpas, mas me desculpe se te magoei. — Ele fala com a voz hesitante e eu o encaro.

No fundo, eu estou mais irritada comigo mesma por pensar que ele seria diferente. Changbin até pode ser um cara legal, mas humildade não combina com quem escolhe uma mega suíte para ficar sozinho. Eu não preciso me preocupar em me envolver com mais um rico, o meu relacionamento com Enrico me mostrou qual é o meu lugar no mundo. Bom, eu estou aqui para ser amiga dele e não para dar sermão, e agora eu preciso ser uma boa companhia, então digo:

— Vamos logo tomar esse café.

Nós voltamos para a mesa em silêncio e nos sentamos. Ele parece constrangido, pega um copo de suco e fica mexendo com a colher. Eu me sirvo de café e um pedaço de bolo de laranja e tento puxar assunto:

— Tem certeza sobre a perna? — Quero me certificar de que ele realmente não se machucou.

— Estou bem, Luana. Não se preocupe com isso.

Eu dou um gole no meu café e sorrio sem graça.

— De toda forma, desculpa por ontem. — Na minha cabeça, Babi ainda vai brigar comigo pela minha irresponsabilidade.

— Tá tudo bem, a gente é uma ótima dupla no gelo. — Ele fala rindo e eu reviro os olhos. Não quero patinar no gelo nunca mais.

Voltamos a fazer silêncio e eu como meu bolo com um pouco de pressa.

— Luana... Ainda está com raiva? — Ele me olha, ansioso.

— Que programa de televisão você vai hoje? — Mudo o assunto. Não quero ter que falar o quanto essa situação me deixa desconfortável.

— É o The Noite. Um talk show... — Ele fala com um tom de desânimo. Ele que se dane, gente rica precisa de um banho de realidade de vez em quando para entender que não são superiores aos outros.

— Ah, com o Danilo Gentili. Ele é bem alto, né? Você vai se surpreender quando vê-lo.

— É... Já me disseram isso.

— E o show, está ansioso?

— Mais ou menos.

Nós continuamos uma conversa rasa e eu penso em me desculpar pela forma como falei, mas não me arrependo. É um absurdo ele achar normal desperdiçar tanta comida assim.

Eu termino o café e me despeço, correndo para o meu quarto. Vou até a sacada e fico olhando os outros prédios luxuosos, logo à frente do hotel está a Avenida Paulista e eu sei que é uma área muito nobre de São Paulo.

— Eu não pertenço a esse lugar. — Digo para mim mesma e vejo o Changbin lá embaixo, entrando no carro.

Que pena que nossas realidades são tão diferentes, ele até que é legal. Mas tudo bem, eu não tenho que ficar triste por isso. Agora, eu preciso saber do meu filho e se ele se acalmou. Isso é o que mais importa.

Eu não consigo entender por que a Luana ficou tão irritada comigo. Eu até concordo com ela sobre o desperdício de comida, mas quando perguntei ao serviço de quarto, eles disseram que era parte do pacote da suíte master e que eu não podia recusar. E qual é o problema do quarto, afinal? Ela se zangou porque eu sou rico? Isso não faz sentido. Ela não pode odiar todo mundo que tem mais dinheiro do que ela. Pelo visto, ela tem algum tipo de experiência ruim com isso, pois percebi que ela se inferioriza o tempo todo, mas faz parte da vida. Tem pessoas com muito dinheiro e outras não. Nada justo ela me odiar por isso.

Nós nos despedimos e eu me dirijo até a recepção para encontrar a Babi. Sorrio para ela, mas esta mal me olha:

— Bora.

É só o que ela diz entredentes e é mais do que suficiente para eu entender o recado. Outra irritada comigo, mas dessa aqui eu sei bem o motivo. Nunca vou esquecer do nosso desentendimento ontem à noite, depois que eu deixei a Luana. A Babi estava na porta do meu quarto e me deu um sermão daqueles.

Noona, foi um acidente. Podia ter acontecido com qualquer um.

— Mas aconteceu com você, que o fez por escolha própria. Não quero mais receber ligações do Bang Chan reclamando do meu trabalho, entendeu? Se você vai agir como uma criança, vai ser tratado como uma. A partir de agora, você obedece às minhas ordens, só sai do hotel comigo e não quero ouvir um ai.

Eu me senti culpado e concordei com a cabeça. Babi é uma pessoa tão legal e eu consegui chateá-la também. Ela me diz que marcou uma consulta de rotina para mim e eu vou com ela até o lugar. Contrariado, porém calado. Depois de me examinar, o médico confirma o que eu já sabia, a dor que estava sentindo é mais pela pancada em si, os pinos doem o tempo todo e, ao sentir o baque, doeram só um pouco mais que o normal, mas já passou.

— Viu só? Eu te falei que não era nada grave. — Eu digo, tentando descontrair o clima com a staff.

Mas não adianta muito. Vou ter que ganhar a confiança dela de volta e, pelo visto, vai ser preciso me esforçar. Depois de sair da clínica, vamos direto para o local do show, onde começamos os ensaios. Como se trata de uma turnê solo, eu tenho que preencher o palco com bailarinos e o meu carisma. Pelo menos, durante o ensaio dá para mostrar para a Babi como o baque não me impede de nada e ganho uns pontos com ela. Além disso, o time está bem preparado para as apresentações no Brasil, nós temos bailarinos brasileiros, americanos, coreanos e japoneses conosco. Eu fui um pouco exigente, escolhi os melhores.

A equipe de produção montou toda a estrutura e testou as luzes durante a tarde. O show promete ser incrível. Eu não almocei direito, só comi alguns salgadinhos ao longo do dia. Depois do ensaio, tenho que voltar correndo para o hotel, pois ainda tenho a entrevista no talk show. Não encontro a Lua por lá e imagino que ela esteja ocupada com as figurinistas. Então, me arrumo o mais rápido que posso e volto para o carro. A Babi traz comida para mim e eu vou saboreando no caminho. Eu não quero mais desavenças com ela, então resolvo puxar assunto sobre algo que não sai da minha cabeça:

Noona, posso te fazer uma pergunta? — A staff acena que sim, depois de me olhar com um ar distraído. — Você acha que eu sou humilde?

Ela dá uma risada seca antes de me responder:

— Não, não acho.

Aigoo, por quê?

— Qual foi a primeira exigência que você fez para a sua turnê no Brasil? "As melhores suítes dos melhores hotéis". E a segunda? Produtos de luxo nos camarins para o seu delicado Skin care pós-show.

— Mas... Se eu tenho condições de pagar pelo máximo de conforto, qual é o problema?

— Nenhum, na verdade. Eu já vi de tudo nessa vida de produção. Cada um tem a sua realidade.

— Mas eu sou uma boa pessoa, isso não me faz humilde? — Franzo a sobrancelha e a encaro. Não sou uma pessoa má, sempre ajudo os que precisam, cumpro com todos os meus deveres como cidadão coreano, nunca fiz mal a ninguém, quer dizer... Algumas garotas ficaram chateadas com meu comportamento, mas aprendi minha lição. Será que sou arrogante por ter muito dinheiro na conta?

A staff suspira, parecendo um tanto cansada para conversar:

— Bin, só o fato de você dizer isso já mostra o contrário, sabe? Me responda uma coisa, você já agradeceu à camareira que arruma a sua cama todos os dias ou ao motorista que está dirigindo esse carro por ele fazer um bom trabalho? Você agradeceu aos seguranças que te protegeram no shopping ou ao Bang Chan por ele não ter desistido da turnê? — Eu fico em silêncio, sem saber o que dizer. A brasileira continua — Você pode pensar que essas pessoas estão apenas fazendo o seu dever, afinal elas estão sendo pagas, mas cada uma delas tem a vida delas e está contribuindo para o sucesso da sua turnê. Então, eu acho que, no mínimo, te falta gratidão. Não é que você seja mau, mas está longe de ser modesto.

Babi fala tanta coisa que eu nem sei o que dizer, apenas continuo a comer enquanto ela volta a sua atenção para a janela. Talvez seja isso que incomodou a Lua.

Chego ao hotel tarde da noite. Babi se despede e vai bocejando para o seu quarto. Eu sigo para o último andar. Assim que entro, me dirijo ao banheiro e começo a encher a banheira. Pego meu celular e vejo que não há nenhuma mensagem da Luana. Sinto uma pontada de irritação e penso em mandar uma mensagem, falando sobre esses sumiços, esse não foi o nosso combinado. Porém desisto, não quero que ela fique brava comigo, os próximos dias serão corridos e irei confrontá-la depois.

Mesmo sabendo que ela deve estar dormindo, envio uma mensagem de boa noite. Em seguida, vou até o bar do quarto. Eu gostaria de terminar a noite com um whisky, mas prometi que iria me controlar. Então, ligo para o serviço de quarto e peço um guaraná Antártica com gelo e laranja.

Alguns minutos depois, ouço batidas na porta. Abro e vejo um rapaz sorridente com uma bandeja nas mãos. Ele caminha até a mesa e serve a bebida. Não consigo deixar de lembrar da conversa que tive com a Babi mais cedo. Parece que eu sou um ingrato, que só digo "obrigado" por regras de etiqueta. Olhando para esse jovem, percebo que eu não ligo mesmo tanto para as coisas ao meu redor, ele por exemplo está trabalhando de madrugada, sacrificando seu sono, porque provavelmente precisa muito do emprego. Acho que foi isso que ela queria me ensinar sobre gratidão. O rapaz termina de servir e se prepara para sair. Eu tento agradecê-lo no meu português/inglês improvisado:

— Obrigado, continue se empenhando. — Faço um gesto de incentivo com a mão.

O rapaz me olha confuso e responde:

— De nada?

Eu sorrio para ele e ele sai. Pego o copo de refrigerante e caminho até a banheira. Mergulho na água quente, esperando que ela alivie meus músculos. Porém as malditas dores ainda estão lá, minhas companheiras inseparáveis.

Eu preciso desabafar sobre a Luana com alguém. Já pensei em contar para os SKZ, mas o tanto que eles gostam de mim, eles são o dobro de fofoqueiros. E o Bang Chan foi bem claro: nada de escândalos com garotas. Então, resolvo ligar para ele, um amigo que conhece todos os meus casos, inclusive sobre Luana. Espero que ele me escute. Insisto várias vezes até que o Wooyoung, do ATEEZ, atende:

Changbin, você tá bem? Eu te mandei mensagem dizendo que tava ocupado.

— Desocupe, então. Eu preciso conversar com você.

Do outro lado da linha, ouço o Wooyoung suspirar e dizer:

Tá bom, você tem quinze minutos.

Eu começo a contar como a Luana ficou irritada comigo hoje de manhã, sem omitir nenhum detalhe. Ele me interrompe, antes de eu terminar, e diz:

Você é muito ingênuo, né? É óbvio que ela se incomodou com a diferença de realidade entre vocês. Você é rico, ela é pobre. Deve ter ficado magoada ao perceber esse empecilho que separa vocês.

— Que nada, ela nem gosta tanto assim de mim para se importar com isso.

Mas você gosta dela.

— Eu já te disse que eu só quero ajudá-la.

Sei, sei. Mas você tá gamado nela, admite logo que tá apaixonado. Quando você parar de se enganar, vai ver a situação com mais clareza.

Eu fico sem resposta. Eu sei que quando eu penso nela, meu coração dispara, eu fico nervoso, fico louco para ver o sorriso dela, faria qualquer coisa para que ela só tivesse olhos para mim. Mas eu também me sinto culpado, me sinto errado em deixar aflorar esses sentimentos.

— Ei, Wooyoung... Você acha que tem algum futuro para nós dois?

Ele fica em silêncio por um momento e eu ouço ele falar com alguém. Espero ansioso pela resposta dele e finalmente diz:

— Sinceramente? Não, não vejo futuro. Desculpe, cara...

— Poxa, podia me apoiar, né?

As chances estão todas contra vocês, mas se você quer um conselho: a vida é curta para ter medo do futuro. Se vocês dois estiverem dispostos a enfrentar tudo que pode acontecer, há esperança. Eu sei que você está, mas e ela? Ela teria coragem de encarar essa indústria cruel?

Talvez seja isso. Eu preciso ser o porto seguro dela para dar certo. Preciso ser aquele que toda vez que as coisas ficarem difíceis, possa passar confiança para ela. E daí que ela tem um filho? E daí que a Coreia vai pirar? Eu tenho certeza que podemos superar qualquer ódio destinado a nós. Mas a questão é: isso só vai ser possível se ela quiser também.

Depois de dias agitados, o primeiro show em São Paulo finalmente aconteceu. A Luana se afastou de mim, quer dizer, das vezes que nos vimos, não ficamos a sós, deixando claro que ela está evitando ficar sozinha comigo. Eu também não tive tempo de falar a respeito com ela. Nos três dias que antecederam a apresentação, dispensei o serviço de quarto e não tomei café da manhã no hotel. Quando o show acabou, eu pedi à Babi que convocasse uma reunião com toda a equipe de produção que estava hospedada conosco, desde o responsável pelos instrumentos até os dançarinos, incluindo a Luana. A Babi não perguntou o motivo da reunião, que bom, porque eu quero fazer uma surpresa.

Na manhã seguinte, eu solicito aos funcionários do hotel que preparem o café até às sete e meia, pois a reunião seria às oito. Dessa forma, aquele mundo de comida já está devidamente posto na mesa.

Às oito, as pessoas começam a chegar. A Babi é uma das primeiras e me lança um olhar curioso. Luana chega com outros, mas ainda falta muita gente. Quando todos chegam, eu me posiciono no meio deles, com um sorriso um tanto sem graça. Eu peço à Babi que traduza para o inglês o que eu vou dizer e ela fica ao meu lado:

— Bom dia, pessoal. Eu... Primeiro, eu quero agradecer a todos por fazerem parte dessa turnê. Eu sei que vocês podem pensar "ah, eu estou sendo pago para isso", mas vocês aceitaram o convite. Poderiam estar em qualquer outro lugar, mas estão aqui, contribuindo para o sucesso dessa turnê. Então, eu estou muito grato a todos. — Falo devagar para que a Babi possa traduzir. — Bem, como vocês podem ver, esse quarto é enorme e eu me sinto meio sozinho, principalmente de manhã. Então, a partir de agora, por favor, venham tomar café comigo. O hotel manda muita comida e todos vocês são bem-vindos. Vai ser legal fazer novos amigos. Aliás, o café já está servido na sala de jantar, fiquem à vontade.

O pessoal sorri e o clima começa a ficar mais descontraído. Babi me dá um tapinha no ombro e logo começa a conversar com uma figurinista, caminhando para a sala de jantar, onde não cabe toda aquela galera, mas o quarto é grande o suficiente para todo mundo. Luana não se move, fica me encarando e eu vou até ela:

— Não vai comer?

— O que está fazendo? — Ela indaga e eu sorrio.

— Sabe, eu percebi que preciso agradecer mais e você tinha razão. É muita comida, por que não dividir com a minha equipe?

A morena demora um pouco, mas sorri e vamos caminhando até a sala de jantar onde o pessoal conversa animado.

— Aliás dona Luana, você andou quebrando nosso acordo. — A olho sério e ela fica um tanto sem jeito.

— Eu... — Ela começa a pensar no que dizer, mas eu a interrompo.

— Amanhã estou de folga e vamos conversar, hum? Houve uma quebra de contrato aqui. — Tento manter a cara séria, mas é impossível, eu sou um bobo apaixonado mesmo.

— Desculpa, vamos fazer algo amanhã, ok? Eu estive ocupada com... Os botões é claro. — Ela diz, dando a entender que tem passado muito tempo com as figurinistas.

— Vou ter que solicitar só roupa com fecho então. — Dou um sorriso de lado.

Luana ri alto e se junta ao pessoal. Ali posso perceber que, mesmo que a estrela da turnê seja eu, tem gente por trás dando muito duro para que tudo seja perfeito. Preciso reconhecer que essa equipe, essas pessoas, todo mundo tem executado um maravilhoso trabalho e eu não poderia ficar mais grato por isso.

Oi gente!! nalauracruz   por aqui :)

Eu não sei vocês, mas eu amo uma mulherada esperta dando a real pra uns ômi besta. E a dupla Lua e Babi, sem nem combinar, fez um ótimo serviço com o nosso querido, mas sem noção, protagonista. O que mais será que ainda temos guardado para ele, hein?

Se está gostando, não se esqueça de deixar a sua estrelinha e comentar! Vamos adorar saber sua opinião, palpites e etc.

BIG HUG e até o próximo capítulo.

Annelizzy e Ana Laura Cruz

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