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Último Capítulo - Touché

-Lestrangge! - chamou o guarda - pode vir dar sua confissão.

Caminhei pela delegacia com meus saltos ecoando secamente, seguidos de uma expressão altiva e de dois paspalhos que achavam que estavam cumprindo seu trabalho.

Entrei na saleta e me sentei atrás da mesa com delegado Leôncio me encarando impassível. Bigodes exibia um sorriso vencedor que transbordava alegria. Olhei uma última vez para ele, depois para o escrivão que iria datilografar o depoimento.

- Pode começar - René falou a mim e deu sinal de afirmativo para o escrivão.

Do lado de fora da sala o policial que eu desmaiei e o que eu atirei em sua perna esperavam ansiosos para a confissão.

Todos me encaravam.

Suspirei uma vez e relembrei em um flash tudo que aconteceu na madrugada de anteontem pra ontem até o momento em que fui vistoriar aquele último móvel. Bom, finalmente aquela balbúrdia havia acabado.

Pigarrei.

- Eu, Natasha Lestrangge, - olhei para Bigodes - Detetive Particular na cidade de Paris...

Olhei para os guardas lá fora. Lembrei dos meus amigos e suas tentativas de me ajudar. Eram incríveis. Irritantes, mas tremendamente incríveis.

Minha pausa fez com que eu recebesse expressões desagradáveis que tentavam me acelerar.

Se eu já tenho de fazer isso vou fazer de meu jeito e quem achar ruim que assuma meu lugar.

Suspirei mais uma vez.

- Não matei Lucy Albuquerque nessa madrugada de sexta para sábado, dia vinte e cinco de setembro de 1954. - afirmei solene cruzando as pernas.

Vi a expressão indignada dos homens que observavam de fora e também do delegado e seu fiel escudeiro.

- ESTÁ ACHANDO QUE PODE VIR AQUI E ZOMBAR DE TODOS NÓS? - Bigodes esmurrou a mesa á minha frente com os olhos em fúria enquanto eu devolvia meus melhores olhar e sorrisos sarcásticos.

- Controle-se Jean. - a voz de Leôncio soou grave e altiva de trás da mesa. Seus olhos impassíveis eram de uma calma fria - O delegado aqui sou eu.

Bigodes se aquietou, mas era notável sua fúria agora contida que o fazia tremer como um pincher.

- Eu ainda não acabei meu depoimento - ele fez meneou a cabeça para que eu prosseguisse - Não só sou inocente como também solucionei o caso Lucy como prova.

Os cochichos que haviam se formado cessaram assim que proferi as palavras. Uma tensão assustadora pairou no ambiente que se tornou um pouco mais sombrio com a iluminação precária nas paredes cinzas.

- Lucy Albuquerque, ou Lyli como a conheciam, possuía um caso secreto com um homem casado, que se negava a frequentar o bordél Fleur D'agent.

Olhei de relance os dedos do delegado girando a aliança dourada em uma distração para a inquietação que seus olhos não transmitiam.

- Eles se conheceram em uma padaria que ambos frequentavam diariamemte a umas cinco ruas do estabelecimento que era o lar da mulher. Passaram a conversar e quando perceberam já era tarde: estavam apaixonados.

- Pare de nos enrolar! Isso é pra ser um depoimento e não um conto romântico! - gritou outra vez Bigodes.

Enquanto isso via uma gota de suor escorrer da testa do delegado.

- Sua mãe não te ensinou a não interromper os outros? - acuso - enfim, eles se encontravam todos os dias as três e meia da tarde e seguiam para um endereço desativado do outro lado da cidade, propriedade do homem em questão. Lucy saia as três horas de casa para dar tempo de chegar tranquila ao local de encontro.

Bebi um pouco da água que estava na jarra em cima da mesa e tornei a falar:

- Esse homem, porém, enchia Lucy de promessas, dizia que a esposa estava por falecer em uma doença terminal e que assim que ela partisse, o que não demoraria muito, ele a assumiria como mulher. Enquanto esse dia não chegava ele dava perfumes caros, roupas, até mesmo jóias feitas sob encomenda de forma única para ela. Um dia no entanto ela se cansou de promessas vazias. Lucy decidiu investigar sobre seu amado e descobriu que ele mentia: a esposa em questão estava ótima de saúde e não havia sequer traços de doença alguma.

Fiz uma pausa observando os rostos tensos e respirações longas. Uma sombra cobria o rosto do delegado devido a posição da janela o que tornava tudo mais emocionante ainda no meu ponto de vista.

- Os dois brigaram e ela disse que iria contar tudo á esposa do homem se este não passasse a casa pra ela, em recompensa por todas as vezes em que ele se aproveitou de seus sentimentos para não ter de pagar os programas. Ele concordou e pediu uma semana para arranjar a papelada.

Fiz mais uma pausa bebendo mais um gole d'água.

- Uma semana depois, Lucy foi morta.

- Mas isso não explica nada Lestrangge. - Refutou o delegado - e é preciso provas de que o que está dizendo é de fato verídico.

- Ah claro. Essas informações foram extraídas diretamente do Diário de Lucy, guardado em um fundo falso de sua mesa de cabeceira.

Joguei a peça de bela encadernação bordô na mesa a deslizando em direção ao delegado.

- Aí está escrito tudo que disse inclusive o nome do homem - o olhei sugestivamente - além do endereço da residência do suposto assassino que eu fiz questão de marcar a página como pode ver, e caso queria pular a leitura eu também o escrevi nesse pedaço de papel.

Deslizei a folha rabiscada.

- Ainda não há provas suficientes.

- Claro que não. Mas ainda não mostrei as chaves da casa que o assassino de Lucy fingiu dar a ela, e que não teve tempo de buscar depois do crime.

A peça foi arremessada no ar em direção à Bigodes.

- Reconhece, policial? - meu sorriso chegava a rasgar o rosto.

Leôncio mirava assustado seu companheiro de serviço que em uma expressão de desespero começou a gritar - como de costume.

- Certo, eu tinha um caso com Lucy, mas e daí? E daí que eu tive um caso com uma prostituta isso não tem a ver com o crime em questão!

- Ele está certo Lestrangge. Até agora só provou o adultério de meu colega de trabalho, o que apesar de bastante imoral, não tem a ver com toda essa situação.

- Bem, nos meus tempos de guerrilha eu tive bastante contato com armas de todos os tipos. Lucy foi morta por um tipo de faca específico, que o formato era único e essa faca era fornecida somente para a milícia do ex governo de Vitch, da qual nosso amigo aqui participava. O formato dela incide uma perfuração própria que eu consegui reconhecer aquela noite. Inclusive essa faca está com ele agora mesmo.

Todos olharam para Jean que inflava de fúria.

- É MENTIRA! É TUDO MENTIRA! ESTA ASSASSINA ESTÁ TENTANDO ME INCRIMINAR! - com um aceno de cabeça do delegado os guardas se aproximaram de Bigodes e o revistaram a contra gosto - Não não acreditem nela isto é um absurdo!

Os guardas se afastaram de Jean com a arma em mãos e a jogaram para René.

- Jean se aproveitava do amor de Lucy para transar com ela sem ter que pagar nada. Mentia sobre a esposa para enganá-la e não deixar que ela terminasse o caso. A comprava com presentes para acalmar suas desconfianças. Se encontrava com ela sempre depois do expediente que termina as três horas com excessão dos sábados que trabalha em plantão. Chegou a entregar as chaves da residência pra ganhar tempo enquanto planejava o assassinato. E com excessão desse último todos esses fatos podem ser averiguados no diário de Lucy. Tenho aqui também um relógio do polical que encontrei no quarto da mulher gravado com as iniciais dele, notem que seu pulso exibe uma marcação branca pela falta da peça, mas aqui polícial pegue-o de volta - joguei o relógio para o dono - O padeiro também confirmou sobre a frequência de ambos no estabelecimento dele e disse que jean passa lá a anos pra levar o café da tarde para casa. Ele conhecia a vítima, ele tinha motivos, os dois brigaram e ele estava sendo chantageado, além disso o corpo tinha acabado de ser morto quando me pegaram em "suposto" flagrante e era impossível que o polícial já estivesse lá sem ter presenciado o crime em si ou o tendo cometido. E eu não possuo a arma do crime.

Nunca vi alguém ficar mais branco que Bigodes naquele momento. Ele tinha desistido da fúria e adotado uma assombrosidade em relação a exposição dos fatos.

- E-Eu posso explicar... f-foi um acidente e-eu não queria... - tentava afastar os outros guardas com as mãos que se aproximavam para o prender enquanto falava - Não, me soltem foi um mal entendido! Delegado René por favor!

- Policial Jean Baptiste Lamounier, o senhor agora é o principal suspeito de ter matado Lucy Albuquerque, e está sendo colocado em prisão preventiva até o dia de seu julgamento. - Leôncio sentenciou.

Os guardas levaram o policial que ia aos gritos e súplicas pra longe da sala e em direção às celas da delegacia.

Eu já ia me levantando quando o delegado interveio.

- Ainda não acabamos Lestrangge. Você desmaiou um de meus homens e atirou na perna de outro. Sem falar que posse de arma é ilegal. Ou já se esqueceu?

- Que eu saiba vocês não tem provas de que desmaiei ninguém. Seu guarda que não resiste a uma dose e caiu no chão de bêbado eu só aproveitei a oportunidade. Quanto ao tiro que dei,  não foi letal, e tudo que já fiz por essa nação pode muito bem cobrir uma ação dessa delegado.

- Mas...

- Não tem mas - o interrompi - E agradeça por eu não processá-los, por terem me prendido sem provas realmente relevantes tentando me fazer de bode expiatório pra livrar a barra do seu amiguinho. Eu poderia acusá-lo como cúmplice delegado, mas quero esquecer todo esse machismo desprezível e retomar minha vida depois dessa algazarra. Passar bem.

Sai da sala mais orgulhosa do que entrei. As ruas de Paris brilhavam sob o sol da manhã em um tom dourado que cintilava alegria e lançava um calor agradável á pele. Depois de um belo café da manhã comprei minha velha amiga, uma garrafa linda de Gin e meus cigarros. Em seguida fui ao galpão e busquei minha mala que continha meus disfarces e coisas como o clorofórmio que usei em Leonel, e finalmente fui pra casa.

Falando em Leonel, ele acreditou que tudo não passou de um sonho estranho quando acordou ao meu lado naquela manhã antes de eu seguir para a delegacia. O acusei de ter se esquecido da noite maravilhosa que tivemos e desembolsei o dobro do valor do programa - que eu não fiz, mas queria ter feito - que foi o dinheiro do qual usei uma mínima parte pra comprar essas pequenas regalias que citei a pouco.

Deixei um bilhete para Madame François dizendo que não conseguiria levar uma vida assim e que iria tentar a vida de qualquer outra forma. A falsa personalidade tímida iria dar mais veracidade ao escrito.

- Diário de Bordo: caso resolvido, minha barra foi limpa e um delegado foi deixado com cara de otário, suprimentos reabastecidos. Ps: Aproveitando as recompensas.

Falei pra mim mesma, enquanto acabava de prender o cabelo de frente ao espelho do meu quarto e já me preparava pra sair com Rebecca e Trevor em um passeio noturno pela esplêndida Ville De L'amour.

E como diria Edith Piaf: non, je ne regrette rien    

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Fim

E ai gostaram? Espero não ter decepcionado  nenhum de vocês que tiraram de seu tempo pra ler Lestrangge!

Como é um conto eu não poderia me alongar muito então o caso foi bem curto e compactado.
Espero do fundo do coração que tenham gostado,
Eu me diverti a beça escrevendo as desventuras da Natasha
E ja tenho grande estima por essa bêbada sem cura.

Um novo livro, desta vez um caso completo, vem trazendo essa detetive um tanto quanto escusa de volta à nossas vidas fica ligado pra não perder!

Deixem suas críticas e o que acham que eu posso estar melhorando
Lembre-se de fazer críticas construtivas que acrescentem e não diminuam.
Obrigado por ter acompanhado até aqui!

Grande abraço,
Raven Blake.

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