
Capítulo 2 • SUN-HEE
Por inmoon36
Revisoras: _meninadojardim e Kesey_ecc
◎◍◉
- Você fecha sozinha? - Karen pergunta exausta por volta de umas duas ou três da manhã, se referindo ao restaurante que hoje tinha sido uma bagunça só devido a quantidade absurda de clientes.
- Sim, pode ir pra casa. Eu tenho que terminar de rever esse contrato da distribuidora. - Lhe mostro a papelada que tinha que entregar pela manhã com um tom triste, suspirando por ser tão descuidada. - Eu devia ter revisado isso hoje, mas... Passei o dia presa na cozinha. Talvez, Arthur tenha razão, eu estou focando demais no trabalho de chef e me esquecendo de que também sou a proprietária.
- Sunny, você se cobra demais. - Vejo-a se aproximar de mim com um sorriso compreensivo, apenas para tocar em meu ombro de leve. - Você se esforça muito para que tudo aqui dê certo. Todos nós somos imensamente gratos por isso e te admiramos mais do que você pensa. Nada seria igual se você nos trocasse por papeladas e números, chef. - Com aquilo, sou obrigada a colocar meus óculos de leitura na cabeça, sorrindo e me virando para observá-la melhor.
Karen era uma das mulheres mais bonitas que eu já tinha visto em toda a minha vida. Com um sorriso enorme, traços firmes e a pele morena, ela tinha de tudo para abalar os corações britânicos por aí. Era engraçado vê-la com seu cabelo solto, cheio de cachos e um undercut de lado, enquanto que ela passava a maior parte do tempo com ele preso e sem os enormes brincos coloridos que eram sua marca registrada.
- Jamais vou conseguir entender como você passa a noite de turbante e depois seu cabelo sai maravilhoso assim. - Comento admirada e ajeitando seus cachos perfeitos, fazendo-a rir baixinho. - Obrigada pelo suporte, sério. Não sei o que seria de mim sem você... Mas, agora, vá pra casa. E cuidado com o trânsito, okay?
- Sim, senhora, pode deixar. Boa noite, chef, até amanhã.
Karen toma todo o cuidado do mundo para sair o mais silenciosamente possível do meu escritório, cuja única iluminação era o abajur em minha mesa, mas, antes de sair, ela resolve parar apenas para cobrir Leon mais um pouco no sofá com a manta que eu sempre deixava na minha sala, justamente para ocasiões como estas que, infelizmente, eram mais frequentes do que eu gostaria que fossem.
Um dos grandes problemas de ser mãe solteira é que não se pode deixar o filhote largado por aí em qualquer canto e, ao mesmo tempo, não se pode descuidar do trabalho. Afinal, sem trabalho, não há dinheiro. E sem dinheiro é "adeus presente de natal do filhote" e "adeus contas pagas antes do vencimento".
Muitas vezes eu tinha de trazer o Leo comigo para o restaurante (onde ele, desde pequeno, se mostrou absurdamente curioso a respeito) e, querendo ou não, essa era uma boa maneira de vigiá-lo enquanto conciliava minha vida profissional, tudo ao mesmo tempo.
O que, de todo modo, não era uma tarefa simples ou menos trabalhosa. Experimente corrigir uma lição de matemática enquanto há uma fila de garçons impacientes e pratos atrasados, você provavelmente vai gritar à cozinha por "quatro laranjas divididas por três meninas" e escrever no livro escolar "ovo mollet perfeito na mesa cinco".
Apago o abajur depois de ver meu menino se revirando no sofá, pego os contratos, uma caneta e saio do escritório para me sentar em uma das bancadas da cozinha. Me empenho em prestar o máximo de atenção em cada detalhe ali, na esperança de terminar tudo rapidamente e poder dar a Leon uma noite decente de sono.
Eu não era a melhor pessoa para lidar com esses tipos de acordos, razão pela qual eu precisava realmente de um gerente financeiro, então, todo cuidado era pouco. Estava, de fato, muito concentrada quando ouvi um barulho estranho vindo da porta dos fundos.
Me perguntei por um breve segundo quais eram as chances da Karen ter se esquecido de fechar a porta e de ratos terem entrado para assaltar a despensa. Mas, então, ao invés de me desesperar como uma louca, relevei e pensei se tratar da chuva. Afinal, estávamos em um período chuvoso, onde o vento devia estar agitado e a porta entreaberta.
Porém, antes que eu pudesse me levantar para ir verificar, vi sem querer no reflexo das panelas, um vulto vestido de preto dos pés a cabeça (com direito a máscara, touca e tudo). Meu primeiro instinto foi segurar discretamente o cabo da enorme frigideira de metal a minha frente e desbloquear meu celular na discagem rápida para a polícia.
Meu coração estava acelerado, e, assim que vi o reflexo da pessoa se aproximando, me deixei agir por impulso, dando um pulo do banquinho, apontando ameaçadoramente a frigideira para o assaltante e levantando meu celular para mostrar o número da polícia.
- Mais um passo e eu ligo! - Digo com as mãos trêmulas, temendo mais pelo meu "bebê" dormindo no escritório do que pela minha própria vida. O assaltante, porém, apenas ergueu as mãos em rendição e abaixou a máscara preta de pano que cobria metade do seu rosto, me fazendo desejar que realmente fosse um ladrão ao invés de... - N-Namjoon? O que está fazendo aqui?! E... A essa hora? Você devia estar em Seul!
- Amanhã é o meu aniversário. - É a única coisa que ele diz, rindo enquanto desce a frigideira em minhas mãos com o dedo indicador.
- Eu sei. Ia mandar o Leon te ligar. - Respondo ríspida, dando um passo para trás. - Deveria ter me avisado que viria.
- Foi de última hora, consegui que a empresa me desse dois dias de folga da turnê... - Dou um passo receoso para trás, sem saber bem como me portar diante dele depois de tanto tempo. - E... Eu peguei um avião de Los Angeles até aqui. Nunca passei meu aniversário com o Kwan, pareceu uma boa idéia. - Assinto lentamente com a cabeça uma vez, torcendo para que aquilo fosse só uma miragem.
- Entendo...
- Você não vai me convidar para sentar? - Ele pergunta debochado, me olhando como se toda aquela situação fosse a melhor do mundo.
- Claro... Hmm... Pode se sentar aí no balcão. Quer dizer, nos bancos altos, não no balcão em si. - Me enrolo toda e deixo a panela apressadamente de volta em seu lugar, indo preparar algo para beber antes que eu surtasse. - Aceita algo? Café, água...?
- Um vinho seria bom.
- Isso não está no cardápio. - O interrompo enquanto preparo um copo de água com açúcar para mim, a coisa mais sensata que pensei quando senti minha pressão abaixar com a "visita ilustre" do pai do meu filho.
- O que? É um restaurante! Não é possível que não tenham um vinho decent...
- Estamos fechados. - Me viro para ele, mexendo a colher prateada no copo de vidro. - Então, se quiser aceitar o bom humor da proprietária, eu te recomendo o café. Está frio lá fora.
Namjoon pareceu por fim concordar, suspirando meio decepcionado comigo e apoiando o rosto em uma das mãos, com os cotovelos em cima da bancada. Da minha bancada.
- Como vai o programa de TV? - Ele pergunta quando um silêncio estranho se instala entre nós dois, pairando no ar enquanto nos encarávamos com os respectivos copos em mãos, um de frente para o outro.
- Muito bem, provavelmente irá para a final. - Já fazia um tempo desde a nossa última conversa no telefone quando ele surtou pela participação de Leon e estragou nossa noite. - O primeiro e o último episódio são transmitidos ao vivo enquanto os outros foram filmados em sequência... Como estavam no período de férias escolares aqui... Durou nosso mês de julho inteiro e metade de agosto. Ele tem que voltar lá no final do mês.
- Entendi... E ele vai ganhar? - Acabo rindo automaticamente, me obrigando a tomar outro gole bem longo de água adocicada. - Quê?
- Você realmente só se preocupa com isso, não é?
- Aniyo... Só quero que ele honre o nome que dei a ele. - Reviro os olhos, torcendo para que não entrássemos naquela discussão de novo. - Não entendo porque insiste em chamar o Kwan de Leon, sinceramente... Ele já nem se lembra de que esse é o nome dele de verdade!
- Um nome não invalida o outro, Namjoon. - Retruco irritada, já querendo estrangulá-lo e enviar o corpo de volta para a Coréia ou onde quer que fosse. - E "Leon" significa "bravura" e "coragem". É um nome especial para mim.
- Assim como "Kwan" significa "força" e também é um nome especial para mim. - Sorri convencido. - Força é definitivamente mais importante que bravura.
- De que adianta ele ter força se não for corajoso o suficiente para enfrentar as batalhas?
- De que adianta enfrentar as batalhas sem ser forte o suficiente para vencê-las?
- O importante não é vencer, mas sim aprender com as perdas. - Aquela conversa já estava me tirando do sério.
- Mas se você viver de perdas jamais terá nada na vida. É preciso ser forte para superar as coisas ruins e dar a volta por cima.
- Mas, se você não tiver coragem, ficará traumatizado e tendo crises toda vez que pensar em tentar de novo.
- Aish! Por que você tem que ser tão teimosa? - Ele eleva seu tom de voz, aparentemente tão irritado com aquela mini discussão sem sentido quanto eu.
- Shh!!! - Faço sinal para que ele se cale, pensando em como teria que explicar para Leon "hey, seu pai está aqui".
- Onde ele está? - Namjoon pergunta desconfiado, semicerrando os olhos, e minha cara de culpada responde por mim. - Eu não acredito! Sun-hee, são quase quatro da manhã! Ele devia estar em casa dormindo debaixo de mil cobertas e com um pijama de dragão por baixo! Não aqui... Dormindo embaixo de uma mesa, no chão gelado!
- Ya! Que tipo de mãe acha que eu sou? Trate de me respeitar, ainda sou mais velha que você! - Vejo-o se calar diante daquilo e aproveito para prosseguir. - Nós já estaríamos em casa se você não tivesse surgido das sombras feito um fantasma e...
- É um crime agora querer ver meu filho antes da hora? Querer comemorar meu aniversário com ele? - Suas sobrancelhas arqueiam-se no momento em que me interrompe e eu me pergunto, por alguns segundos, se estava sendo mais malvada do que deveria. Ele estava sendo legal, afinal.
- Mianhe... - Peço, constrangida. - Ahn... Eu posso pedir para abrirem sem mim amanhã e... Aí você pode passar o dia com o Leon. Não sei como você está fazendo pra se esconder aqui, mas, se quiser, podemos alugar um filme pra vocês assistirem na TV e... Sei lá. Ou eu posso vir trabalhar também, se preferir ficar sozinho com ele... Por mim, okay.
- Aniyo, acho que seria bom ele ter um dia com nós dois. A última vez foi... O natal de 2015?
- Sim... Acho que sim. - Comento nostálgica.- Quando você brigou com o Leon por ter comido escondido os biscoitos de madrugada com Jungkook e Taehyung e discutiu com o meu bias por ter me dado um colar de presente de natal.
- Aish... Ele é o seu bias só porque é o único da sua idade. - Dou uma risada anasalada, bebendo minha água e recolhendo os papéis espalhados pela mesa que teria que terminar em casa no dia seguinte. - Por que você sempre vê o pior lado de mim e só se lembra das coisas ruins?
- Talvez, seja porque esse é o lado que você mais me mostra. - Coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha e me levanto, deixando claro que definitivamente era hora de irmos embora. - Quer uma carona para o hotel?
- Não precisa, eu aluguei um carro.
- Desde quando você dirige? - Pergunto surpresa, indo apagar as luzes da cozinha.
- Tem muita coisa que você não sabe sobre mim. - "E de preferência, continuarei não sabendo", penso sozinha. - Mas... O que eu faço pra tirar essa imagem ruim que você criou de mim?
- Foi sugestão da empresa? - É a primeira coisa que surge a minha mente, mas ao julgar pelo jeito como ele balançou a cabeça ao vestir a máscara escura novamente, eu tive minhas dúvidas. - Bem... Você podia tentar me mostrar um lado diferente do babaca mentiroso que me engravidou. Talvez, eu melhore meu conceito sobre você... Mas, só talvez.
- Hm... Certo, então. Eu vou te mostrar um lado meu que você nem sabe que existe.
◎◍◉
RM DAY
🍰🥂🎁🎈🎉
Nota: Happy birthday dear Moonie!
Já é aniversário do Namjoon lá nos Estados Unidos e as comemorações estão a mil!
Tem fotinha, vídeozinho, armys cantando parabéns para ele na gravação do AGT... E capítulo novo de Leon! HAHHAH
O final sai amanhã, espero que estejam curtindo
💕
Agora fiquem com os vídeos que Park Jimin publicou no Twitter para abençoar o fim de terça-feira de vocês!
https://youtu.be/xfJDEs5hdBM
So show me...
Beijos
e de todas nós do BTS_colabs !
◎◍◉
Palavrinhas coreanas:
Aish: Expressão como "aff"
Bias: o seu preferido de um grupo ou banda
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