• VINTE E NOVE - RAMON
Retiro o nariz de borracha, tentando respirar um pouco melhor. Mãos pequenas se agarram a minha perna e uma mistura de grunhido e risadinhas saem de seus lábios. Faço uma careta acompanhado de um sorriso largo. Ele ri mais ainda, jogando a cabeça para trás. Seu uniforme de mágico, o deixa ainda mais fofo. Pego - o em meus braços, apertando - o junto a mim sentindo o seu calor me envolver. Sinto quando me enche de beijos úmidos por todo o rosto. Retribuo o gesto com prazer. Esse garotinho pode não ter meu sangue mas tem meu coração e amor todinho e sou capaz de fazer tudo por ele. Três anos de puro amor e inocência. Ao nosso redor outras crianças de sua idade correm sob a supervisão dos pais. Os pequenos vestem variadas fantasias desde palhaços a acrobatas, formando assim um circo mirim. A vontade de apertar cada um com muita força mas me seguro, alguns pais podem me denunciar por atentado a fofura.
Do teto fitas de diversas cores caem, praticamente imitando a tenda de um circo. No centro do salão fica a mesa com o bolo juntamente com alguns doces e lembrancinhas e sacos surpresas. Atrás da mesa podemos ver um enorme painel com a foto dele fantasiado de mágico, a varinha no ar e seus dentinhos pequenos nítidos através de seu enorme sorriso. Davi, como domador de leões passa correndo por nós. Caio o vê e não deixa de ficar agitado, querendo correr atrás dele. Esses dois são um grude só.
- O que aconteceu com meu palhaço favorito? - meu namorado surge, me arrancando um outro sorriso.
- Ele está buscando respirar no momento. - sorrio, ele segura minha cintura, beijando meu rosto. Caio mostra o lado do seu rosto para também ganhar seu beijo. Arthur ri, pega ele do meu colo, dá seu beijo cheio de muitos sons e grunhidos arrancando altas risadas do garoto.
Não satisfeito, o menino com um olhar pidao, aponta o dedinho indicador para o teto repetidas vezes. Rimos no mesmo instante que Nana fantasiada de leoa, sua maquiagem seguindo o mesmo roteiro juntamente com Silas, em toda a sua altura fantasiado também de domador de leões. Eles sorriem e estão de mãos dadas. Ele são tão bonitos juntos. Vendo a relação deles de perto, constato que ambos estão tentando. Silas largou a vida de cafajeste, como ele mesmo se auto denominava e Nana enfim está se permitindo aos poucos se abrir para uma relação estável e quem sabe para o amor. Se for levar em conta o brilho que ambos carregam em seus olhos, estão bem perto de alcançarem um novo nível na relação deles. E ficarei muito feliz por ambos, principalmente por Silas, que não tem uma família de sangue, apenas os amigos e agora além da namorada e o enteado, vó Elisa achou um jeito de sempre te - lo em nossa casa para lhe enfiar todo tipo de comida que ela faz. E não vejo o homem reclamar.
- Eu vou ter de fazer uso de remédio controlado daqui há alguns anos! - sarcasmo puro escorre por suas palavras enquanto leva a mão ao peito. Silas balança a cabeça para lá e para cá tentando seguir o ritmo da música infantil que ecoa através das caixas de som, ele erra algumas palavras e é engraçado de ver.
- Possivelmente bela! - recebo um selinho.
- Você e Arthur estão tornando meu filho um viciado em adrenalina! - a mão vai para a cintura.
- O garoto gosta de ir a lugares altos. O que a gente faz Silas? - Eles bobos, fazem uma pausa dramática. Reviramos os olhos que em sintonia.
Suspiramos surpresos quando Arthur joga Caio no ar. Seu pequeno corpo indo e suas gargalhadas o acompanham. Nana já tem a mão no peito novamente quase como se quisesse segurar seu coração no peito, eu mesmo um pouco preocupado tenho vontade de rir. Deve ser de nervoso. Mania desses homens de jogar as coisas e pessoas para o ar sempre que querem. Na segunda passada, Arhtur fez o mesmo comigo. Quase senti meu coração sair de meu peito quando me vi no ar para logo sentir seus braços ao meu redor. O ridículo só fez rir enquanto eu esperava meu coração voltar para o lugar.
- A gente apoia! - batem seus punhos em comemoração. Caio volta para os braços do homem que aprendeu chamar de tio em segurança no mesmo instante que a mãe lhe soca o abdômen. O homem se curva em busca de ar.
- Vocês são ridículos. Vim pega - lo para tirar algumas fotos meus pais.
Estende os braços para o filho, que agarra ao pescoço de Arthur como se a vida dele dele dependesse disso, sua cabeça se sacudindo de um lado para o outro, negando veementemente. Rimos.
- Alto! - grita ao apontar novamente para o teto.
- É rapidinho filho!
- Não!- diz com sua voz fofa. - Alto! Muito alto!
- Faz alguma coisa Ramon! É seu afilhado! - cutuca minhas costelas fazendo - me pular no meu lugar e lhe dou um olhar atravessado.
- Coisinha fofa do tio. - me coloco na sua linha de visão. Os olhos castanhos se fixam em mim muito interessados. - Vamos dar uma volta com o tio Silas?
Ele nem ao menos pisca, em segundos ele estava agarrado ao padrasto que não parava de sorrir de modo convencido. A mãe saiu marchando na frente, resmungando que "tinha perdido também o filho." Davi mais uma vez passa por nós correndo, ostentando uma parte do rosto pintado. Os olhinhos castanhos reluzem como nunca havia visto. Não estou dizendo que ele não era feliz antes, mas percebi que com a chegada da mãe, algo que o prendia se soltou dentro dele. E além de ter o irmão, tios, os colegas da escola e a nós que chegamos tem um tempo, tem também a mãe. Uma mulher que por muito tempo foi apenas citada mas não a conhecia verdadeiramente. Ele sentia falta de uma presença materna. Viviane tem pego ele depois da escola todos os dias com a autorização de Arthur para que possam conversar, ir ao parque ou tomar um sorvete. Eles estão trabalhando na relação deles aos poucos e é muito lindo de se ver. E tem Arthur que após para conversarem de um modo civilizado, parece muito mais leve. Como se mesmo com o peso da verdade sendo tirado de sobre seus ombros, expondo tudo tão cruamente. Ele se vê sendo real. Vivendo sua vida sem meias verdades e se dando a oportunidade de ter a mãe por perto. Sua relação com a avó está estremecida desde então. Mas não vejo meu namorado sendo amargo. Ele só quer um tempo para estar com a mãe sem que terceiros tenham qualquer influência sobre isso e estou apoiando - o como posso. Assim como ele faz sempre que preciso.
Seus braços me cercam, assim como a música alta infantil e as conversas aleatórias. Mesmo no meio de tanta gente, nos braços um do outro estamos em nosso lugar particular. Na mesa perto da janela observo minha avó sussurrar algo no ouvindo de seu namorado e logo vejo - os fugindo sorrateiramente da festa. Meu coração se alegra em vê - la tão feliz. Mesmo com a idade avançada, seu coração e alma são jovens e pulsam em liberdade. Olhando para trás e me lembrar de sua fixação em me arrumar um namorado, entendi que acima de eu arrumar um homem para mim, ela queria me ver abrir - me para o amor como me disse ontem no almoço. Ela desejava que eu pudesse viver um amor que me abraçava mas que se expandia também. Quando me vi como realmente era, além de me amar, amar ao meu namorado, também tive a chance de amar seus amigos que se tornaram também os meus. Vendo o mundo com todas as suas imperfeições mas onde ainda assim posso amar e ser amado.
Até o momento que os conheci, nunca tinha percebido o quão preso em mim mesmo e nas palavras cruéis de meus pais. Eu hesitava em me relacionar com alguém e quando o fazia, eu deixava mesmo que inconscientemente eles tivessem algum controle sobre mim. Só fui saber o que era amar, ser amado e aceito do jeito que sou, quando conheci o cara que tão ternamente me segura, em meio a uma festa infantil. Sem medo, sem máscaras apenas mostrando ao mundo que somos um do outro
- Para onde você foi ein?- sua respiração quente bate contra meu pescoço, me arrepio.
- Só estava pensando. - Aline tenta inutilmente imitar uma cuspidora de fogo para um grupo de crianças que a observa como se ela fosse uma deusa. Quando nada acontece as crianças reclamam e se dispersam distraídas com outra apresentação. Seu namorado beija seus lábios e tenta conforta - la. Sorrio.
- Coisa boa? - ele segura o riso junto comigo ao ver a mesma cena.
- Posso dizer que sim. - um par de gêmeos passa correndo por nós. - Estava pensando no quanto sou feliz.
- Eu também nunca pensei que pudesse ser tão feliz. - suspira. Devagar me faz acompanhar o ritmo da música infantil, nos fazendo dançar no mesmo lugar.- Antes éramos apenas meu irmão e eu. Então meus amigos chegaram, me fazendo ver que nossos laços que formamos no decorrer de nossas vidas podem ser muito mais fortes que laços sanguíneos. Meus patrões me mostraram que as pessoas vão muito além de aparências. E você, com seu jeito quase puro de viver me mostrou que poderia amara loucamente outra pessoa.
- Você me ama loucamente? - ele bufa, enquanto eu me contenho para não derramar algumas lágrimas. então para não chorar aqui no meio de todo mundo, resolvi fazer uma gracinha.
- Só ouviu essa parte? - me aperta.
- A mais interessante? - dou uma risadinha, entrelaçando seus dedos aos meus. - Claro! Você é a outra parte de mim, que nem sabia estar faltando. E quando te encontrei tive medo ao ser assolado pelo turbilhão de sentimentos que me invadiram. - me declaro no meio de uma festa infantil. Mas ainda sinto que estamos em nosso espaço próprio. - Mas também tive medo de me doar demais e não ser reciproco de sua parte.
Era o que sempre acontecia. Eu sempre me doava demais. E nunca foi o suficiente. Por isso não tiveram a dádiva de conhecer a mulher que fez e faria tudo por mim.
- Eu te vi e gamei meu loiro! - deixa um beijo em minha nuca. Um palhaço contratado estoura uma bexiga, fazendo milhares de pequenos papéis caírem no ar sobre as crianças que gritam ao jogarem os pequenos braços no ar. A alegria irradiando delas. Aline, seu namorado e Sam assaltam nesse momento a mesa de doces. Os marmanjos fazem isso na cara dura.
- Vovó me disse que estava olhando minha bunda! - cutuco, o sem vergonha ri e nem ao menos nega.
- Ela pode ou não ter ajudado.
- Arthur seu safado!
- Todo seu! - um pai pega a filha que tropeçou e conversa em um cantinho, enquanto a garotinha vestida de bailarina fuga baixinho. Pelo que Nana me disse, Marcos, o homem de porte alto e olhar sério, ficou viúvo faz pouco tempo. E tem tentado se habituar a sua nova realidade de pai solo. - Tem vontade de ter filhos?
A pergunta me pega de surpresa, tirando - me do eixo por um segundo. respiro fundo, olhando mais uma vez para aquele pai e as outras crianças presentes na festa. Seres tão diminutos e tão cheios de inocência. que precisam ser cuidados com todo o amor e carinho do mundo.
Tento me imaginar em um futuro fazendo coisas corriqueiras com um filho ou filha meu. Do meu coração.
- Sim! Tenho vontade de dar um pouquinho do amor que recebi para ele sabe?
Sinto - o acenar atrás de mim. Mas nada diz.
- Pronto! Conseguimos tirar as fotos. - Nana surge ao meu lado sorrindo largamente. Vejo quando seus pais e o irmão voltam para a mesa que estão ocupando desde o inicio da festa. - Interrompo algo? - olha de mim para meu namorado. Negamos suavemente.
Não foi uma conversa que nos deixou constrangidos ou nada do tipo. Sei que em algum momento voltaremos ao tópico. Caio mais uma vez se joga nos braços do meu namorado que ri alto ao pega - lo. Um riso contagiante que me aquece a alma.
A festa segue como o planejado, antes do parabéns tem o show de mágica que arranca suspiros surpresos da minúscula platéia que observa o homem de meia idade atentamente. Seus olhinhos ávidos, seguem cada movimento dele na busca de não perder nada. Na hora do parabéns vovó retorna com um sorriso no rosto que denuncia o que estava fazendo. Ao assoprar as velas, Caio já demonstrava impaciência para descer e estar correndo pelo salão com os amiguinhos.
Por isso não foi surpresa quando depois de ser ajudado a soprar a vela de aniversário, o menino enfiou a pequena mão com vontade no bolo colorido com um circo feito se biscoito no topp, levando a mistura a boca sorrindo largamente. Houve risos e miitos flashes. Ninguém queria perder aquele momento.
Aline juntamente com o irmão de Nana ficou responsável por entregar os sacos surpresa para as crianças na saída, que recebiam o presente com animdos pulinhos. A alegria deles é contagiante. No final, os avós do meu amor o levam para casa para um banho e o restante de nós damos início a limpeza e arrumação do lugar. Arthur em algum momento recebe uma mensagem do primo avisando que não iria dormir em casa. Sorrio pensando que deve estar com seu namorado secreto. Desde que voltou, provando que não era o vilão que se finge de bonzinho para depois me dar uma rasteira, estamos construindo uma boa relação. Ele me confessou ter tido sentimentos pelo primo mas jurou que me respeitaria. E foi o que ele fez. Hoje ele está mais leve e me disse estar namorando. Mas não me disse o nome do felizardo.
- Vai dormir fora de casa!
- Eu já imaginava. - ele me olha e esfrega a testa preocupado.
- Sabe o nome do homem? Fico preocupado.
- Não sei mas acredito que logo saberemos quem é.
- Pelo menos ele está feliz. É o que importa. - aceno fechando outra mesa dobrável, Silas passa por nós levando quatro de uma vez para a sala dos fundos.
- Sim! - beijo seus lábios e logo voltamos para o trabalho.
Com tudo pronto uma hora e meia depois, me despeço de minha amiga, o namorado e o irmão na porta. Gregorio foi pego pelo marido e é tão bonito vê - los juntos. Nem parece que tem anos de casamento mas sim que são eternos apaixonados. Vovó já está em casa e mandou uma mensagem muito estranha pedindo para irmos para casa o mais rápido possível e me preocupou. Com Davi devidamente afivelado, seguimos em silêncio. Minha irmã foi na moto do namorado, sorrindo a toa.
Dou um beijo em Davi na porta do meu apartamento. O menino tenta me beijar em despedida, errando minha bochecha e beijando meu nariz. Rimos alto, o sono e o cansaço o acertam con força. Beijo rapidamente meu namorado prometendo que vou em seu apartamento mais tarde para namorarmos um pouco. Enlaço o braço de minha irmã que tem a pintura em seu rosto borrada e juntos entrarmos.
- O que acha que a vovó quer? Achei a mensagem dela bem estranha, você também? - sua atenção está em meu rosto, então não vê quem nos espera. Não respondo engolindo em seco, sentindo meu coração subitamente sem vida em meu peito. Anos distante, mas assim que os vejo diante de mim, tudo vem sobre mim como um tsunami emocional arrastando toda minha alegria com ele. - Ramon? - aperta meu braço, balançando - me no processo. - Merda!
- Enfim chegaram! Pensei que dormiriam fora de casa como os dois sem vergonhas que são! - a autoridade em sua voz, envolta por julgamento quase me põe de joelhos. Mas me mantenho firme. Ele não tem esse direito. Não na minha casa. Na casa da mãe que me deu abrigo. E muito mais que isso. Me deu o amor que eles falharam em dar.
- Oscar! - vovó repreende em um tom de vkz firme. Não tem nada da avó amorosa que conheço. Mas sim a mulher queestá disposta a tudo para me defender. - Minha casa, minhas regras! Eu disse que se comportasse ou fosse embora!
- Deixa vovó! - erguendo o pequeno queixo, minha irmã quase se coloca na minha frente. É quando percebo estar com minhas mãos geladas. Mas tento não demonstrar. Meu dia estava muito bom para eu deixar esses dois estragarem ele. Minha vida está ótima e não vou deixar suas palavras me ferirem novamente. - E se eu tivesse ido dormir com meu namorado? Iam fazer o que?
- Namorado? - Herminia parece chocada enquanto uma veia salta em sua testa.
Não nos movemos, ficando perto da porta mesmo. Eles ocupam o centro da sala, na mesa de centro há xícaras com café e pratinhos com biscoitos.
- Um namoro que vai acabar, pois voltará para casa comigo! - sinto meu sangue gelar. Aline estremece mas fica firme. Tenho tanto orgulho dela, ao contrário de mim que até agora estou tentando achar minhas palavras.
- Oscar! Eu já disse, pensei...
- Pensei que tivesse vindo aqui...
- Para te ver? Não se sinta tanto! Vim buscar essa desmiolada já que o outro está perdido para sempre. Não seja tola Elisa! - ele ri em sarcasmo. O som atinge minha avó como um trem desgovernado. Ela sofreu por anos a ausência do filho e quando o encontra, tem de ouvir isso. Que me enche de raiva. Vou até ela e a abraço com força olhando feio para meu pai. Seu terno preto sob medida não o deixa bonito, apenas esconde sua face perversa das pessoas que o vêem como um santo.
- Não fala assim com ela seu monstro! - quase mostro meus dentes tamanha a raiva. Pode me pisar mas ninguém machuca minha avó.
Herminia que parece me ver somente agora, me observa de cima a baixo e tento não demonstrar o quanto me sinto exposto por esse gesto. Os cabelos presos em um coque mal se move quando balança a cabeça em desaprovação.
- Ramon meu filho! Não tem feito dieta? Está...
Me machuca profundamente suas palavras. Não há abraços, afagos ou carinhos. Somente essas palavras. Mas me lembro das palavras de minha terapeuta e não me deixo abalar por elas. Não vou deixa - los minar minha confiança que conquisto diariamente. Meu corpo pode não agradar a todos mas é meu e estou aprendendo aos poucos que o amo.
- Não! Não tenho e nem vou! - forço as palavras a sairem dos meus lábios.
- Monstros são vocês! Anos sem ver o filho e a primeira coisa que percebem é o peso dele?
- Aline! Mais respeito! - minha irmã ri descaradamente do meu pai. Nossa mãe não se move apenas fica ao lado do marido.
- Está exigindo um respeito que não oferece ao próximo. Hipócritas!
- Garota! - ao som dos gritos da mãe, ergue a mão e tenta avançar sobre ela. Me inflamo de raiva e não penso. Ele pode ser meu pai, mais velho e mais alto. Mas não vou permitir que ele bata nela novamente. Me coloco entre eles a uma velocidade alarmante, segurando seu pulso com força. - Me solta, sua bichinha de merda!
- Não vai bater nela! Não aqui e não mais! - digo firme. Com a voz grossa de raiva.
- Meu neto...- diz chorosa. E tenho medo que passe mal.
- Agora virou homem? - desdenha tentando sair do meu aperto. Mas não deixo.
- Não virei, sempre fui e aposto que sou mais homem que você!
- Seu moleque! - Não vejo sua outra mão e só sinto. Fico tonto, há gritos e estou no chão.
- Saim! Saiam da minha casa!
Mãos me tocam. Acho que fiquei cego por um momento. O miserável tem a mão pesada para caramba. Aline surge segundos depois no meu campo de visão e tem lágrimas nublando seu rosto bonito. Meu rosto lateja mas não ligo.
- O que...? Quem é você? Bateu no meu namorado? - só vejo os pés descalços. Arthur está uma fera e sua voz não esconde o quão puto está.
- Namorado? Esse pervertido vai mesmo queimar no fogo do inferno!
Logo estou sendo amparado por seus braços. Lugar no qual me sinto seguro. Ele segura meu rosto tentando ver como está. Enterro meu rosto em seu peito, sinto seu coração bater acelerado. Ele tremendo muito.
- Disse para sair da minha casa ou vou usar minha bengala em você! - vovó esbraveja. Oscar ri como se tivesse ouvido a melhor piada de sua vida.
- Me bater?
- Sim. E ainda vou chamar meus amigos policiais.
- Não vai chamar a polícia para seu próprio filho!- há dúvida em seu tom de voz. Minha irmã surge com um pano de prato cheio gelo. Nem a vi indo para a cozinha. Ela chora em silêncio lhe dou um sorriso para acalma - la.
- Eu vou! Se soubesse o que faria, não teria passado da porta. Disse que sentia falta deles, por isso te deixei entrar.
- Dona Elisa, Oscar...- Herminia recua mediante seu olhar.
- Vá arrumar suas coisas Aline! - ordena severamente. Arthur solta um grunhido. Meu rosto agora dormente por causa do gelo.
- Não vou a lugar nenhum com você! - me abraça, faço o mesmo com ela.
25/12/20
E as tretas não parammmm
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