• VINTE E CINCO • ARTHUR
Olho para meu relógio de pulso pela décima vez em menos de uma hora. Não consigo esconder a ansiedade que tem me consumido desde que fiz a maldita ligação três dias depois do churrasco na casa de meu amigo. Depois da conversa que tive com meu irmão, ainda posterguei entrar contato com Viviane. Eu primeiro tinha que me convencer que como o advogado me aconselhou semanas atrás, era bom em um primeiro momento fazer as coisas de forma amigável. Mesmo não tendo vontade alguma de te - la em nossas vidas novamente, eu realmente não queria ter de passar pela justiça. Poderia ser desgastante para mim e principalmente para a minha metade.
Com isso em mente e com a certeza de que tudo estava seguindo conforme planejei, liguei para Viviane que inicialmente ficou surpresa nos primeiros segundos da ligação e depois feliz. Não me estendi muito e apenas lhe informei que a esperaria em uma data e horário fixos. E o local do encontro seria em minha casa. Um local que era conhecido e seguro para Davi e onde eu pudesse estar perto quando tudo estivesse acontecendo.
Os dias de espera não foram fácies.
Fábio voltou para a casa de nossa avó. Não parecia feliz na rodoviária mas não poderia fazer muito por ele. Pois nunca foi minha intenção lhe dar qualquer tipo de esperança. Somos primos, temos o mesmo sangue e acima de tudo o via como um irmão. Não fazia sentido te - lo sobre meu teto e correndo o risco dele tentar ferir Ramon de alguma forma. Principalmente com suas palavras. Ramon já evoluiu tanto desde que começamos a nos envolver. Até sua postura mudou. Eu o vejo mais leve e feliz com seu corpo. Sua família e os antigos parceiros com quem se envolveu no passado, foderam seu psicológico. Mas tenho visto crescer a olhos vistos. Não poderia deixar que meu primo estragasse isso. O homem que firmou morada em meu coração aos poucos e não tem ideia do quanto eu o amo, ainda ficou hesitante com minha decisão que não mudou nada nos dias depois de nossa conversa. Assegurei - lhe mais uma vez, que meu primo poderia voltar quando quisesse mas somente quando suas intenções fossem sinceras e não incluíssem me fisgar de alguma maneira.
Fiquei surpreso também com Silas e Nana anunciando seu namoro. Ambos se diziam avessos a relacionamentos e no fim, se envolveram tanto que não conseguiam ficar muito tempo sem se tocarem. Eles formam um casal muito bonito e se completam de um jeito especial. Mas mesmo assim senti a necessidade de avisar para Silas andar na linha, pois se não iria conhecer além do tatame o poder do meu punho. E ele disse me respeitar ainda mais por isso. Somos amigos de longa data. Mas não significa que vou apoiar alguma canalhice sua. Conheço Nana tem alguns meses, ela ama meu namorado com paixão assim eu tenho o dever de protege - la, mesmo que for do meu amigo. Que não era um santo mas assegurou que era sério o que estava acontecendo entre eles.
Minha cunhada finalmente apresentou seu namorado. Assistente do meu patrão por tabela. Mesmo não trabalhando para Otávio Lambertini, o homem não deixava de verificar a segurança do afilhado. Paolo é um rapaz educado, de sorriso largo, alto como um poste mas com uma musculatura aceitável, olha com adoração para Aline e toca violão como um passa tempo. O que para meu namorado foi o céu. Agora, toda vez que o homem vai almoçar na casa deles, é raptado para tocar um pouco.
- Ei! - mãos gentis tocam e em seguida apertam meu ombro, quase como uma forma de desenrolar os nervos ali tensos.- Onde estava?
Não deixei a porta trancada pois como havia dito na mensagem que lhe enviei minutos antes, que queria pelo menos seu abraço antes da coisa acontecer. Viro - me para que possa ficar de frente para ele.
Para que possa olhar bem em seus olhos, que sem que precise forçar me entende quando não posso expor em palavras o que sinto. Minha criação não me influenciou a ser assim, as vezes tão recluso em mim mesmo. O que me leva inconscientemente a erguer uma barreira entre mim e o mundo. Só sou assim. Nunca tratei ninguém com pouca educação. Só sou sério demais, o que dá a impressão de que não podem chegar até mim.
Essas são palavras do meu namorado no início do nosso relacionamento. Ele me disse que me achava muito sério.
- Apenas pensando! - enfio meus dedos em sua cintura, enquanto seguro - o bem perto de mim. Ele vem sem reclamar, enlaça meu pescoço e fica na ponta dos pés para me beijar, aceito seus lábios com prazer.
- No quanto gosta de me torturar? - murmura quando se afasta. Há linhas de riso em seus olhos. No esforço de não rir.
- Não sei do que está falando!
- Agora estamos correndo de manhã homem! - finge irritação.
- E? - dou uma de desentendido. Ele se rende rindo alto, isso jogando a cabeça para trás. Saber que está tentando tirar minha mente do centro da ansiedade, me fazendo rir me aquece a alma.
- Você prometeu que iríamos ficar só na caminhada! - faz beicinho. O qual desfaço beijando de forma casta. Seu perfume fraco sendo aspirado por mim no processo.
- No início!
- Mas em uma coisa você tinha razão!
- Em que? - arruma a gola de minha camisa social preta, suas mãos suaves abusa que não estejam me tocando diretamente, me aquecem. Como pode um ser ter tanto poder sobre mim e bem aí menos ter ideia disso?
Ramon é assim.
De alma livre e pura. Erra como todo e qualquer ser humano. Tem seus medos mas não deixa de sorrir. E que me ama. Eu também o amo e me sinto um homem de sorte.
- Estou me sentindo mais disposto. Não me canso mais em subir as escadas, durmo muito melhor. - me lança um sorriso largo. Aquele que transforma seu rosto completamente, que me mostra mais dele do que se estivesse falando.
- Eu te disse. E a corrida é um avanço da caminhada.
- E passamos um tempo a mais juntos também. As vezes não conseguimos nos ver tanto em dia de semana. - suspira. Aceno concordando.
- Quanto a isso, tenho uma proposta para te fazer! - pigarreio, tentando colocar em palavras uma vontade que venho tentando realizar a tempos. Ele me observa atentamente, o levo até o sofá. No meu quarto escuto, meu irmão rir de alguma coisa na animação que coloquei para ele assistir no meu notebook até que a mãe viesse. Assim como eu estava, meu pequeno também se encontra muito nervoso.
- Estou esperando! - me cutuca as costelas.
- Você poderia vir morar comigo! - lanço as palavras no ar entre nós e me jogo no sofá, a espera de sua resposta.
Ele fica em silêncio por quase dez minutos. Vejo que está surpreso. Não o forço a me dar uma resposta imediata e a que eu quero. Não temos anos de namoro ou noivado. Mas para mim o tempo nunca foi um marco importante para nada que faça em minha vida. Todos os meus amigos me conquistaram assim que nossos olhos se cruzaram. Decidi que os teria como irmãos em minha vida. Com Ramon não foi diferente. Eu sabia que com ele eu iria além desde o primeiro instante.
Tenho trinta anos, sei o que quero e no momento é esse cara que me olha como se estivesse pendurado a Lua em sua varanda. De onde poderia olha - la, toca - la e sentir sua magnitude.
- É alguma brincadeira? - sua voz vacila, engole em seco. Toco sua bochecha.
- Não. Você me pediu em casamento primeiro! - revido, uma parte dela sendo brincadeira e a outra totalizando verdade.
O soco que levo em meu estômago me tira o ar.
- Nunca vai esquecer isso não é?
- Não!
- Não acha que é muito cedo? - insegurança brilha em seus olhos verdes e profundos.
- Se para você é...- dou de ombros, massageando sua coxa. Ele se aconchega em mim. - Podemos deixar mais para frente.
- Eu quero mas tenho medo. - confessa. Beijo o lado de seu rosto.
- Eu também. Tenho medo de muitas coisas. Mas também estou seguro de que não vou deixar você sair da minha vida nunca mais. - há segurando em minhas palavras, pois elas são verdadeiras. São do fundo do meu coração.
- Olha, você está se saindo um especialista. - brinca.
- Em quê?
- Em me fazer apaixonado ainda mais por você.
- Tenho meus talentos. - estufo meu peito de forma teatral.
- Eu sei que te pedi em casamento primeiro. - brinca jogando na minha cara.
- Você foi bem apressado.
- Minha marca. Quero estar sempre com você, pois te amo. Mas acho muito cedo morarmos juntos.
Seguro seu queixo, beijando - o devagar, nossas línguas se tocando de maneira erótica. Meu corpo se incendeia e lagecr que vou queimar por completo, só de toca - lo como quero. Mas tento me refrear, Viviane deve chegar daqui a pouco e não posso surgir com uma ereção para falar com ela. Pelo seu suspiro profundo quando nos separamos, ele não está muito diferente de mim. Arrumo seu topete que hoje está bagunçado.
- Tudo bem. Mas a proposta vai ficar de pé.
- Obrigado! Está melhor? Você parecia tão perdido quando entrei que nem notou quanto tempo apenas te observei.
O trago para deitar ao meu lado. Davi ri mais alto, Ramon ao escutar o som, o acompanha ao rir baixinho.
- Estou melhor! - digo com sinceridade. - Mas ainda não me sinto confortável com a situação.
- Qualquer em seu lugar se sentiria da mesma forma. Por muito tempo só foram você e seu irmão para tudo. De repente sua mãe aparece e é difícil se habituar a uma mulher que não conhece.
- Meu único medo é que ela o machuque.
- Estaremos aqui para assegurar que isso não aconteça. E se acontecer...- engulo em seco com suas palavras. Seus dedos apertam os meus. - Ele nos terá!
- Obrigado! - não dá tempo para mais nada, pois apertam a campainha. Fico ereto, o beijo rapidamente e pronto para ir para meu quarto para busca - lo.- Poderia recebe - la?
Recebo um olhar atravessado.
- O que?
Suas mãos apontam para seu corpo de forma exagerada.
- Estou até de chinelos!
- Desculpa. - ele bufa. Faço beicinho. Sim, eu um homem de dois metros de altura, estou fazendo charme para não levar uma chamada do namorado. - Você ainda é lindo! - digo a verdade.
- Você não existe Arthur! - me vira para o corredor e me empurra. - Vai lá busca - lo.
A passos comedidos atravesso o corredor, o mais lentamente possível. Pois na minha mente quanto mais tempo levar para deixa - lo diante de nossa mãe, mais dele ainda terei para mim.
Com as mãos em meus enfiadas em meus bolsos, me recosto no batente da porta. Davi parece sentir que não está mais sozinho e aperta o botão de pausa. Ele se sente lentamente e me olha.
- Está na hora carinha! - seus ombros caem enquanto ele olha para os próprios dedos. - O que foi? - me aproximo e fico na sua frente, de joelhos.
- E se ela não gostar de mim?
A pergunta quase me rasga ao meio. Pigarreio.
- Ela nem teria essa opção.
- Por que?
- Além de ser lindo como eu...- sorrio de lado, fazendo - o rir alto. - Tem também um grande coração, que se ela quiser terá um espaço para ela. - as últimas palavras saem atravessadas em minha garganta. Mas é a realidade.
- Acho que sou lindo como tio Ramon! - me abraça. O ergo, levando - o no colo mesmo para da sala. Gargalho. Os botões de sua camisa, que quis que fosse igual a minha, raspam meu pescoço.
- Meu Deus! Eu que lute para não deixar ninguém roubar vocês de mim!
- Ninguém vai me roubar de você Arthur! - entoa com uma maturidade que me surpreende. Ele não parede mais tão nervoso e sou grato. - Você é meu irmão e somos a metade um do outro não é?
- Só ouvi verdades carinha!
No sofá, Viviane nos espera. Diferente da última vez que nos vimos, ela veste roupas menos espalhafatosas e essas são meninos formais. Que se traduzem em uma calça jeans escura, sapatilhas na cor vinho e uma camisa social três quartos. Assim que nos vê, se ergue com um sorriso pequeno no rosto tão parecido com o nosso. Meu irmão quando a vê fica paralisado em meus braços. Ramon me lança um beijo no ar e se retira silenciosamente antes de dar um tchauzinho para Davi.
Ninguém se preocupa em quebrar o silêncio que se formou, que é densa feito areia movediça pronta para nos sugar para o interior dela. Davi parece mais a vontade e pede para descer, caminha vagarosamente até onde ela está, no centro da sala. E pode ser bobeira da minha parte, mas a cada passo na direção dela que ele dava, o sentia mais longe de mim. Seco rapidamente uma lágrima que ousou escorrer por meu rosto rapidamente.
- Oi Davi!
- Meu nome é David! - diz simplesmente. Não há reprimenda em suas palavras, e está apenas constatando um fato. - Só quem me chama de Davi são as pessoas que gosto.
Faço menção de repreende - lo mas a mulher não parece se abalar, apenas ergue a mão me parando e engole em seco.
- Tudo bem David! Você tem razão. Mas não gosta de mim?
Dá de ombros.
- Não te conheço!
- Foi por isso que vim aqui. - toca suavemente seu ombro e juntos se sentem lado a lado no sofá. Não me movo de onde estou. - Pela oportunidade de te conhecer.
Davi a observa atentamente. As sobrancelhas castanhas juntas indicam que algo passa por sua cabeça.
- Você não gostava de mim? - a sentença sai simples mas objetiva. E acredito que acertou o alvo. A pergunta a pega de surpresa. Ela recua como se tivesse levado um tapa. Dessa vez não me intrometo. Mesmo com pouca idade, ele merece as respostas que rondavam sua jovem mente.
- Por muito tempo eu nem ao menos gostava de mim David. - passa as mãos magras e de unhas bem cuidadas pelos fios castanhos, com alguns fios mais claros. - Eu realmente era muito jovem quando tive seu irmão. - olho para meus pés. Não queria olhar em seus olhos. O foco da conversa aqui era meu irmão, não poderia perder a compostura. - Ainda não tinha nem quinze anos quando o deixei com sua avó e sai para trabalhar em casas se família. - meu coração quase para. Ela era quase uma criança. Vovó nunca me disse isso. - Eu queria ligar sempre para saber como ele estava ou até falar com ele. Mas nunca era possível. E quando acontecia, não havia muito o que conversar. Também enviava presentes para ele mas nunca tinha um retorno. - respira fundo.
Pigarreio.
- Quer algo para beber? - arrisco. Mas nem eu me entendo. Eu não sabia nada dessa parte da história. Vovó nunca mencionou isso e de repente me sinto estranho por ter sido tão bruto com ela quando a encontrei anos depois. Mas se for tudo teatro? E se ela estiver se fazendo de vítima?
Minha cabeça gira mas me forço a manter firmeza em minha expressão. Ao contrário dela que tem surpresa estampada em cada linha suave de seu rosto.
- Eu ficaria grata. Água está ótimo. - meu irmão me olha feio, como se estivesse interrompendo algo muito importante. E sei que sim. Lhe pisco um olho indo até a cozinha. - Além de trabalhar em casas de família, voltei a estudar. - retorna a história. - Foi difícil, morava longe da escola mas persisti. Me formei com boas notas na escola, logo ingressando em um curso pré vestibular social. - meus ouvidos continuam atentos a tudo o que diz. Pego uma garrafa pequena de suco para Davi. Coloco tudo sobre a mesa de centro e somente ela se serve de água. Resolvo me sentar. - Entrei para uma universidade e me formei em fisioterapia. No início foi difícil arrumar um emprego mas depois de sete meses procurando consegui em um hospital em otrea cidade. Minas Gerais. Foi quando também conheci seu pai David. - meu irmão continua observando - a. Que respira fundo algumas vezes e vejo uma lágrima rolar por seu rosto. - Quando lhe disse que estava grávida, ele apenas sorriu e me informou que tinha um amigo que trabalhava em uma clínica e que poderia dar um jeito naquilo. - aperto minhas mãos em punhos. Ela me olha de lado. - Mas eu resisti e fui embora daquela cidade, perdendo tudo o que conquistei. O homem me tirou tudo. Quando nasceu eu pensei e lhe deixar com sua avó mas pensei que o melhor seria deixa - lo com seu irmão. Eu fiquei sabendo que ele estava bem aqui e só te deixei.
Termina, logo buscando por algo em sua bolsa. Retira dela um lenço, secando as lágrimas que agora descem sem controle. Penso em tudo o que ouvi da mulher que me criou. De tudo o que carreguei durante toda a minha vida. De como não deixei que isso não definisse nada de mim.
- Agora você vai ficar? - pergunta de forma direta. Mas há tanta esperança atada a cada palavra que dói em mim.
- Se você quiser sim. Para sempre. - segura suas mãos pequenas e uma chama de esperança se acende nos olhos do meu irmão e aquilo me incomoda.
- Viviane, por favor. Não faça promessas...-ela me lança um sorriso gentil. Os olhos ainda úmidos.
Na nossa primeira e última conversa, ela não tinha certeza se iria ficar ou não.
- Eu conversei com meu marido. E ele confirmou que iremos ficar no Rio. Ele é médico e já começou a trabalhar no hospital que fica no centro da cidade.
Penso no homem até agora sem rosto. Como ele deve ser? Será que sabe que a esposa tem dois filhos? Um deles com trinta anos nas costas?
- Ele sabe de nós?
- Foi ele quem me incentivou a procura - los.
- Então, se ele...- começo a ficar nervoso. Ela assente e há vergonha em seu rosto.
- Sua avó me dizia que você me odiava. Que não tinha muito o que fazer. E que David iria seguir o mesmo caminho. Eu simplesmente achei mais fácil acreditar nessas palavras do que ousar sonhar que meus filhos me amavam.
Silêncio mortal domina o ambiente. Davi pega sua garrafa e sorve um pouco do líquido laranja no interior.
- Se você vai ficar, acho que posso te deixar me chamar de Davi. - meu irmão sorri de lado. A mulher sentada ao seu lado, parece sufocar com suas próprias emoções.
- Eu...
- Só promete que não vai me levar embora. Quero ficar com meu irmão. - diz seriamente.
- Com minha vida. - desiste de enxugar suas lágrimas. Toca a bochecha dele de forma terna. - Posso te dar um abraço?
Acena afirmativamente. Sem esperar por mais tempo, ela o envolve com seus braços. Fazendo - o ficar com o rosto ente seu pescoço e rosto. Davi ri alto, me olhando por entre a fenda que ficou entre os locais. Parecendo que descobriu o segredo da vida.
- O que é tão engraçado carinha? - digo quando sinto - me seguro a falar, sem sentir que minhas palavras vão ruir como eu estou por dentro.
- Ela abraça como você.
- Como eu?
- Sim. Posso sentir seu cheiro e seu coração quando me abraça.
Ela ri e chora. Decido deixa - los sozinhos por um momento. Viviane parece tão ou mais abalada que eu. Suas palavras passam em minha mente rapidamente ou as vezes em velocidade reduzida. Mas também me lembro das palavras que ouvi no meu apartamento dias atrás. Qual das versões é real? Trinco os dentes pensando que estou deixando - me ser enganado por ela. Decidido a tirar essa história a limpo, ligo para a única pessoa que pode ou não iluminar uma parte dele. Após discar seu número, não demora muito a atender.
- O que é dessa vez Arthur? Seu primo não está em casa! - a mesma impaciência de sempre. Da qual estou acostumado.
- Viviane está aqui! - ela fica em silêncio por alguns segundos.
- E?
- Ela me disse algumas coisas. - ela ri alto. Não há humor nenhum no som.
- E vai acreditar nela?
- Eu deveria acreditar nela ou em você?
- Eu sabia que esse dia chegaria! - ouço o sim de um isqueiro. Na certa está acendendo seu cigarro. - Sua mãe foi uma pequena prostituta desde sempre.
- Não quero saber das aventuras dela...
- Mas deveria! Afinal de contas ela se deitou comeu marido! O padastro dela!
Os tombos que a gente levaaaa... Viviane na mídia.
23/12/20
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