Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

• DOIS • ARTHUR||



Pisco uma vez para tentar dissipar o sono e o cansaço do meu organismo. Resultado de um turno dobrado por meu colega ter faltado. Eu amo meu trabalho. Não era um emprego que me via a longo prazo fazendo, era para ser somente um bico. Mas com o passar do tempo e a chegada de uma surpresa muito inesperada, eu permaneci no meu emprego. Um o qual aprendi a amar. Meus patrões são muito diferentes do que eu pensava.

Quando consegui a oportunidade de ser um dos seguranças da família que tem uma das maiores fortunas do país, pensei que nunca fosse conhecer os integrantes dela. Na minha mente cheia de conceitos pré concebidos, eu era pouca coisa diante deles. Que nunca se importariam em trocar uma ou duas palavras comigo. Um simples empregado. Mas estava muito enganado. Aquela família é como qualquer outra existente nesse mundo. A única diferença era a gorda conta bancária deles. Fora isso, nada. Quem pensaria que eu em alguns sábados estivesse tomando cerveja com Tyler Nikolaiev? Nunca. Mas acontece sempre. Conviver com eles me dá esperança de que existem pessoas boas neste mundo.

O ambiente está muito quieto e isso me preocupa. Quietude em uma casa com uma criança de dez anos e faladeira, é um sinal claro de que ela não está no ambiente ou está muito concentrada em algum jogo virtual ou TV. Coisa que só permito ele fazer por uma hora no dia e comigo perto.

Murmurando uma lista de palavrões sob minha respiração, me ponho a procurar por ele pelo apartamento. Cozinha, no banheiro, na sala de jogos e até na varanda que é protegida por uma tela de segurança. Além de evitar que o garoto caia lá embaixo, evita que eu tenha um ataque cardíaco causado pelo susto.

Com as mãos na cintura, o corpo trêmulo. O chamo mais uma vez, com a esperança de que ele saia de algum lugar, se possível até da parede para gritar que está aqui.

- Davi! Onde você está garoto? - chamo pela décima vez.

E não o encontro. Já olhei até debaixo das camas mas não consigo acha - lo. Suando frio, coloco um short por estar usando somente uma cueca boxer vermelha e vou em direção a casa da vizinha. Ele costuma se enfiar lá e se fartar dos bolinhos que a senhorinha faz. Eu também não perco a oportunidade de comer bem. Ela quando me vê, já me encaminha para sua casa tagarelando a mil por horas e perguntando o que eu gostaria de comer. Esses são os únicos momentos que me permito ser cuidado. E aproveito para procurar por meu vizinho que nunca está em casa quando vou lá.

Sem me importar em ser educado, bato fortemente a madeira pintada em uma cor verde escura. Lá dentro um dos muitos louvores que ela escuta todos o dia ecoa alto. Esfrego meu rosto e volto a bater. Nada. Resolvo tentar pela terceira vez e tenho como alvo uma testa e não a porta. Bati com tanta força que o corpo roliço foi ao chão. Praguejando corro em seu auxílio, que esfrega o local agredido. Meu rosto queima de vergonha.

- Foda - se! Me desculpa! Não o vi.

- Hum...- sentado ou meio jogado no chão, faz uma careta tão fofa, que quase pronuncio em voz alta. Mas me seguro, acredito que ele ficaria ainda mais vermelho.- Não tem problema. Foi um acidente não é? - sorri, os dentes brancos se destacando em meio aos lábios rosados. Desvio o olhar, sentindo meu corpo reagir. Droga! O que há comigo caralho? Fico sério instantaneamente. As vezes conseguia mante - lo longe da minha mente desde que o vi ao ajudar sua avó. Mas sua voz...

- Não foi intencional, isso te asseguro. - ajudo - o a se levantar. Ele veste um conjunto de moletom bem surrado. Há até furos por ele mas o rapaz parece não ligar. De onde estou, noto seu dedinho dó pé escapando por sua meia. Um rap começa a tocar. Ramon ri baixinho apontando em direção ao corredor. As bochechas, o pescoço e orelhas ficam escarlates. Não sei se devido ao soco que lhe dei ou de constrangimento.

- Essa é vovó! Ela é fã do pregador Luo. - tento buscar na minha mente se conheço o cantor. Mas minha mente nublada pela preocupação não permite. Passo minha mão por meu cabelo curto. Ramon olha por um momento para meus braços e peito. Não deu tempo de colocar uma maldita camisa.

- Hum...- pigarreio fazendo - o erguer o bonito rosto e fico um tempo longo demais olhando para seus olhos que verdes claros. Pisco uma vez tentando me orientar. O rostinho alegre do meu irmão é como um outdoor em minha mente. - Eu só quero saber se por acaso você não viu um garotinho de um metro e meio de altura pelos corredores? Ele fala muito, carrega uma pistola de água e usa uma capa em alguns momentos.

- Seu irmão? - preocupação toma seus longos traços.

- Sim. Não sou um irmão relapso. - me apresso em explicar. Por algum motivo que desconheço no momento, não quero que a segunda imagem que ele tenha de mim, seja de um homem que costuma perder o irmão por aí.

- Eu não pensava nisso. - assegura tocando meu braço levemente. Não é um toque bruto mas ainda assim, o sinto em meus ossos. Escondo perfeitamente bem o leve estremecimento que passou por meu corpo. - Sei como se sente! - suspira bagunçando os cabelos loiros que apontam para todas as direções. - Sou assim também com Luna.

- Sua irmã?

- Não. Minha filha. - murmura alegremente. Ele tem uma filha. Evito perguntar sobre a mãe, se há uma ou... Deus, o que há comigo? - Aquela menina é fera em me dar dor de cabeça. Teve um dia que a encontrei dentro da máquina de lavar. Nossa foi um susto daqueles. Até hoje eu não sei como nessa terra de Deus, ela foi parar lá...- fala sem parar. Se for possível para um ser humano, ele avermelha mais. - Desculpa, costumo falar muito em qualquer momento.

- Onde ela está agora? - procuro por uma cópia sua pela sala. Seu violão e um caderno está no sofá. Sem sinal de brinquedos pelo cômodo.

- Oh, geralmente ela fica debaixo do sofá.

Com o incidente de ter levado um soco poucos minutos esquecido, se põe a procurar a filha parecendo esquecer da minha existência. Eu tento não olhar e ser no mínimo respeitoso em uma lugar que não é meu. Mas fica difícil quando meu vizinho se abaixa como se não tivesse nenhuma preocupação na vida e fica de bunda para o ar. De bunda para o ar, balançando. Deus eu não sou tão forte. E nem sei se ele é gay, mesmo com as indiretas que a avó me joga uma vez ou outra, não crio esperanças. Olho para o lado e enfio minhas mãos em meus bolsos.

- Luna meu amor. Onde você está?

- Sua filha costuma se enfiar sob o sofá? - digo olhando para o pouco espaço que há entre o móvel e o chão. Nem meu irmão entraria ali. E olha que o garoto é magrinho.

- Ela se enfia em lugares inimagináveis.

- O que está acontecendo Ramon? - a senhora chega gingando sobre sua bengala. Seus olhos, idênticos aos do neto com brilho e uma juventude sem igual, me localizam. - Oh, mas vejam só quem temos aqui. Está curtindo bastante seu dia de folga menino?

- Sim, inclusive dormi muito e perdi meu irmão. - digo sem graça. Ela nem ao menos pisca. Abrindo um sorriso total e verdadeiro, diz simplesmente.

- Oh mas o menino David está comigo. - demoro um pouco a processar as palavras. Ramon fica de pé rápido olhando para a avó com as mãos de tamanho médio e unhas bem cuidadas, na cintura.

- Como?

- Vó? Por que não avisou? - há um claro pedido de desculpas em seus olhos. A avó descarta nossos rostos espantados com um sinal de desdém com as mãos de unhas pintadas na cor amarela. Suas pulseiras de plástico e muito coloridas se movendo com o movimento. Ecoando no espaço entre nós, já que a música não está mais nas alturas. Fato não registrado por mim.

- Ele disse que tinha permissão para vir aqui.

- Eu não o vi sair. Estou cansado por ter feito turnos dobrados a semana toda.

- Não se preocupe menino. Vem, quem sabe ele não pode ficar aqui todas as tardes? Eu não ligo.

- Nem eu! - sorrio nervosamente para Ramon. Mas penso no trabalho que meu irmão daria. Ele estuda pela manhã e a tarde fica com a vizinha do primeiro andar ou com meus amigos.

- Eu pago o quanto...- a pequena senhora fecha o semblante na hora. Inconscientemente recuo um passo.

- Está me vendo te pedir algum dinheiro?

- Não é isso! É só que, David é difícil em alguns dias. E não pode fazer um trabalho sem receber por ele.

- Não diga besteiras menino. E não seria um trabalho. David me fará companhia quando o desnaturado do meu neto estiver fora.

- Não seja dramática vó! - beija - lhe o rosto carinhosamente. - Eu trabalho e as vezes não dá para ficar em casa entende?

- Você não precisa trabalhar, sabe disso!

- Não vamos falar sobre isso. Arthur está preocupado com o irmão. Vamos lá e quando ele estiver aqui me avise!

- O menino David está bem. Luna está com ele.

- Luna é um amor com crianças. - assegura e concordo. Crianças se dão bem uma com as outras não é?

Sou o último a entrar na sala de descanso de minha vizinha. Mas não consigo absorver nada da decoração que diria muito dela. Meu olhar está fixo na cena diante de mim. Me agarro na parede em busca de apoio.

- Acho que minha pressão baixou! - murmuro com minha língua presa no fundo da minha garganta. Meu sangue indo parar em meus pés e minha pele arrepiada.

- Você está bem Arthur?

- Eu não sei. Teria como separa - los? A imagem que tenho deles juntos não ajuda.

- Luna não é perigosa! - põe as mãos na cintura.

- Ela é uma cobra! - solto entre meus dentes. Meu irmão ri quando a maldita coisa passeia perto de suas pernas. Ele a observa fascinado.

- Uma píton! E ela é fofa! - faz beicinho.

- Não importa. Eu...David! Vamos para casa!

- Ah, está tão legal aqui!

- Não gosto de cobras. - digo como se fosse uma ótima explicação para tudo.

- Você tem medo que eu sei. - meu irmão tira uma com minha cara, avó e neto dão risadinhas.

- Só vamos! - o chamo. Ele bufa e acaricia suavemente o ser maligno, sorrindo em seguida para meu vizinho.

- Deixa ela ir lá em casa amanhã?

- O que? - tento esconder o desespero em minha voz. - Nada disso!

- Quando quiser pequeno! - sou ignorado com sucesso. Sei que fez de propósito.

Nos despedimos dele. Não me aproximei muito de Ramon por ele estar com aquela coisa em volta do pescoço. Então só dei um tchauzinho de longe e prometi almoçar com eles no domingo. Rolou até um acordo de mindinho. O pestinha seguia na minha frente, os pequenos ombros caídos e cabeça baixa. Fecho a porta atrás de mim e me deixo cair contra ela.

- Quantas vezes eu te disse para não sair do apartamento sem minha autorização? - digo tentando manter a calma. Ele se senta no sofá e puxa os fios soltos de sua bermuda. - Estou falando com você David Santos!

- Eu ouvi...

- Então?

- Eu só queria brincar. Não tenho amigos.

- Isso teria que envolver uma cobra? - me lembro desesperado daquele bicho. Estremeço gravemente.

- Ela não me machuca. Luna gosta de mim.

- Deus! E eu pensando que era uma menina.

- Luna é uma menina! - defende bravamente. Cópia do carinha que se diz pai da coisa.

- Que seja! Você não me respondeu! - ando até ele. Me ajoelho na sua frente, meu joelho onde tenho uma lesão, protesta mas não me importo. Sua testa se encontra com a minha e ficamos por um minuto ou dois nessa posição.

Somente nós dois. Sempre nós dois. É assim desde que foi deixado na porta do meu apartamento como um objeto qualquer. Como algo que cansaram de usar e deixaram para trás. Ela fez o mesmo comigo, quando estava cansada de ser mãe e me deixou com minha avó, que diferente da minha vizinha que distribui amor e sorrisos por onde vai. Vovó não era uma pessoa ruim, só era um pouco amarga por seus filhos deixarem os netos para ela cuidar.

Por isso faço de tudo para meu irmão não se sentir um nada, como fiz por muito tempo. Não sou duro por causa disso. Entendi que a vida é feita de escolhas. Viviane fez a dela por duas vezes e estava bem com isso. E eu também estou bem em viver minha vida da maneira que posso. Eu só fiquei mais forte.

- Eu fico preocupado carinha! Quase tive um ataque cardíaco quando não o encontrei. - ele ri, os dentes minúsculos se destacando nos lábios finos.

- Mentira! Quase desmaiou quando viu Luna! - faço minha melhor cara de bravo. Ele ri de cair para trás no sofá. Debochando abertamente de mim.

- Eu não fiz!

- Fez! Vou contar para meus tios!

- Não ouse! - já pensando no que vou passar se eles souberem do episódio de hoje. Minha vida será um inferno.

- Luna pode vir aqui amanhã?

- Por que a cobra e não meu vizinho? - solto sem querer. Me coloco de pé e vou para a cozinha. - Está com fome?

- Não, eu comi na vó Elisa!

- Não é novidade. - murmuro desejando comer mais do que um pão com ovo.

- Posso desenhar?

- Sim!

Pego a sacola com um pão francês dentro dele. Abro - o com a faca, passo um pouco de manteiga nele e coloco a frigideira para aquecer. Frito o ovo com a cabeça em um lugar que não deveria estar. Um pouco distraído, queimo meu dedo e xingo baixinho para David não me ouvir.

Volto para a sala com meu pão, uma bolha de presente em meu dedo e uma cerveja. Me jogo no sofá ao lado de David que preenche as lacunas coloridas em seu livro de desenhos. Olhando para seus traços tão parecidos com os meus, penso que não me arrependo de recebe - lo. Faria de tudo por meu irmão.














Espero que gostem. Esse é Arthur

24/10/20





Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro