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• CINCO • RAMON

Ainda sinto meu rosto arder por causa da vergonha que passei ao cair na frente de pessoas desconhecidas, enroscada em minha bebê. Para completar o pacote, a mulher que diz me amar com todas as suas forças, anuncia com sua boca grande que eu estava babando no vizinho. Coisa que é totalmente verdade, mas não confesso em voz alta nem morto. Arthur é uma boa paisagem a se observar, todo aquele músculo e seu jeito sério, mexem com algo em mim.

Algo que não quero analisar esse tempo todo que estou fugindo de sua presença. Sei que ele percebeu que não me sinto a vontade em sua companhia, se eu levar em conta os lábios grossos pressionados em uma linha fina, toda vez que desapareco de sua frente. Eu sei que é bobo da minha parte. O homem na certa tem namorada ou namorado e aqui estou eu suspirando por ele. No máximo seremos amigos. Isso se eu permitir uma aproximação.

- Vó, eu não vou! Ele está com visitas, o que vou fazer lá? Ficar como um objeto no canto, vendo - os interagir enquanto não tenho nenhum assunto em comum com eles?

- Não seja dramático! Arthur é um bom menino! - sei, um bom menino que quero lamber por inteiro. Reviro meus olhos.

- Não foi isso que eu quis dizer! - ela arruma a mesa com leite, achocolatado e um prato com bolinhos de chuva, muito pronta para receber o garotinho que a faz sorrir a toa. Mesmo sendo a hora de jantar para muitas crianças, ela não vai voltar atrás em encher o garoto de açúcar.

- Foi o que então? - suspira colocando os óculos de grau sobre a cabeça. Pega em minha mão e a acaricia levemente. - Ramon meu neto, eu sei que tem medo! - sem me conter bufo.

- Eu não tenho medo!

- Tem. Desde que te encontrei e o trouxe para morar comigo, nunca o vi paquerar ninguém. Muito menos um namorado. Eu não ligo para quem você namora. Seja um homem, mulher ou até um poste. - rimos baixinho. - Eu só quero te ver feliz.

- Minha felicidade não depende de ninguém. - digo suavemente. O que é uma verdade fixa em minha vida. Eu sou feliz comigo mesmo. Com meus medos, inseguranças e tudo.

- Eu sei. Mas é bom ter um namorado ou um pau...

- Deus! Voce está igualzinha a Nana! Andaram conversando por acaso?

- Um pouquinho. - faz sinal com o dedo indicador e o dedão da mão quase juntos. Ficamos em silêncio por um momento.

Luna está confortável deitada em uma almofada customizada por minha avó para ela. Passo as mãos por meus cabelos e encontro alguns nós nele. Tenho que pentea - lo. Olho para meus pés descalços e não digo em volta alta e clara que ela tem razão. Eu tenho medo. Mas não é de ter um relacionamento ou uma transa sem compromisso com meu vizinho ou outro cara qualquer que me interessar. É mais profundo do que quis analisar nas sessões com a psicóloga do abrigo onde fiquei por alguns meses. Tive ajuda quando não tinha um teto para morar. Pedrinho surgiu em minha vida como um sopro de ar muito necessário, após ficar sem respirar por causa do preconceito de quem deveria me apoiar, independente de quem eu escolhesse para ficar. Com ele aprendi que eu era livre para ser quem eu era.

Mas ainda assim, eu escuto em alguns instantes as palavras odiosas do meu pai. De como é errado, que vou ser condenado para sempre e que nunca vou encontrar alguém para me amar. Sei que é seu preconceito falando e que não é verdade o que diz. Mas a mente as vezes me prega peças. E muitas delas são dolorosas.

Sorrindo, respondo.

- Estou bem vó! - beijo seu rosto, me demorando um pouco. Aspirando seu cheirinho. - Eu te amo muito sabia?

- Eu sei. - a campainha soa no ar. Ela bate palmas animada como se estivesse a ponto de assistir o show da sua vida e saltita com sua bengala até a porta. - Olha o que temos aqui! Entra menino David! Menino Arthur.

- Dona Elisa! - com um sinal de desdém descarta seu cumprimento. O homem franze as sobrancelhas.

- Elisa para você! Não tem nenhuma dona aqui, tem?

- Não vejo! - olhando - a de cima a baixo, brinca suavemente. E gosto de seu sorriso de lado.

David me abraça as pernas rapidamente e logo vai acariciar Luna, um olhar de contentamento no pequeno rosto. O irmão se agarra no batente da porta parecendo que vai cair a qualquer momento, os olhos fixos no movimento de ir e vir sobre o corpo dela. Quero rir mas me contenho, ele realmente parece com medo.

- David, não fique muito perto disso! - lhe dou um falso olhar irritado. Louco para rir alto dele.

- Disso não! - ponho a mão na cintura. Calço meus chinelos e caminho até ele, como sempre não há perfume. Somente seu cheiro natural. - E ela se chama Luna!

- Uma cobra!

- Inofensiva! - rebato, dou um tchauzinho para eles e fecho a porta.

- Puta que pariu!

- Então, o convite para a cerveja ainda está de pé? - digo quando ele não se move.

- Vamos!

Seu apartamento não era muito diferente do que eu e minha avó morávamos há anos. Só o que mudava era a decoração. De onde eu estava, esperando pacientemente que ele pegasse uma cerveja em sua geladeira, eu pude ter uma boa visão de seus amigos. Eles faziam um péssimo trabalho em disfarçar seus olhares em minha direção. Não havia estranheza vindo deles em minha direção, como se eu fosse um estranho intruso em seu meio. Mas sim a mais pura e simples curiosidade.

Com a garrafa gelada em minha mão, com ele ao meu lado, juntos fomos para a varanda. O ar fresco da noite tocando ternamente minha pele, em quase um beijo íntimo e de boas vindas. Os dois homens e a mulher me ofereceram amplos sorrisos. O que me deixou mil vezes mais relaxado. Não teria que me impor entre eles. O que seria horrível.

Dou um pulinho em meu lugar, quando sua enorme mão pousa na base de minha coluna, mesmo sobre o tecido de minha camiseta surrada, senti deu toque com uma carga de gentileza como se minha pele estivesse nua.

- Ramon, esses são meus amigos. Silas, Gregório e Samantha. Eles não só trabalham comigo mas os tenho como meus próprios irmãos. - revela com uma leveza tocante. Ele realmente os considera muito. - Pessoal, esse é o Ramon.

- Oi Ramon! - um coro único me saudou. Erguendo minha mão livre, retribui o cumprimento.

- Então, a vista era boa? - o homem de largos ombros e que parece ser muito alto de pé, joga livremente a afirmação em minha direção. Se estivesse na minha varanda eu teria cavado um buraco nela e me enterraria ali. Mas olho para Arthur que está atento a minha reação. Ele toma um pouco de sua cerveja e retorno a jogada muito corajosamente.

- Maravilhosa. Os exercícios realmente lhe caem bem vizinho. - um sorriso repuxa em meus lábios.

- Vou manter isso em mente. Vem, se senta. - me acomodei ao lado da moça. Ela sentada já parecia ser bem alta. Os cabelos loiros e luminosos, caem como ondas sobre seus ombros. - Na mesa tem alguns petiscos para comer, se estir com fome, é só comer.

- Obrigado.

- Você é mais bonito do que imaginava. - a loira pondera quando estamos todos devidamente sentados. Além da música ecoando pelo ar de dentro do apartamento, há uma mistura de sons de todas as magnitudes dos apartamentose prédios ao redor. Falatório, crianças chorando, outras músicas tocando. Mas isso não tira a beleza e simplicidade do momento.

- Como?

- Arthur me disse que...- meu vizinho grunhe.

- Sam!

- Tudo bem. Arthur não disse nada! - ironia escorre por suas palavras. Os dentes alinhados, compõem um sorriso quase fatal. Dou um sorriso nervoso, guardando essa pequena informação na minha mente.

- Mora aqui há muito tempo Ramon? - o loiro pergunta. Ele me observa com gentileza em seus olhos pálidos. A barba por fazer enfeitando seu rosto. De alguma forma, sua postura e forma de olhar me passa segurança.

- Tem oito anos. Minha avó e eu só nos encontramos quando eu tinha dezessete anos, quase dezoito. - informo simplesmente. Eles estão atentos a cada informação que dou e me sinto leve de alguma forma, pois estou sendo ouvido e não meramente suportado, como acontece em alguns momentos.

- Desculpe perguntar, mas por que isso? Todo esse tempo? - o homem construído em puro músculo, que se chama Silas indaga.

- Antes eu morava com meus pais. Em uma cidade pequena no interior de Minas Gerais. - um sorriso escala por meus lábios ao me lembrar de tanta coisa boa que há lá. Ela ser uma cidade do interior, não significa em nada que ela não seja movida a progresso. Tanto que seu hospital é considerado um dos melhores no país atualmente. E também há as pessoas que moram lá. Sempre dispostas a te ajudar. Claro que há uma pequena parcela que as vezes te faz querer furar seus olhos e ouvidos mas de resto, é boa. Posso odiar o que a cidade me lembra, mas as pessoas que deixei lá me fazem falta.

- Você sente falta de lá. - é uma afirmação. Sinto uma mão envolver a minha. Olho para o lado, os olhos escuros estão observando cada reação minha.

- Sinto, mas logo passa. Um dia vou voltar lá somente para ver alguns amigos.

- Acho que vai valer a pena. - sorri e fico um tempo admirando a curva que seus lábios carnudos fazem.

Como transforma seu rosto. Quase me inclino e beijo seu queixo e seguiria para sua boca. Mas me contenho. Temos platéia, não sei como vão reagir e Arthur precisa estar de acordo. Pisco uma vez.

- Voltando! - endireito minhas costas disposto a não me distrair mais com meu vizinho. Tomo um gole de minha cerveja e prossigo meu relato. Sim, estou contando parte da minha vida para meu vizinho e meros estranhos. Mas ainda assim não me sinto forçado a nada disso. - Meu pai não aceitou muito bem que seu filho precioso gostava de garotos. Eu feri profundamente sua religião e seus sentimentos. - não consigo deixar o escárnio longe de minhas palavras. - Fui expulso de casa sob seus punhos e xingamentos.

- Que filho da puta!

- Concordo com você Silas!

- Já passou gente. - pigarreio. - Eu fiquei na rua uma noite inteira e não quero ou desejo isso para ninguém. Você se vê em pleno céu aberto, no frio, tendo um banco de praça ou apenas o chão para se virar. Tem os bêbados engraçados e os que vêem você como algo a ser tomado. - uma única lágrima escorrer por minha bochecha mas não limpo.

E também será a única que irei derramar. Hoje eu relato essa parte da minha vida como um vencedor. Eu venci o preconceito de quem deveria me amar sendo forte e isso não tem jeito.

- Se quiser parar...

- Não, fique tranquilo. - fico um instante quieto e percebo que a música que vinha de dentro entrou em pausa ou a playlist teve fim. - Conheci Pedrinho quando seu filho correu até onde eu estava dormindo e me ofereceu um bolo. Ele não ligou para o fato de eu estar deitado sobre um jornal. Apenas se sentou ao meu lado e dividiu seu café comigo. Eu sabia que a notícia de que o filho do pastor estava morando nas ruas iria se espalhar rapidamente. Mas ao invés de me tirar informações, ele dividiu seu café comigo e logo seus pais chegaram. Aquele casal junto era a realização do meu sonho. Me deu esperança de que eu não era errado ou um condenado ao inferno por amar. Enfim, fui resgatado. Passei seis meses no abrigo terminando de estudar, fiz um curso também e então a mãe de meu pai surgiu. No início eu não confiava nela. Ela nem sabia de nossa existência, pois meu pai se casou e a excluiu de nossas vidas. Eu fui encontrado por ela mas quem ganhou um enorme presente fui eu. - os vi pigarrear e Sam limpou discretamente uma ou duas lágrimas que deixaram seus fascinantes olhos.

- Bem...

- Não queria estragar o clima de vocês. Muito menos fazer vocês chorarem. - eles bufaram.

- Quem está chorando aqui! - Silas se pronuncia fingindo estar ofendido.

- É! É você Gregório? - Sam joga.

- Talvez um pouquinho. - rimos. Arthur se ergue em silêncio e volta com mais cervejas para nós.

- É sério. Eu sempre conto uma parte de minha história, não para causar pena ou nada do tipo. Mas sim para confirmar que eu venci. E outras pessoas que estejam passando por essa situação de não serem aceitos ou não, tenham esperança de que não é o fim.

- Eu gosto disso. O que faz Ramon?

Sorrio para Samantha. Pelos próximos minutos eu digo com uma animação que contagia a todos que sou musicoterapeuta de formação e exerço com louvor. Que também trabalho com organização de eventos com minha amiga. Eles também contam um pouco deles. Todos ali presentes trabalham para uma mesma família. Uma das mais influentes do Brasil. Que são seguranças particulares mas que nutrem um sentimento de irmandade uns para com os outros. A relação deles que vai além do trabalho é bonita de se observar e sentir também. Eles realmente se consideram família. Silas é o mais velho entre eles, seguido de Arthur, Gregório e por fim Samantha. E deles, Gregório era o único casado.

A noite foi avançando, quando vi eles começaram a se despedir. Silas, Samantha e Gregório, que iria dirigir. E que estava animado para chegar em casa e ver o marido que estava de plantão. Me surpreendi que ele tenha dito que era casado tem tanto tempo. O amor dele ao falar do companheiro é tão forte, que é sentido a cada palavra que ele diz. No meu interior, desejei ter algo assim. Mas logo a mão de Arthur em minhas costas, me trouxe para o presente.

Estávamos sozinhos. Lado a lado, observando o céu que estava um pouco nublado mas a Lua permanecia majestosa no céu. Não falamos por um minuto ou dois. Ambos estávamos um pouco altos por causa do álcool mas não era nada que embaralhasse meu discernimento. Seu cheiro natural misturado a um pouco de suor chegando até mim.

- Não sinto o cheiro de perfume em você. - solto de repente. Olho para o lado e pego - o me observando muito de perto.

- Não uso.

- Hum...- murmuro fracamente. É como se uma eternidade inteira tivesse se passado, com nada além do meu coração batendo acelerado em meu peito. Pisco e estou sendo prensado entre mureta da varanda e o corpo esculpido em músculo dele. Sua respiração saindo em austos batendo contra meu rosto. Ainda um pouco confuso, olho para seu rosto. E quase recuo com a determinação que há ali. - Com licença? - tento sair de sua prisão mas fica difícil quando sua mão aperta minha cintura me mantendo no lugar. Eu acho que ouvi um gemido, só não sei de quem veio. Meu corpo estando muito vivo, reage instantaneamente.

- Não sem antes me responder por que porra você foge de mim?








Senti até calor.

27/10/20

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