21
ϲαϲ̧α∂α αοѕ ϲαϲ̧α∂οяєѕ
━ TODOS OS DRAGÕES NO CHÃO!
Lenora, completamente alheia à confusão que se desencadeava, corria atrás de Soluço e Stoico, perdendo-se na agitação. Seus amigos a seguiram, contribuindo para o tumulto que se formava. A fuga da forja foi tão rápida que mal conseguiram alcançar os dois. A multidão, curiosa, abandonou o estabelecimento, deixando clientes e para trás. Desceram apressadamente as escadas, chegando aos estábulos, onde Stoico, em meio ao caos, gritava ordens frenéticas, enquanto a ansiedade pairava no ar como uma sombra inquietante.
━ Fechem os portões! Abaixem os portões de tempestade!
As perguntas urgentes de Soluço ecoavam em vão, abafadas pela voz autoritária de seu pai, que convocava os vikings em direção aos estábulos, silenciando tudo ao redor. Lenora, com respirações ofegantes, sentia seu coração apertado, sua mente envolta em um redemoinho de perguntas sem resposta enquanto descia as escadas para as cavernas abaixo de Berk. A conversa escapava dela em meio ao caos. Ela estava grata pela presença de seu dragão, Randi, descansando próximo, se recuperando do tumulto anterior. No meio do tumulto, o olhar de Randi encontrou o de Lenora, sua cabeça inclinando, pescoço se retorcendo, questionando silenciosamente os eventos que se desenrolavam, como se perguntasse: "O que está acontecendo?”
Ela correspondeu o olhar com “Não faço a mínima ideia.”
A respiração de Lenora prendeu quando os vikings se dirigiram às várias alavancas no estábulo, começando a acionar cada uma. Dragões foram guiados de cima pelas janelas, descendo em direção aos túneis e aos diversos currais. Lenora fez um sinal para Randi, indicando que ele se aproximasse, sem ter certeza do que estava prestes a acontecer. Ela apenas sabia que queria seu dragão por perto.
Astrid e Cabeça-Quente ficaram ao lado de Lenora, perplexas, indagando o motivo do desespero que se desenrolava. As persianas de madeira bateram com força, sacudindo enquanto os aldeões de Berk abandonavam sua aparente tranquilidade para cumprir as ordens do chefe, sendo expulsos no processo. Leo exigiu saber o que estava acontecendo, afastando alguns fios de cabelo ruivo de seu rosto. Seu olhar buscava respostas em Bocão, o ferreiro, que simplesmente seguiu seu chefe. Então, os olhos de Leo encontraram os de sua irmã, e Lenora deu de ombros, incapaz de entender quem era Drago Sangue Bravo ou o perigo que ele representava. Cordas foram puxadas, alavancas foram acionadas. Uma corrida frenética para abrigar os dragões se desenrolou. Lenora se abaixou quando um Nadder mergulhou, agitado e nervoso, na confusão provocada pelos habitantes de Berk.
━ Nem viking, nem dragão vão pôr o pé fora dessa ilha antes que eu dê a ordem!
Soluço corria atrás do pai, sua perna de metal rangendo no processo. ━ Espera aí! ━ ele gritou. ━ Só porque um cara que você conheceu está arrumando confusão em uma ilha distante?
Stoico parou de correr, seus olhos arregalados, segurando o ombro do filho. ━ Porque Drago Sangue Bravo é um louco! Sem consciência e misericórdia. Se ele criou um exército de dragões… que os deuses nos ajudem.
Lenora olhou para seu noivo em busca de respostas ou algum plano, mas Soluço a ignorou, correu e ficou na frente do pai, impedindo-o de avançar. Então, com determinação, ele sugeriu: ━ Vamos voltar lá, seguir os caçadores até Drago e conversar.
No entanto, Stoico urrou um enfático "Não!" resistindo à ideia.
━ Não, nós vamos fortificar a ilha ━ declarou Stoico.
Soluço insistiu desesperadamente ━ Mas nosso dever é manter a paz.
Então, com um grito, Stoico proclamou: ━ A paz acabou! Vou preparar você para a guerra.
Os olhos de Lenora se encontraram com os de Soluço, e ela buscou nele uma explicação ao olhar para os Cavaleiros de Dragões alinhados, ansiosos por respostas. Incapaz de oferecer uma explicação satisfatória, ela viu o desânimo nos ombros deles. Leo percebeu a desilusão dela, e ambos compreenderam, mesmo sem entender completamente, que o que viria seria terrível.
━ Guerra? ━ Soluço murmurou incrédulo. ━ Pai, se o Drago está vindo atrás dos nossos dragões, não podemos ficar aqui sem fazer nada. Vamos encontrá-lo e fazê-lo mudar de ideia.
━ Algumas pessoas não desistem. Você tem que se preocupar com Berk. Um chefe protege os seus.
Stoico saiu furioso, e Banguela passou por Lenora para espiar seu cavaleiro, soltando um som preocupado. Soluço cerrou a mandíbula com determinação e teimosia. Seus olhos piscaram, e uma decisão passou por sua mente apenas alguns segundos antes de ele tomá-la, sem espaço para mudar de ideia.
Lenora avançou, conhecendo muito bem aquele olhar. Ela tocou o ombro dele ━ Soluço, não vá.
Soluço se virou e afirmou ━ Eu preciso fazer isso ━ Então, afastou um dos cachos dela do rosto e beijou sua bochecha. ━ Eu te amo. Não se preocupe comigo.
Lenora o observou partir, subindo na sela de Banguela e encaixando a cauda com um cerrar de mandíbula. Seu nariz se alargou com sua própria determinação, enquanto Soluço escapava das garras do pai, lançando-se pelas portas que se fechavam rapidamente. O chefe não conseguiu impedir a ruiva de segui-lo. Randi rugiu desafiadoramente quando eles subiram ao telhado alto e mergulharam para ganhar velocidade. As portas estavam se fechando, apenas frestas de luz solar apareciam. Mas Lenora foi destemida e corajosa, e os dois passaram.
O VENTO CORTANTE ASSOBIAVA NOS ouvidos de Soluço enquanto ele voava, e ele podia antecipar a presença de Lenora seguindo-o. Agradecia secretamente por sua companhia. O frio se intensificava conforme as montanhas distantes se tornavam silhuetas nebulosas. Soluço, respirando pelos buracos do capacete, desviou para a esquerda, mergulhando a procura do navio dos caçadores. Lenora o seguiu, lançando breves olhares para trás. Se Drago Sangue Bravo era uma ameaça para Stoico, Lenora também tinham razões para se preocupar.
O voo continuou, as ilhas distantes se aproximando no horizonte. Ao lado de Soluço e Banguela, Lenora espiava pela luneta, procurando o brasão que tinham visto no forte destruído. O silêncio pairava no ar enquanto voavam.
Os ombros de Soluço estavam tensos, e Lenora percebeu. ━ Você está bem, meu amor? ━ ela perguntou.
━ É só que meu pai quer que eu seja o chefe da aldeia. Mas ele não faz um esforço para me fazer aceitar isso da melhor maneira.
Lenora suspirou e ofereceu consolo, ━ Soluço, você e seu pai não pensam da mesma forma. São muito diferentes, mas isso não significa que ele ache que você não é capaz.
Mas a dúvida persistia, e Soluço expressou sua frustração ━ Então, por que ele não confia em mim sobre isso?
Lenora ponderou antes de responder ━ Soluço, se você tiver que ser chefe, então será do seu jeito. Protegendo Berk nas costas de um dragão, tentando manter a paz, não lutando.
Nora continuou com determinação ━ O seu jeito de agir vai fazer com que muitas pessoas discordem de você como chefe. Mas isso não significa que elas não confiam em você e que não acreditem em você. Elas apenas vêem as coisas de uma perspectiva diferente. Um chefe não pode tomar todas as decisões sozinho, é por isso que existem os conselheiros. Mesmo depois de seu pai se aposentar, ele será seu conselheiro. Ele vai estar ao seu lado e também vai te fornecer uma visão diferente. Isso é algo que você vai precisar. Mas ele também ainda é o chefe no momento, e você precisa respeitar isso.
Soluço virou-se para ela, questionando ━ Então você acha que seria melhor eu ter ficado e obedecido?
Lenora respondeu com sinceridade, ━ Eu realmente não sei. Acho que com esse Drago, não deveríamos esperar como alvos fáceis. Ele tem um exército de dragões e não sabemos quão grande ele é. Corremos riscos ao expor Berk e atraí-los até nós.
O suspiro de Soluço indicou que ele concordava com ela. Lenora continuou ━ Então vamos torcer para que você o faça mudar de ideia. Eu tenho certeza de que você tem capacidade para isso.
Soluço lançou um sorriso agradecido por trás de seu capacete, e Lenora correspondeu com um sorriso doce. O momento foi interrompido quando Lenora avistou o mastro de um navio. No tecido, a mesma insígnia que ela lembrava, congelada em pedaços de gelo pontiagudo. Soluço seguiu o olhar dela, e ambos viram os caçadores. Em resposta, mergulharam em direção ao navio, prontos para enfrentar o desconhecido.
Logo antes de chegarem ao alcance do navio, as redes já estavam sendo disparadas. Os dragões manobraram em torno delas com facilidade, fruto de anos de prática. Lenora não conhecia o plano de Soluço, mas confiava nele. Voando, continuou a seguir Soluço na descida, agarrando sua espada com firmeza. Talvez pudesse esfaquear Eret na esperança de enviá-los para Drago ━ isso A deixaria muito contente.
À medida que se aproximavam, Lenora contou a quantidade de bestas e redes, marcando detalhes para referência posterior e os homens que as manejavam. Eret, inicialmente confiante, agarrou a alavanca mais próxima, mirando neles com ansiedade. Quando percebeu quem eram, ela notou a queda incrédula de seu queixo. Apesar de querer atacar, Lenora não pôde deixar de concordar com Eret. Eles eram loucos.
Soluço simplesmente mergulhou no convés, pousando com Banguela quase casualmente na madeira. Lenora o seguiu, inclinando o barco ligeiramente com o peso de seu dragão. Randi mostrou os dentes para as armas apontadas para eles, e Lenora apontou sua espada, lançando seu melhor olhar ameaçador.
Eret riu avançando com uma espada. ━ E eu aqui achando que ia terminar de mãos vazias ━ disse ele.
Soluço tirou o capacete com uma gargalhada, sacudindo o cabelo e enviando um sorriso brilhante. ━ Esse é o seu dia de sorte ━ cumprimentou, estendendo a mão para impedir que Lenora e Randi avançassem. Soluço então ergueu as mãos em sinal de rendição e disse ━ Nós nos rendemos.
Eret correspondeu ao olhar de surpresa horrorizada de Lenora, sua espada caindo junto com seu queixo. Soluço tirou a perna da sela, virando a prótese e pousando com um pequeno baque no convés de madeira. Ele coçou as orelhas de Banguela, mas o dragão apenas bufou confuso.
━ Temos um Fúria da Noite ━ disse Soluço, e Lenora não teve escolha a não ser descer do seu dragão. ━ Temos também um Espectro de Areia ━ continuou Soluço, e Lenora se virou apenas para encontrar seu noivo jogando uma rede sobre ela. ━ E dois dos melhores cavaleiros de dragões ao oeste de Luk Tuk.
Lenora estava totalmente furiosa. Lutou com a rede enquanto se enroscava em seus braços, tentando encontrar a ponta para jogá-la de volta. Queria retrucar, mas Soluço alegremente passou a mão pelos ombros dela e a conduziu através do grupo de homens, arrancando a espada de seus dedos e colocando-a no chão.
━ Isso vai deixar seu chefe feliz, certo? ━ disse Soluço para Eret.
Lenora conseguiu se libertar da rede e sussurrou, ━ Soluço, que loucura é essa? ━ Soluço a ignorou, e os dois desceram para a pequena prisão. Atrás deles, Banguela emitiu um rosnado baixo ao passar por Eret, enquanto Randi farejava os homens com alguns rosnados. Os caçadores gritaram e correram para longe. Lenora tentou olhar por cima do ombro para seu dragão. Ele apenas inclinou a cabeça para ela, e ela correspondeu com um olhar de tudo bem.
Lenora agora tinha uma sensação de que sabia exatamente o que Soluço estava planejando fazer, e isso era um problema. Se ele de alguma forma planejasse ganhar a confiança desses homens para levá-los até seu chefe e, esperançosamente, ajudá-los a mudar de ideia, havia também uma grande chance de isso não acontecer.
Soluço pulou ao lado dela dentro da jaula, muito mais disposto do que ela, prendendo a porta da gaiola e puxando-a para baixo, ele disse, ━ Banguela, Randi, fiquem ━ Os dragões apenas olharam para eles com gemidos curiosos enquanto a porta se fechava. Lenora estreitou os olhos para seu noivo e segurou seu braço, o coração disparando ao perceber o quanto ele estava se colocando em uma situação comprometedora, deixando seus dragões do lado de fora com todos esses caçadores.
━ Soluço ━ Lenora sussurrou insegura. Soluço apenas a abraçou de lado, esfregando seu braço para tranquilizá-la.
Ele então disse ━ Os dragões realmente não gostam de espaços apertados. Então, não tem problema deles ficarem aí em cima com vocês, né?
Imediatamente, os caçadores sacaram suas armas, e os dragões pularam assustados. Banguela mostrou os dentes enquanto Randi abria as asas para parecer maior. Soluço rapidamente enfiou a cabeça através das barras da jaula e provocou ━ A menos que você faça isso. Você sabe, barco de madeira, oceano... Vocês têm treinado natação?
━ Eu não. ━ disse um dos caçadores.
━ Ih, rapaz! Quase esqueci ━ Soluço meteu sua espada flamengo para abrir a jaula ━ Prisioneiro não pode ter arma. ━ ele entregou sua espada para Eret.
Lenora se espremeu ao lado do noivo e sussurrou baixinho ━ Soluço, esse é mesmo o plano?
Ele então disse ━ Confie em mim.
Lenora bufou, não muito feliz, mas deixou-o fazer o que devia. Soluço então explicou ━ Isso é tudo que um caçador de dragões precisa ━ apontando para a lâmina da espada, enquanto os homens examinavam curiosamente a engenhoca. Soluço continuou a explicar ━ Uma ponta contém saliva de Pesadelo Monstruoso, enquanto a outra dispara gás Zíper Arrepiante.
Soluço voltou a se esconder dentro da gaiola, enquanto os caçadores apertavam os botões, um de cada lado. Houve uma explosão. Olhando para cima, Nora viu os homens que seguravam a lâmina tossindo e cuspindo, cobertos de cinzas e brasas. Banguela levantou-se imediatamente, os olhos seguindo as brasas enquanto tentava pegá-las com as patas, como fazia com as borboletas. Randi reapareceu de onde estava escondido atrás de um barril.
Lenora estava impressionada com a astúcia de Soluço, mas não pôde deixar de se preocupar com as consequências de tal ação.
━ Quando eles veem vocês como um deles, até o dragão mais arredio pode ser treinado.
Eret rosnou, tirando a espada das mãos de um de seus homens.━ Me dê isso ━ ele falou com irritação e jogou a espada o mais longe que pôde. Os olhos de Randi se arregalaram em divertimento, e em segundos ele pulou do barco para pegá-la, como fazia com os galhos de árvore. Lenora observou-o partir com um breve suspiro.
Enquanto isso, Eret avançou até os dois, furioso ━ Que armação é essa sua?
O dragão pousou de volta no barco, abanando a cauda e jogando a espada de Soluço no convés. Eret pegou novamente e a arremessou para o outro lado. Soluço então disse, ━ Não tem armação nenhuma, nós só queremos conhecer o Drago.
━ Por que? ━ perguntou Eret.
Soluço respondeu ━ Porque eu vou mudar a opinião dele sobre os dragões.
A risada explodiu entre os homens. Banguela sentou-se ao lado de Soluço, observando as figuras histéricas. Lenora trocou olhares com o noivo enquanto ele esperava pacientemente que terminassem de rir.
Randi voltou mais uma vez, parando na frente de Eret. Ele deixou cair a arma de Soluço em uma confusão de baba. A risada de Eret foi interrompida, os ombros caindo em exasperação para o dragão, que apenas olhou para ele de maneira muito mais amigável do que antes. Lenora então falou ━ Ele pode ser muito persuasivo ━ indicando que Soluço conseguiu convencer toda a ilha de que os dragões não eram uma ameaça real.
━ Depois que se ganha a lealdade deles ━ disse Soluço, avariado a cabeça de Banguela ━ não há nada que ele não faça por você.
Eret zombou deles. ━ Vocês não vão mudar muitas opiniões por aqui ━ Ele apontou o polegar para os homens ocupados rindo.
━ Eu posso mudar a sua ━ ofereceu Soluço. ━ Bem aqui ━ Ele estendeu a mão e apertou a alavanca de sua sela. ━ Agora mesmo ━ Continuou, baixando a alavanca e a cauda vermelha de Banguela se abriu.
Eret franziu a testa, recuando um pouco enquanto Soluço saía da jaula. ━ Posso? ━ perguntou Soluço.
Houve um momento de silêncio em que Lenora pensou que Eret aceitaria a oferta. Seus olhos piscaram para a sela, confusos, como se a ideia fosse muito atrativa, mas ao mesmo tempo ridícula. Então, seu sorriso presunçoso voltou aos lábios.
Soluço não teve tempo de falar pois foi sequestrado por um dragão laranja.
-Feito por mim
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro