Capítulo 2
Passado
Estava sentado no chão, não gostava muito da cama desse manicômio em que me colocaram.
Presente
Olá, querido leitor. Me chamo Park Jimin e acho que já ouviram falar sobre mim. Para alguns o louco que escondeu os corpos dos pais assassinados, numa tentativa de assalto há tantos anos, e para outros umas das Lendas Urbanas mais famosas de Seoul.
Atualmente tenho 20 anos e estou prestes a viver uma experiência e tanto, estou indo para faculdade nesse exato momento e é um tanto assustador já que toda a minha vida sempre sofri muito pelo fato de ser um gay e afeminado. Bom, nunca passei despercebido pelos machos hétero top dessa sociedade padronizada e totalmente preconceituosa e digamos que minha infância também não foi fácil mas, eu sei que vocês vão querer ouvir a história do começo.
Passado
Era uma tarde ensolarada eu estava na praça perto de casa, tinha acabado de chegar da escola e como de costume toda vez que chegava ia para praça porque era aqui que eu esquecia dos problemas de bullying que sofria sempre. Hoje estava com um olho roxo pois Gabriel, o menino mais alto da minha turma, havia reunido seus amigos e esperado por mim no beco em que passava a caminho de casa. Antes era só xingamento sabe? "Ôh, viadinho" ou "esqueceu a roupa de educação física em casa? Pega com uma das meninas, Park". E até aí tudo bem. Claro que eu ligava e é óbvio que tudo isso me feria, mas eu achava que estava tudo bem desde que não envolvesse agressão física. Eu era forte, papai me ensinava a ser toda vez que ele me via montada com roupas femininas e não gostava e logo pegava seu cinto para me castigar "vira homem, porra! É tão difícil assim você ser uma pessoa normal, garoto?" então, eu já era tolerante a agressão também, mas essa de longe doeu mais do que as surras que papai costuma me dar diariamente. Mas ainda assim aqui não é o início, caro leitor.
Inicio
06:00 da manhã o relógio despertou Park. Logo o garoto abre os olhos com dificuldade e se senta na cama para se certificar que conseguiria andar até o banheiro sem cair pelos corredores por conta do sono. Quando ele finalmente estava bem acordado, levantou de sua cama e andou até os corredores da casa e pouco depois já estava dentro do cômodo desejado. Abriu o armário, pegou sua escova de dente da moranguinho, despejou a pasta na mesma e começou escovar seus dentinhos de leite tomando o maior cuidado por um já estar quase no prazo de sua fada do dente vir pegar. Logo que terminou, enxugou a boca e foi até o armário pegar seu uniforme da escolinha. Embora Park fosse apenas um menino, o garoto foi obrigado desde muito cedo se porta como "homem" que o pai do mesmo sempre dizia que o garoto deveria ser.
Depois de trocado Park calça seu tênis e desse as escadas todo contente, nem parecia que daqui alguns minutos o garoto receberia uma das surras que jamais esqueceria do garoto que o mesmo tinha uma certa "queda".
A mãe de Park estava na cozinha preparando a lancheira de seu filho, Park Eli era bem cuidadosa com o filho embora muita das vezes caia na influência do marido, Park Nil.
De que o filho precisa ser o "homem" que toda família esperava que ele fosse
A senhora sorri e profere — Bom dia, meu amor. A mesma recebe um caloroso bom dia de Jimin — mamãe, eu preciso ir, já estou atrasado. A mãe de Park pega no cabelo do filho acariciando e depositando um beijo em sua cabeça, logo o garoto sai rumo a escolinha. Park não morava muito longe da escola por isso ele sempre optava por ir andando todas as manhãs.
Chegando na escolinha o garoto já se senta em sua cadeira e fica esperando pela entrada dos demais alunos. Park não tinha amigos, nenhum. Então o garoto sempre esperava pela professora na sala enquanto seus outros colegas ficavam no pátio brincando com outros amiguinhos. Logo ele viu Gabriel entrar, Gabriel era o aluno mais alto da turma de Jimin e logo o garoto tinha uma tremenda queda por meninos altos. E o cabelo arrepiado castanho de Gabriel que compunha seus olhos azuis claros, chamava a atenção do mesmo.
Gabriel chega perto de Jimin e diz — Park, cortou o cabelo? Jimin olha diretamente para o garoto surpreso como que "tá falando comigo?" — não, responde por fim. — ah, parece. Tá menos viado o garoto ri divertido.
Tava demorando, Jimin pensa. — hahahah Gabriel, muito engraçado.
Gabriel ri com a fala do mesmo — não, agora é sério, será que você poderia encontrar comigo hoje naquele beco do caminho da sua casa? Jimin fica confuso mas não perde o senso de humor — finalmente Gabriel, resolveu deixar de marra e experimentar algo que te faça bem. Jimin o provoca dando uma piscadela. O garoto fica sério mais sabia que tinha que entrar no personagem se quisesse que realmente Park fosse ao beco para sua emboscada — é Jimin, você venceu. Eu tô apaixonado por você só que, o garoto sussurra no ouvido de Jimin — é segredinho por enquanto uh? O mesmo vai se sentar com o seu grupinho, Jimin se vira e vê todos rindo olhando para ele. Jimin podia ser bem esperto mas as vezes era bem ingênuo e claro, pessoas como Gabriel se aproveitavam disso.
Logo a professora da escolinha adentra a sala dizendo — alunos, hoje iremos fazer uma aula bem divertida. A mesma sorri enquanto recebe gritos de alegria de seus alunos. — vocês pintarão hoje algo que gostem muito. Logo Jimin sorri, o garoto não era um Leonardo da Vinci ou um Picasso, mas a questão era que o garoto gostava de pintar, era um dos poucos hobbies que Jimin possuía.
Rapidamente o garoto pega um quadro entre tantos que haviam na mesa da professora e se dirige a sua carteira, e logo começa a tentar visualizar um desenho para o quadro em branco. Depois de tanto pensar, Jimin resolve por em prática seu desenho. Pega algumas tintas nas cores que o mesmo precisaria e logo pega um pincel pequeno como o garoto. Com um grande sorriso no rosto, Park começa dar pequenas pinceladas no quadro em branco que pouco a pouco tomava a forma de um lindo girassol.
Retocando o quadro vendo alguns dos meninos do grupo de Gabriel olha tanto o desenho do mesmo, ele os encara e pergunta — o quê? Porque vocês estão rindo desde que chegaram aqui? O garoto pergunta confuso. Logo um deles diz — não podemos mais rir não? Eu ein. Logo Gabriel ri da cara do menino. — vamos pessoal.
O grupo de Gabriel sai deixando Jimin sozinho com um grande ponto de interrogação na cabeça. — não entendo, o mesmo diz baixinho — Gabriel diz que é apaixonado por mim e me trata tão mal. Infelizmente, Park não havia entendido a real intenção de Gabriel.
Gabriel volta para sala e estende um lanche para Jimin — comprei para você. O garoto estava sendo gentil porque ele sabia que teria que entrar muito no personagem de bom moço arrependido. — Pra mim? Pergunta Jimin. Logo Gabriel confirma com a cabeça — para o meu amorzinho. O garoto diz mentalmente "tudo pelo plano, Gabriel." Jimin sorri de orelha a orelha fazendo com que seus olhinhos ficassem invisíveis a sua face. — obrigado, o mesmo dá um beijo na bochecha do rapaz inesperadamente. — hoje no beco? Park confirma com a cabeça e logo vê Gabriel se afastar do seu campo de visão.
— eca, aquele viadinho beijou minha bochecha resmunga o garoto para os amigos que caem na risada — é por uma boa causa, hoje, Park receberá uma surra que jamais vai esquecer. Gabriel sorri animado — ele vai aprender ser homem por bem ou por mal, o mesmo gesticula um sinal de soco com as mãos.
Jimin termina de comer o lanche comprado e entregue pelo seu possível "namoradinho" logo o garoto estava todo sorridente, todo bobo e claramente iludido.
Logo o sinal bate para os alunos entrarem para sala novamente, pois, o recreio havia chegado ao fim. Assim que todos entraram deu-se início a aula com a professora Rosa novamente.
Jimin termina seu quadro depois de uns minutos e leva até a professora — isso está lindo, Jimin. A mesma confirma com um lindo sorriso — você é um artista e tanto. Logo Park fica super sem graça mas agradece a mesma — obrigado, prof.
Depois de algum tempo todos terminaram seus desenhos, e como a aula demoraria mais alguns minutos a professora decide passar lição de casa.
Logo Jimin pega Gabriel olhando para ele, então o garoto mais uma vez entra no personagem piscando para Jimin. Park cora e dá uma risadinha.
Gabriel ri com os amigos debochando — coitado, logo os demais caem no riso.
O que ninguém imaginava era que havia mais um gay na escola e esse gay estava agora mesmo planejando sua emboscada para um menino livre de opiniões alheias. Gabriel não gostava de Jimin porque o fato do garoto já ser assumido e livre o incomodava, isso era algo inadmissível para o garoto, já temos um gay e assumido na escola e não sou eu?
O jeito de Jimin viver a vida, trazia a tona a vida que Gabriel gostaria de estar vivendo.
O garoto era totalmente medroso quando se tratava de quem ele era e vê alguém tão corajoso, o intimidava.
Depois de alguns minutos a aula acaba e dá lugar ao toque comunicando o final das aulas naquela quinta feira ensolarada.
Jimin pega seu material o colocando na bolsa e fechando o zíper, ele pega o quadro delicadamente que havia pedido para a professora para ficar com ele e desce as escadas se dirigindo até a biblioteca infantil da escolinha. Ele diz a bibliotecária — oi, boa tarde. Eu queria saber se já devolveram o livro do "quem pegou meu queijo"? A moça que aparentava ser jovem o responde gentilmente — ainda não garotinho, mas vamos fazer assim, a garota pega um papel e uma caneta. — me diz seu nome e eu estarei anotando aqui e assim que devolverem eu te comunico. Jimin olho a moça sorridente e feliz — meu nome é Park, e o livro é — quem roubou meu queijo? A moça completa — anotado, Park. Assim que devolverem, eu te aviso. Jimin acena com a cabeça como forma de agradecimento e deixa o local indo para frente da escola e depois já estava fora da mesma a caminho de casa.
Jimin cantarolava enquanto dava saltinho de alegria, afinal, logo ele se encontraria com o garoto de quem tanto gostava. Chegando ao beco Park olha em volta — cadê ele? Pergunta confuso o garoto.
— estou aqui. Gabriel aparece e Jimin vira para olhar ele e logo se dá conta de que havia mais dois garotos com o mesmo, Lucas e Daniel. Jimin já olha para o mesmo sem entender
— achou mesmo que eu tava apaixonado por você? Seu viado de merda. — Eu... Jimin baixa a cabeça
— você tá precisando tomar uma surra para entender que tem que virar homem. Daniel e Lucas sorriem de fundo.
Logo Gabriel se aproxima de Jimin — sai, fica longe de mim. Diz Jimin assustado.
Logo vem Lucas e Daniel se juntar ao amigo. Jimin continua se afastando deles mas logo toca suas costas na parede indicando que a menos que ele pudesse voar, o garoto estava literalmente num beco sem saída.
Gabriel atinge o primeiro soco na barriga fazendo Jimin comprimir o rosto de dor, logo Lucas e Daniel segura Park pelos braços deixando a barriga do mesmo livre. Gabriel começa a socar ele sem parar, fazendo Jimin gritar
— me solta, me solta. O garoto começa a chorar
— shiu, sua bichinha. Logo Gabriel não satisfeito com os socos atingi um murro na face de Park deixando um pequeno corte em sua sobrancelha.
— me solta, Gabriel.
Daniel e Lucas começam a rir — uai, você não queria que Gabriel te desse atenção menininha? Pois bem, diz Lucas - aproveita que é só hoje.
Gabriel ri e diz — se eu fosse você eu aproveitava, amorzinho. O garoto ri com ar de deboche e logo volta socar repetidamente Park.
Depois de uns minutos, os garotos que estavam segurando Jimin o solta e vão embora —tchauzinho, otário.
Diz Gabriel e sai atrás dos amigos.
Jimin cai no chão todo machucado e com o olho roxo, chorando muito o garoto grita — POR QUE????
Com dificuldade ele se levanta e anda para praça perto de sua casa mancando e com muita dificuldade para respirar.
Era uma tarde ensolarada eu estava na praça perto de casa, tinha acabado de chegar da escola e como de costume toda vez que chegava ia para praça porque era aqui que eu esquecia dos problemas de bullying que sofria sempre. Hoje estava com um olho roxo pois Gabriel, o menino mais alto da minha turma, havia reunido seus amigos e esperado por mim no beco em que passava a caminho de casa. Antes era só xingamento sabe? “Ôh, viadinho” ou “esqueceu a roupa de educação física em casa? Pega com uma das meninas, Park”. E até aí tudo bem. Claro que eu ligava e é óbvio que tudo isso me feria, mas eu achava que estava tudo bem desde que não envolvesse agressão física. Eu era forte, papai me ensinava a ser toda vez que ele me via montada com roupas femininas e não gostava e logo pegava seu cinto para me castigar “vira homem, porra! É tão difícil assim você ser uma pessoa normal, garoto?” então, eu já era tolerante a agressão também, mas essa de longe doeu mais do que as surras que papai costuma me dar diariamente.
Presente
Estava indo fazer matrícula na faculdade em que iria estudar esse semestre, eu já havia frequentado outras mas nunca me adequei em nenhuma e acho que essa será apenas mais uma das muitas que abandonei.
Desço do ônibus e aperto o botão do semáforo vendo o mesmo ficar verde depois de alguns segundos. Logo atravesso a rua e paro do outro lado da calçada vendo o papel que me entregaram com o endereço da universidade. Ao consegui me localizar, continuo andando e depois de alguns minutos acabo por adentrar o campo da faculdade indo até uma moça que parecia estudar ou trabalhar lá.
— olá, digo sorrindo — sabe me dizer onde fica a sala 13? A garota baixa de cabelo enrolado e comprido me cumprimenta com um sorriso — claro, prazer, sou Maria. Logo a mesma faz sinal para eu acompanhá-la.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro