Capitulo 81 - Familiar
Meus amores, bônus da semana para vocês: capítulo duplo! ♥
Se puderem vejam o vídeo.
Boa leitura!!!
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"Ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas deixar de ser vítima dos problemas e se tornar o autor da própria história."
Abraham Lincoln
Nicholas
Eu observava Lívia de costas no caixa fazendo o pagamento de seu produto. O macacão listrado abraçava suas curvas nos lugares certos, as pernas torneadas e brancas sustentavam seu corpo da menina/mulher que era; mal posso acreditar que ela é minha. Tenho esse sentimento de pertencimento quando se trata dela.
Ela volta para mim sorrindo sob os olhares vigilantes das pessoas ao nosso redor e penso como seria esperá-la no altar. É lógico que isso não passa de uma ideia, pois seria muita estupidez casar com alguém que a deixará viúva em seguida.
− Minha querida, hoje é o aniversário da minha cunhada e gostaria que me ajudasse a escolher algo para ela.
− Claro que ajudo Nick. Vou precisar comprar uma roupa porque o senhor esqueceu de avisar esse pequeno detalhe. – Por mim a gente nem iria sair do quarto, eu ficaria apenas apreciando seu corpo numa bela lingerie, isso me daria algum conforto já que não poderia fazer nada mesmo.
− Não tem problema, vamos comprar o que precisar. – Isso implicaria em mais um tempo até chegar ao apartamento, acho que hoje eu só não dormiria em pé porque não posso mais andar.
Parecendo pressentir minha urgência em voltar pra casa ela não demora muito a escolher algo e opta por um vestido longo e com um tom de rosa. Ela experimenta e tenta vir até onde estou, mas é barrada por uma funcionária da loja. Elas trocam algumas palavras e pelo que pude deduzir a Lívia fala que queria mostrar o vestido ao namorado e a funcionária diz que ele – eu – deveria ir até lá como todo mundo.
Eu estava um pouco distante dos provadores, as araras com roupas dispostas pelos corredores da loja bloqueavam minha passagem até o provador e a entrada também não era compatível com a largura da cadeira de rodas. Ossos do oficio! Eu estava acostumado, mas fiquei incomodado com o olhar dela, será que a Lívia entendeu o que significa estar ao meu lado e se arrependeu de me aceitar?
– Nick, eu não consegui sair do provador com a roupa, sinto muito. – Ela fala quando se aproxima de mim após já ter tirado a roupa.
– Sem problemas! Vamos pagar e sair logo, você precisa se arrumar, não é mesmo? – Pergunto torcendo pra que ela diga sim, eu precisava ir pra casa, porém não queria deixar isso explícito.
Escolho um colar para a Giulia e outro para a Lívia. O colar é delicado e seu pingente carregado de significado: um sinal em Libras que representa "Te amo!". Não sei se ela conhece o significado de seus estudos sobre a língua brasileira de sinais, mas eu não diria e tampouco perguntaria a ela.
Voltamos ao meu tríplex mal podendo conter a felicidade de estar com a Lívia. Ela fez muitas piadas dentro do carro, rimos e conversamos besteira a cada quilômetro rodado. Eu não queria dar explicações para ninguém, só queria ser um adulto normal se divertindo com a namorada, porém "normal" era o que eu jamais seria.
Meus pais estavam com os meus irmãos na sala, bem como a Giulia e a Anna. Seus rostos expressavam todas as perguntas queriam fazer ao ver Lívia sorrindo ao meu lado.
− Boa noite! – Ela fala tímida e também faz o sinal em libras para a saudação, eles respondem em uníssono e Rafa sinaliza. Anna corre em minha direção para subir em meu colo.
− Minha princesa, o tio está um pouquinho cansado, depois brincamos, está bem? – Ela concorda a contragosto e pula no colo na Lívia que a pega nos braços, com minha sobrinha enlaçando as pernas na cintura da ruiva.
− Florzinha, agora vou tomar um banho para jantar com vocês, certo? – Minha garotinha faz um bico ao ver que é rejeitada mais uma vez. – Ei, eu não vou demorar e você pode me ajudar com a maquiagem. O que acha?
− Eu quero! – A Anna grita de satisfação levantando os bracinhos. A Lívia tem muito jeito com crianças.
− Vamos lá, parceiro? – Celso bate em meu ombro. Sigo para próximo da plataforma móvel e falo reservadamente para ele:
− É melhor você ir, já deu sua hora.
− Nicholas eu posso fazer uma hora extra, não é mesmo poderoso chefinho? – Ele aponta com o indicador para o elevador. − Agora banho!
− O que?! – Pergunto incrédulo, quando foi que dei essa liberdade a ele?
− Nick, eu forcei a barra com a Lívia, dei uma pressionada nela para que fosse falar contigo e você a chama para dormir junto? Santo Deus, nunca vi alguém tão rápido!!!
− Não foi nada planejado! – Falo enquanto ele me coloca na cama fazendo os procedimentos necessários, só agora lembrei que deixei a recatada Lívia na sala.
− De toda forma vou te deixar apresentável, hoje será memorável, hein? Não estou insinuando que acontecerá algo, mas também não estou falando não acontecerá.
− Pelo menos vou vê-la de uma maneira diferente! Confesso que foi uma péssima ideia tê-la chamado, pois estou exausto.
− Vai com calma, não quero saber detalhes. Eu e a Lívia temos gostos... semelhantes.
− Nem venha me bulinar com suas ideias, senhor Celso!
− Como pode pensar isso de mim? Sou totalmente fiel ao Tom. – Caímos na risada do 'besteirol' falado enquanto ele abria o chuveiro para fazer a higiene do meu corpo e, com sorte, espantar um pouco do cansaço.
Lívia estava sorrindo de uma gracinha da minha sobrinha sentada no mesmo sofá ridículo de onde caiu quando esteve aqui pela primeira vez . Agora pude ter uma visão melhor da roupa comprada esta tarde, a maquiagem leve e neutra combinou muito bem com todo o conjunto que formava aquela pequena mulher. O cordão fino e delicado que a presentei, repousava no pescoço alvo, uma pena que eu mesmo não o tivesse colocado ali.
− Apreciando a vista? – Torno a realidade quando ela fala me fazendo perceber que a encarava sem cerimônias. Celso se despede de nós e sai discretamente.
− Só posso dizer, senhorita, que tenho muito bom gosto para vizinhas do décimo andar. − Ela explode em uma gargalhada soprano e inevitavelmente chama a atenção de todos na sala, até mesmo Rafael percebeu a movimentação. Ele já devia ter deduzido que eu estava bem e, poderia até arriscar a dizer, feliz. É um homem muito perspicaz, esse meu irmão.
− Farei das suas palavras as minhas, mas complemento dizendo que o meu bom gosto para 'gatos da cobertura' é melhor. – Ela sorrir me olhando nos olhos enquanto retribuo olhares e sorrisos. Não queria ceder às batidas aceleradas do meu coração, mas era visível nossas caras e bocas enquanto jogávamos o tolo jogo dos apaixonados. Aproximo mais a cadeira de rodas do sofá e posiciono de uma forma que pudesse falar próximo ao seu ouvido:
− Eu acho que é novamente a minha vez de ganhar ou aprender algo. Mas não hesitarei, não mais, não mais, isso não pode esperar. – EU SOU SEU! Completo o trecho da música apenas no meu pensamento. Eu esperava que ela cantarolasse a canção, entretanto ela apenas aperta meu antebraço próximo ao cotovelo me fazendo sentir um toque leve embora eu veja pelo nó de seus dedos que ela apertou com força.
− Vamos comer, crianças? – Minha mãe sinaliza enquanto fala.
Vendo o pequeno número de pessoas para comemorar a passagem do aniversário da Giulia com uma boa e autêntica comida italiana, me surpreendo por minha mãe não ter convidado a população da Índia para o simples evento.
A conversa em família estava agradável após o jantar e durante a sobremesa que eu recusei. A comunicação se dava por libras que todos sinalizavam e oralização dos ouvintes, eu traduzia a conversa do Rafael para a Liv falando ao pé do ouvido dela. Seus estudos de Libras estavam caminhando bem, pois ela indicava alguns sinais que reconhecia.
− Ele fala muito rápido! – Ela confessou baixinho para mim sendo uma das poucas frases que disse durante a noite. Sorri de sua observação, acho que realmente era assim que parecia para quem não conhece Libras, pois eu pensava a mesma coisa quando estava aprendendo francês. – Nick eu posso ir para seu quarto ou para onde quer que eu vá dormir? Vou trocar de roupa e ler um pouco, estou me sentindo uma intrusa ainda não tenho intimidade com sua família.
− Claro! Eu também estou cansado, mas vou ficar uns dez minutos com os gêmeos imbecis, pois faz tempo que não conversamos e, depois peço pra um deles me ajudar a deitar. – Ela concorda balançando a cabeça e levanta do assento.
− Com licença, precisarão de ajuda com os pratos? – Ela pergunta dirigindo-se a minha mãe.
− Oh não querida, não precisa se preocupar com isso! Pode ficar a vontade.
De onde mamãe tirou tanta simpatia pela 'namorada' de um dos filhos que não seja a sua preferida: Giulia?
− Obrigada! O jantar estava uma delícia, parabéns mais uma vez Giulia, tanto pela comida quanto por seu aniversário. – Ela fala um pouco tímida.
− Onde você arranjou essa daí? – Gabriel me alfineta pelo meu lado oposto ao que a Princesa Disney estava. Apenas reviro os olhos e ele sorri debochado, as vezes parecia um moleque de trinta e um anos.
− Boa noite a todos! – Lívia fala e sinaliza me deixando orgulhoso.
Pegando todos de surpresa principalmente a mim ela toca suavemente a lateral do meu rosto com seus dedos pequenos e finos e sela nossos lábios sem nenhuma vergonha. Poxa, será que ela ainda não tinha percebido que eu gostava de discrição, mesmo na frente de minha família?
Ela ergue-se lentamente deixando-me hipnotizado como um vampiro contemplando a veia pulsante, com sua tez de porcelana de seu pescoço totalmente a mostra por causa do modelo de seu vestido, a corrente pendurada pela posição da moça. Depois do beijo dá as costas para o grupo de perplexos, sem se importar com nossas reações.
Encaro o grupo mordendo o lábio inferior tamanha era minha insegurança, já que ela não o fez, tentando ler nas feições o que acharam do pequeno show da Lívia. Que droga!!! Melhor seria se ela tivesse soltado a voz. Rafael levanta as mãos e as balança no ar – sinal de aplaudir. Era uma verdadeira festa para os D'amico.
− Eu capitei na leitura labial que você vai conversar com seus irmãos imbecis, ou estou equivocado na minha interpretação? – Meu irmão surdo sinaliza para mim.
− Boa ideia! Vamos arrancar a verdade de nosso mano, Rafa? – Gabriel apenas sinaliza já que a Lív não estava mais aqui e todos conhecem a língua. Vou com eles até a varanda da sala, Rafa vem trazendo sua taça de vinho tinto. Eles sentam quando paro minha cadeira ao lado da mesinha. Meu irmão põe sua taça ali e sinaliza.
− Nick! – Ele faz meu sinal. – Porque está com essa cara de idiota apaixonado? Você e a moça estão namorando finalmente?
Estou me sentindo encurralado; não pude responder aos olhares interrogativos, deixando crescer, por instantes, a intensa expectativa que se instala.
− Eu.. eu acho que... possa ser que eu esteja apaixonado! − Engulo em seco e meu pomo-de-adão sobe e desce com o nervosismo da revelação enquanto encaro os dois pares de olhos claros idênticos aos meus.
Rafael emite um barulho, acho que está desacreditado da veracidade de minha informação. Os dois néscios caem na risada, como se fosse doutores no assunto amor. Já estavam pra lá de bêbados.
− Estamos rindo de felicidade, só pra constar. – Rafa concorda com a cabeça. – Isso significa que o maior desejo de seus irmãos gêmeos se concretizou: você vai desistir da Suíça!!!
Não queria criar nenhuma esperança para eles, ainda estava a compreender o que se passava entre a Lívia e eu. Eu não estava sabendo lidar com a situação mesmo gostando do que vivenciava, porém a verdade é que eu não viveria por muito mais tempo.
A verdade é que o amor ainda é um mistério pra mim!
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Se gostar do capítulo deixa sua estrelinha.
Abraços!!!
Até breve!
#gratidãosempre
Capítulo publicado e revisado dia: 03/10/2021
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