Capítulo 67 - Acidentalmente apaixonado
Oi gente! Que tal mais uns beijinhos pra compensar a demora? Ainda tem alguém aí? Finalmente voltei depois de tanto tempo.
O capítulo de hoje é dedicado a uma pessoa muito especial pra mim, um verdadeiro presente de Deus. Obrigada por tudo, Gabi, principalmente pela paciência comigo. kkkk
Gostaria de esclarecer que no capítulo anterior onde o Nick, "Quer saber? Danne-c a porra toda!!!", trata-se de uma homenagem à minha Danne, ok? Além disso o Nicholas está se libertando de tudo o que o faz resistir ao beijo da Lívia.
CAPÍTULO NÃO REVISADO!!!
Boa leitura!!!
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"Escolha quem te olha por dentro. O corpo tem prazo de validade, a alma não."
Autor Desconhecido
Nicholas
− Hey, achei que tinha gostado, porque está chorando? – De todas as vezes que vi a Lívia chorar essa é a que menos compreendo o motivo.
− Parece um sonho! Eu estou sonhando, é isso. – Ela limpa o rosto para dar lugar a mais lágrimas e me abraça. – Aaaaaaaai!!! Porque fez isso, Nicholas?
Ela me olha surpresa e com cara de raiva, a mão na orelha dolorida.
− Ora, Lívia, você sabe que minhas mãos não funcionam, então entenda essa mordida como um beliscão e um aviso de que não, você não está sonhando.
− Você é inacreditável! E apesar de morder muito bem, beija bem também. – Sorrio de sua expressão cínica e deposito um beijo no mesmo lugar que mordi. Ela limpa os resquícios do choro e volta a se aconchegar no meu colo.
Torno a passar meu nariz por seu pescoço; pode até parecer machismo da minha parte, mas tenho a sensação que ela me pertence.
Ergo meu antebraço, com o cotovelo apoiado no braço da cadeira de rodas, o máximo que eu conseguia agora que havia feito a cirurgia de expansão e minha fisioterapia estava mais intensa do que costumava ser, com esse gesto consigo fazer meus dedos tocarem o queixo dela mesmo que eu não o sinta.
Ela levanta o tronco e se endireita sobre minhas pernas, continuo tocando seu queixo e me inclino um pouco tornando a beijá-la. Ela aceita de muito bom grado, pois retribui com a mesma intensidade. Afastamo-nos para tomar fôlego e ela encosta a testa na minha, fecho os olhos sentindo a euforia contida no meu interior.
− Ei, vamos desgrudando? Bora, bora, bora!!! – Rodrigo bate palmas nos assustando e cortando totalmente o clima. – Ninguém quer saber desse "romancezinho" de vocês, temos uma coisa muito mais importante pra mostrar. Pinota daí, Lívia!!!
Ela obedece ao Rodrigo tão obediente como só ela sabia ser.
− Como assim, "Pinota daí Lívia"? Você sabe se eu quero ir, Rodrigo? – Falo exasperado. Sem pestanejar ele destrava as rodas da cadeira e me empurra para a entrada da varanda lateral enquanto murmura:
− Não vou deixar você perder isso por nada, e fala baixo pra eles não ouvirem. – Continuava sem entender até que ele aponta com o dedo indicador para o final do longo corredor.
Meu queixo foi ao chão!!! Só podia ser uma peça que meus olhos pregavam. Voltei à realidade somente quando ouvi a Lív exclamar baixinho.
− Santo Deus, eu não consigo acreditar!!! – Ela põe a mão na boca tão incrédula quanto eu.
Lúcia tinha estampado no rosto o sorriso do coringa enquanto Samuel acariciava sua bochecha e ela retribuía o carinho tocando a mão dele; em dado momento ambos selam os lábios num ato que nos pegou totalmente de desprevenidos. Vick chorava emocionada ao meu lado esquerdo e não pude evitar sorrir da situação.
− Caramba! O Sam está acidentalmente apaixonado. – Dei meu diagnóstico e virei um pouco para a esquerda a fim de ver o Rodrigo e questioná-lo. – Onde vocês estavam?
− Não é da sua conta! – Ele pega a mão da Victória e a reboca para longe, saindo tão rápido quanto chegou. Fico vendo os dois sumirem pela escada até a Lívia me tirar do transe.
− Acho melhor a gente dá privacidade para eles, se não falaram nada é porque não querem contar que estão juntos, por enquanto. − Ela me conduz ao nosso lugar de origem e, parece relutante.
− Então, onde paramos? – Ousei perguntar.
− Ah, foi... – Ela me olha com uma timidez que eu não conhecia, principalmente depois de vê-la bater na Camile e no imbecil caipira.
− Vem logo Lívia, senta no meu colo de uma vez! – Sorrio da sua timidez e tiro meu braço do colo para ela poder sentar. – Olha que eu não sou fã de açúcar, mas o seu beijo é doce, literalmente, e eu quero provar outra vez.
− Se soubesse quevocê iria me beijar hoje eu não teria comido a sobremesa. – Reviro os olhos,não acredito que ouvi isso.
− É sério que está me dizendo isso? Eu deveria ter te avisado que a beijaria? Então sinta-se avisada pois farei isso agora mesmo. – Eu a beijo enquanto ela sorri, mas não demora a retribuir. Quem diria que eu estaria com ela assim em meus braços, totalmente entregue?!
Ela torna a sorri quando nos afastamos, bem mais relaxada que antes. Passa a mão nervosamente pela saia como se quisesse tirar os amassados invisíveis. Mudou de humor repentinamente.
− Nick, acho que não vou mais voltar a ver o Jefferson. A conduta dele não parece com a de um amigo.
− Você quer mesmo falar sobre isso? – Acho que ela está dando uma importância desnecessária a esse babaca.
− Sim, eu preciso desabafar. Fiquei com muita raiva das palavras dele; fui atingida mesmo que indiretamente.
− Tudo bem, o que ele disse? – Pergunto a contragosto, poderíamos aproveitar melhor o nosso tempo sem ser falando sobre esse idiota.
− Falou coisas ruins: que eu estava com você por lembrar a minha mãe e outras coisas que não valem a pena citar. – Ela parece aborrecida e eu começo a sorri. − Tudo bem, doutor. Pode sorrir as minhas custas.
Ela torna a sorri e enlaça os braços no meu pescoço outra vez. Estava risonha essa noite, o que um beijo não faz?!
− Falando em 'doutor', mocinha, quero que vá a minha formatura. Posso contar com você? – Indago mesmo sabendo que ela vai concordar.
− Eu não perderia isso por nada. – Enquanto sorri aproxima o rosto e me perco novamente nos lábios quentes e doces da moça, pouco me importando com o barulho de um carro estacionando bem perto de nós ou a porta do veículo batendo ao fechar, refletindo a brutalidade com que foi empurrada.
− MAS O QUE SIGNIFICA ISSO?!!! – Ouço o senhor Theodoro esbravejar e acredito que a Lívia também identificou a voz do pai, pois saltou do meu colo com uma velocidade semelhante a da luz.
− PAPAi?!!
− Pode me explicar o que estava fazendo no colo desse camarada, dona Lívia? – O senhor dragão esbraveja. E lá vamos nós!!!
− Muito simples, senhor. – Intervenho, pois sei que ele não bateria num cadeirante para defender a honra da sua filhinha. – Eu estava beijando sua filha.
− Ora, seu folgado, filh... – A senhora dona da casa entra na frente dele como que para contê-lo.
− Theo, meu filho! Quer parar com isso? A Lívia está em casa e não em um motel. Deixe-a beijar o rapaz, tenho certeza que foi pra isso que eles vieram.
− A SENHORA QUER DIZER, MÃE, QUE A MINHA FILHA SEQUESTROU O RAPAZ PRA VIR BEIJÁ-LO AQUI? Os pais dele me fizeram vir porque estavam preocupados sem saber onde o filho estava. – Ele se volta para a ruiva e fala com o dedo em riste. – Nós precisamos conversar, mocinha!
Ao ouvir essa reclamação automaticamente olho na direção dos carros e paraliso – se é que eu poderia ficar mais paralisado do que já estou. O homem que mais evitei por esses dias vem no encalço da mulher elegante que chamo de mãe. Quando nossos olhos se cruzam eu viro o rosto com asco e mais um turbilhão de sentimentos que passam pelo meu corpo nesse exato momento.
− Meu bebê! – Minha mãe abraça minha cabeça contra sua barriga e beija meu cabelo. – Porque não avisou que iria viajar? Ligamos para o Celso e ele disse que estava com a Lívia.
− Mãe!!! Por favor, para de me tratar assim; eu já sou adulto pra não poder sair sozinho, não é? – Eu já estava possesso e não sabia como a noite terminaria.
− Oi, boa noite. Sou Fátima, a avó da Lívia. Sejam bem-vindos a minha casa. Vocês querem tomar um chá? – Ela pergunta a minha mãe. – Depois todos podem conversar com mais tranquilidade.
− Eu adoraria, depois vamos ver onde iremos ficar, acho que teremos que procurar um hotel na cidade, não é Will? – Minha mãe responde suavizando a expressão aborrecida. Meu pai não fala absolutamente nada, seu humor espelha o meu.
− Claro! Imagino que estejam cansados, afinal são mais de três horas de viagem. – Vejo a senhora se voltar para a mãe da Lívia. – Sandra, minha querida, leve esse meu filho rabugento pra tomar um chá e conversar com a Lív lá dentro.
Todos os presentes saem deixando-me sozinho com meu pai. Ele parece muito cansando, suas olheiras profundas denunciam as noites mal dormidas, e eu tinha minhas dúvidas de que eram os plantões noturnos; ele caminha a passos lentos na minha direção e volto a olhar para frente, para a lua.
O ressentimento vem à tona. Ouço-o arrastar uma das cadeiras e sentar ao meu lado.
Lívia
"No amor não há pessoas certas, há pessoas que lutam para dar certo."
Cresci ouvindo minha mãe me dizendo isso; Stella se foi, porém suas palavras ecoam pela eternidade.
Ah, que sensação... eu nunca mais quero acordar desse sonho, o Nick me faz sentir como uma mulher natural, livre de amarras. Meu coração sacolejava dentro do peito enquanto eu apreciava o sabor do seu beijo quente.
Eu poderia ficar pra sempre aqui!
Diferente do costume que sempre tive de gostar do frio da serra, quando nos afastamos fui invadida pelo ar gelado do ambiente que de repente me era estranho. Quando o abracei e, novamente nos beijamos, o mundo para de girar ao meu redor até que escuto a voz familiar do meu pai praticamente gritando.
− MAS O QUE SIGNIFICA ISSO?!!! – Meu corpo respondeu à sua reação exagerada com outro exagero, saltei do colo que eu tanto quis ficar como se ele tivesse espinho. O meu pai estava possesso. O que eu fiz de errado?
− PAPAI?!!! – Falei mais pelo susto do que por qualquer outra coisa. "Pai, eu não vou seguir a tradição da nossa família engravidando aos dezessete anos!" Era o que gostaria de dizer a ele, porém continuei calada.
Meu pai continua com sua cena dramática. Será que ele não poderia ficar feliz por mim? Nick, desafiador como só ele sabe ser, confronta meu pai.
− Muito simples, senhor. Eu estava beijando sua filha. – O descarado fala na maior cara de pau e não consigo evitar dar sua sutil risadinha. Isso parece intensificar a ira do meu pai, pois ele aponta o dedo na minha cara para falar.
Ao ouvir as palavras do meu pai o Nick olha para a escada e sua expressão muda drasticamente.
Todos decidem entrar apara acalmar os nervos com um dos milagrosos chás da minha avó. Quando eu era criança, via a mãe do meu pai como o chapeleiro maluco da Alice, tamanha era sua habilidade com ervas e plantas.
Segui o comboio de pessoas casa adentro e vi que eles perceberam a tensão que pairava entre pai e filho. Vislumbrei que havia entrado por último e ninguém prestaria atenção ou daria por minha falta; ponho-me atrás da porta de carvalho com o coração tão acelerado como quando beijei o Nick esta noite.
Esta Noite!
Hoje foi um marco entre o que éramos antes e o que está povir. Não podemos permanecer como estávamos; os raios do sol me invadiram pela janela quebrada, esse era um novo dia no meu interior!
Imagino como seria acordar ao lado dele todos os dias, ouvir suas risadas, sua voz profunda e grave sussurrando em meu ouvido coisas que não faço ideia... nós iriamos construir algo, talvez. Mas agora vejo o Nick voltar à sua fase inicial: reservado, fechado e com uma pitada de hostilidade!
Eu estava começando a compreender cada expressão que seu corpo fazia, como se fosse um sinal em libras. Ele estava prestes a surtar a cada minuto em que o pai se aproximava mais. Eu queria correr e abraçá-lo, proteger da dor, da mágoa e de quaisquer outras coisas que pudesse surgir para desestabilizá-lo. Todavia, sei que ambos precisavam dessa conversa assim como eu precisaria falar com o Hannibal Lecter – vulgo meu pai –, era quase oitenta por cento de certeza que ele comeria meu fígado quando ouvisse o que eu tinha a dizer.
Foi pensado nisso que dei meia volta e, com o coração partido, deixei o Nick sozinho com seu pai. Essas eram batalhas que somente nós poderíamos lutar, ou seja, faríamos isso individualmente.
Passei pela sala de jantar e vi minha avó conversando animadamente com minha futura sogra enquanto ambas tomavam chá. Continuei meu caminho sem interrompê-las.
Meu pai estava pensativo e concentrado em mexer seu chá, de pé encostado na bancada do armário da cozinha. Fico um tempo o observando e pensando nas palavras que direi, ele levanta a cabeça quando percebe minha presença.
− Lívia, o que está acontecendo com você? Porque está se comportando assim? – Agora ele parece mais decepcionado do que irado.
− Pai, eu quero que a mamãe venha pra que eu possa falar aos dois; precisam me ouvir apesar de que não tenho muito a falar. A questão é: eu me apaixonei, e meu objeto de amor é aquele cara mesquinho, deficiente de corpo e alma. Nicholas está longe de ser ideal, mas foi quem meu músculo cardíaco escolheu pra abrigar.
− Muito bem, quero saber o que tem a dizer. – Ele cruza os braços em uma posição defensiva ainda encostando-se à bancada. – A Sandra foi apenas pegar o telefone no carro.
Por sorte ou azar ela não tarda a voltar, eu estava pouco nervosa. Eles eram meus pais e eu procurava o apoio deles.
Eu precisava pôr tudo pra fora ou isso me engoliria!
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Se gostar do capítulo deixa sua estrelinha.
Até o próximo capítulo.
Abraços!!!
#gratidãosempre
Capítulo publicado dia: 07/07/2021
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