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Capítulo 62 - Ventos da mudança!

Oi gente! Obrigada pelas mais de 11 k visualizações!!!

Infelizmente o desafio não foi cumprido, porém, trouxe mais um capítulo inédito pra vocês. Vou postar regularmente todos os finais de semana. 

LEMBRANDO QUE O CAPÍTULO NÃO ESTÁ REVISADO E PODE SER ALTERADO.

Eu sei que é chato não ver um beijinho sequer entre o quase casal, porém tentem acompanhar o crescimento do Nicholas como pessoa; ele precisa de algo para ofertar à essa ruiva, pois até o momento é somente uma casca de ser humano que coloca seus interesses e vontades em 1° lugar. 

Boa leitura!!!


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"Você nunca mudará a sua vida enquanto você não mudar algo que faz diariamente."

Mike Murdock

Celso

     − Eu acho que posso ter um pouco de culpa no cartório pelo que aconteceu.

     − Você e seu complexo de inferioridade, hein Celso!? – Tom me repreende.

     − Vou te contar o que houve e você pode tirar suas conclusões.

~ ~ ~

     Eu estava concluindo um dos meus romances de velho oeste e meu telefone alarmou avisando que já era hora do Nick tomar banho e o almoço logo seria servido. Ele estava conversando há bastante tempo com a ruiva e embora fosse inconveniente era necessário interromper a conversar para que a higiene dele fosse feita, afinal ele não estava com cateter ou fraldas. Os horários precisavam ser seguidos à risca senão quiséssemos acidentes indesejados na frente da moça. 

     O problema começou quando, muito gentilmente, a Lívia ofereceu ajuda com os procedimentos de Nick. Eu estava quase implorando a ela com os olhos para que não continuasse aquilo, mas ela, muito distraída, não percebeu meus sinais.

     Ela abriu todo o jogo achando não ser nada demais, sua fé no Nicholas é muito grande, e meio que acabou entregando o Dr. William. Se eu não houvesse aprendido a ler o Nick nas entrelinhas não teria percebido o pequeno tremor na pálpebra esquerda; ele estava uma fera.

     Insinuou que eu deveria acompanhar a moça até a porta e entrou para o quarto outra vez. Não me resta alternativa a não ser fazê-lo.

     − Olha, Lívia. – A encaro para falar-lhe. – Ele não está nada bem, quando for a melhor hora eu mesmo me encarrego de te avisar, ok?

     − Mas eu posso ajudar.

     − Tenho certeza que pode, moça, mas a hora não é propícia. Até logo! – Praticamente fecho a porta na cara dela e ando rapidamente para a escada. Quando escuto um barulho de algo se quebrando subo o lance de escadas de dois em dois degraus.

     − Nick, o que você fez? – O enorme espelho que ficava no quarto tinha sido estilhaçado na altura do braço dele. Perguntei-me como ele poderia ter feito isso até que vejo aparte da sua mão que não está envolvida na órtese completamente ensanguentada.Ele havia impulsionado o próprio braço contra o vidro. Que cara mais doido!!!

     − Você faz ideia de como estou me sentindo? – Ele me olhou com um semblante devastado. Eu não fazia ideia do que ele pensava ou sentia desde que está tetraplégico, por isso eu procurava ser, além de cuidador, um amigo.

     − Nick olha, tenha calma, vamos limpar essas mãos...

     − O que aconteceu aqui? – Dona Tereza entra no quarto assustada e ofegante, acredito que tenha subido as escadas praticamente correndo e o corpo volumoso da senhora não permitia tanto esforço.

     − Ah, Tetê não aconteceu nada, mas vai. – Ela a encara com olhos maliciosos. – Meus pais saíram?

     − Estão no escritório. – Ela responde desconfiada.

     − Perfeito! Hora do show! – Eu tenho certeza que em sua mente ele estava esfregando as mãos uma na outra como se estivesse prestes a aprontar algo. E ele estava. Volta-se pra mim e afirma novamente: − Hora de testar a sua lealdade, Celso!

     − Nick, Nick! Não faça nada que se arrependa depois, pense com cuidado. – Tento aconselhar.

     − Eu não vou fazer nada, mas você sendo minhas pernas e braços, sim. – Ele guia a cadeira para fora do quarto e para de frente à extensão do corrimão com a barreira em baixo deste feito de detalhes em madeira vazados, que permitia uma vista ampla da sala. – Quero que pegue esses vasos sagrados da minha mãe, que você sabe que ela surtaria se a Anna quebrasse e os jogue da daqui de cima.

     − O que, ficou louco? Seus pais irão me demitir. – Fiquei chocado com o pedido. Sabia de todas as recomendações da dona Helene, ela era muito apegada aos artefatos decorativos da casa.

     − Vamos lá, Celso; tenta mirar na porta do escritório. Duvido que eles não saiam de lá depois disso. Eu até poderia doar para um leilão beneficente, mas isso não fará meus pais compreenderem a situação. – Ele sorri com prazer vendo a porta de correr do escritório de seu pai a uma distancia considerável que, nem que eu fosse um atleta de tiro ao alvo, provavelmente não acertaria; realmente estava sedento de vingança. – E... eles só vão te demitir passando por cima do meu cadáver.

     − E quebrando os vasos vai fazer diferença? Nick, você não pode tornar sua mãe o alvo da raiva que está do seu pai. – Apelo.

     – Acha mesmo que se meu pai espirrar dentro dessa casa ela não saberá e vice-versa? Conheço esse casal ha vinte e quatro anos e sei que são o casal mais cúmplice da história.

     − Mas essa não é uma atitude extrema? Você pode simplesmente descer lá e falar com eles.

     − Você tem duas chances! 

     Sigo seu olhar para a mesa estreita colada a parede com os dois vasos azuis buchudinhos e com cara de serem bem caros, implorando para serem quebrados. Ao ver o sorriso maroto dele, uma satisfação pré-traquinagem estampada no rosto, não pude evitar cometer o delito. Como eu queria o Nicholas sempre sorridente assim, mesmo que fosse debochado. Então entrei no jogo:

     − Um, dois, três e... – Balancei o vaso como o buquê de uma noiva prestes a ser atirado.

     − Já! – Ele completa e eu arremesso o vaso que se espatifa a cerca de seis metros de distância da porta em questão, na frente do sofá azul. – Isso!

     Acho que ele aplaudiria se pudesse, tamanha era a satisfação. 

     − Vocês é que vão limpar essa bagunça. Dona Tereza argumenta também sorrindo, mas sabia Dr. Helene era capaz de deixar eu e o Nicholas no cantinho da disciplina pelo resto de nossa existência. Eu encararia numa boa, Nick era como um irmão mais novo pra mim.

     − Eu não chego nem perto desses fragmentos. –Nick fala sabendo que não era mesmo capaz de levantar nenhum caco.

     − A sua mãe vai me matar, Nick! – Não pude evitar um sorriso.

     − Não vai mesmo, você é tão raro quanto um moranguinho no nordeste. Anda logo, joga o outro. – Tentei ir o mais rápido possível e apenas passei o vaso por cima do corrimão e o larguei, mas fui pego no flagra pela mãe que abriu a boca incrédula presenciando meu crime contra seus preciosos artefatos artísticos. 

     − Mas o que é que está acontecendo aqui? – Eu tremi na base ao ouvir a voz grave do sr. William que subia as escadas praticamente correndo apesar do coração frágil – a plataforma móvel era de uso exclusivo do Nicholas. Era a primeira vez que eu o via com uma entonação raivosa na voz.

     − Meus vasos! – Sra. Helene lamenta

     − Ora, pai! Não é óbvio. Estou fazendo uma pequena representação. – Ele fala irônico. – Me formarei em advocacia daqui a alguns meses e pensei em exercer o ofício de professor universitário, se eu estiver vivo até lá, claro! Vem aqui mãe, me deixe mostrar aula que meu ilustre ajudante proporcionou.

     − Meu filho! Sua mão está sangrando... – A mãe se preocupa e faz menção a se aproximar o que ele ignora com sucesso. 

     − Estão vendo essa merda de vaso quebrado? Foi exatamente o que aconteceu com a minha confiança nos meus pais, com a minha dignidade, com minha vontade. Eu não queria que a Lívia visse o meu verdadeiro eu, não estava preparado pra isso, não ainda. A única coisa que ainda está intacta, ou estava, era o direito sobre o meu próprio corpo. Achei que podia confiar nos meus próprios pais, mas estava enganado. Mesmo que colemos esses malditos vasos eles não serão os mesmos de antes. E quanto ao corte na minha mão? Não chega nem perto da punhalada que levei nas costas. 

     Vi o pobre doutor quase se desintegrar de aflição e arrependimento. Nicholas podia até ser arrogante e mimado, todavia era apenas ele que sabia "onde o sapato apertava". O pai permitia que o menino agisse autoritariamente, pois era isso ou era não tê-lo; ele apenas queria o filho por perto. O egoísmo paterno não podia suportar a ideia de ver a dor do filho cessada porque considerar isso era considerar a inexistência dele; e assim eu via esse homem lutando bravamente para descobrir sempre a melhor e mais confortável maneira de viver para seu filho infeliz. 

     − Hey, Nick. – Tento quebrar a tensão que paira entre os pais e o filho com uma piada sem graça. – Mesmo que a Lívia tenha visto seu lado ruim eu temo que você não esteja com muita sorte, aquele chicletinho ruivo viu o seu pior e mesmo assim voltou a encher seu saco; e acredite, ela vai voltar. Não vai te largar tão facilmente. É melhor que, quando isso acontecer, você esteja limpo e apresentável. O que me diz? Vamos tomar um banho?

     − Eu vou terminar o almoço e pedir pra Jane vir limpar esses vasos. – Dona Tereza anuncia, não lembrava mais que ela estava ali. Acho que estava tão desconfortável quanto eu. 

     Nicholas ergue um pouco o braço e encaixa no guia da cadeira levando-a para dentro do quarto como uma concordância silenciosa sobre o banho. Quando ele sai completamente do corredor olho para o pai espelhando o desgosto do filho.

     − Dê um tempo a ele, senhor. – Tento encorajar. – Sabe como o Nick é, logo logo ele volta a ser o mesmo e vem falar com o senhor.

     − Tem certeza que o rapaz de quem você cuida e o meu filho é a mesma pessoa? – Ele tenha uma descontração. – Ele no mínimo, vai aprontar mais que quebrar vasos decorativos.

     − Falando nisso porque quebrou meus vasos covardemente? Tem ideia de quanto custa cada um deles? – A mãe fala.

     − Não senhora, não tenho a mais vaga ideia.Entretanto o Nick pediu para que eu os jogasse e assim fiz.

     – Como assim? Não acredito que fez isso! Deveria ter impedido o Nicholas e não estimulado ele a fazer essa tolice. Acho que preciso ter uma conversinha com meu filho, ele não tem querer, já passou dos limites. – Ela caminha para a entrada do quarto.

     − DE JEITO NENHUM VOCÊ IRÁ LÁ, HELENE. – O bom dr. puxa o braço da esposa que se volta para ele tão assustada quanto eu. Nunca eu o tinha visto tratá-la com rispidez, muito menos gritar com alguém. – NÃO BASTA O QUE FIZEMOS, VOCÊ AINDA VAI FALAR DESSES VASOS IDIOTAS? É POR CAUSA DISSO QUE ESTAMOS PERDENDO NOSSO FILHO!

     Ele solta o braço dela que esfrega com angustia o local apertado. Ele põe a mão no coração e se ampara no corrimão da escada. 

     − O senhor está bem? – Tento ajudá-lo. A mulher desce as escadas, amargurada e passa por cima do que restou do vaso para ir à direção da cozinha. Vejo que ele a acompanha com os olhos e podia jurar que está arrependido. 

     − Agora são duas pessoas contra mim.

     − É melhor o senhor ir para o quarto descansar. Vou cuidar do Nick agora, preciso ver o corte na mão dele. – Ele apenas concorda e vai para o próprio quarto. Entro no do meu paciente e o encontro encarando o espelho que ainda têm alguns fragmentos colados a parede. Ele me olha pelo pedaço de espelho e comenta:

     − É assim que eu me sinto, Celso. Esse espelho está destruído, porém uma pequena parte dele ainda funciona, desde que não seja necessário exercer sua função original: proporcionar uma ampla visão para que musa cem por cento de sua capacidade. Eu perdi até meu respeito e minha privacidade. 

     − Vamos tomar um banho; preciso ver esse corte na sua mão. – Ele não oferece resistência, é como se todo o seu corpo estivesse sem movimento, pois ele não facilita com a pouca ajuda que pode me dar.

     Coloco-o na cadeira de banho e ao ligo o chuveiro aumentando a velocidade da água gradativamente. Ele começa a chorar, a dor devia estar insuportável, pois raramente chora na minha frente. 

     − Nick, onde está doendo? – Torno a falar perguntando com cautela.

     − Na alma! – Ele responde aos soluços. Desligo o chuveiro e dou-lhe um abraço desajeitado o que o faz derramar mais lágrimas. Fico o envolvendo em meus braços até ele se acalmar. Quando o banho acaba o seco e deixo arrumado resolvendo que é hora de ter a conversa que sempre planejei ter com ele.

~ ~ ~

     − Sabe Tom, ele é um adulto, mas tem horas que está tão fragilizado que o vejo como um menino indefeso.

~ ~ ~

     Certifiquei-me de trancar a porta e sentei na ponta da cama. Investiguei qualquer vestígio de dor física em seu semblante.

     − Nick, faz tempo que quero te falar isso, mas a oportunidade só surgiu agora, talvez porque esse é o momento certo. – Olho em seus olhos para que perceba a seriedade das minhas palavras. – Eu sei que teve outros cuidadores antes de mim, não sei há quanto tempo está nessa cadeira e nem como ficou assim. Mas não acha que o luto pelo seu corpo metade morto já deveria ter acabado? Permita-se mudar. Sei que essa menina é meio bobinha meio infantil, mas você pode ensiná-la a amadurecer, e se no final o relacionamento de vocês não der certo você vai saber que ainda pode entrar em um novo mesmo em uma cadeira de rodas. E outra, chega de tantas idas ao hospital, você pode viver bem, entretanto pra que isso aconteça precisa parar de se negar a tomar os remédios corretamente e a fazer os exercícios que precisa. E também precisa comer regularmente, vai melhorar sua autoestima bem como sua imunidade.

     − Você sabe muito bem que em breve vou praticar a eutan...

     − É eu já sei desse papo furado de suicídio assistido e blá blá blá; mas enquanto isso não acontece você pode dar o seu melhor aqui e agora. O futuro só a Deus pertence, meu amigo.



     − Tem razão, seu velho sábio, se eu continuar assim vou me magoar mais ainda porque meus pais sempre encontrarão maneiras de resolver as coisas por mim. Então a partir de hoje farei minha refeição na mesa com todos. – Ele sorri sem graça.

     − Ótimo, é assim que se fala! Toca aqui! – Ergo meu braço e ele da um soquinho nos meus dedos fazendo um "high five". Desci com ele para a sala de jantar, cheio de expectativas. 

     Retirei uma das cadeiras para que ele se acomodasse a mesa, a ampla mesa permitia uma pequena distancia entre nós e pais do outro lado. Ele ficou o tempo todo de cabeça baixa, mas eu percebi que tanto os pais quanto a Jane estavam surpresos por vê-lo ali. Ela tratou de colocar dois pratos a mais na mesa. Encaixei o garfo na órtese dele que ficou aguardando o prato ser posto.

     Os pais estavam sentados um de frente para o outro e também não conversavam entre si. O sr. William parecia um pouco melhor, ambos comiam em silêncio e as olhadas furtivas para o filho denunciavam todas as palavras acumuladas, que obviamente não seriam ditas hoje, Nicholas nem se dava ao trabalho de olhar para eles.

     − Melhor eu ir comer na cozinha com as meninas, acho que precisam conversar e eu estou aqui de penetra. – Falo tentando fugir da situação constrangedora.

     − De jeito nenhum! – Ele fala. – Vai ficar bem aí.

     − Então faremos um trato: você come tudo que está no seu prato, pois precisa de energia para a fisioterapia daqui a pouco, ou eu começo a cantar as melhores músicas country de todos os tempos bem aqui do seu lado.

     − Tudo bem, senhor desafinado. Eu comerei tudo desde que não cante suas músicas insuportáveis. Havia esquecido que hoje preciso exibir meu corpo sarado para algumas fisioterapeutas na piscina. 

     − Então faremos um trato: você come tudo que está no seu prato, pois precisa de energia para a fisioterapia daqui a pouco, ou eu começo a cantar as melhores músicas country de todos os tempos bem aqui do seu lado.

     − Tudo bem, senhor desafinado. Eu comerei tudo desde que não cante suas músicas insuportáveis. Havia esquecido que hoje preciso exibir meu corpo sarado para algumas fisioterapeutas na piscina.

     Fiquei feliz com o pequeno avanço. Talvez os pais também estivessem, mas mediante a tudo o que aconteceu eles permaneceram quietos. Nicholas estava firme e bem humorado, todavia eu sabia que era uma faixada, dentro dele era apenas caos.

     No horário exato descemos para a garagem. Até que no carro ele declarou:

     − Não vou voltar pra casa hoje, ligue para o Gabriel dizendo que vou pra lá.

~ ~ ~

     − Ele demonstrou firmeza o todo enquanto estava na frente dos pais, Tom, mas depois de hoje não sei o que o futuro reserva. Acredito que depois desse dia a ideia da eutanásia está mais viva que nunca em sua mente perturbada.

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Não esqueçam de deixar sua estrelinha.

Até o próximo capítulo.

Abraços!!!

#gratidãosempre

Capítulo publicado dia: 30/04/2021

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