Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 40 - Nada a perder!

Segundo capítulo saindo, como prometido. Comentem bastante.

OBS: Gente, vou fazer essa observação aqui em cima para facilitar  a compreensão do texto durante a leitura. Quando eu coloco um diálogo SUBLINHADO e ITÁLICO significa que alguém está falando em um grupo de pessoas onde o Rafael está presente, portanto o interlocutor "fala" e "sinaliza" ao mesmo tempo. Porém se o texto está somente SUBLINHADO significa que a pessoa está apenas gesticulando, ou seja, em silêncio ou o próprio Rafael está "falando" já que a Libras é sua primeira língua. 

Boa leitura!!!

ȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹ

"Sentimentos são fáceis de mudar, mesmo entre quem não vê que alguém pode ser seu par".

Sentimentos – A Bela e a Fera

Nicholas

     Quando menos esperei estava no casamento da minha prima, mais uma vez contra a minha vontade. E a manhã seguia entediante.

     A recepção do casamento acontecia em um amplo espaço anexo a uma pousada, o jardim pra ser mais exato. Era grande o suficiente para caber toda a população de amigos da Alessa. Eu havia sido um dos padrinhos por livre e espontânea pressão mesmo que minha roupa não combinasse com as demais , o Francis era o outro.

     Eu sempre fui muito próximo da minha prima, inclusive fui seu "príncipe" no baile debutante apesar de ser dois anos mais novo que ela – sempre fui meio grande assim como os meus irmãos, então ninguém percebeu que eu era só um adolescente –, e também o neto caçula. Ela sempre foi cheinha e lamentava que não conseguisse namorar pela constante rejeição dos pretendentes, um fato que não compreendi, pois é uma mulher bonita e inteligente. Ela jurou que quando casasse eu seria seu padrinho, pois eu sempre a incentivava com palavras positivas.

     Além de chamar mais atenção que a noiva nesse casamento a outra parte ruim foi a moça que a minha prima designou como madrinha. Francis escolheu a melhor companhia, é claro, que eu apenas me limitei a aceitar o que me "sobrara". A moça que eu sequer perguntei o nome era um verdadeiro pé no saco.

     A todo momento ficava perguntando se eu estava bem e até mesmo fazendo perguntas indiscretas e desnecessárias, me bateu um enorme arrependimento por não ter feito o que minha mãe sugeriu: chamado a Lívia, agora era tarde demais.

     Quando vimos nossos lugares em frente ao pequeno palco onde uma banda tocaria; eu, o Rafael, o meu pai e até mesmo a Giulia protestamos. Minha mãe foi fazer sua mágica e convencer sua cunhada, a mãe da Alessa, para que ela nos trocasse para um lugar mais reservado.

     E aqui estamos nós, debaixo dessa árvore com a indesejada garota tirando cada flor ou folha que cai em meu colo; só Deus sabe o quanto ela acariciou minhas coxas. Estávamos todos entediados enquanto a mamãe e o Gabriel faziam o papel de anfitriões e cumprimentavam todos na festa.

     A Anna corria com algumas outras crianças e a barra do seu vestido branco de daminha já estava com várias folhas secas agarradas. Em dado momento a Giulia fala quando a moça ao meu lado pausa o falatório:

     – Como eles conseguem ser tão sociáveis? – Para ela era natural fazer os sinais de Libras quando Rafael estava por perto.

     – Cuidado para o Gabriel não sair distribuindo charme por aí, cunhada. – Rafael fala debochado, Giulia estreita os olhos para ele.

     − Contenha seu filho ou não respondo por mim! – Ela fala brincando para o meu pai. Giulia era do tipo que cuida dos "seus meninos", os problemas deles também eram dela, e por "seus meninos" eu quero dizer: Gabriel, Rafael e eu. Ela se metia em tudo. – Ô, minha querida, menos! Desliga um pouco esse auto falante que você tem na garganta, até o Rafael não está mais suportando seu falatório.

     Minha acompanhante arregala os olhos quando percebeu que minha adorável cunhada dirigia-lhe a palavra, seu falatório era continuo e antes da Giulia falar a voz da moça ao meu lado era a única na mesa a falar constantemente.

     Ela iniciou a conversa falando sobre as roupas dos convidados, sua amizade e por último sobre como achava incrível a capacidade dos surdos em serem ativos na sociedade. Eu não vi nada melhor pra fazer a não ser prestar atenção nela.

     A gota d'água do seu discurso – pois era disso que se tratava já que eu não interagia – enfadonho que mais parecia um sermão foi quando ela se achou no direito de me fazer aderir a vontade dela: após oferecer-me inúmeras vezes os quitutes que o garçom deixara na mesa ela resolveu fazer uma "brincadeira" colocando um deles em minha boca quando eu iria dizer algo e ficou rindo da traquinagem como se fosse algo realmente engraçado.

     − EU JÁ TINHA DITO QUE NÃO QUERIA NADA DISSO! – Esbravejo após cuspir a gororoba que continha molho de tomate em seu vestido de madrinha em um tom bem claro com detalhes brancos.

     Ela levantou num rompante derrubando a cadeira e disse:

     − EU SÓ QUERIA SER LEGAL, SEU IDIOTA, E VOCÊ SUJA MEU VESTIDO? – Ela devolve no mesmo tom. Apenas a olhei indiferente e percebi que meu pai me olhava e tentou disfarçar quando eu percebi, era engraçado saber que ele nunca se metia nos relacionamento dos filhos mesmo que precisasse.

     A garota que continuei sem saber o nome saiu em disparada e não se deu ao trabalho de erguer a cadeira do chão, eu tampouco o faria ainda que pudesse.

     − Ei, tem um pouco de molho aqui. – Quebro o contato do meu pai para dar atenção à esposa do meu irmão. Ela fala sorrindo e trazendo um guardanapo a minha boca. - Pronto já limpei.

     − Graças a Deus ela já foi. – Sorrio também ao declarar meu alívio. Alessa aparece com o noivo que acabei conhecendo somente hoje.

     − Nick! – Ela laça meu pescoço com seu braço forte e beija minha bochecha. – Estou tão feliz que tenha decidido vir, sabia que poderia contar com você. Não tinha tido tempo de fazer as apresentações formais ainda, esse é o Renato. Esses anos foram tão turbulentos que não tive tempo de leva-lo lá na sua casa. 

     A Alessa e eu costumávamos ser próximos, porém depois do meu acidente muitas pessoas se afastaram e com minha família não foi diferente. Ninguém mais tem tempo para perder com uma visita a mim. Todos têm afazeres e continuaram suas vidas. 

     Eu ainda falava com a minha prima ao telefone, porém os demais – com exceção dos meus avós que iam pelo menos duas a três vezes por mês a minha casa – eu mal via, a não ser nesses eventos de família patético que minha mãe insistia em levar todos os seus garotos.

     − Não se preocupe com isso prima, apenas mantenha o Francis longe de mim e tudo dará certo. – Direciono a próxima fala para o noivo sorrido com simpatia usando da educação que minha mãe me deu. – É um prazer conhece-lo, só não dá pra apertar a sua mão. Cuide bem da minha prima, ela é um tesouro.

     − O prazer é meu cara, e pode deixar que farei de tudo para fazê-la feliz. – Ele sorri também esbanjando simpatia e beija a testa dela. Ela sorri de orelha a orelha, parece estar muito feliz. Ele fica sem jeito de repente e continua a falar comigo. – Aproveita a festa ou a comida, não sei. Bom nós precisamos falar com outras pessoas. Até mais!

     Entendo seu desconforto. De que maneira eu poderia aproveitar essa festa? As pessoas nunca sabem o que me dizer ou o que fazer e ele não era diferente; fugir é sempre mais fácil.

     − Espera um momento Renato. – Ela fala desentrelaçando as mãos deles e interrompendo o momento tenso. – Hey, o Renato chamou uma amiga de infância para tocar música clássica no piano, pois eu disse a ele que meu primo favorito era apaixonado por música clássica e como ela só chegou agora vou pedir pra que a banda a deixe tocar agora.

     − Obrigado Alessa! – Agradeço, mas não dou a mínima só queria ir embora, porém não vou desagradar a minha prima dessa maneira. Ela abaixa e novamente me beija na bochecha. Sai puxando o noivo que parece mais aliviado.

     Alguns minutos se passam e ficam apenas observando a família reunida na mesa conversando alegremente, mas não presto atenção ao que dizem. Até que uma melodia suave começa a ser tocada no piano.

     Eu estava próximo a mesa com um espaço o suficiente para manter a posição que eu sempre gostava de ficar em locais públicos: a perna dobrada com um tornozelo em cima da outra perna e uma das mãos em cima da perna dobrada. Irresistível, só que não.

     Apenas olhei de lado, pois a posição não era incômoda, para comprovar o que cada célula do meu corpo já sabia: Lívia iria cantar. Eu desenvolvi esse sinal de bom presságio; uma espécie de pressentimento de que ela possa estar por perto. Não queria admitir, mas sua presença me era muito agradável, não conseguia mais vê-la como um incômodo ou como algo desagradável, ela já era parte do meu dia a dia.

     Fechei um pouco os meus olhos deixando sua voz, que me era como um bálsamo, preencher minha alma. Surpreendentemente ou não todo o alvoroço e falatório cessou e sua voz era a única ouvida no ambiente. Até mesmo a Anna assistia atenta sentada no colo da mãe a apresentação da Liv.

     Lívia já deixou claro seu interesse em mim − acredito que já pensei tanto nisso que não é mais nenhuma novidade −, e confesso que gostaria de retribuir, mas eu não começaria algo que não posso terminar. A letra da música é bem sugestiva, eu sempre suspeitei que ela pudesse saber de algo sobre minha ida para Dignitas.

*Eu cantarei

Pela última vez para você

Depois nós precisamos mesmo ir embora

Você foi a única coisa

Que foi certa

De tudo que eu já fiz

E mal posso te encarar

Mas toda vez que eu faço

Eu sei que alcançaremos qualquer lugar

Bem longe daqui

Acenda a luz, acenda a luz

Como se tu tivesses escolha

Mesmo que não consigas ouvir a minha voz

Eu estarei sempre ao teu lado, querido

Mais alto, mais alto

E nós correremos pelas nossas vidas

Eu não consigo falar, mas compreendo

Porquê é que tu

Não consegues levantar a voz para falar?

Pensar que

Posso não ver esses olhos

Me dá uma enorme vontade de chorar

E como nós dissemos

Nosso longo adeus

Está próximo

[...]

     Já chega de evitar esse assunto, preciso ser honesto com ela. Sei que não há uma maneira fácil de falar, entretanto preciso tentar. Quando ela termina a canção a multidão de convidados se levanta e a aplaude inclusive o Rafael, não esperava menos. Pensava numa maneira de iniciar o assunto quando o meu primo me aborda:

     − Olá primo, como anda a vida? Opa! Ela não anda, não é mesmo? – Ele fala com um sorriso cínico e toda a vontade de ver Lívia e passar um tempo com ela deu lugar à frustração.

     − Estou muito bem, na medida do possível. Sinceramente, Francis, eu perdi tudo, portanto não tenho nada a perder. É isso que queria saber? Se já terminou de me infernizar pode dar meia volta.

     − Gosto de olhar pra você! – O imbecil que tem o meu sangue dá umas batidinhas no meu ombro. Ele adorou saber que eu estava fisicamente incapacitado para sempre.

     − Queria saber se ainda estou vivo? Já tem sua resposta!

     − Quem é vivo sempre aparece, meu caro Nicholas. Conta-me: vai mesmo se formar em direito? Deveria deixar o cargo para alguém mais... – Ele põe a mão no queixo como se estivesse pensando. – ... capacitado.

     Sei que a indireta é a respeito do escritório do nosso avô que ele tanto quer assumir e o vovô já havia dito que passaria a mim por causa do comportamento irresponsável do meu priminho no passado. Francis jamais concordou com isso, é óbvio. Ele sempre deixou bem claro seu interesse em tal herança.

     Esse casamento já deu pra mim. Minha prima está feliz e é isso o que importa, se eu pudesse sairia correndo daqui.

     − Não seria nada mal pra você que eu morresse, hein? – Os olhos dele brilham.

     − Não é pra tanto, Nick. Eu jamais pensaria nisso. – Fala tão falsamente que nem mesmo ele acredita, tenho certeza. – E então, vai considerar minha proposta?

     − Eu preciso mesmo responder isso? – Estou concentrado no meu primo, quanto mais cedo conseguir manda-lo embora mais rápido terei minha paz novamente. 

     − Ora, ora. Reconsiderou minha proposta e veio me chamar, querida? – Ele havia desviado a atenção para frente, pois me ignorou totalmente. Olhei para frente e me deparei com minha frágil vizinha parada me encarando.

     − E-eu...Não...Eu... – Ela gagueja docemente. Ela ficava linda quando estava tímida assim.

     − Princesa Disney! O que faz aqui? – Falo assumindo um tom sexy e expansivo. Eu precisava manter as aparências para meu concorrente.

     − Eu... vim cantar para o casal. – Ela fala como uma presa diante do caçador, ignorando totalmente do meu primo.

     − Não vai me cumprimentar? – Abro um sorriso avassalador e intimidante, como eu fazia nos velhos tempos quando queria uma conquista. Ela fica sem jeito, adoro essa falta de ação dela. Vem até onde estou e deposita um beijo na minha bochecha demorando mais que o necessário para isso.

     − Vocês se conhecem? – Francis pergunta curioso e sem acreditar na nossa intimidade, sei que, assim como eu, ele está pensando no passado. Pisco para ela e fazendo um charme.

     − Ah! Perdão pela minha falta de educação, priminho. Essa é a Lívia, minha namorada. Ela canta bem pra caramba, não é? – Provoco-o.

     − Namorada? – Ele me olha de queixo caído. − Quer dizer que você é o cretino que a namora? Tem que ser sempre você, não é Nicholas? E outra, ninguém da família avisou que você tem um casinho com uma garota menor de idade. Olha a cara dela, parece uma boneca.

     − Na verdade ela é uma princesa e não uma boneca. – Falo tentando acalmar os ânimos. – Hey, Francis. Qual é o problema cara? Eu a conheço há quase um ano. É tudo 'legalizado'.

     − Sério, garota! O que você vê no meu primo? – Ele pergunta a ela. – Ele é praticamente inútil. Você sente pena dele, é isso? Melhor, o que você espera dele?

     Eu já imaginava que ele tentaria usar minha condição para diminuir-me, mas a Lívia não era cega, ela e qualquer pessoa poderia ver minha incapacidade estampada no meu corpo.

     Não daria a ele o gosto da vitória e assumi minha melhor cara de indiferença embora eu também quisesse saber a resposta.

     − Vamos querida, responda a pergunta do Francis com honestidade. Todos querem saber, inclusive eu. – Resolvi ser sincero.

     − Vamos ver o que você tem a dizer. – O imbecil acha que ela tem pena de mim. Então volto a perguntar.

     − O que você espera de mim?

     Talvez eu estivesse equivocado e temia pela resposta dela. Provavelmente teria muito a perder, se eu perdê-la.

Nota da autora: *Tradução da Música: Run – Banda: Snow Patrol. Música do vídeo.

ȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹ

O que será a Lívia falou? 

Deixem suas teorias, vou adorar ler cada um deles. 

Não esqueçam de deixar sua estrelinha.

Até o próximo capítulo.

Abraços!!!

#gratidãosempre

Capítulo publicado e revisado dia: 31/01/2021

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro