Capitulo 39 - O que você espera de mim?
Olá meus amores, bem vindos a mais um capítulo.
Já estou providenciando o primeiro capítulo do livro dos gêmeos; prometo que sairá em breve.
Por favor comentem bastante, eu leio cada comentário.
E pra comemorar as mais de 4.000 leituras (vocês são incríveis) vou postar dois capítulos seguidos.
Boa leitura!!!
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"È junto dos 'bão' que a gente fica 'mió'!"
Guimarães Rosa
Nicholas
Eu nunca sei qual será o próximo passo da Lívia, ela sempre me surpreende. Ela senta ao meu lado e eu preparo-me para ouvir o quanto eu somente a prejudico – talvez essa seja uma das razões para eu dar cabo nesse "romance" –, e o quanto ela esperava mais de mim.
Vejo-a tocando meu braço e imagino se ela estava apertando de raiva ou apenas tocando suavemente.
– Não se preocupe Nick, você não tinha como saber. Isso agora é passado e fui eu que provoquei toda essa situação te envolvendo na história como meu namorado sem você ter conhecimento prévio disso. Eu peço desculpas se te causei algum constrangimento. – Neguei com a cabeça.
– Você não me deve nada, Lívia.
– Pai deixa isso pra lá, já passou.
– Ainda teremos aquela conversa, mocinha. – O pai a ameaça. Ela apenas concorda com a cabeça.
O garçom vem com a entrada e nossas bebidas. Lívia olha para o copo com suco e comenta:
– Tem vodca nesse suco como no filme de O guarda-costas? Você é fissurado em um suco de laranja, hein?
– Só se o garçom estiver tentando me matar. – Afirmo sem humor.
– And I will always love you, will always love you. – Ela cantou um trecho da trilha sonora sorrindo e olhando para mim, todos se voltaram para ver de onde vinha a belíssima voz, aplaudindo em seguida. Acredito que isso tenha a feito perceber que todos a ouviram. Eu continuava sério erguendo uma sobrancelha para reprimir a vontade de sorrir, mas só eu sabia como me sentia em paz por dentro. Essa pequena cena tinha sido exclusivamente para mim. Ela volta a exclamar após as palmas. – Droga, acho que me empolguei.
– Concordo! – Um pequeno intervalo e o garçom vêm com nossos pratos. Externo minha apreensão em de frequentar restaurantes após a lesão medular balbuciando algo que não passou despercebido por Lívia. – Outro motivo pelo qual eu não queria ter vindo é exatamente a hora de comer.
− Você não gosta de comer em público? – Ela questiona.
− A senhorita bem sabe que necessito de auxílio para realizar essa e outras tarefas, portanto não vejo com bons olhos um homem feito ser alimentado pela mãe. – Eu estava falante demais esta noite.
− Se esse é o problema eu irei te dar a comida, contanto que você fique mais a vontade. – Ela fala pegando os talheres ao lado do meu prato e pegando uma porção de comida oferecendo-me.
− O problema não é que irá me dar a comida, mas o fato de alguém ter de fazer isso. – Falo e em seguida aceito a oferta da Liv que ainda mantinha o garfo a minha frente esperando que eu acabasse de falar e abocanhasse o garfo.
− Não ligue se as pessoas irão te olhar, Alteza. A sua única preocupação deve ser se está ou não apresentável. – Concordo balançando a cabeça enquanto mastigo a deliciosa comida. Pelo menos eu ainda tinha paladar.
Eu e a moça falamos bem menos pelo resto da noite, principalmente quando vieram as duas sobremesas para ela. A conversa fluía alegre e descontraída, o pai da Lívia se mostrou uma companhia agradável; desde que não houvesse alguém para assediar sua filha, ele era legal.
Despedimo-nos e fomos para nosso prédio; dessa vez ela foi com os pais.
Quando chegamos à nossa casa minha mãe faz toda a rotina que o meu corpo precisa, antes que eu vá dormir.
Exatamente quando estou na cama meu telefone toca.
− É a Lívia. – Ela me mostra a tela do aparelho.
− Pode atender mãe. – Minha mãe desliza o dedo na tela e põe o celular no modo alto-falante. – Alô?
− Oi Nick, já está dormindo?
− Estou falando com a senhorita! – Não é obvio?
− Eu estava pensando na noite maravilhosa que tive com você. Será que poderíamos repetir a dose? – Lívia questiona na linha.
− Podemos falar disso pessoalmente outra hora? Minha mãe está segurando o telefone e ela tem que dormir também.
− Oh! Tudo bem então. Depois nos falamos, tenha uma boa noite.
− Igualmente, Lívia. – Minha mãe desliga e coloca o telefone ao lado, no criado mudo.
− Meu amor, ocasamento da Alessa já é na semana que vem então pensei que poderíamos sairamanhã pra comprar algo pra você vestir, o que acha? Pode aproveitar e chamar aLívia está na cara que ela gosta de você.
− É eu acho que ela gosta, mas não há necessidade de irmos comprar nada porque eu não vou, mãe.
− O que? Ela é sua prima, Nicholas.
− E continuará sendo com ou sem a minha presença no casamento dela, e além do mais aquele seu sobrinho insuportável com certeza estará lá também e não perderá a oportunidade de saber quanto tempo de vida ainda me resta.
− Você deve estar com muito sono, filho, não sabe mais nem o que está falando. Boa noite, alteza. – Sorrio contagiado pelo bom humor da minha mãe que me dá um beijo no rosto e sorri também.
− Até a senhora com esse apelido que em nada combina comigo.
− Não vou esconder que gosto da moça e que acho que vocês formam um belo casal. Estou te deixando ciente que chamarei a família do décimo andar para seu aniversário. – Ela solta e vai saindo de fininho.
− Ei, dona Helene, pode voltar aqui! Que história é essa de aniversário?
− Meu filho, é apenas uma pequena comemoração.
− Achei que tinha deixado claro que não queria comemorar nada, dona mamãe. Vamos conversar sobre isso pela manhã, agora eu realmente preciso dormir. Boa noite!
− Boa noite, filho! – A vejo indo em direção as portas da varanda para fechá-las.
− Pode deixar aberta, mãe.
− Vou ligar o ar-condicionado.
− Não precisa, podedeixar as portas abertas. Obrigado! – Ela sai e eu fecho os olhos esperando osono vir. Pelo menos eu não estava sentindo nenhum desconforto hoje, pelocontrário estava muito bem. Peguei-me pensando em Lívia e na sua bela voz.
1 semana depois...
Lívia
Eu estava escorada em uma coluna de um dos enormes gazebos de madeira que abrigava os convidados – o espaço era enorme e ao ar livre, só assim para caber tanta gente o cara deve ser importante – da festa do amigo da Marcela. Ela havia ido falar com o tal amigo e eu resolvi esperar, queria que a Lúcia tivesse vindo junto assim eu não me sentiria sozinha e deslocada por não conhecer ninguém aqui.
Ele tinha contratado uma banda, mas queria uma apresentação especial e por isso chamou a amiga de infância, minha professora, e a mesma não hesitou em me chamar para completar a apresentação. Eu não pude recusar seu pedido já que além de ser a professora que eu mais gostava, ela havia sido aluna de piano da minha mãe quando ela lecionava no mesmo conservatório em que estudo.
Eu vestia um vestido azul longo e florido com uma fenda lateral. Meu cabelo enorme e cacheado estava preso em uma trança com alguns pequenos arranjos florais, foi exatamente hoje que descobri o talento de Sandra para penteados.
Eu havia acabado de cantar para o casal uma canção que amava. Escolhi a música Run do Snow patrol. Eu gostaria que o Nick me ouvisse hoje, esse foi outro motivo pelo qual escolhi essa canção em especial, – a letra me fazia lembrar dele – e também pelo qual derramei meu coração nessa apresentação. Para minha completa surpresa a banda conhecia a canção e nos acompanhou de tal forma como se tivéssemos ensaiado juntos.
Eu estava tão imersa na canção que mesmo quando ela terminou, eu me assustei com a enorme salva de palmas, os convidados aplaudiram de pé. Agradeci meio constrangida e apressei-me a sair do palco e escorei-me nessa coluna.
Um cara super gato se aproxima com um sorriso malicioso e meu coração acelera. Ele tinha presença e muito charme, mas apesar da boa aparência ninguém superava o Nicholas. Eu não consigo evitar não pensar em Fábio e tudo que ele me fez. O cara me deixa em alerta.
− Olá moça. Bela voz você tem! Está sozinha aqui? – O cara misterioso fala.
− Não, estou acompanhada. Sinto muito, eu tenho namorado. – Falei rápido.
− Olha, nós podemos sair daqui e eu não conto se você não contar. – Ele fala com charme.
− Eu sou menor de idade. – Tento dar essa desculpa fajuta, mas que era verdade, para ver se ele desiste.
− Não conto se você não contar. – Ele insiste.
− Ei, o que está acontecendo aqui? – Marcela interrompe vindo com um casal em seu encalço, o mesmo para quem eu deveria ter cantado porque ultimamente meus pensamentos só pertenciam ao Nicholas. Isso estava ficando perigoso, pois todas as minhas decisões eram baseadas nele, mesmo se eu cantasse no chuveiro eu pensava nele.
− Só estamos nos conhecendo.
− Francis, vai procurar outra garota, vai. – A mulher vestida de noiva fala. E ele sai emburrado. – Desculpa o meu primo, querida. Safado é o sobrenome dele.
− Tudo bem. – Falo sem jeito. – Espero que tenham gostado da música.
− Gostado? Eu adorei, você canta bem.
− Lívia essa é a Alessa e o Renato meu amigo que te falei. Agora nós temos que ir. – Aceno para o casal e balbucio um tchau enquanto sou arrastada para alguma lugar.
Marcela entra no banheiro e a vejo conferir cada detalhe de seu rosto e também passar a mão no vestido colado como se houvesse alguma linha amassada.
− O que foi? – Questionei.
− Vamos falar com uma pessoa e depois iremos embora, caso você queira é claro.
Segui-a por entre a multidão de convidados que, ocasionalmente me parava para cumprimentar ou mesmo elogiar a apresentação, para uma mesa afastada debaixo de algumas árvores que eu não havia percebido.
Quase entro em pânico quando vi a cadeira de rodas, ele conversava, ou melhor, escutava o cara que tinha dado em cima de mim a minutos atrás. Nicholas não percebeu minha presença, parecia concentrado na conversa. Olhei para trás e vi que ele tinha uma boa visão de onde estava para o pequeno palco onde eu cantei "para ele" há pouco.
− Ora, ora. Reconsiderou minha proposta e veio me chamar, querida? – O tal Francis falou e Nick olhou para mim.
− E-eu...Não...Eu... – Não sabia o que falar.
− Princesa Disney! O que faz aqui? – Meu herói. Ele fala abrindo um sorriso ainda maior que no dia em que o apresentei para a Lúcia. Era de pura felicidade! Ele estava feliz em me ver ou fingia muito bem.
− Eu... vim cantar para o casal. – Falo meio intimidada apontando o polegar para trás como se eles estivessem ali. Não sei se também fico feliz por ele ter usado esse apelido fofo e vergonhoso ao mesmo tempo ou se fico assustada com a possibilidade de um fora.
− Não vai me cumprimentar? – Ele pergunta espontâneo ainda sorrindo. Eu fico sem saber o que fazer então me aproximo dele para dar-lhe beijos nas laterais da bochecha já que ele não levantaria o braço, e percebo que está sem as órteses que costuma usar.
Quando me aproximo o cheiro embriagante dele me invade as narinas e então me lembro do porque eu travo toda vez que o vejo: ele é tentador. Estou tão envolvida que não tenho dúvidas do que sinto, eu o amo; amo seu cheiro, sua beleza, seu mau humor, sua sagacidade, sua voz penetrante, acho que amo até mesmo essa cadeira de rodas afinal faz parte de quem ele é.
− Vocês se conhecem? – O cara pergunta me trazendo a realidade. Nick dá uma piscadela na minha direção, sorrindo.
− Ah! Perdão pela minha falta de educação, priminho. Essa é a Lívia, minha namorada. Ela canta bem pra caramba, não é? – Eu e o Francis ficamos boquiabertos. Namorada?
− Namorada? – Ele faz a mesma pergunta que tenho vontade. – Quer dizer que você é o cretino que a namora? Tem que ser sempre você, não é Nicholas? E outra, ninguém da família avisou que você tem um casinho com uma garota menor de idade. Olha a cara dela, parece uma boneca.
Eu não entendi o porque da explosão repentina. Vejo o senhor William levantar da cadeira.
− Na verdade ela é uma princesa e não uma boneca. – Nicholas fala descontraído. E o pai volta a sentar. – Hey, Francis. Qual é o problema cara? Eu a conheço há quase um ano. É tudo 'legalizado'.
− Sério, garota! O que você vê no meu primo? – Ele dirige a palavra mim. – Ele é praticamente inútil. Você sente pena dele, é isso? Melhor, o que você espera dele?
As palavras sem filtro me cortaram o coração. Ele não era inútil, não para mim.
− Vamos querida, responda a pergunta do Francis com honestidade. – Ele continua a sorrir como se o primo não tivesse dito nada ruim. – Todos querem saber, inclusive eu.
− Vamos ver o que você tem a dizer. – O primo responde com um sorriso zombeteiro. Nicholas reitera.
− O que você espera de mim?
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Até o próximo capítulo (que sairá em algumas horas).
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Beijos e abraços!!!
#gratidãosempre
Capítulo publicado e revisado dia: 31/01/2021
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