Capítulo 29 - O curioso caso dos sentimentos confusos
Olá, voltei!!!
Sentiram minha falta? Eu senti muita falta de vocês.
Capítulo inédito pra vocês nesse finalzinho de noite.
Boa leitura!!!
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"Confissões: Já matei alguns sentimentos, mas foi em legítima defesa."
Zack Magiezi
Lívia
Estava sentada no banco do shopping de frente a uma fonte e olhava hipnotizada a força da água saindo pelos canos e se projetando para cima. Todos os eventos e acontecimentos da minha vida estavam me deixando exausta. Muita coisa me aconteceu este ano e aqui sentada de lado com o queixo apoiado no encosto do banco do shopping, relembrava tudo o que se passou.
Eu saí do maravilhoso e tranquilo sítio dos meus avós para viver com meu pai e sua nova esposa, na cidade grande. Estudo em uma escola diferente da qual estava acostumada. Apaixonei-me pela primeira vez, me decepcionei pela primeira vez – eu perdi por completo o interesse no Fábio –, provavelmente me apaixonei novamente, sendo esse último uma paixão platônica.
Apesar de estar envolvida pelo Nicholas e curiosa por conhecê-lo melhor ele não dava brechas para esse fim. Eu era mesmo masoquista, pois eu via a arrogância de Nicholas como um charme a mais que ele possuía, nesse quase um ano que eu o conheço havia aprendido a lidar com esse mau humor, mas ainda não o conhecia profundamente pela falta de convivência.
Eu andava distraída nos últimos meses, meio triste, meio confusa. Por sorte todos esses devaneios de que eu era acometida não estavam interferindo no meu rendimento escolar, mas isso era apenas uma questão de tempo. Graças a Deus as férias também estavam próximas e eu poderia desviar meu foco para outra coisa no refúgio da casa no sítio de meus avós.
Cada dia que passava pensava numa maneira de me aproximar do Nicholas e só conseguia receber mais distanciamento como retorno. Estava pensando no que o amigo dele, o Rodrigo me disse ao pé do ouvido, mas eu tinha minhas dúvidas de que isso fosse verdade: – Ele gosta de você.
Lú volta com nossa gordura cremosa e gelada sabor baunilha e começamos a conversar sobre nossos vestidos, pois essa era a finalidade da nossa vinda até aqui: encontrar o vestido perfeito para a apresentação.
– Então, o que está pensando em vestir para o concerto? – Lúcia me interrompe os pensamentos.
– Ainda não sei, mas tenho certeza de que acharemos algo.
– Eu estou muito ansiosa e feliz por tocar ao lado do meu pai pela primeira vez. – Ela se referia ao fato do pai também tocar na orquestra.
Sorri e olhei ao redor, quando me atento para o outro lado da fonte meu coração palpita ao ver o motivo da perda de noites de sono e também de minhas distrações contínua. Lá estava o cara mais chato, complexo e envolvente que conheci sentado em sua cadeira de rodas chique e perdido em pensamentos: Nicholas, o gato não só dá cobertura como eu havia dito para Lú, mas do prédio inteiro.
Nick estava de frente para alguém do outro lado da fonte. Ele estava distraído olhando para o chão. Simplesmente levantei e fui até lá ignorando meus pensamentos confusos.
Ele me atraía como um ímã e torcia internamente para que ele não partisse o meu coração e quando eu criasse coragem de falar sobre meus sentimentos.
Era-me um grande enigma e causava em mim eu atração forte como a de um polo pelo seu oposto na física era impossível ir contra a lei da atração, pouco me importava se ele era arrogante e amargo ou mesmo sua limitação física.
– Nicholas, tudo bem? – Pergunto de mansinho para que ele não se assuste.
– Oi, estou bem, e você? – Ele parece se recuperar das divagações. Responde-me com polidez, olhar firme e postura imponente como sempre.
– Não acredito! – Lúcia praticamente grita ao meu lado mostrando que ela havia me acompanhado.
Nick estremece um pouco e arregala os olhos, ele se assustou. Meu pensamento era pegar uma de suas mãos que descansava sobre o colo e afagar para amenizar o susto, porém controlo meu impulso. Não vou dar mais munição para as suspeitas de Lúcia, eu digo constantemente que quero apenas ajudar o Nick e que não há sentimento envolvido. Na verdade não deveria haver nenhum sentimento que não fosse compaixão, mas eu fui levado por um caminho sem volta, esse de ser atraída por alguém. Lú continua:
− Então você é o famoso Nicholas, o gato da cobertura? – Ela desvia a atenção pra mim. – Você não ia me apresentar, Liv?
– O que? Gato da cobertura? – Eu não acredito que a minha melhor amiga acaba de me colocar em uma saia justa dessas. E o óscar de maior mico do ano vai para?... Mim!
Que vergonha!
Ignorando que Nick descobriu o apelido secreto que eu havia colocado nele, repondo a pergunta da Lúcia.
– Você não me deu chance de fazer as apresentações, Lú. – A convivência com a Lúcia me fez ficar tão escandalosa quanto ela. Volto-me para o Nick olhando em seus olhos opala azuis. – Essa é a minha amiga Lúcia.
– Muito prazer, senhorita! – Ele inclina a cabeça em uma reverencia para ela e apesar de não mover um músculo para cumprimentá-la, abre o sorriso mais lindo que já vi. Ele quase não sorria, mas o fez para Lúcia. PARA ELA! Não consigo evitar uma pontadinha de inveja. Do lado oposto o acompanhante dele a muito já ria às custas da situação embaraçosa do gato da cobertura.
– O prazer é meu, gatinho. – Ela completa a traição depositando um beijo em seu rosto perfeito.
Que descarada!
Ela caminha até o amigo risonho que não nos foi apresentado e com ele também, procedendo da mesma forma como foi com Nick.
– Prazer em conhecer você também! – Sei que Lú tinha a melhor das intenções, mas quando ela o beijou a cena que se seguiu seria cômica se não fosse trágica. O rapaz simplesmente entra em parafuso com a atitude dela.
– Você está ficando louca? – Ele grita com ela quando recobra os sentidos.
Mesmo sem nada ele poder fazer vejo meu herói entrar em ação e tomar atitudes para ajudar o amigo. Ele dá instruções a Lúcia que não presto a atenção. Ainda estou um pouco chocada com a situação, o moço parece que vai enfartar.
– Lívia! – Ouço o Nick me chamando com certa urgência na voz, despertando-me do devaneio. – Empurra minha cadeira para perto dele.
Lúcia se lamenta do acontecido e eu me ponho fiel e solícita próxima a Nicholas. Dou a ele um pouco de privacidade com o rapaz.
– Hey, Sam. Vai ficar tudo bem. – Ele fala com sua voz grave e penetrante. – Tente respirar devagar.
Fico observando a interação dos dois até que alguém me chama a atenção.
– Lívia, oi. Podemos conversar? – Fábio pergunta com uma simpatia que só vi no primeiro dia em que nos conhecemos.
Essa não era a primeira vez que ele tentava um contato comigo depois de eu deixar claro que não mais me envolveria com ele. Eu fico com raiva quando fito sua cara de sonso, depois de tudo o que aconteceu ele ainda tem a cara de pau de me dirigir à palavra.
Eu o peguei com a Camile quando ele ainda estava comigo, acho que demorei um pouco para entender que embora não tivéssemos um compromisso sério somente eu considerava o Fábio como meu namorado, ele ficava com o máximo de garotas que conseguia e eu com o máximo de chifres que ele permitia.
Eu neguei alegando que precisava ir e entrei na loja que eu sabia que era da mãe do Nick, Sandra havia me dito isso, certamente eu receberia ajuda lá. Uma das vendedoras fala que dona Helene está em reunião numa sala na parte de cima da loja, e eu achando que o Nicholas tinha vindo só com o acompanhante.
Não hesito em bater na porta, o momento é delicado para pensar que seria falta de educação interromper. Ouço um "entre" e abro de uma vez revelado a mãe do Nicholas e o irmão surdo que me encaram com curiosidade.
Explico para ela o motivo da minha presença no recinto, ela se volta para o filho, meio nervosa e gesticula com agilidade fazendo algumas caretas que eu gostaria de entender e me acompanha para fora da loja.
Eu paro a uma distância considerável, não quero que o Nick venha ralhar comigo, enquanto ela vai em direção do filho e do tal Sam. Quando ela volta alguns minutos depois puxando o rapaz pelo braço se aproxima novamente e pede para que eu chame o Rafael para levar o Nick e falar para o mesmo ir direto para casa. Nicholas tem sido um verdadeiro desafio quando sua mãe me pede para transmitir-lhe as ordens. Ela faz a última recomendação:
– Fique com ele até o Rafa chegar, por favor. – Sai com o amigo do Nick para longe da multidão que já se dispersa. Peço que Lúcia tome meu lugar ao lado do Nick enquanto volto para loja. Ela parece um pouco aérea, porém não me preocupo.
Já de frente para a sala que antes estava a mãe do Nick bato na porta anunciando minha entrada. Bato na própria testa me recriminando: que burrice a minha, Rafael não vai escutar. Quando nota a minha presença na sala ele levanta a cabeça tirando a atenção dos papéis que estava examinando.
– Oi! – Faço o único sinal que aprendi. Ele retribui sorrindo maravilhosamente, muito semelhante ao que vi Nick fazer para Lúcia mais cedo. Pego meu caderno escolar dentro da mochila e escrevo o que quero falar, rasgo a folha e o entrego. Ele ler e fala com uma voz forçada meio anasalada, bem diferente, como se fosse um gringo aprendendo.
– Fale defagar e de frente para mim, vou ler lábios, se precisar dizer alguma coisa. – Eu me esforço um pouco para compreender o que ele diz. – Já vou descer para levar Nick.
Apenas confirmo com a cabeça e faço 'sinal de legal' com o polegar. Volto para ficar com o Nick. Lúcia está praticamente como deixei a metros de distância do Nicholas, está pensativa olhando para o nada. Eu a entendo, ela se sente culpada.
– Ei amiga, vai dar tudo certo. Vou lá falar com o Nick, aquele chato da cobertura já está querendo escapar com o Fábio. Eles são amigos, acredita?
– É sério? Vai lá colocar aquele imbecil no lugar dele. – Vou correndo um pouco, pois eles já estão se distanciando. Ponho-me na frente da cadeira de rodas quase sendo atropelada.
Esse Nick não tem jeito.
– Ei, você vai ter que ficar. – Falo cruzando os braços, esperando uma frase inteligente do ranzinza desafiando-me. Porem para a minha surpresa ele baixa a cabeça e fica quieto. Mesmo assim continuo o discurso. – Marquem outro dia para sair porque a dona Helene deixou claro que você tinha que ir pra casa, Nick.
Fábio coloca uma cara de raiva e desagrado, ele tinha que parar de ser tão egoísta.
– Fábio quando você vai crescer? – Eu o questiono. – Ele é seu amigo, você precisa compreender que a condição física do Nicholas inspira cuidados e não ser o amigo da onça que você está sendo. Cadê a sua humanidade?
A resposta que veio a seguir me surpreendeu. Lú estava certa: Fábio é qualquer coisa, menos um príncipe.
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Até o próximo capítulo.
Abraços!!!
#gratidãosempre
Capítulo publicado e revisado dia: 01/12/2020
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