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Capítulo 21 - Debaixo dos caracóis, os seus segredos!

Capítulo do dia 29/09.

Boa leitura!!!

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"Linda menina abra as asas, voe o mais alto que puder. Nunca olhe para baixo. Alcance o universo, almeje o infinito; transpasse as barreiras da realidade e siga seu coração."

Lívia

     − Oi, voltei! – Entro no quarto com a pizza em mãos, esboçando um sorriso.

     – Tem uma mesa na sacada do quarto ponha a pizza nela. − Ele parece estudar cada passo que dou.

     − Certo. Onde ficam as laranjas?

     − Na cozinha. – Ele nem se dá o trabalho de me olhar.

     − Eu imagino que elas ficam na cozinha, gostaria de saber onde exatamente.

     − Eu nunca entrei na cozinha então... – Reviro os olhos sem paciência, mas ele não viu isso.

     O melhor a fazer é evitar a fadiga e procurar sozinha, como ele sugeriu já que não tenho outra opção. Procuro na fruteira e nada, vou para a geladeira e encontro as benditas na gaveta e frutas.

     Trato de espremer essas laranjas o mais rápido possível para voltar logo ao quarto. Apesar de estar claro que não sou a prioridade aqui, eu também estou com fome. Subo as escadas com cuidado para não derramar o conteúdo do copo.

     Entro sem pedir licença e ele encara o copo com uma cara de desgosto.

     − O que foi agora? – Acho que ele está surpreso com meu tom de voz.

     − A senhorita esqueceu o canudo. Eu não tenho capacidade de segurar nada com minhas mãos, pois elas não funcionam. – Ele fala tranquilamente apesar da expressão mostrar outra coisa. – Portanto vai ter que me dar comida na boca, como a um bebê.

     − Ah! Sem problemas. Vou buscar – a droga do – o canudo.

     Volto a descer as escadas, por sorte tinha canudos na primeira gaveta que abri. Não sou de reclamar, mas com certeza perderei um quilo só em subir e descer essas escadas. Pego o canudo e volto literalmente correndo. Tento pensar positivo achando que ajudá-lo a comer será uma boa oportunidade de interação entre nós.

     − Prontinho aqui está o canudo. Vamos comer? – Mesmo que eu tenho feito tudo o que me pediu ele ainda não parecia satisfeito. Poxa, que cara difícil.

     − Não pegou o prato e os talheres?

     Juro que estou tentando ter paciência. 

     − Pizza se come com a mão, Alteza.

     − Vai colocar a mão na minha comida?

     − Na sua e na minha também, aliás, posso comer?

     − É claro!

     − Pois bem, vou lavar as mãos pra não ter problemas com vossa alteza. – Ironizo.

     − Já pedi pra não me chamar assim. – Ele me olha furioso.

     Saio antes que ele fale qualquer coisa, entro por uma porta no quarto dele que julgo ser o banheiro. O cômodo é espaçoso e tem barras nas paredes, inclusive atrás do vaso sanitário que é diferente do tradicional. A pia é um pouco baixa para mim, a altura é para uma pessoa sentada. Uma cadeira de rodas de banho está ao lado do sanitário. Trato de sair logo antes que ele venha me chamar.

     − Vamos comer hoje mesmo? – O ouço reclamar assim que saio.

     − Vamos! − Tento não levar seu mau humor para o lado pessoal. Tenho que conhecê-lo melhor para fazer qualquer julgamento a seu respeito, apesar de já ter deduzido algumas coisas.

     − Dessa vez eu é que vou lavar as mãos. − Pra quê? eu penso.

     − Precisa de ajuda?

     − Só tira essas órteses, por favor, e levanta as mangas da minha camisa para não molhar. O resto eu faço sozinho. – Eu retiro as órteses e coloco suas mãos exatamente onde estavam antes: uma sobre o colo e a outra no gancho de direção da cadeira.

     Vejo seu computador aberto e ligado enquanto espero ele lavar as mãos. Meu lado xereta prevalece e acabo mexendo um pouco, quero conhecer mais sobre ele e talvez aqui tenha algo. Vejo uma pasta com o nome confidencial e fico chocada com o conteúdo leio o quanto posso, pois ele demora um pouco, do assunto que está em inglês.

     − MOÇA! – Escuto ele gritar e deixo o computador como encontrei. Entro no banheiro e o encontro com os braços apoiados na pia e as mãos totalmente inertes penduradas no pulso. Imagino a angústia que ele passa sem poder movê-las. – Preciso que enxugue minhas mãos e volte a colocar as órteses.

     Faço o que ele me ordena e saímos para a sacada; aproximando-se da mesa com a cadeira de rodas Nicholas se encaixa perfeitamente, deve estar habituado a fazê-lo. Antes de sentar junto a ele, vou até o parapeito de vidro em expectativa com a vista privilegiada.

     A vista é mesmo de tirar o fôlego!

     A cidade está iluminada por pequenos pontos de luz espalhados por toda ela. A noite aqui é bem diferente, parece que estou mais perto do céu. Falando no céu, ele está quase limpo exceto por nuvens bem finas e poucas estrelas. 

     A lua grande parece iluminar mais a varanda do que a energia elétrica. É um cenário perfeito para compartilhar uma maravilhosa pizza quatro queijos com alguém realmente interessante, não um riquinho mal humorado e arrogante.

     Esse pensamento me faz olhar para trás e pego ele me observando, viro-me indo a sua direção e me junto a ele na mesa. Apenas sento e levo uma fatia de pizza até sua boca. Assim se foram dois pedaços intercalados com o bendito suco de laranja. Eu também comi minha porção e tomei um pouco do refrigerante que veio com a comida.

     O silêncio reina entre nós até que resolvo de falar algo já que parece que ele ficará na mesma. Sento de lado na cadeira girando meu corpo para ficar de frente para meu interlocutor.

     − Que tal começarmos do zero? Meu nome é Lívia e eu moro no décimo andar.

     − Sério isso? – Ele ironiza. – Você já sabe meu nome e onde moro, então não tenho novidades.

     − O que gosta de fazer? – Tento mais uma vez.

     − Ficar sentado nessa cadeira. – Já estou vendo que minha noite será longa.

     Suspiro, pesarosa. A porta da sala se fecha, porém ninguém falou nada. Antes que eu pudesse pensar em fantasmas ele fala:

     − Você já está liberada, senhorita. Meu irmão acaba de chegar. – Ele torna a falar e parece aliviado, não mais do que eu.

     Salvo pelo gongo!

Nicholas

     A garota vai pegar a pizza e eu me repreendo pela vergonha que acabo de passar sendo pego no flagra falando da vida alheia – o pior de tudo, sobre ela.

     Trocamos algumas farpas. Percebi seu incômodo pelas minhas constantes grosserias – meu lado mal adorou isso –, decido provocá-la mais um pouco. Não tenho nenhuma intensão de fazê-la gostar de mim.

     Vamos para a varanda após ela quase me matar de fome por ter ido higienizar as mãos. Ela caminha a minha frente e passa pelas portas duplas como se o caminho lhe fosse comum.

     Está um pouco frio pelo sopro do vento noturno e a altitude em que estamos só contribui para que o frio seja mais intenso. Ela não se preocupa em me oferecer um casaco ou algo do tipo, na verdade ela não parece se importar com o frio.

     Debruça-se sobre o parapeito alheia a tudo e todos. Fica um tempo observando o céu enquanto eu a observo. O vento balança seus cabelos, vermelho-alaranjados ou laranja-avermelhado depende de como a luz reflete neles, como se os estivesse acariciando.

     Qual será a relação que dela com o Fábio? Penso em perguntar a Camile. Aliás, já não sei mais o que estou pensando, pois na verdade eu tenho – ainda – um compromisso com minha namorada.

     Lívia não é tão bonita quanto a Camile ou mesmo outras que já namorei – pelo menos fisicamente falando. Ela parece forte e determinada, acho que foi isso que me cativou nela, sua luz própria e sua generosidade, pois tenta a todo custo ser gentil mesmo eu demonstrado petulância.

     Preciso voltar à realidade e lembrar porque estou elaborando essas observações ou questionamentos na minha mente. Se Fábio tem algum relacionamento tosco com essa moça ou se ele não a merece, embora minha lógica seja verdadeira é algo que diz respeito apenas aos dois. Nada disso é da minha conta.

     Ela volta e se senta ao meu lado, é bastante habilidosa em colocar a pizza em minha boca em seguida já vem com o copo de suco posicionando o canudo para facilitar minha sucção. Quanta proatividade!

     Como eu gostaria que minha namorada fosse tão prestativa quanto essa desconhecida está sendo. A verdade é que já perdi meu interesse na Camile e na vida. Quando me dou por satisfeito ela tenta uma aproximação.

     Devo estar muito vulnerável pra romantizar tudo que essa garota faz. O melhor e mais seguro é não permitir aproximação ou me envolver de alguma forma. A verdade é que não pretendo ficar aqui por muito mais tempo.

     Ela começa um diálogo desconfortável. O melhor para nós dois é que eu continue sendo frio com ela e é o que faço. Por sorte meu irmão bate a porta da sala – e que batida – indicando que já chegou.

     Sou muito grato por Rafael, chegar nesse exato momento em que a ruiva me ameaçava colocar contra parede com seu diálogo impertinente, mesmo sabendo que terei de enfrenta-lo depois de longos três meses que não o vejo ou falo com ele.

     − Você já está liberada, senhorita. Meu irmão acaba de chegar. – Eu a informo, mas sei que ela também ouviu a batida na porta.

     Saio do quarto e sigo para a plataforma móvel que me levará para encarar a fúria em carne, osso e surdez. Dificilmente alguém tira Rafael do sério. Eu entendo sua raiva pela minha atitude, só espero que ele compreenda as minhas motivações. Espero que ele aceite que eu tirarei a minha vida e nada me fará mudar de ideia.

     A moça vem atrás de mim ao invés de ir para a escada.

     − Posso ir com você? – Ela indaga. 

     − Sim. – Sou direto. Tenho que guardar o pouco de paciência que possuo para a conversa com Rafael.

     Ela entra e eu soco o botão que é bem sensível ao toque, sabendo que meu soco é tão leve quanto uma cócega. Tenho a impressão que estou levando horas para descer até o andar de baixo – até o meu martírio – mas o trajeto não dura nem um minuto.

     Chegamos à sala e nem sinal do meu irmão.

     − Onde ele está? – Lívia questiona ao meu lado.

     − Eu não sei. – Respondo mesmo sabendo que a pergunta é retórica. É o que eu também me pergunto, mas imagino onde ele pode estar.

     Vou para a cozinha, um dos cômodos da casa em que nunca entrei, e como previsto ele estava de frente à ilha e de costas para a porta, ou seja, de costas para nós preparando alguma comida.

     − Boa noite! – Ouço a voz melodiosa de Lívia cumprimentando Rafael.

     − Ele é surdo!

     Ela nada diz, apenas dá uns passos na direção dele e toca seu ombro. Ele vira repentinamente com o toque, acho que se assustou. Eu também me assustei quando encarei seu rosto.

     Minha nossa! Rafael estava chorando. 

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Até o próximo capítulo.

Abraços!!!

#gratidãosempre

Capítulo publicado e revisado dia: 10/10/2020

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