Capítulo 19 - Você
Olá, meus leitores lindos! Voltei!!! Sentiram saudades?
Passei intermináveis dias sem internet, uma verdadeira aflição. Estava quase entrado na justiça porque a empresa que me fornecia internet cortou o sinal sem um aviso prévio. E infelizmente ocasionou o sumiço do Nick.
Mas ele está de volta, mas impaciente, sério e formal do que nunca e terá de lidar uma uma adolescente que caiu de paraquedas em sua vida. Algo me diz que ele será irredutível em suas decisões. O que será que vai acontecer?
Obrigada por ainda estarem aqui.
Boa leitura!!!
ȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹ
"Nem todas as tempestades vêm para atrapalhar sua vida. Algumas vêm para limpar o seu caminho."
Helene
Voltamos para casa na hora do almoço, atendi apenas as pacientes marcadas e Will já deixou a visita com o homem do elevador agendada. Conversávamos no carro sobre as possíveis reações do nosso filho.
− Nick não vai gostar da ideia de uma criança cuidar dele. – Meu marido pondera.
− Ela não vai cuidar, meu amor, só fará companhia pra ele. Não esperamos que ela saiba trocar uma sonda, não é mesmo?
− Ok. Mesmo assim quero saber quem é a moça antes de ela ir ao nosso apartamento. Não quero mais problemas para a vida do meu filho.
− Vai dar tudo certo! – Beijo seu ombro e ele sorri.
Entramos no elevador e apertamos as tecla "um" e "zero" ao invés da nossa senha habitual. Vislumbramos a porta de número vinte e tocamos a campainha. O homem nos recebeu com alegria e pediu que sentássemos.
− Fiquem a vontade. Querem beber algo ou mesmo almoçar? – Ele pergunta solícito.
− Na verdade estamos com um pouco de pressa. O dia hoje será corrido. – William fala sentando no sofá e eu o acompanho.
Uma moça ruiva e sorridente de cachos volumosos nos cumprimenta com firmeza.
− Boa tarde, sou a Lívia. – Ela senta no sofá a nossa frente ladeada pelo casal que acredito serem seus pais.
− Olá minha jovem, meu nome é William e esta linda mulher é a minha esposa, Helene. – Will começa cordial. – Precisamos que fique com nosso filho caçula por algumas horas esta noite, creio que ele não dará trabalho algum. Será muito bem remunerada por isso.
− Ah! – Ela sorri. – Será um prazer, mas ficarei com ele apenas para ajudar, não precisa me pagar nada.
− Claro, querida. Ficamos gratos pela sua ajuda. O apartamento é a cobertura, aqui está o cartão de acesso. Não dê nada para ele comer que não seja saudável. – Entrego-lhe o cartão para a liberação de acesso ao triplex. – Acho que eu não precisaria dizer, entretanto prefiro deixar claro. Não pode levar ninguém ao apartamento que não esteja autorizado por nós, nenhum amigo, nem namorado. Certo?
− Não precisa se preocupar, ela não tem namorado. – O homem intervém.
− Por favor, esteja lá às 19h: 00min em ponto. Podemos contar com você? – Pergunto já levantando do sofá.
− Sim. – Ela fala meio tímida.
− Obrigado por nos ajudar. – William aperta a mão da moça em seguida a dos pais, faço o mesmo. – Até logo.
− Vamos lá contar para o Nick que a babá dele tem quinze anos. – Will fala divertido enquanto entramos no elevador para voltar ao nosso lar.
Deixo o Nick ciente da situação assim que entro em casa, ele conversava com o Rodrigo que estava com os pés no meu precioso sofá.
− Ei, mocinho, pode tirar seus pés daí. – Reclamo com ele e vejo Nick dar um sorriso que tem sido cada vez mais raro nesses últimos anos.
− Achamos uma candidata para hoje, meu filho. – Falo dando- lhe um beijo no seu cabelo perfumado.
Nicholas
Minha mãe entra pela porta da sala com notícias sobre minha "babá". É difícil aceitar essa situação, mas eu não posso exigir mais nada dos meus pais, eles já têm feito sacrifícios demais.
Eles não saem de férias há três anos, desde que sofri o tiro; saíram de uma casa grande para um apartamento que não é nem um terço da casa de antes.
Escuto por um longo tempo o Rodrigo falando sobre as coisas na universidade – já que não tenho ido esses últimos quatro dias – e também tecer inúmeros elogios à nova conquista. É difícil de acreditar, mas estou convencido de que sim, ele se apaixonou novamente.
A moça é recatada e religiosa, mórmon, segundo ele. Que eu saiba ela só pode se relacionar com alguém lá de dentro, mas ao que tudo indica, ela resolveu dar uma chance ao meu amigo de pelo menos saírem juntos, um encontro.
Ele veio encher o meu saco e também contar como está nervoso. Negou todas as vezes que eu insinuei dele estar apaixonado. Vi a hora ele marcar horário no salão de beleza só para ir a esse encontro.
Fico sempre muito feliz pelos meus amigos apesar de eles continuarem tão próximos não é justo que suas vidas parem somente porque a minha parou.
Rodrigo vai embora com minhas felicitações e volto a me recolher no quarto. Ponho as matérias em dia ao som da sexta sinfonia de Beethoveen – Pastoral –, coloquei alguns velhos hábitos em prática novamente.
Só percebi o quão rápido o tempo passou quando vejo meu pai entrando no quarto acompanhado da dona Tereza, ela trouxe uma bandeja com frutas e um copo de suco.
− Você quer comer antes do banho? – Meu pai questiona.
− Pode ser! – Ergo um pouco a mão direita para que ele tire a adaptação que ajuda a apertar as teclas no notebook.
− Que tal tirarmos essa barba? Já está um pouco grande.
− É pai, tenho que ficar lindão para a babá. – Falo sem uma gota de humor.
− Concordo! – A resposta dele me pegou de surpresa. – Ela é jovem e muito simpática. Faça por onde ela gostar de você.
− Acredite pai, ficarei com sede, fome ou qualquer outra necessidade por fazer até o Gabriel chegar. Não estou interessado em fazer alguém gostar de mim. Camile já é dor de cabeça suficiente.
− Falando nisso como vocês estão? – Ele questiona enquanto me auxilia no lanche de frutas.
− Estamos frios, não que eu já não esteja acostumado. Acho que vou ter uma longa conversa com ela apesar de querer que nosso relacionamento desse certo.
− Vai ficar tudo bem!
Meus pais se despedem dizendo que a moça chegará em breve. Volto a focar nos estudos. Novamente perco a noção do tempo um pouco feliz por poder voltar a estudar o que eu realmente gosto.
Percebo que a música clássica acabou e deu lugar a uma voz feminina suave e afinada cantando a plenos pulmões que, apesar de não ser meu gosto musical, reconheci ser "what's up?".
https://youtu.be/U56BpUJzNrM
Curioso, fui até o elevador por onde desço para a sala e que foi adaptado para que eu pudesse operá-lo sozinho. Gostaria de ver o rosto da criatura, dona de tão bela voz.
O que vi quando cheguei à sala foi mais um candidato a irritar a minha mãe, pois a "moça" estava esparramada no sofá ridículo e caro da mamãe, muito a vontade.
Continuava a cantar e percebi estar com fones de ouvidos. Os cachos avermelhados estavam um pouco para fora do sofá, ela estava com a cabeça para o meu lado, sua posição não me permitia entrar em seu campo de visão.
Mais que droga!
Era a namorada do Fábio deitada no sofá da minha mãe. Nem lembro mais o nome dela, se é que eu ouvi seu nome. Definitivamente entrei em uma maré de azar infinita. Mais um problema a ser enfrentado.
Reprimo a vontade de mergulhar meus dedos por entre os fios cor de cobre da moça que não me pertence. Parece tentador! Ainda não acredito que um cretino daquele tenha alguém como ela.
Saio do devaneio após escutar um baque surdo e ver que a moça desabou no tapete felpudo do chão a frente do sofá. Continuo sério e indiferente.
− Que susto! – Ela fala levando a mão ao coração. Após a queda ela senta em cima das próprias pernas. – Podia ter avisado que estava aí. Nicholas, não é?
Confirmo com um aceno apenas olhando em seus olhos cor avelã hipnotizantes e ela continua o falatório.
− Está tudo bem? E seu irmão, onde está?
− Irmão? – Mas o que ela quer com meu irmão, e de qual deles ela está falando?
− Sim, seu irmão caçula. O bebê.
− Eu não faço ideia do que esteja falando. A pancada foi mais forte do que imaginávamos. Devo chamar a emergência?
− Eu estou bem, mas acho que eu é que não estou entendendo. Dona Helene me chamou para cuidar do bebê dela.
Reviro os olhos com o comentário, porque a minha mãe insiste em me chamar de bebê.
− Não há bebê algum, sou o único na casa.
− O que?
− Bom, já que está aqui peça uma pizza.
− Se você é o bebêentão só pode comer coisas saudáveis. São as ordens da sua mãe.
− Hum, ordens da minha mãe, sei. A pizza vai ser sabor quatro queijos. Quando chegar pode ir buscar o dinheiro no meu quarto, no segundo andar. Por favor, pegue a pizza na portaria, não autorize a subida do entregador. E faça um suco de laranja. – Ignoro totalmente o que ela havia me dito.
− Tudo bem, alteza! – Ela parece ceder.
− Não me chame assim! - Digo baixo e aborrecido. Que garota chata!
Giro a cadeira e volto para o meu quarto. Faço uma chamada para Rodrigo.
− Oi meu príncipe. Tem algum dragão aí te perturbando aí nessa sua torre? Vou te salvar assim que puder.
− Tem sim, Rodrigo. Um dragão vermelho. Ela quer me impedir de comer pizza. – Entro no clima.
− Ela é bonita?
− Mas você é cara de pau mesmo, hein? Espero que sua amada não esteja ouvindo isso.
−Na verdade você me salvou, o filme é um saco. Já não estava aguentando mais tanto romance regado a trilha sonora de Celine Dion. – Faço uma careta apesar dele não ver.
− Nossa! Onde você foi se meter, deve estar mesmo muito apaixonado.
− Isso se chama interesse e não paixão. E aí, a babá?
− É melhor eu desligar já que estou falando pelo viva-voz e ela entrará aqui a qualquer momento. Resumindo é a namorada do Fábio, aquela que te falei.
− Entendi, boa sorte então, cara. Nos vemos depois.
− Ok! Tchau, tchau. – Rodrigo desliga.
− Eu e o Fábio não somos namorados. – Meu coração dispara pelo susto e fecho os olhos com força para dissipar os batimentos acelerados. Agradeço mentalmente por ela não ver meu rosto nesse momento, pois estava de costas para a porta.
− A pizza já chegou? – Desconverso.
− Sim o cara está esperando na recepção.
− O dinheiro está naquela gaveta, pode pegar. – Aponto a tal gaveta com o queixo.
Ela abre a gaveta pega uma nota e desaparece pela porta do quarto. E finalmente solto o ar que estava prendendo.
ȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹ
Só lembrando que esse era o capítulo que deveria ser postado no dia 22/09. Minha internet voltou exatamente HOJE. Postarei os demais capítulos que estão atrasados e voltaremos a sequência de postagens normal. Só não prometo postar todos hoje.
Não se preocupem com a possibilidade de eu abandonar a história, o último capítulo já está escrito e do jeitinho que o Nicholas me contou.
Se gostou do capítulo deixe uma estrelinha.
Até o próximo capítulo.
Abraços!!!
#gratidãosempre
Capítulo publicado e revisado dia: 10/10/2020
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro