Capítulo 102 - Parabéns, meu amigo!
Oiiiiii! Espero que estejam bem.
Segundo meus cálculos faltam cerca de 13 capítulos para chegar ao epílogo, espero que gostem.
CAPÍTULO NÃO REVISADO!!!
Boa leitura!!!
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"No amor não há pessoas certas, há pessoas que lutam para dar certo."
Nicholas
Estávamos descobrindo nossa própria maneira de fazer as coisas. A Lívia e eu caminhávamos para o nosso futuro brilhante.
Por conveniência minha ela dormia em minha casa quase todas as noites, e eu secretamente tinha minhas conversas costumeiras com o nenê. Lívia caminhava para o sexto mês quando tivemos uma grande surpresa.
Por coincidência, a minha ruiva recebeu um convite inesperado, assim como eu: Ser padrinho / madrinha do casamento do Sam. Engraçado como o que planejamos muitas vezes sai do curso de nossos desejos enquanto que o que não imaginamos acontece. Deus me tirou o movimento das pernas e me concedeu um grande presente chamado: Lívia.
Neste dia em especial observei meu raio de sol acordar bem feliz nesta manhã, após termos dito sim para nosso casal de amigos. A Lívia cantaria por insistência da Lúcia ou, segundo a exagerada amiga da minha mulher, não haveria casamento.
A princesa Disney estava um pouco mais inchada e com a barriga maior, minha sementinha fazia uma verdadeira festa quando eu conversava com ele. Apesar do meu grande medo da paternidade estava disposto a tentar.
− Bom dia! – Lívia desce as escadas com velocidade maior do que eu gostaria de ver e segurando no corrimão da escada –, pelo menos isso.
− Bom dia! – Cumprimento-a apesar de ter dormido com ela.
− Como vocês estão? – Ela abraça meu pai e em seguida minha mãe desajeitadamente e bastante eufórica, pegando a todos de surpresa, pois ela nunca teve tanta intimidade com eles. Minha mãe sorriu complacente, ultimamente não estava reconhecendo-a.
− Está tudo bem, querida! – Minha mãe toma a palavra. Segurando a barriga da ruiva pela lateral de seu corpo ela puxa devagar e deposita um beijo na protuberância redonda que era a barriga da minha noiva. – E você meu amor?
− Ele está ótimo, vovó! – Ela fala alisando a barriga. – Nick e eu decidimos que iremos fazer o chá revelação no mês que vem assim que o Sam e a Lúcia voltarem da lua de mel.
− Excelente ideia! – meu pai se pronuncia pela primeira vez.
− Também acho, pai. Apesar de ter quase certeza que é um menino precisamos tirar a prova. – Falo concordando com ele.
Seguimos para nossa rotina diária, e na clínica de fisioterapia as coisas pareceram ter mudado, eu deixei de ser o centro das atenções e a Ravena passou a me tratar como um paciente qualquer.
Tudo estava na mais perfeita paz e harmonia, até que...
− Nick, canta pra mim? Adoro ouvir sua voz. – A Lív fala manhosa debruçada sobre meu peito enquanto eu atava apoiado por travesseiros quase deitado sobre a cama.
− Esse assunto novamente? Já disse que não.
− Sabia que não pode negar um desejo a uma grávida? – Ela fala com uma carranca.
− É sério isso? Poupe-me de suas superstições. – E pronto, lá estava ela com raiva levantando-se bruscamente e trancando-se no banheiro.
Alguns minutos depois de ficar encarando o teto a ouço destrancando a porta e automaticamente olho na sua direção. Ela está com uma carranca de dar medo, e se não der um tapa no meu rosto com certeza fará confusão por alguma coisa.
− Eu estive pensando, Nicholas. – Ela suspira. – Será que você quer mesmo esse bebê? Não vejo você muito interessado, você não toca minha barriga, não fala com o bebê... você realmente quer essa criança?
Touché!!!
− Mas do que diabos vo...cê está falando?! – Eu estava ficando tão nervoso quanto ela e já não conseguia fala uma frase num fôlego só por causa da alteração de na respiração. É certo que a Lív não sabe que falo com o bebê todas as noites quando ela está em um sono pesado, mas usar minha deficiência para julgar minhas ações foi demais.
− Estou falando a verdade! Você não tem atitude de falar com a criança, se nega a cantar, não alisa a barriga como os pais normais fazem... – Essa foi a primeira vez que ouvi a Lívia reclamar de algo relacionado a tetraplegia e foi como uma faca no meu coração; minha personalidade reservada não pode definir meu amor pelo nenê. – Veja só o bebê está agitado!
Pude ver a saliência se formando em vários pontos da barriga, mas mudando de lugar constantemente, pelas leves caretas que vi a ruiva fazer acho que era doloroso, parece que o bebê decidiu dar saltos mortais dentro do ventre.
− Dá pra você vir mais próximo, por favor? – Falei não escondendo minha expressão de desagrado. – Estou decepcionado com o que pensa a meu respeito, pois nunca demonstrou vergonha ou incômodo pela minha condição física, mas o bebê não tem a ver com nossos problemas então vamos tentar acalmá-lo.
− Eu...
− Aproxime a barriga do meu rosto. – Interrompi-a, não queria ouvir mais nada dela e ser mais magoado ainda. Quando ela o fez depositei um beijo casto na pele alva e esticada da princesa Disney, e me seguida comecei a falar com a voz baixa e profunda correndo meu nariz pela barriga em uma leve carícia. – Calma bebê, está tudo bem! O papai e a mamãe estão apenas conversando.
Abri os olhos depois de sentir o corpo da Lívia sacolejar, parei com a carícia e olhei para cima, para minha mulher.
− Me desculpa! – Ela estava com os olhos marejados e algumas lágrimas escorrendo por cima de suas sardas claras, tampou a boca com a mão e continuou a chorar.
− O que houve? – Perguntei com a voz fria e profunda.
− O bebê se acalmou depois de te ouvir falar.
− Eu já disse... que não vou cantar. – Entrei na defensiva olhando para a barriga mais uma vez e senti sua mão fria tocar meu rosto, levantei o olhar para ela e encarei seu nariz escarlate da cor dos cabelos.
− Eu não quero que cante, eu estava errada. Com ou sem deficiência conhecer você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, eu não sei o que deu em mim...
− Não vou dizer que não estou mais magoado porque isso não é verdade, mas eu não vou te julgar... só me dê um tempo, preciso colocar os pensamentos em ordem esta noite.
− O que?! – Ela olha incrédula, e por mais que me doa não falar com o bebê hoje e não tê-la ao meu lado eu preciso de um tempo para pensar em como tirar esse rancor do meu coração, se ela ficasse eu poderia acabar dizendo palavras indesejadas e magoá-la assim como eu estava.
Ela apenas saiu sem se importar em ajeitar minha postura e acabei dormindo assim mesmo meio sentado.
Na manhã seguinte acordei e percebi que estava em decúbito lateral, naturalmente alguém mudou minha posição durante o sono, o que acontecia todas as noites mesmo com a Lívia aqui.
Falando na Lívia, eu desci primeiro para o café da manhã. Com alguns minutos vi a Lívia descer as escadas sem vontade e com a pequena mochila nas costas. Ela deu bom dia para os presentes no recinto sem um por cento de empolgação.
− Hey, você está bem? – Perguntei enquanto ela olhava sua torrada em um desânimo que não combinava com ela. Obviamente isso me incomodou, pois parte do rancor que eu sentia se dissipou no momento em vi a sua aura cinza.
− Eu... só estou um pouco arrependida pelo que falei ontem. – Não suportei ouvir isso, pois vi que ela realmente estava arrependida. Deixei um beijo no seu ombro nu graças ao fato de ela está muito próxima a mim, estava com um vestido floral de alças finas.
− Esquece isso, vai! Coma bem e ponha um sorriso nesse rostinho de princesa, todo casal briga. – Sorri encorajando-a, mas meu sorriso não chegou aos meus olhos.
− Eu não sei por que disse aquilo, fa... – Que saco! Ela tinha que falar na frente da minha mãe.
− Esqueça, Lívia! – Ordenei.
− O que você disse? – Minha mãe perguntou curiosa. – Vocês estão com um humor péssimo, já sei que foi grave.
− Somos um casal em desenvolvimento, mamãe. Eu e a Lívia ainda vamos nos magoar muito; faz parte da vida a dois. – Tomei as rédeas antes que a ruiva entregasse o assunto de badeja. – Princesa Disney, coma ou vamos chegar atrasado à sua faculdade. Hoje eu vou tomar o café com o pessoal e por isso estou somente com esse suco; não quero que fique triste isso pode afetar o bebê.
Meus sentidos entraram em alerta, ela deve ter chorado a noite inteira. Merda, merda, merda! Isso só prova que ela tem razão: não serei um bom pai. Essa alteração de humor da Lívia está me deixando maluco!
− Tudo bem! – Ela diz mais tranquila.
No banco de trás do carro a Lívia envolve meu braço inerte em sua cintura redonda e descansa a cabeça no meu ombro.
− Não devia ter te mandado sair do quarto ontem, você deve ter ficado bem triste.
− Já passou, o bebê está bem. Não se preocupe! Eu te amo, Nick, aconteça o que acontecer nunca esqueça isso! – Sorri sem jeito. Como eu poderia manter qualquer resquício de ressentimento quando tenho alguém como ela ao meu lado?
− Acho que preciso de uma prova! – Instiguei-a.
− Não seja por isso! – Ela pega o celular de dentro da bolsa e liga a câmera começando a gravar.
− Está falando sério, senhorita? – Perguntei ainda incrédulo do que ela estava fazendo.
– Nicholas, eu te amo muito e, aconteça o que acontecer nunca esqueça isso! – Após a declaração abre um lindo sorriso e beijo sua testa em concordância. – Não vai dizer nada?
− Não há nada a ser dito, você já sabe! – Ela encerra a gravação e ainda animada continua mexendo no telefone.
− Pronto, enviei para seu telefone. – Sorri de sua ação.
− Agora que não está gravando posso dizer que de agora em diante não vou mais te deixar sozinha. – Seus olhos avelã brilharam com intensidade e ela me beijou com paixão.
− Humhum! – Celso finge coçar a garganta. – Chegamos à universidade, gente.
Lívia sorri envergonhada e "roubo" um selinho antes que ela se afaste.
− Tenha um bom dia, Lívia! – Falo quando o Celso me acomoda no banco da frente. Ela apenas sorri.
− Temos alguém apaixonado, produção? – Ele debocha.
− Chegou atrasado, Celso. Isso aconteceu já tem um tempo. – Ele apenas sorri e segue para a padaria que marquei com meus amigos.
− Chegou atrasado, já estou morrendo de fome. – Rodrigo reclama depois de me dar um beijo na cabeça e Samuel o mesmo certificando-se que não foi no mesmo lugar que Rodrigo. Meus amigos sempre foram como irmãos e nunca se incomodaram de demonstrar carinho em público. – Desculpa Celso, mas você só vai ganhar beijo do Tom.
− Tudo bem, Rodrigo. Eu me sinto satisfeito o beijo dele. – Celso, perigosamente entra na brincadeira do Rod.
− Parabéns, meu amigo! Estou muito feliz por você, Sam, embora esteja achando tudo rápido demais.
− Falou o cara que vai ser pai antes de casar. – Ele revida. – Eu sinto que você realmente quer minha felicidade, e realmente estou feliz apesar de a Lúcia ser maluca.
Todos na mesa sorrimos.
− Finalmente você vai perder a virgindade, não é parça? – Rodrigo alfineta.
− Imbecil! – Sammy joga o guardanapo no nosso amigo. Não bastava eu estar sentado em uma cadeira de rodas, esses dois sempre achavam outros meios de chamar a atenção de todos para nós e francamente eu estava feliz, pois há quase uns meses eu achava que iria perder o Rodrigo.
Fizemos muitas fotos, isso havia se tornado corriqueiro depois que fiquei tetraplégico, Rodrigo não queria deixar de registar nada então o Celso se encarregou das fotos.
A Lívia estava ensaiando para cumprir a intimação da amiga: cantar na hora da entrada dos noivos. Imaginava como seria ela cantando em nosso próprio casamento. Após o breve ensaio com a Marcela na escola de música eu a acompanhei na consulta com a enfermeira. Já estava tenso só em pensar nas besteiras que eu ouviria, chega a ser cansativo estar sempre me explicando para driblar o preconceito corriqueiro.
Eu estava em uma cadeira motorizada desmontável fazendo o teste com a mesma que havia chegado há alguns dias encomendada pelo meu incansável guerreiro e pai, portanto a Lívia segurou a minha mão livre. Ela deambulava como um pato e seu corpo antes curvilíneo estava mais redondo. Isso não importava para mim, ela me era muito cara para que uma mudança corporal fizesse meus sentimentos mudarem.
− Olá! Sejam bem-vindos! – Uma voz desconhecida me tirou do devaneio. – Quem é este jovem estiloso?
− Nick, meu noivo e pai do bebê. – A Lívia fala sorridente.
− Muito prazer papai, meu nome é Dayana e sou a enfermeira que faz o acompanhamento desse super bebê que ainda não sabemos o sexo. Espero te ver nas demais consultas. – A simpatia da enfermeira me desarmou completamente.
− Como vocês estão? O sexo está normal? – Minha nossa como ela era direta! Involuntariamente acabei lembrando-me de quando fizemos o ato na semana passada quando a Lívia estava com um excelente humor, e o mais normal que minha condição física permitia.
− Melhor impossível! – Ela falou e puxou de leve meu braço como que para substituir uma apertada na mão. Percebi que ela apertava minha mão firmemente, mas não recebia o gesto de volta minha mão pendia parcialmente aberta então me lembrei da sua confissão sobre eu não tomar as 'iniciativas físicas' que ela gostaria. – Amor, está tudo bem?
Encarei a Lívia que tinha um vinco de preocupação no meio da testa. Acho que estava dando muita importância a coisas que já haviam passado.
− Sim, estou bem.
− Senhor papai, em que o senhor trabalha? – A enfermeira pergunta amigável.
− Advocacia. – Respondi baixo e desinteressado, mas ela não parecia ter perdido a motivação apesar de eu achar que o tratamento da enfermeira soava um pouco falso, uma bondade exagerada.
− Eu entendo que os tribunais podem ser estressantes, mas tente ser o mais paciente e compreensível possível com sua noiva. A gravidez descontrola o equilíbrio hormonal da mulher, então em determinado momento ela pode estar super romântica e no segundo seguinte quere te matar. Vocês formam um casal muito bonito, conto com você para conduzir essa relação da melhor maneira possível. – Ela pisca pra mim e não consigo evitar abrir um sorriso cauteloso de tão a vontade que me senti.
− De fato, têm horas que ela parece uma dragoa grávida! – Entro no clima lembro-me do quão insuportável a Lívia fica as vezes.
− Falando nisso como anda seu sono, dona mãe?
− Ótimo!
− Então está tudo certo e vocês estão liberados. – Ela fala digitando algo no computador. – Espero os dois em breve e, por favor, descubram o sexo do bebê antes da próxima consulta.
− Pode deixar, até a próxima! – A Lívia se despede.
O final de semana havia chegado e eu estava em um traje de gala com meio fraque e paletó super quente de cor grafite e pedindo pela enésima vez para que o Samuel se acalmasse. Eu já estava bem desconfortável nessa roupa pesada em uma igreja tradicional e sem ventilação.
− Esse ela percebeu que não é o que ela quer e tiver desistido? – Sam questiona passando o álcool novamente em suas mãos, ele estava além de nervoso poderia ter um ataque a qualquer momento.
− Se ela tiver feito isso vai vir aqui linda de noiva e dize isso na sua cara, porque a Lúcia é exatamente assim. – Rodrigo fala fazendo pouco caso do nervosismo sem precedente do nosso amigo, inclusive ele estava sentado sem sapatos e com os pés em cima da mesa da sala privada em que estávamos.
− Ah! Ajudou muito, amigão! – Samuel estava furioso.
− Olha só, Sam! Você é um gatão, não tem quem não quisesse casar com você. – Rod fala saltando da cadeira e indo calçar seus sapatos antes de continuar. – E caso ela seja doida não casar eu caso.
Não pude evitar dar uma gargalhada quando vi a cara de desamparo do Sammy, o Rodrigo queria tirar ele do sério e estava conseguindo.
− Relaxa, Sam. Isso é muito comum nos casamentos, daqui a pouco a maluca está aí. – Assim que acabei de falar a Vick colocou a cabeça na porta entreaberta.
− Mano, a noiva chegou!
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Seguindo o meu costume de indicar os livros que gostei, queria deixar mais uma indicação.
O nome do livro é O malabarista e vocês podem conferir na página da anac_ssilva que vocês vou encontrar na dedicatória.
O livro se trata de um ex-morador de rua que ganha a vida fazendo malabarismo no sinal e tem sua vida mudada da noite para o dia quando uma dentista bem sucedida se vê na vontade de ajudá-lo como uma forma de preencher o vazio que há em seu coração. Ela descobrirá que não só mudou a vida do malabarista como a sua própria. A história é repleta de suspense, vale a pena conferir!
Se gostar do capítulo deixa sua estrelinha.
Abraços!!!
Até breve!
#gratidãosempre
Capítulo publicado dia: 08/05/2022
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