Capítulo 100 - O que você está me dizendo?
Olá, Xuxus!!!
Este é mais um capítulo que talvez mude algum trecho depois da revisão. Espero que gostem.
NÃO REVISADO!
Boa leitura!!!
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"Vim pra lhe encontrar, dizer que sinto muito. Você não sabe o quão amável você é. Eu tive que te encontrar dizer que preciso de você e te dizer que eu escolhi você. Conte-me seus segredos e faça-me suas perguntas. Oh, vamos voltar pro começo."
The Scientist - Coldplay
Nicholas
Os cantos da minha boca começam a se erguer em um sorriso. Eu estava feliz e não conseguia negar isso. Ela tocou meu rosto de forma carinhosa e também sorriu em meio às lágrimas.
− Eu quero sentar na cadeira de rodas. – Falo para ninguém especial, porém olhando para a equipe. Dois dos fisioterapeutas da equipe vem e enquanto um traz a cadeira o outro me acomoda na mesma tirando os aparelhos e todos os aparatos que estava sobre mim.
Inevitavelmente os espasmos começaram por causa da movimentação com meu corpo, ignorando a situação e o fato dos homens estarem lidando com isso olho para minha princesa e pergunto enquanto ela observa o trabalho dos homens:
− Como você veio até aqui? Foi dirigindo? – Eu a conhecia o suficiente para saber que ela estava com as emoções a flor da pele pelos últimos acontecimentos, não deveria estar dirigindo, ainda mais estando grávida.
− Meu pai está lá fora! – Suspiro aliviado.
− Vamos para a casa. – Ela acena positivamente. Só quando vejo a Ravena com cara de raiava lembro-me da existência dela. – Lívia, esta é a minha fisioterapeuta substituta, a outra está de licença maternidade.
− É um prazer conhecê-la! – Lív estende a mão, atenciosa. A outra fica um tempo encarando-nos, olhando de mim para a Lív.
− Ravena, essa é minha noiva! – Coloco uma expressão fria para Ravena, já que a Lívia olha para ela.
− Muito prazer, Lívia, achei que ele era gay. – Ela fala finalmente apertando a mão da ruiva, mas essa afirmação foi para mim. Ela verifica as horas em seu pulso. – Bom, ainda temos quinze minutos, vamos voltar para os exercícios.
− Estou de saída, pode acumular para a próxima fisioterapia.
− Eu não te liberei, a fisioterapeuta aqui sou eu e estou dizendo que não acabou.
− Estou encerrando essa sessão e vou para casa com minha noiva, algum problema? – Fiquei aguardando ela me desafiar, mas sabiamente não o fez. O problema era sua descoberta sobre minha orientação sexual e o fato de eu ser comprometido e não sua autoridade sobre a equipe. – Vamos lá Celso!
Meu cuidador se posiciona atrás da cadeira e a empurra na direção da saída. Eu podia sentir o olhar da Ravena queimando minhas costas.
− Você está bem? Parece chateado. – Ela pergunta deixando claro que não percebeu o clima pesado.
− Estou chateado pela sua distância, venha e sente-se em meu colo. – Não seria eu a tirar sua inocência.
− Nick, eu estou pesada, me preocupo com você.
− Lívia, você nunca percebeu que eu não sinto as pernas? – Pergunto com diversão e ela sorri sentando-se em meu colo; Celso volta a me empurrar.
− Tudo bem! Porque a fisioterapeuta achava que você era gay? – Ela pergunta quando chegamos próximo ao carro.
− Meus parabéns, Nicholas! – Meu sogro me surpreende com um abraço caloroso depois que ela levanta.
− Obrigado! – Agradeço com sinceridade. – Agradeço a felicitação e também o presente que é a sua filha.
− Por nada! Vê se não estraga tudo dessa vez, não roube minha paciência. – Ele pisca pra mim. – Já que está em boas mãos eu vou direto para a empresa, filha. Até mais tarde!
− Tchau, pai! – Ela dá-lhe um abraço e se volta para mim continuando a falar. – Parece que a tal Ravena estava se contendo para não o engolir vivo.
− Está com ciúmes, futura esposa? – Abro um sorriso malicioso erguendo a sobrancelha.
− Claro que não! – Ela fica na defensiva colocando seus cachos ruivos nervosamente atrás da orelha.
− Quer que eu mude de clínica?
− Não, só continue me respeitando. – Não pude evitar o sorriso, a Lívia estava com ciúmes sim.
− Acontece que ela gostaria de um envolvimento extra profissional, mas não me interesso e dei a entender que gostava de homens para fugir de suas investidas. – Finalmente falo a verdade depois de me divertir o suficiente.
− Entendi. – Ela se inclina e me beija nos lábios sorrindo. – Fico feliz em ter uma chance.
− Você tem cem por cento de chance. – Devolvo o sorriso. Ele me olha por um tempo como se estivesse em transi até que finalmente fala:
− Estou indo para encontrar a Vick e a Lúcia, vamos tirar umas fotos da minha barriga.
− Eu vou ficar de fora?
− Bom, nós... – Ela não conclui, apenas olha as próprias mãos, envergonhada.
− Pode ir tranquila, princesa! Eu estou muito cansado, então não poderei te acompanhar dessa vez.
− Vamos, casal? O Nick tem de cumprir a rotina. – Celso interrompe o clima, esse filho da mãe.
− Vamos! – Ela concorda obediente. Ele me coloca no banco de trás e afivela o cinto garantindo que estou bem preso. Enquanto ela dá a volta para entrar pela outra porta meu cuidador guarda a cadeira no porta-malas.
− Ponha o cinto! – Ordeno quando a Lívia se senta ao meu lado. – Onde você marcou o encontro?
− Acabei de cancelar. – Ela fala tranquilamente com o telefone na mão. – Vou ficar um pouco com você, mas prometo que não atrapalho.
− Você nunca atrapalha, Lív! – Ela se agarra ao meu braço deitando sua cabeça em meu ombro. – Pra quando quer marcar a data do casamento?
− Já?! – Ela se surpreende levantando a cabeça.
− Quando você quiser.
− Depois que o bebê nascer, com certeza! Não quero estar com uma barriga enorme no meu casamento.
− Tudo bem! – Beijo sua testa, apaixonado. – Como quiser!
O Celso parou o carro na minha vaga do prédio e logo entramos no apartamento quase vazio, a não ser pela dona Tereza e a Jane. Fui para o quarto a fim de tomar um banho, tomar os remédios necessários e ir descansar. Meus músculos estavam tão estressados pelo exercício que não paravam de tremer.
Quando estava devidamente limpo e arrumado encontrei-a sentada em minha cama, concentrada em algo no notebook em seu colo. A protuberância de sua barriga fez com que ela colocasse o aparelho quase nos joelhos. Aproximei a cadeira da cama e falei suavemente:
− Ruivinha, apesar de não poder fazer nada eu me sinto realmente cansado. – Ela ergue o olhar me encarado e quase salta da cama. – Ei, desça devagar.
− Desculpa não tinha percebido que já estava aqui, quer que eu saia.
− Você quer ir embora?
− Não, gostaria de ficar com você. – Ela faz um beicinho. Quem diria que essa mudança repentina de humor da minha namorada na verdade eram hormônios da gravidez? Eu não tinha notado o crescimento de sua barriga por estar escondida como um segredo de estado.
− Pode ficar, mas você vai acabar ficando entediada apenas me vendo dormir. – Nem mesmo eu acreditava nas minhas palavras.
− O único entediado aqui sou eu! – Celso afirma enquanto terminava de arrumar os travesseiros nas minhas pernas.
− Não acredito que ainda está aqui, cai fora! – O expulso e ele sai dando tchau cheio de gracinha, ela sorri. – Ele é um abusado!
− Você está bem? Posso deitar com você?
− Deve! – Ela se aproxima e senta apoiada no encosto macio da cabeceira da cama. Minha cabeça está um pouco alta por causa dos muitos travesseiros e fica exatamente no nível de sua barriga redonda. Estou com receio de me aproximar, ela parece perceber, pois se inclina de uma forma que fica muito próxima de meu rosto.
− Pode falar com ele, Nick. – Ela incentiva diante o meu olhar receoso. Então dou um beijo em sua barriga e o bebê se mexe. Escuto a risada da Lív, mas apenas fecho os olhos se nada dizer, apenas esperando as batidas aceleradas do meu coração se normalizarem novamente. Ela mergulha seus dedos finos entre os fios dos meus cabelos e fala baixinho: – Ele gostou de você.
Estava muito emocionado pra dizer algo, então continuei calado de olhos fechados evitando olhá-la e consequentemente me entregar à emoção. Ela continua fazendo o cafuné e começa a cantar uma canção. Somando sua voz ao meu cansaço e junto com o carinho acabei adormecendo, inevitavelmente. Quase adormecendo ouvi o um pequeno trecho.
Se é tempestade, todo medo.
Se for arrependimento, por favor, tira daí.
Você ainda não me tem inteiro
Nem me conhece direito, mas já posso te ouvir.
E quando a barriga for crescendo
Você ainda vai ser linda eu nem preciso te ver
Seca o choro e fica aqui comigo
Que até assim tristinha, eu já sei,
Que eu amo você!*
* Vídeo da canção acima.
https://youtu.be/Z3Ftxzn3hOQ
Lívia
Sentir a barba do Nick roçando minha barriga e seu beijo quente foi a melhor sensação do mundo. Acabei recordando suas palavras da carta que me pediu em casamento e sinto uma sensação maravilhosa, parece que finalmente seríamos felizes.
Ele ficou quieto depois que o bebê mexeu com seu beijo, mas ficou quieto. Toquei seus cabelos macios e comecei a cantar com meus olhos igualmente fechados até ouvir sua respiração pesada se tornar diferente; ele cedeu ao cansaço e adormeceu.
Fiquei alguns minutos observando o homem que eu amava. Seus traços elegantes impressos no rosto perfeito e marcados no corpo sofrido. Apesar de ter bom poder aquisitivo sua vida não era fácil e nunca seria, eu sabia disso quando vim para seu lado e fico grata por ele ter me trazido de volta para casa.
Ao seu lado é a que me sinto verdadeiramente em casa; ele é a minha casa.
Beijo seu lindo rosto aspirando o cheiro que eu amava, sinto sua pele queimando imediatamente procurei o controle remoto do ar-condicionado. Um dos segredos que aprendi com seus pais cuidando dele foi deixar a temperatura do quarto sempre mais baixa para tentar equilibrar sua temperatura corporal constantemente alta, mesmo tomando os antitérmicos essa era uma luta constante contra o termômetro.
Como não encontrei no lugar de sempre fui conferir dentro da gaveta do criado mudo e além do controle também achei uma pequena caixa de veludo semelhante a que estava o meu anel de noivado.
Quando abri a caixa vi que era uma aliança masculina. Imediatamente coloquei-a em seu dedo anelar direto e beijei sua mão. Olhei para meu belo anel com ternura. Passei a mão por sua barba alinhada e ele suspirou profundamente. Resolvi regular o ar-condicionado e deixá-lo descansar adequadamente antes que eu o acordasse.
Desci as escadas tranquilamente e utilizei o banheiro que foi palco da minha humilhação como grávida. Entrei na sala e me deparei com o Celso fechado seu livro de romance velho oeste e me olhando ansioso.
− Ele dormiu? – Pergunta já de pé.
− Sim. Está com febre. – Suspira derrotado.
− Dei o remédio antes de sair do quarto. Fiquei surpreso quando ele disse que ia ser pai, não imaginei que você fosse aparecer grávida de repente.
− Nem eu! – Sorri.
− Lívia, o Nick é um idiota, mas ele te ama de verdade, portanto tenha paciência.
− Eu tenho, Celso, por isso estou aqui.
− Tudo bem, eu vou lá pra ver como ele está. – Acenei mexendo a cabeça e fiquei observando suas costas enquanto pensava na sorte que o Nick tinha de ter um cuidador tão dedicado.
− Meu filho tem sorte de ter você! – Viro-me e dou de cara com a mulher elegante que trouxe o Nicholas ao mundo. – Posso ver o anel?
Estendo a mão para ela em silêncio e ela me dá um sorriso silencioso. Põe a mão na minha barriga e o bebê meche outra vez.
− Ele parece reconhecer as pessoas. – Sorri ao falar para ela.
− Seja bem-vinda a família, minha querida, e obrigada por ficar ao lado do meu filho.
− Eu o amo! – Acho que não precisa falar mais nada.
− Tenho certeza que é recíproco. Venha, vou pedir pra Tereza fazer algo pra você comer, tem que se alimentar adequadamente.
Passo um tempo conversando com as duas mulheres, a dona Tereza falando de suas experiências de vida e a dra. Helene me dando inúmeras recomendações médicas. Voltei para meu apartamento e tomei um banho para também descansar. Até o momento que eu saí o Nick dormia profundamente.
Adiantei alguns trabalhos da faculdade, falei com as meninas contando sobre o pedido de casamento e jantei para ir dormir. Quando deitei e estava prestes a dormir ouço a voz grave e baixa:
− Espero que tenha espaço para mim nessa cama, por que a partir de hoje não vou dormir mais um dia longe de vocês. – Levantei quase num salto, não esperava por isso.
− O que você está me dizendo?
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Se gostar do capítulo deixa sua estrelinha.
Abraços!!!
Até breve!
#gratidãosempre
Capítulo publicado e revisado dia: 24/04/2022
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