Relembrando (Revisão)
Lembro-me perfeitamente da primeira vez que o vi. Eu havia fugido aquele dia de casa, estava cansada de ver meus pais sempre me mandando fazer algo, eu queria aventuras, não queria estar mais na redoma de cristal; queria a vida. Eu fugi pela janela do meu quarto, e deu bastante trabalho driblar todos os seguranças. Mas eu consegui. Eu resolvi passear pelo parque que havia ali perto de casa. Para mim não importava aonde eu estivesse, desde que eu fizesse o que eu quisesse e não o que era mandada. Eu estava caminhando pelo parque quando o vi. Lembro-me que fiquei congelada no mesmo lugar. Eu mal conseguia pensar, que dirá se mover. Eu senti meu coração disparar, e meu raciocínio escapar. Era ele, eu senti, o homem da minha vida. Meu coração me dizia isso, e ele não estava enganado. Eu lancei um sorriso bobo no meu rosto, não sei porque ele foi parar ali, só sei que me senti feliz, que nem uma criança. E meu sorriso só foi aumentando, com cada passo seu em minha direção. E quando ele chegou bem em frente a mim, foi ali que faleci. Ele não era só lindo, era uma miragem, e ainda por cima estava dando valor pra mim, uma pobre garota mal arrumada, e sem brilho nenhum. Só sei dizer que o passeio que demos foi maravilhoso, perfeito. E o beijo que aconteceu depois, foi mais perfeito assim. Ainda consigo sentir, nossos lábios se encaixando suavemente, querendo descobrir o mistério do outro. Foi um beijo tão fofo, mas carinhoso, que me arrepiou até alma. E quando nossos lábios se desgrudaram, minha certeza foi maior ainda. Ele era o homem da minha vida. E o pior foi que em um simples beijo, eu desnudei toda minha alma. Eu me entreguei completamente a ele. Foi tudo tão perfeito. Pena que o que é bom dura pouco, e infelizmente cada um teve que voltar para sua realidade.
Nosso reencontro não foi tão romântico assim, mas foi superespecial, fazia tempos que o havia conhecido, mas nunca o havia esquecido. O problema foi que a partir dali, sempre tivemos que nos encontrar escondidos, até o dia em que tomei coragem e contei aos meus pais. Eles queriam me comer viva, literalmente, mas felizmente, eles não conseguiram separar nosso amor. E hoje graças a deus, eles aceitaram o Alexandre. Não é porque ele era "pobre" que ele não tinha valor, porque ele acabou sua faculdade de administração, e estava começando a construir nossa fortuna, sem a ajuda de ninguém. Pena que ele não pôde desfrutá-la direito.
São tantas histórias separadas, mas unidas, por nossas vidas, que se eu for contar todas, levaria anos para escrevê-las todas. Além do que, elas estarão sempre nas minhas lembranças. E é isso que importa. Eu o amei, eu o amo, e morrerei o amando. Só que agora, eu divido essa carinho em dois. Um pouco pra ele, um pouco pro nosso garotão.
Alexandre teria muito orgulho dele, porque além de ser super parecido com ele, o Júnior, é tão estudioso e dedicado quanto ele. Morro de orgulho. Abafem viu, eu sou uma mamãe babona, mas que mãe não é?
Eu e o Alexandre, vivemos uma vida linda enquanto estávamos juntos. Nosso casamento, tinha brigas, como qualquer outro, mas sempre fazíamos as pazes logo. Primeiro porque não conseguíamos ficar um longe do outro, segundo, porque no fundo sempre nos compreendíamos.
Acho que nossa vida, sempre foi mais ou menos assim. Um pouco perfeita, e um pouco imperfeita, mas muito mais perfeita.
Bom chegou uma hora, que eu parei de ficar relembrando, sim eu também tinha vida naquela época. Aí eu fui correndo para meu note, escrever. Pois relembrar nossa história, fez brotar uma nova história na minha cabeça. Claro que era um romance, e dos bem dramáticos.
Pois eu praticamente nem amo drama. Oka, eu amo drama, mas nas história e não na minha vida. Mas fazer o que, acabei passado pela minha vida também.
Acho que passei dias só escrevendo aquela história, não sei quantos foram, só sei que eu não saía de casa. E a única coisa que me fazia sair do note era necessidades fisiológicas e alimentar, e também o sono. Porque o resto do tempo eu ficava escrevendo. Aquilo era minha vida. Até mesmo meus "queridos" necessitados ficaram para depois. Claro que eu não havia esquecido deles, mas naquele momento a história era mais importante e eu não queria perdê-la de jeito nenhum.
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