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Capitulo 23

Estacionei o carro do Carlos em frente a Unidade e desci do mesmo, entrando no departamento.

-Tenente.. -Um dos nossos policiais passa por mim, me cumprimentando

-Oi -sorrio, me aproximando do balcão principal. -Silvia

-Oi Bru, tá fazendo falta aqui hoje. Aliás, vocês estão! Como a Lud tá?

-Ela tá bem, ficou na casa da mãe..-suspiro. -Sabe do Carlos?

-Na sala dele, tá te esperando

-E o pessoal da minha equipe?

-Nas ruas, todos.

-A Cristal não apareceu por aqui né?

-Não..Ah! Mas a senhorita..Rebecca, apareceu. E te deixou isso -ela me entrega uma pasta

-Hmm..Ok -sorrio. -Obrigada

-Oh tenente, vem aqui

-O que? -a encaro

-Uma moça..veio procurar a detetive Oliveira

Franzo o cenho. -Que moça? -volto a me aproximar

-Bom, ela disse que se chama Isabela, e veio saber se era nessa unidade que ela trabalhava, eu falei que sim, mas que não estava hoje

-Ah..Isabela, tá

-Eu avisei sobre o acidente que aconteceu, e ela disse que não sabia, que mandaria mensagem

-Sabe o que ela queria?

-Não disse nada, mas é bom avisar a menina

-Eu aviso sim.. Obrigada, Sílvia

-Nada -

Me afasto, andando até a sala do Carlos. Não acredito que essa garota vai ficar procurando a Ludmilla agora, mais uma.

Bato na porta do Carlos.

~Entra~

Eu abro a mesma, entrando em seguida. -Oi capitão..

-Tenente, fecha a porta

Eu obedeço, me aproximando da mesa dele. -A chave do carro -eu deixo alí em cima

-Brunna..senta aí, quero conversar com você

-Comigo?

-Por favor?

-Tá.. -Puxo a cadeira, sentando na sua frente.

Ele me encara, com os olhos serrados. -O que tá acontecendo?

-O que?

-Você e a Ludmilla

-De novo esse assunto?

-Sim, de novo. Hoje recebi uma reclamação sobre você

-Oi?

-Olha, se foi a Cristal..

-Não só ela -

Eu dou risada. -Ai, não acredito..que ela teve essa cara de pau

-Brunna, foca na nossa conversa

-O que você quer, Carlos??? Eu já disse que não existe nada entre nós duas

-Então por que a namorada dela me ligou e reclamou sobre a sua atitude?

-Como é??

-É, a Thaissa me ligou, dizendo que você estava se aproveitando da boa vontade da Ludmilla, que encontrou vocês duas no quarto dela

-Claro que eu estava no quarto dela, eu a deixei descansando, capitão!

-Ei ei ei! Não se altera.

-Não sabia que você era a Cristina Rocha, tá resolvendo casos de família??

-Olha como você fala comigo!

-Sinceramente? Você não sabe da metade, Carlos! Essa garota tá o tempo todo em cima de mim, me tratando igual lixo porque acha que vou pegar o lugar dela

-E você vai?

Respirei fundo. -Se ela tem problemas com a Ludmilla, o problema é dela! Não meu. Ludmilla já me contou que não quer mais nada com ela e essa garota continua insistindo e cismando com a cara de todo mundo que se aproxima dela!

-Não precisa ficar nervosa

-Eu fico! -dou um tapa forte na mesa. -Fico porque você não tinha nem que escutar uma baboseira dessa, você tá colocando a vida pessoal da Ludmilla no meio do nosso trabalho!

-Brunna..

Me levanto. -Faz o que você quiser, capitão!

-Eu tô pensando em te afastar do trabalho por alguns dias

Franzo o cenho. -Como é que é? Esses anos todos eu NUNCA fui afastada, ainda mais por bobeira!

-Eu sei. Mas, não é por isso. E sim porque estamos colocando a sua vida em jogo, e a de quem está ao seu lado também. Hoje você recebeu uma carta do seu admirador, perseguidor. -Ele coloca a mesma em cima da mesa. -Ele disse que vai te pegar, e pegar todos que estão ao seu lado nessa delegacia

Pego a carta, dando uma olhada.

-Revistamos tudo, tínhamos medo dele ter colocado alguma bomba por aqui. Mas não tem nada, esse cara parece um fantasma, não aparece em lugar nenhum

-Eu não vou me afastar.

-Você vai, eu tô mandando você ficar em casa esses dias. E acabou, tenente.

-Carlos, não! O trabalho é a minha vida, você sabe! Até doente eu venho trabalhar

-Eu não posso colocar a sua vida em risco, Brunna. Imagina depois ter que me responsabilizar por algo ruim que poderia ter sido evitado.

Eu suspiro. -Ok, você que sabe

-Tá dispensada o resto da semana

-Tá..

-E é uma ordem que você vá na audiência quando pegarmos esse cara, ok?

-Tudo bem -eu me afasto

-Tenente

Abri a porta da sala, encarando o Carlos.

-Me desculpe se te ofendi

-Ta tudo certo. Até semana que vem

-Vamos fazer o impossível pra achar ele

-Uhum

(...)

Saí da sala do Carlos e fui até a minha, pegar algumas coisas pra levar pra casa. Aproveitei pra ligar pra Ludmilla

Ela atendeu, sonolenta, com uma voz rouca que fez meu corpo queimar por dentro.

~Oi bebê~

Sorrio. -Oi..tava dormindo? Te acordei?

~Hmm..pois é~

-Me desculpa

~Tudo bem.. aconteceu alguma coisa?~

-Aconteceu, eu fui dispensada

~O que? Por que?~

-Porque segundo o Carlos, eu tô correndo muito perigo e colocando a vida de todo mundo aqui em risco..Chegou uma carta com ameaças aqui na delegacia

~Esse cara ainda não parou? Ta de brincadeira..~

-Ah, precisamos conversar..Mas depois eu te ligo de novo, aqui não dá

~Tá bom.. é muito sério?~

Suspirei. -Não..talvez

~Não me assusta~

-Bom, a sua amiga Isabela veio atrás de você hoje

~Ah, esse é o assunto?~

-Não..esse é outro

~Isabela...A do veterinário?~

-Me diga você

Ela ri. ~O que ela queria?~

-Silvia disse que não sabe, não deixou recado. Mas ela explicou que você não tava, disse o porque, e a garota disse que te mandaria mensagem.

~Tá bom~

-Tá bom?

~Sim, meu amor~

-Volta a dormir, vai

~Quando vai me ligar de novo, gostosa?~

Sorrio. -Aaai..garota

~Hm?~

-Em casa, tá? Já tô indo -me levanto

~Tá, então vou dormir mais um pouquinho..Beijo, princesa~

-Beijo, até já

~Até~

-Desliga..

~Desliga você~

Eu dou risada. -Para, vai

~Deixa que eu desligo..Mas vou desligar com uma dor no coração~

-Coração não dói, é o peito

~O meu dói!~

Eu volto a rir

~Beijinho~

-Beijo

Lud desliga a chamada e eu guardo o celular no bolso.

(...)

Peguei as minhas coisas e saí da minha sala, trancando a mesma.

-Bru? -Marcos se aproxima com o Xamã

-Oi meninos..

-Onde vai com essas coisas?

-O capitão me dispensou..Por conta das ameaças que chegaram na delegacia hoje

-Ah, cara..Isso tá muito chato -Xamã resmunga

-É..

-Quando pegarmos esse cara, espero que o Carlos deixe eu socar a cara dele -

-Marcos, nada de violência

-Até você vai querer

-Isso é segredo, como descobriu? -eu faço eles rirem. -Bom, semana que vem eu volto

-Bom descanso, e sabe que se precisar da gente, é só dar um toque

-Eu sei, e Xamã..posso falar com você rapidinho?

-Claro

-Tô saindo -Marcos se afasta. -Se cuida

-Você também

Assim que ele vira o corredor, encaro o sargento. -Fica de olho na Cristal, tá? Ela volta primeiro que eu..

-Pode deixar

-Você não deixa ela passar por cima das regras e me mantém informada.

-Tá bom, vamos nos falando

-Obrigada..

-Aproveita o descanso

-Odeio -eu choramingo, me afastando. -Tchau, se comporta

-Tchau, Bru -ele ri

(...)

Já em casa, resolvi tomar um banho antes de ligar pra Ludmilla

No banheiro, quase terminando, ouvi o Calleb latindo muito. Então desliguei o chuveiro logo, me enrolando na toalha

-Calleb? -chamo por ele, andando até a porta

Ele não para de latir, então resolvo abrir. -Calleb! Vem aqui

Logo o mesmo aparece, bem agitado. -Ei, que foi?

Ele me encara, voltando a latir. Saí do banheiro, levando o meu cachorro pro quarto.

Assim que fechei a porta, fui me vestir. Ludmilla ligou no mesmo segundo.

Atendi enquanto colocava a minha camiseta. -O-oi

~Bru?~

-Eu não consigo falar agora

~O que tá acontecendo? Por que o Calleb tá latindo desse jeito?~

-Eu não sei, acabei de sair do banho e.. -Paro de falar quando escuto algo cair na sala. -Droga!

~Brunna??? Fala comigo!~

-Eu não sei, parece que tem alguém na minha casa

~O que????~

Vesti o meu short e peguei a minha arma. Me afastando

~Brunna, ei!~

Saio do meu quarto, andando pelo corredor. Mas quando chego na sala, me deparo com uma pessoa conhecida

Revirei os olhos. -Felipe.

-Opa, abaixa essa arma aí

-Seu idiota! -me aproximo dele. -COMO VOCÊ ENTRA NA MINHA CASA DESSE JEITO?

-Eu bati mil vezes, ia voltar pra trás quando percebi que a porta não estava trancada..acho que assustei até o Calleb

Travo a minha arma, o encarando seriamente. -Sai da minha casa

-Ah, calma aí..Eu vim me desculpar pelo o que aconteceu no hospital

-Ok! Se desculpou, agora sai

-Bru?

-SAI, FELIPE!

-Ih, já vi que não quer desculpa nenhuma. Você que sabe! Mas saiba que eu fiz de coração -ele se afasta, sai do meu apartamento e ainda bate a porta

Volto pro quarto, soltando o Calleb e pegando o celular. -Neném?

~Ai! Por que sumiu??~

Suspirei. -Fui até a sala

~O que? Brunna! Meu Deus~

-Não era nada. Era só o Felipe, entrando sem ser convidado.

~Você tá com medo?~

-Não sei..eu tô.. não sei -sento na cama

~Quer que eu vá pra sua casa? Posso ficar com você, princesa~

-Você precisa descansar, eu só tô assustada. Esqueço que tem policiais na minha porta -

~Eu sei que a minha presença te faz bem, Bru...Deixa eu ir?~

-Não, não posso deixar. Descansa, isso vai passar

~Brunna..~

-Ei, por favor..Me entende uma vez só

~Tá, mas o que queria me falar mais cedo?~

-Ah..Nada, eu nem lembro mais -eu minto

~Se importa se eu desligar? Vou fazer o que mandou, descansar~

-Tá, tudo bem..

~Beijo, me liga qualquer coisa~

-Pode deixar

(...)

~Bru off~

(...)

~Lud on~

Depois que desliguei, eu levantei da cama, indo tomar um banho.

(...)

Me arrumei e saí do quarto, descendo pra sala.

-Opa, onde você vai, garota? -Minha mãe me encara

-Sair..

-Sair? Posso te lembrar que seu braço está machucado e que você deveria estar usando a sua faixa??

-Tá de boa, mãe

-Onde pensa que vai?

-Vou na casa de uma amiga, a Daiane vai junto

-Aham, a Daiane..

-E então? Preciso me distrair..

-Você não vai dirigindo.

-Tá, Silvana!

-Vaza daqui, e não chega tarde!

-Tá bom, beijo

(...)

E assim eu fiz, pedi um carro de aplicativo e fui até o prédio dela.

Chegando lá, toquei a campainha, e logo ouvi o Calleb latindo perto da porta

Ela foi aberta e a Brunna me atendeu com uma expressão fechada. -Ludmilla!

Sorrio. -Nossa, cadê aquele sorriso de sempre quando me vê?

-O que eu falei pra você??

Eu entro no apartamento, agarrando a mesma

Brunna corresponde e nós começamos um beijo, enquanto fechei a porta com o pé

Ela parou em seguida, se afastando. Eu dei risada

-Não! Não vem me ganhar assim, eu falei pra você ficar em casa. Você precisa descansar, isso é muito sério

Ando atrás da mesma, apenas ouvindo

-Você nunca me obedece, é teimosa

Eu a ignoro, agarrando ela mais uma vez, mas agora pelas costas. -Ludmilla..

-Eu vim te fazer companhia, para de reclamar -beijo o seu pescoço, apertando a sua cintura

-..-ela respira fundo. -Me fala que não veio dirigindo

-Não vim, tá feliz?

-Hmm, não sei! -Brunna se afasta novamente

-Fala logo que você tava morrendo de saudade, vai -

Ela ri. -Talvez, mas tem uma coisa que me deixa brava quando te olho

-O que, meu amor? Fala pra mim -

-A sua amiga Isabela, conversou com ela?

-Não? Se mandou mensagem eu nem sei

-Aham

-Lá em baixo tá cheio de polícia, não sei do que você tá com medo -acaricio o Calleb enquanto falo com a Brunna

-De tudo..Acho que nem vou poder pegar a Bella esse final de semana

Me aproximo dela. -Fica calma, isso vai acabar

-Vamos pro meu quarto?

-Vamos

-Pega o meu filho

Eu obedeço, seguindo ela com o Calleb no colo

O coloquei no chão, fechando a porta.

-Deita aqui comigo, tô precisando

Eu tirei os meus tênis enquanto ela colocava algo na televisão,

Tirei a minha blusa e depois deitei do seu lado, sendo agarrada. -Então, vai ficar sem trabalhar?

-Vou, eu tô muito triste

-Não fique.. É melhor pra você -deixo um beijo na sua testa, abraçando ela também.

-Obrigada por vir..

-Aaaaah, quero ouvir isso de novo

-Não! Não muda o fato de você ser teimosa, tá?

-Tá bom

(...)

~Lud off~

(...)

~Bru on~

Eu despertei por volta das 21h. E sozinha no quarto

Sentei na cama, vendo que nem o Calleb tá aqui. -Ótimo, trocou de dona, legal

Me levantei, saindo do quarto logo em seguida. Fui até a sala, encontrando os dois no sofá

-Por que me deixaram dormindo sozinha?? -

Ludmilla me encara sorrindo, essa cara de sapeca..

-Em, mocinha?

-Porque quando eu tô acordada, não sou uma boa companhia, não queria te acordar também

-E o Calleb? Trocou de dona agora? -

Ela ri, enquanto o meu cachorro só me encara. -Muito bom, tá de parabéns

-Deixa de ser ciumenta

-Calleb, vem! -eu o chamo, mas ele permanece no colo dela

-Ih, sem moral

-Shiu! Vem com a mamãe, filho

Ele começa a rodar, mas nada de sair do sofá. -Eu tô mandando você vir!

Agora começa a latir, mas não vem

Ludmilla volta a rir. -Acho que você perdeu mesmo

-Não é justo!

-Canta pra sua mãe, aquela música assim..CIUMENTA, para de ser tão ciumenta

Eu não deixo ela terminar, subindo no sofá e tampando a sua boca. -Fica quieta!

Lud entrou em uma crise de risos, me puxando pra cima dela

-Você não me provoca, tá? Ele é meu filho

Calleb late sem parar, pulando em nós duas

-Socorro, Calleb

-Não fala com ele -

-Ela vai me matar

Eu dou risada, saindo de cima dela. -Dramática. Vem, filho! Desce logo. -Finalmente ele me obedeceu, descendo do sofá

-Ele lembrou o quão louca a mãe dele é -Lud volta a se sentar

-Eu vou te pegar de novo. Quer ver?

-Não! Desculpa

-Cara de pau -me afasto, indo até a cozinha enquanto escuto a Ludmilla rir

Eu bebi um copo de água e voltei pra sala

-Bru

-Oi

-Vamos pedir pizza?

-Tá

-Vem cá

Eu sentei em seu colo, e nós fomos escolher os sabores no celular dela. -Essa pizza de escarola, e essa de brócolis, será que alguém pede?

-Não faço idéia, mas se fosse de couve flor, eu pedia

-Não é a mesma coisa que brócolis?

-Não, tem diferença

-Pra mim é tudo planta

Eu dou risada. -Então pra você são da família da maconha

-Talvez, o orégano também, mas não é nada parecido. Nem quando ela vai pro dichavador

Franzo o cenho. -Você entende bem né?

Ela ri. -Quer de frango?

-Ludmilla!

-O quê???

-Você usa isso???

-Bru..

-Responde!

-Eu usava até entrar na unidade, agora é mais burocrático, e eu tô tentando largar. Mas de vez em quando, eu fumo no meu quarto, ta?

-Você ficou maluca?

-De pouco em pouco, vou me libertando. Mas vai querer de frango ou não?

-Vou

(...)

~Bru off~

(...)

~Lud on~

Nós pedimos as pizzas e a Brunna foi colocar ração pro Calleb. Nesse momento, a Daiane me ligou

-Oi..Dai

~Oi Lud, onde você tá?~

-Me diz que você não tá na casa da minha mãe..

~Não, eu acabei de sair de lá. E ela disse que você saiu comigo~ -Daiane ri

-Que porra, eu esqueci de avisar. O que você disse?

~Eu disse a verdade né! Como eu ia mentir na cara dela?~

Suspiro. -Tô fodida

~E aí, bonitinha?? Não tá em casa, nem na da sua mãe, tá na da Brunna?~

-Sim -

~Uiii~

Eu dou risada. -Sobre lá em casa..Eu briguei com o Renato

~Eu tô sabendo, ele disse que você socou a cara dele~

-É, e socaria de novo, ele tá folgado pra cima de mim -Observo a Brunna entrar na sala, me encarando

~Eu não tô com a mínima vontade de ir pro apartamento também, sério..~

-Você tá com a Fê?

~Sim, vem cá, amor~
~Oi gatinha~

-Oi Fê, vocês estão aonde?

~Estávamos no shopping, agora estamos pedindo um uber, só não decidimos o lugar~

-Ei -

Eu pauso o microfone da chamada, olhando a Brunna

-Chama elas pra virem aqui

-Essa hora, Bru? Tem certeza?

-Tenho, e aí quando você for embora, você pode ir com elas

-Eu posso ir sozinha

-Não pode nada!

-Posso!

-Eu levo você, então

-Tá, eu chamo elas pra virem

-Você não tem vergonha!

-Vou chamar, shiu. -Desbloqueio o microfone. -Dai?

~Oi vaca, para de fazer isso~

-Vem aqui na casa da Brunna, ela que tá chamando

~Eu quero ouvir a voz dela, você é mentirosa~

-Mentirosa é você, vadia

-Pode vir, Dai

-Viu??

~Oi Bruuuu, tá bom, manda o endereço aí~

(...)

-Neném, as pizzas chegaram, eu vou descer -me levanto

-Eu vou com você

-Não, pode ficar -

-Tem certeza?

-Tenho, eu sou forte o suficiente

-Ai Ludmilla! Eu vou junto, seu braço tá ruim

-Se duvidar, te pego no colo agora

-Para! -Ela corre na frente

-Me espera

Nós saímos do apartamento, junto com o Calleb. Pegamos o elevador e descemos pro térreo

Enquanto a Brunna foi pegar as pizzas com o porteiro, eu fui acompanhar o meu filho pra ele fazer xixi na grama, e encontrei quem eu não queria.

Felipe se aproxima. -Olha..Ele gosta mesmo de você

O encaro. -Olha, você já tá fora do hospital né, não se arrebentou o suficiente

Ele ri. -E você..vejo que não deram o tiro no lugar certo

Serro os olhos. -Vai se foder.

-Vai você, Ludmilla

-Quem veio me incomodar foi você, não vem querer um murro agora, tá?

-Por que? Ta ocupada sendo babá do cachorro?

Respirei fundo, ignorando ele. -Vem, Calleb -Eu me afasto, sendo seguida por ele

-Não sabe conversar, Ludmilla? Só quero bater um papo

Encaro a Brunna, que se aproxima com as caixas nas mãos. -O que ele quer?

-Nada, só encher o saco. -Eu pego duas e ela fica com duas

-Senhorita, tem visitantes apertando seu interfone

-Atende elas, eu olho o Calleb -ela diz

Agradeço o porteiro e peço pra ele abrir o portão. Daiane e Fernanda entram, encantadas com o prédio. -Tá de brincadeira, que lugar maravilhoso

-É..bem bonito aqui -Eu as cumprimento

-Já dá pra gente se mudar pra cá -Daiane diz

-A Bru mora na cobertura..

-Tem piscina?

-Tem, mas nada de entrar uma hora dessa viu, Daiane

-Pode deixar, senhorita

E falando em Brunna, ela se aproxima.. -Oi meninas

-E aí, Bru! Como você tá?

-Tô bem, e vocês?

-Não muito! Porque nós pegamos um carro que era uma motorista, Daiane ficou conversando muito com ela, sabe?

-Ah, Fernanda! Para

-Não interrompe a minha conversa com a BRUNNA.

Eu dou risada

-Ninguém merece.

-Vamos indo, eu vou te contar -

As duas se afastam na frente e eu encaro a Daiane. -Se fodeu, porque se a Brunna der conselho..ela vai dar a favor dela -

-Me ajuda nessa! Eu nem fiz nada, a Fernanda que cismou -Nós começamos a andar. -Quer que eu leve as caixas?

-Sim, eu vou pegar o Calleb

-Quem é esse?

-O cachorro

-Já tá bem moradora daqui né

Entrego a caixas pra Daiane e pego ele no colo. -Talvez

Ela ri. Nós duas seguimos pro elevador

[...]

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