Capítulo 21
Renato entrou também, me deixando sozinha com aquela maluca
Eu desencosto da parede e ia me afastar, mas a Thaissa se aproximou, segurando no meu braço. E eu coloquei a mão em minha arma, a encarando. -Me solta
-Sai de perto do que é meu, policial de quinta.
Dou risada. -Você não me conhece e não sabe o que tá falando, garota
-Ah eu sei bem, conheço quando uma galinha quer ciscar no meu território!
-Seu território? Ela nem te dá atenção
-Faz favor, Brunna. O que ela vai querer com você, ahn? Eu queria muito saber e entender o que passa nessa sua cabeça!
Eu me calo.
-Ludmilla tem que ser muito idiota pra querer alguém seis anos mais velha que ela. Ao contrário de você, eu posso dar uma família pra ela, e pro nosso bebê
Engulo seco..
-Você vive pro trabalho, tenente -ela debocha. -Eu vou tirar a Ludmilla disso. Ah, e desculpa se te peguei de surpresa -Thaissa leva a minha mão até a sua barriga. -Se quiser ser madrinha..
Eu puxo a mão rápido, vendo ela rir. -Ela não te contou?
-Me deixa em paz, não tenho tempo pra perder discutindo com uma criança..
-Eu sou criança?
-Me erra, Thaissa!
-Ui, calma, tenente! Só tô te mostrando que não é pra ciscar no que é meu -ela volta a se aproximar, me olhando nos olhos
-Eu não tenho medo de você -
-Deveria ter.
-Você que deveria -sorrio
O pessoal sai do quarto e nós ficamos nos encarando. -Meninas?
Olhei pra Silvana..
-Bom, ela é toda sua, Bru..Já estamos indo, qualquer coisinha me liga, tá?
-Pode deixar...
-Eu vou ficar mais um pouco
-Não, Thaissa! Ela tem que descansar -Daiane sai puxando a garota
-Ai! Me solta!
Renato ainda me encara, mas eu o ignoro. E assim que eles se afastam, eu entro no quarto
Ludmilla me encara...
Deixei as minhas coisas na poltrona e me aproximei da cama. Respirando fundo...
Ela suspira.. -Bru..
-Ela tá grávida, Ludmilla?
Ela abaixa o olhar, segurando a minha mão
-Não.. não me toca -Eu começo a chorar
-Mas..-Ludmilla me encara. -Me desculpa
-O problema não é ela estar grávida, até porque eu nem estava com você quando ela engravidou! O problema é você saber e não me falar!
-Eu não falei porque eu ainda não sei!
-Não mente pra mim! Para de me esconder as coisas
-Eu juro que não sei! Ainda não saiu um resultado
-Mas você sabia da possibilidade, não sabia??
-Sabia..
-E por que não me falou??? Por que não me contou, Ludmilla???
-Você não estaria aqui agora
-Não mesmo! E não teria passado pela provocação dela! Essa garota fez questão de jogar na minha cara alí do lado de fora!
-Desculpa
-Desculpa não adianta! -Enxugo as minhas lágrimas.
-Pode ir embora se quiser.. Tá tudo bem, eu te entendo
-Cala a sua boca! Ouviu? Cala!
Ela me encara, sem dizer mais nada. Sentei no sofá, tampando o meu rosto com as mãos...
-Bru, não fica assim, me perdoa
A encaro..
-Não liga pra ela.
-Sabe há quanto tempo estamos tendo algo, Ludmilla?
-Sei..
-Responde então
-Duas semanas
-Duas semanas e já tá um inferno!
-É..eu sei
-São só duas semanas!
-Eu já disse..pode ir embora
Eu me levanto. -Tem certeza que quer isso??
-Se for melhor pra você, pode ir
Respirei fundo, me afastando. Mas eu não iria embora, apenas ia procurar um médico pra aumentar a dosagem do remédio
-Brunna
-Eu já volto!
-Espera..
Seguro na maçaneta da porta, respirando fundo.
-Bru.. Eu..-ela suspira. -Eu te amo
Essas três palavrinhas me pegaram de jeito, entraram na minha mente, no meu coração, até a minha expressão mudou.
Eu a encarei. -O-o que..?
-Fica comigo..Me desculpa por tudo isso, eu não queria que tivessemos começado nessa agonia, nessa confusão
Me aproximo. -O que você disse, Ludmilla?
-Eu disse que te amo.
-Você tem noção do que falou?
-Eu te amo, Brunna. Entendeu agora? E não tô falando da boca pra fora..te conhecer foi a melhor coisa que me aconteceu, como se já te amasse de outras vidas
-Lud..
-Fica comigo
-Eu vou ficar
-Não sai..Vem, deita aqui comigo
-Neném, não dá
-Dá sim, deita..por favor
Olhei no relógio, já se passava das 20h. -Preciso falar com uma enfermeira sobre o seu remédio
-Depois...Vem
Eu sentei na cama, deitando ao seu lado. -Você precisa se acalmar..sua febre não vai passar assim, cadê a bolsa?
-Eu tirei..
-Ludmilla!
-Não..deixa assim, eu só preciso de você -ela choraminga
Nos abraçamos, Lud deitou a cabeça em meu ombro, suspirando. -Eu tô aqui..-deixei um beijo na sua testa
-Tá doendo, Bru..
Sinto o meu coração apertar. -Mas vamos conversar depois..
Lud se calou e eu fiquei alí, fazendo cafuné nela..
Quando a Karen entrou no quarto, ela ja estava dormindo. -Oi..
-Oi..ela só se acalmou quando sentei aqui
-Tudo bem
-Você veio medicar?
-Sim
-Olha..Dá uma dosagem maior, essa febre não abaixa por nada
-Eu preciso que o meu chefe aceite..Tenho que falar com ele antes, então vou dar a mesma dosagem ainda
-Mas não demora pra falar com ele, por favor
-Tá bom
(...)
Já se passava das 22h quando a Lud acordou delirando, eu tinha acabado de sair do banheiro
-Cadê... cadê a minha mãe? -Ela pergunta, mas não pergunta pra mim e sim pra alguém que só ela está vendo, do outro lado da cama
Eu me aproximei..
-Não! Você não sabe de nada, CADÊ A MINHA MÃE
-Ei ei ei, calma -acaricio seu rosto, trazendo a atenção dela pra mim. -Meu amor, sua mãe foi pra casa
-Bru?
Eu não acredito que até delirando ela sabe que sou eu
-Sim, sou eu
-Esse cara aqui do lado é quem? Ele disse que a minha mãe morreu
-Você tá mal, Lud.. tá muito mal, sua mãe tá bem
-Mesmo?
-Sim, fica calma
-Bru, eu preciso ir no banheiro
-Você precisa se acalmar antes
-Eu tenho medo
-Medo do que?
-Dessa escuridão
Eu dou risada, abraçando ela. -Eu tô aqui... tá tudo bem
-Licença -Karen entra no quarto. -O que tá acontecendo?
-Ela tá começando a delirar, tá vendo gente e tá achando que aqui tá escuro, tá super claro.
-Tudo bem, deixa eu medir a temperatura
Me afasto..
-38.9
-Tá vendo? Não tá abaixando.
Karen tira os cobertores, e até o lençol de cima dela. Deixando a Lud só de camiseta e cueca
-Eu não posso aplicar outra dosagem agora, ela precisa sentir frio
-Tá...
Karen se afasta e eu respiro fundo, sentando ao lado da Lud. -Ei, tenta descansar
-Bru..
-Calma -Segurei a sua mão, vendo ela tremer. -Vai ficar tudo bem
-E-eu tô com frio
-Eu sei, mas não pode se cobrir, neném.. Desculpa
-Me abraça?
Eu deitei ao seu lado, puxando ela pra um abraço. -Vem..
Faço um cafuné em sua cabeça, até ela conseguir dormir. Agora me sinto mais culpada ainda, cada vez que ela fica pior..
Acabei dormindo junto com a Lud, quando despertei já eram 2 da manhã.
Peguei o meu celular e dei uma olhada na hora. Estamos na mesma posição, mas agora ela está com soro e tem algo dentro dele, acho que algum remédio
Respirei aliviada, finalmente a medicaram corretamente.
Eu puxei o cobertor, cobrindo até a sua barriga. Tirei o seu braço de cima de mim e me levantei, indo até o banheiro
Nunca pensei que gostaria tanto de uma pessoa, ao ponto de ficar com ela o dia todo no hospital
Assim que saí do banheiro, eu sentei na poltrona ao lado da cama, e não percebi quando acabei cochilando novamente
Só despertei com a sua mão fria tocando o meu rosto, em um carinho delicado
Abri os olhos, encontrando os dela. -Bru..
-Oi, você melhorou?
-Acho que sim
-Deixa eu ver se o termômetro ficou aqui -me levanto, procurando ele nos aparelhos que tem no quarto. -Achei...
Eu me aproximei da Lud, tirando a temperatura da testa dela. -37.6, abaixou..
-Você não tá cansada? Vem deitar comigo
-Eu tô bem, você que precisa descansar
-Bru, deita comigo
-Shh, tá tarde..
-Eu vou gritar se você não vier
Dou risada. -Ai Ludmilla, para de ser assim viu???
-Não
-Me lembra de tirar a sua arma quando você voltar -Eu deito junto com ela
-Você é ruim comigo naquela delegacia, prefiro você aqui..-Ludmilla me agarra por trás. -De conchinha comigo
-É..eu também prefiro -Me aconchego no seu corpo, sentindo a sua respiração quente em meu pescoço
-Entra no cobertor comigo
-Eu acho melhor não..
-Por que, medrosa?
-Medrosa é você
Lud levantou o cobertor, me puxando pra grudar os nossos corpos, e assim nos cobriu. -Pronto..Te mordi?
Dou risada. -Fica quieta..
Sinto sua mão apertar a minha cintura, e eu fecho os olhos..
-Se estiver se sentindo incomodada pode se afastar
Incomodada? Com esse volume na minha bunda? Ah não, imagina
Sorrio, Ludmilla é cínica demais. -Não estou -seguro a sua mão, entrelaçando os nossos dedos
-Então, boa noite..
-Boa noite, meu bem
-Oh Bru..
Dou risada. -Que foi?
-Nada...
-Então shh
(...)
Abro os olhos, encontrando a claridade..
Eu me levantei e peguei as minhas coisas pra ir até o banheiro.
Depois que fiz as minhas higienes, eu fui sair do mesmo e dei de cara com uma Ludmilla sonolenta encostada no batente da porta
Dei risada. -Olha quem tá de pé..Bom dia
-Bom dia, Bru -ela passa por mim, apertando a minha cintura, ama me provocar
Sorrio, andando até o quarto. Olhei em meu celular, são exatamente 07:35
Sentei na poltrona, colocando os meus coturnos novamente, foi quando a Karen entrou no quarto
-Bom dia
-Bom dia -eu digo.
-Ela levantou sozinha?
-Sim..Tá bem melhor
-De madrugada colocamos a dosagem maior, que bom que resolveu
-Pois é.. -eu termino de amarrar os meus sapatos, me levantando. -E agora?
-Vamos medir a temperatura dela, ver como tá o ferimento. Ela vai ficar em observação hoje, se tiver bem..a noite vai pra casa
-Tá legal
-Avisa que vou trazer o café, e os remédios
-Tá bom
Karen se afasta e eu encaro a porta do banheiro, Ludmilla abre ao mesmo tempo, com uma cara de culpada
-Que foi?
-Então..
-Que cara é essa? -eu ameaço rir, mas segurei
-Eu meio que..derrubei a pasta de dente do hospital na privada
-Ludmilla..puta merda
-Olha o lado bom, eu consegui usar
-Você é muito desastrada -ando até ela, entrando no banheiro.
-Como vamos pegar?
-Não vamos -eu dou risada, encarando o vaso
-Por que??
-Porque alguém fez xixi e não deu descarga
-Ah, fui eu -ela ri
-Esquece..A gente coloca outra no lugar
-Mas tem que tirar daí né
-Você vai tirar -eu ia me afastar, mas ela me segurou pela cintura. -Nem pensar
-Eu tô machucada
-O xixi é seu -
-E eu tiro com o que?
-Hmmm, não faço idéia -
-Se você me arranjar uma sacola, eu tiro
-Tá com nojo de você mesma
-Tô com nojo da água da privada
Eu dou risada. -Como você consegue fazer essas coisas, menina?
-Não sei..Ah, quer saber? Bora deixar aí, depois eu tiro
-Neném, não dá pra deixar aí
-Dá, vamos -ela me puxa pra andar
-Lud..meu Deus
Nós saímos do banheiro, fechando a porta. -A Karen veio aqui?
-Veio, disse que vai trazer o seu café -
-Tá..Eu preciso de...uma calça
Sorrio. -Senta aí, vai! Depois você se veste
-Gosta de me ver assim né
-Para de falar besteira
-Ah, besteira? Ou verdades?
-Quieta -
Ludmilla sentou na cama novamente, se cobrindo. -Oh Brunna..
-Hm?
-Você não tem que trabalhar?
-Eu disse pro Carlos que tô com você -me aproximo. -Ele disse que tá tudo bem
-Eu prefiro você aqui mesmo..Ainda tem um fugitivo atrás de você..
-Sabe..eu nem lembrava disso -
Sou puxada por ela, que sela os nossos lábios. Eu correspondi, levando a mão até o seu rosto
Nosso beijo lento, terminou com uma mordida em meu lábio, onde ela soltou lentamente
Suspirei... -Ontem..
-Hm
-Você lembra o que me disse?
-Eu tava com febre mas ainda não tava delirando..Eu te amo, princesa
-Princesa?
-Você sabe que é uma..
Deixo um selinho demorado nela, só nos afastamos porque bateram na porta
Quem entrou foi a Silvana, arrancando um sorriso da filha. -Bom dia
-Bom dia -nós respondemos
-Tudo bem, Bru? -ela me cumprimenta
-Sim
-E você, em?
-Tô bem, mãe
-Agora, não mente
-Me conta tudo, porque ela não vai contar
-Cadê os meus irmãos?
-Estão aí, eles e a Dai..Brunna, se você precisar ir trabalhar, te agradeço muito por ter ficado com ela
-Não vai não, Bru
-Ludmilla, toma vergonha, ta?
Eu dou risada.. -Tá tudo bem, o Carlos liberou...Bom, e sobre ontem, a febre aumentou bem mais..ela chegou a delirar, mas aumentaram a dose do remédio e ela acordou bem
-Deu muito trabalho?
-De maneira alguma
-Viu, mãe? Só você tem reclamações de mim
-Tenho mesmo
-Aaaah, tá bem melhor hoje em -Daiane se aproxima com os irmãos dela
-Tá mesmo, ontem tava parecendo uma múmia
-Vai se foder, Yuri.. antes que eu me esqueça
Ele ri, entrando no banheiro. Enquanto a Luane abraça a irmã, e a Silvana ajeita as coisas dela. -Vem cá, o médico já passou por aqui?
-Sim, disse que vai trazer o café dela e que a partir de agora a Lud está em observação, se não tiver mais febre pode ir pra casa
-Que bom
Daiane se aproxima. -Oi
-Oi..-a encaro
-Quer tomar um café comigo?
-Pode ser
-Cara, por que tem uma pasta de dente na privada? -Yuri pergunta confuso
Eu dou risada. -Explica pra ele, Ludmilla
-Foi sem querer!
-Ai filha, não perde essa mania de perder as coisas dentro do vaso né
-Shiu, mãe!
-Eu e a Brunna vamos no refeitório -Dai avisa, me puxando
-Tá bom
Nós saímos do quarto, andando pelos corredores do hospital. -E aí, ela deu trabalho?
-Não, só essa teimosia dela que é difícil
-É, isso é...Eu não pude deixar de ouvir a Thaissa falando ontem com o Renato, que te colocou no seu lugar.. Aconteceu alguma coisa?
Suspiro. -Ela veio falar merda pra mim, aquela hora que vocês foram embora em seguida
-O que essa idiota disse?
-Mandou eu ficar longe do que é dela, essas coisas -Nós sentamos em uma mesa
-Sério que ela perdeu o tempo dela falando isso?
-Foi, disse que tá grávida, e que..pode dar uma família pra Ludmilla e eu não porque só tenho tempo pra trabalho e blá blá blá
Daiane ri. -Ai, fala sério. A Thaissa não muda, cara..E nem vai mudar
-Bom..eu não quero briga com ela, mas também não sou de recuar se vier pra cima de mim, entende?
-E você tá certa..
(...)
~Bru off~
(...)
~Lud on~
-Oi Lud, como você tá? -Karen ajeita o meu café da manhã em cima da mesinha
-Eu tô melhor
-Vou dar uma olhada no seu ferimento e te medicar a última vez, depois é só observação
-Tá bom
-Come tudo
-Hmmm, missão difícil
-Vai comer tudo sim -minha mãe se aproxima. -Se não eu vou enfiar goela abaixo
-Vou comer, Silvana
Eu começo a comer, enquanto observo os meus irmãos jogados no sofá, mexendo no celular
E minha mãe parada do meu lado esperando a comida da bandeja sumir
Karen estica o meu braço, aplicando remédio na minha veia. -Cadê a sua namorada? Já foi?
Eu engasgo, recebendo a atenção de todos. A minha mãe bate nas minhas costas. -Calma, garota! Toma o leite, anda
-E-eu tô bem..ai, mãe! Isso dói
-Voltou??
-Voltei -respiro fundo. -É..ela não é minha namorada
-De quem estão falando? -Yuri pergunta
-Da Brunna, é óbvio -Luane
-Dela mesmo.. É que, não é qualquer pessoa que passa a noite em um hospital, só alguém bem próximo..pelo menos eu acho, desculpa -Karen diz
-Ludmilla com uma mulher gata assim? Ela só arranja tranqueira
-Fica na sua, garoto
O meu irmão ri, fazendo eu revirar os olhos.
-Mais algum motivo pra você ter pensado que elas são namoradas? -A minha mãe me encara com os olhos serrados, enquanto pergunta pra Karen
Ignoro aquele olhar dela, focando na minha comida..
-Não, senhora..
-Hmm, sei
Ela desfaz o meu curativo, limpando o ferimento. -Ele tá bem melhor, Lud..
-Que bom, não aguento mais esse lugar
Brunna entra no quarto com a Daiane, eu a encaro..
-A Fê tá vindo pra cá te ver
-Hm, tá -
-Tá comendo? -
-Fingindo, Brunna -Minha mãe diz
-Mentira, tô comendo
-Mentira nada, garota!
-Eu tô comendo, mulher!
-Então come calada
Observo a Bru colocar o cinto e ajeitar a arma, eu amo esse jeito dela, mais do que o jeito meigo
-Pronto, curativo feito. E come essa comida toda
-Você também, Karen??
-Sim!
O pessoal dá risada e eu sorrio. -Que chatos
-Come logo, Ludmilla
-Mais um comentário desse e eu não como, tá?
-Deixa de drama -Bru se aproxima. -Já já você tá em casa...
-Ah, eu não quero ficar de recuperação naquele apartamento.
-Pode ir pra minha -Minha mãe diz
-Piorou
-Olha! Tá querendo apanhar hoje é?
-Não, eu vou pra sua, mãe
-É melhor mesmo. O Renato não desgruda da Thaissa e agora ela vive lá enchendo o meu saco -Daiane resmunga, sentando do meu lado
-Por que você não arranja outro lugar pra morar com a Fê? -Luane dá idéia
-Seria uma boa se a Lud também saísse de lá, não vou deixar ela sozinha com o maluco do Renato
-Obrigada pela consideração -
Ela ri, me abraçando. -Eu te amo
-Eu também te amo
(...)
Estávamos conversando quando a Fernanda entrou no quarto. E minha mãe foi levar os meus irmãos na escola. -Oi oi
-Oi amor!
-Oi Fê -eu sorrio, depois dela beijar a Daiane, se aproxima me dando um abraço
-Que bom que tá melhor, chata
-Chata é você..Essa é minha chefe
-Ah, Brunna?
-Isso mesmo.. -elas se cumprimentam
-Me chamo Fernanda
-É minha namorada -Dai diz
-Muito prazer..
-Você é gata mesmo em, tinha razão, Ludmilla
-Cala a boca..porra
Brunna ri.
-Agora tá com vergonha? Hmm, muito tarde, não acha? -
-Por que vocês não vão caçar o que fazer um pouquinho? -
-Tá bom! Amor, me mostra a cafeteria?
-Mostro, a gente já volta
-Juízo, Oliveira
-Vai, Fernanda! Tchau
Elas saem do quarto rindo e eu encaro a Brunna. -Tá vendo? Meus amigos..
-Você é igual, meu amor
-Mentira, tá?
-Mentira nada, você implica desse jeitinho
Puxo ela pela mão.. -Senta aqui
-Conhece elas desde quando? -Bru senta ao meu lado na cama
-Ahn..bom, a Dai desde criança, e a Fê conheci aqui na escola
-Desde criança?
-Sim, somos praticamente irmãs...Daiane é mais filha da minha mãe do que da mãe dela, entende?
-Entendo
-E a Bella tá bem?
-Já melhorou -
-Vai ficar com ela esse final de semana?
-Todos
Eu sorrio.. -Vai deixar eu ficar também?
-Ah, você quer?
-Claro
-Se estiver recuperada...
Coloco a mão em sua coxa, fazendo um carinho. -E...quem era aquela sua amiga?
Brunna serra os olhos, me fazendo rir. -Que amiga, Ludmilla?
-Do seu apartamento
-Tá interessada?
-Eu? Eu não, ela que ficou em mim
-Por que diz isso?
-Ela meio que deu em cima de mim, não percebeu?
-Ela tava bêbada, a Rebecca é assim
-Tem certeza, neném? Sua amiga sabe de alguma coisa sobre nós duas?
-Sabe, é a única que sabe
-Então acho que ela não é tão sua amiga assim..
Ela suspira. -Eu não percebi, sério
-Não fica brava comigo
-Não tô brava com você, eu vou prestar atenção nisso
-Por que? Tem ciúmes?
-Fica quieta, Ludmilla
-Fala logo que você morre de ciúmes da garotinha que conheceu semana passada
Ela ri
-Fala, Bru! Fala que você se apaixonou de vez
-Eu mandei ficar quieta
-E se eu não ficar, em?
-Eu faço você ficar
-Então vem fazer
-Olha quem tá melhor -Karen nos interrompe, acabou com a minha graça.
-Oi Karenzinha
-Oi Lud, se sente bem?
-Sim, ainda vou reclamar desse ferimento ardendo
Ela ri. -Tá ficando bom, tenha paciência. Tá? -Karen acaricia o meu braço e eu percebo o olhar da Brunna, depois não tem ciúmes
-Tá bom..Mas vem cá, deixa eu te pedir uma coisa?
-Não sei se eu deixo, você já comeu?
-Já
-Fala
-O que você acha de me trazer algo de sobremesa que não seja gelatina?
-Deixa eu pensar.. não!
-Ah, Karen! Por favor, vai
-Posso pedir algo em troca?
-Pode
-Licença..-ela se aproxima, sussurrando em meu ouvido. -Já que você não namora, o que acha de me passar o seu número?
A encaro. -Em troca da sobremesa?
-Sim
-Tá, me dá o celular
-O que você tá fazendo, Ludmilla?
-Negócios, tenente -Eu digo pra Brunna, anotando o meu número no celular da Karen
-E como sabe fazer negócios essa sua detetive..
-É, eu tô vendo
-Pronto
-Bom..o que quer de sobremesa? -
-Hmm, tenta acertar o que eu quero...
-Tudo bem, engraçadinha. Eu já volto
-Tá, mas tem que ser bom
-Pode deixar -
Assim que a Karen sai da sala, a dona encrenca começa a me estapear, e eu a rir.
-Para!
-O que você fez???
-Passei o meu número
-Eu vou te matar
-Não, Bru! Calma -Eu dou risada, sentindo a sua mão apertar o meu pescoço. -Perai, Bubu
-Bubu é uma porra!
-Deixa eu explicar
-Explica logo, minha mão tá fechando mais
-Pera!
[...]
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