XLV - SOB O LUAR
Era cerca de meia-noite e passos pesados deixavam rastros na terra molhada. O único foco de luz que se destacava naquela escuridão provinha da estalagem, especificamente do bar que também funcionava como recepção. Aquele sujeito aproximava-se lentamente da porta dupla de madeira, em uma mão segurava um revólver e em outro um punhal de cabo branco, onde estava grafado um pentagrama.
Vânis marchava até o local, que ainda estava funcionando. A música instrumental ressoava no pequeno rádio a pilhas, havia poucos homens que ainda bebiam e outros dois que já tinham desmaiado pela embriaguez e lá mesmo no chão dormiam. Ela entrou pelas portas semiabertas e observou ao redor. Não encontrando o que procurava, ela continuou a marchar até a escadaria, porém, o homem de óculos apareceu na frente dela.
— O que deseja, dona? Não pode entrar aí, não temos mais...
O tiro foi certeiro. Antes que o homem pudesse concluir a sua fala, foi atingido no meio da testa, fazendo-o tombar no chão subitamente. As outras pessoas entraram em pânico após aquele estrondo e correram desorientadas pelo salão como moscas encurraladas até encontrarem a saída. A guardiã subiu as escadas tranquilamente e estava preparada para procurar o feiticeiro por todos os cantos, nem que fosse necessário arrombar as portas dos quartos.
Lú despertou com o barulho do tiro. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas pressentia o perigo. Samy ainda dormia com a cabeça apoiada no peito dele, e pelo visto, estava profundamente adormecida, não despertaria por nada no mundo.
— Samy, acorde! — ele disse sussurrando ao chacoalhá-la.
Ela apenas moveu o braço, abraçando o corpo dele e respirou alto. Lú voltou a chacoalhá-la enquanto escutava barulhos do lado de fora, no corredor. Parecia que as portas dos quartos estavam sendo arrombadas e ele ouvia gritos acompanhados por um som estridente e oco.
— Samy! — ele insistiu, mas a jovem sequer moveu suas pálpebras.
Alguns passos ecoaram pelo piso de concreto, alguém se aproximava do quarto deles. Lú temia que fossem os caçadores, não podia ser outro inimigo. Ele levantou-se retirando com cuidado Samy de cima dele. Apenas pegou a mochila da ex-sereia e a jogou nas costas. Ele precisava fugir dali e salvá-la de quem estivesse em seu encalço.
Ele escutou a porta de seu quarto ser forçada a abrir, como se alguém a chutasse repetidamente. Dessa vez, Samy despertou. Ela acordou atordoada, estreitando os olhos e observando em volta, parecia não se recordar de onde estava.
— Samy! Precisamos fugir!
Samy ainda não havia se dado conta do que estava acontecendo até a porta do quarto se abrir com força, batendo contra a parede. Vânis sorriu ao se deparar com a sua caça.
— Que lindos! — ela disse. — Finalmente os encontrei.
A ex-sereia paralisou quando viu a arma daquela mulher apontar para ela. Lú estava estarrecido, não sabia o que fazer, precisava fugir dali, mas o seu poder parecia adormecido dentro dele. Ele fechou os punhos e procurou se concentrar em seu escudo mágico, mas nada aconteceu.
— Sereia... — Vânis falou, raivosa. — Você irá pagar pela humilhação que me fez passar!
Samy não entendia o que ela queria dizer, mas sabia que a mulher não estava de brincadeira. O seu dedo tremia no gatilho, ela ia atirar para matar e não havia como a ex-sereia escapar.
— Samy... — Lú murmurou, também estava inerte e não sabia o que fazer para protegê-la.
— Vai para o inferno! — Vânis gritou ao mesmo tempo em que apertou o seu dedo no gatilho.
Lú agiu por impulso. Sem conseguir projetar o seu escudo, só lhe restou atirar o corpo na frente do de Samy. O tiro o atingiu no peito, fazendo-o cair nos braços da jovem arquejando de dor.
— Lú!! — Samy gritou, desesperada, ao ver o sangue do feiticeiro sujar suas mãos.
Vânis olhou perplexa para aquilo, mal acreditava no que os seus olhos tinham visto. Se aquele sujeito azul era realmente o feiticeiro, ele era bem mais interessante que imaginava.
— Que sujeito trouxa! — ela zombou. — Nunca pensei que isso seria tão divertido.
Mais uma vez, Vânis mirou o cano do seu revólver no casal, não se importando com o feiticeiro que agonizava à frente do seu alvo principal. Samy. Ela sorria como uma psicopata, se vingar da ex-sereia era o seu maior desejo, nem se importava tanto com o homem azul.
Lú colocou a mão em seu peito nu. A bala havia perfurado o seu pulmão direito, ele sentia uma certa dificuldade em respirar, porém, o seu corpo ainda estava muito fraco e a dor era aguda, estava difícil se manter consciente.
— Adeus!
Vânis despediu-se e ia finalizar naquele momento, porém, ela foi surpreendida. Antes que pudesse apertar o gatilho, o vidro da janela se estilhaçou subitamente. Uma pessoa misteriosa do lado de fora quebrou os vidros com os próprios pés e adentrou. Antes mesmo que os olhos humanos percebessem, ela havia atirado um punhal contra Vânis, atingindo-a no ombro. Com o impacto perfurante, a guardiã efetuou o tiro com seu revólver, entretanto, a bala acertou o colchão da cama a poucos centímetros do feiticeiro.
Samy e Lú estavam boquiabertos, tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Ao lado da cama, estava uma caçadora de Karen e ela havia atirado o punhal contra Vânis.
— Vão embora! — a caçadora ordenou ao casal.
Lú não entendia. Ela estava deixando-os escapar? Ele preferiu não discutir, tentou se erguer, mesmo com dificuldade por conta da dor no peito e pegou na mão de Samy, antes que pudessem correr, a caçadora os interceptou com uma espada recém empunhada, bloqueando a passagem. Olhando para eles pelo canto do olho através da sua máscara branca, ela ordenou.
— Vão pela janela. Rápido!
Lú não perdeu tempo, correu para a janela, pegou Samy no colo e atirou o seu corpo para o lado de fora. Os seus pés nus se cortaram ao pisar nos cacos de vidros, a dor em seu peito ocasionado pela bala ainda era eminente e além disso, não conseguia invocar o seu poder. Eles estavam caindo.
Samy agarrou no pescoço do feiticeiro e fechou os olhos. Ela estava amedrontada, nunca sentira tanto medo em sua vida, nem mesmo quando perdeu o seu bebê há alguns anos. Agora ela sabia o que era estar diante da morte e conseguia entender porque os humanos a receavam tanto.
Lú fez um último esforço, tentou se concentrar o máximo que pôde para evitar que Samy se machucasse, então a abraçou com força e esperou o choque contra o chão.
...
Vânis retirou o punhal que estava cravado em seu ombro. Ela não conseguia mover o braço direito, mas por sorte era ambidestra. Jogou a pequena lâmina no chão, juntamente com a que carregava e segurou o revólver com a mão esquerda.
— O que pensa que está fazendo? — ela perguntou, fitando a caçadora que havia atrapalhado os seus planos.
— Sou eu quem pergunto! — a caçadora gritou. — Você é uma guardiã, não recebe ordens para caçar.
— E como caçadora, por que deixou o feiticeiro fugir? Ou melhor, por acaso está ajudando aqueles infelizes? — Vânis estreitou os olhos.
Kelmo ergueu o punho com a espada, segurando-a com as duas mãos.
— Eu estou sozinha, não posso contra ele, sem contar que a minha missão é outra. Salomon me pediu para verificar a sua informação, e, pelo menos, nisso estava certa. Agora, uma pergunta. Por que queria matar aquela mulher? É o feiticeiro que caçamos.
— Eu conheço muito bem as regras! — Vânis retrucou. — E está bem claro que quem ficar contra Karen, ousar a ajudar um feiticeiro, será punido com a própria vida. — Ela sorriu cinicamente. — Eu acho que você se enquadra nesse perfil, não é mesmo?
Kelmo riu por debaixo da máscara. Vânis realmente achava que tinha vantagem, mas aquela caçadora era a preferida de Salomon e filha do ancião mestre, o membro daquela seita mais próximo de Karen e líder supremo de todos os seguidores. Kelmo possuía liberdade de tomar as próprias decisões em uma missão, contanto que não traísse a seita.
— Você não dita as regras — Kelmo replicou. — Vá embora! Agora é por conta dos caçadores e procure não se intrometer em tarefas que não convenha com a sua patente.
Vânis estreitou os olhos, ela era orgulhosa demais para receber ordens de uma mera caçadora. Levantou o seu punho com a arma e apontou para Kelmo. Para a bióloga, Kelmo era uma traidora e a punição de um traidor era a morte.
— Vai mesmo fazer isso? — Kelmo perguntou, confiante. — Acha mesmo que poderá me matar com essa bugiganga?
— As balas dessa bugiganga foram abençoadas por Karen especialmente para os guardiões dessa época. Assim como suas armas brancas, essa é tão fatal quanto.
Kelmo revirou os olhos, cansada daquela ladainha.
— Não passa de lixo.
Kelmo desdenhava daquela mulher e para o seu azar, a guardiã já estava irritada. Vânis rangeu os dentes e apertou o gatilho. A bala zumbiu. A caçadora sequer se moveu, apenas se colocou na frente da lâmina recém empunhada em sua defesa, como se fosse um escudo e deu certo. A bala tilintou ao atingir a espada, direcionando-se contra a parede.
A caçadora sorriu e saltou para o contra-ataque. A sua espada reluzia com o brilho amarelado da lanterna e o corte mirava o peito da guardiã. Vânis começou a atirar rapidamente, porém, Kelmo desviava das balas. Para a frustração da guardiã, a flexibilidade do corpo da caçadora era impressionante.
Vânis atirou a última bala restante e Kelmo girou o corpo no ar, com isso, caiu de pé como um felino e com o corte da espada em transversal, ela atingiu em cheio a guardiã. Vânis não conseguiu se defender a tempo, a caçadora foi muito veloz, então a lâmina fez o sangue jorrar em uma morte rápida.
Kelmo se recompôs, ofegante, e baixou a sua espada ensanguentada enquanto olhava para o corpo decapitado caído no chão. O seu manto branco estava manchado com o sangue que espirrou, mas ela não se importou. Banhos daquela seiva eram necessários em uma batalha, e a morte de Vânis era só a primeira delas. A guardiã pagou por sua desobediência e petulância, e isso ia acontecer a todos que se revoltassem contra as ordens dos anciões. Uma vez servindo a Karen, só sairia dali sem sua vida.
Kelmo pisou na poça de sangue e saltou o corpo sem cabeça de Vânis. Qual seria o seu próximo passo? Alertar os outros caçadores. Eles precisavam capturar o feiticeiro novamente e encontrar o rubi, que, na verdade, ela já sabia quem o possuía. Aquela mulher, especificamente, a ex-sereia.
...
— Lú! — Samy gritou o seu nome.
Lú abriu os olhos e viu a face da ex-sereia. Ele estava aguardando o choque do seu corpo contra o chão, porém, nada havia acontecido. Era como se Isth houvesse escutado as suas preces, ele estava flutuando no ar a poucos centímetros do chão.
— Vamos sair daqui! — ele disse.
Samy assentiu. Ele voltou a se concentrar em seu corpo e pelo visto os seus poderes haviam ressurgido. Ele começou a levantar voo e ganhar altitude e enquanto subia, a estalagem ia ficando cada vez distante e menor. Samy agarrou fortemente em seu pescoço, temendo a altura, e Lú percebeu o seu medo.
— Calma, não vou deixá-la cair — ele disse, tentando reconfortá-la.
Algumas estrelas emergiam no céu enevoado, as nuvens estavam dissipando lentamente, revelando um pedaço da lua cheia. Lú olhou para algumas direções, estava bastante escuro, então decidiu seguir a luz lunar.
— Para onde iremos? — Samy perguntou, enquanto seu cabelo balançava ao vento.
— Para o mais longe possível.
...
Lú e Samy chegaram a um lugar bastante alto, bem distante de onde estavam anteriormente. A relva cobria o chão em uma grama de folhas compridas que o vento fazia questão de agitá-las. A vista da beira de um precipício era para a gigante lua cheia, o mar tranquilo e a ilha de Laka. Eles estavam em Luanda, a ilha desabitada e selvagem.
O homem azul estava sentado e pensativo, focando naquela vista incrível e o brilho lunar iluminava o seu corpo azul, como se toda a sua aura tornasse visível. Ele admirava o astro, desde criança adotou certa fascinação pela lua e o satélite natural karkariano era incrível! Não era azul como em Mengie, mas iluminava como se emitisse luz própria.
— É lindo — Lú disse baixinho, encantado.
Samy analisava o peito dele que havia sido perfurado pela bala. Era inacreditável o poder de regeneração do seu corpo. O próprio organismo expeliu a bala e rapidamente o ferimento cicatrizou, o mesmo aconteceu com os cortes em seus pés. Outro fato observado pela ex-sereia era que o corpo do feiticeiro estava ganhando mais massa muscular. Era como se as poucas vezes que se alimentou tivessem sido suficientes para recuperar a sua força.
A ex-sereia dobrou os joelhos e fuçou no interior da sua mochila. Algumas coisas tinham ficado para trás, como suas botas, jaqueta e a capa de chuva, mas isso não tinha mais importância. Ela tentava relaxar, porém, seus músculos estavam tensos, ainda sentia o perigo a rodeando.
Ela tentou se concentrar no que estava tateando no fundo de sua mochila. Retirou de dentro o revólver que Alex lhe deu e olhou para ele. Ainda restavam quatro balas, se fosse para usá-las, o seu tiro precisaria ser certeiro. Com a outra mão, pegou o rubi. Aquela maldita joia precisava de um fim, mas não podia ser descartada em qualquer lugar, corria o perigo dos caçadores a encontrarem e usá-la novamente para aprisionar Lú. Ela preferiu guardar no fundo do bolso da sua calça. Ela pegou o celular e suspirou. Àquela altura, o seu marido já havia acionado a polícia, devia estar desesperado à sua procura, e ela nem podia entrar em contato, o aparelho em suas mãos estava descarregado e na confusão tinha perdido a segunda bateria.
— Samy. — Lú olhou para ela, sério. — É melhor você ir embora.
Samy o fitou, não sabendo o que responder.
— Os caçadores virão atrás de mim — ele continuou. — Não quero que pague pela minha existência.
— Eu não irei abandoná-lo, Lú. A minha missão é protegê-lo e não irei deixar que você se entregue. — A jovem segurou em uma das mãos dele e o olhou fixamente, discordando daquele pedido. Samy era teimosa demais para obedecê-lo, por mais que o amasse.
— Samy, não estou brincando! — Ele alterou a voz automaticamente. — Eu vou deixá-la em algum lugar seguro e me afastar o suficiente para não correr o perigo de a machucarem.
Ele parecia um tanto preocupado, apreensivo, após a invasão na estalagem. Eles ainda estavam confusos por aquela caçadora ter permitido que eles escapassem. Ela devia estar armando algum jeito de capturá-los.
— Você sabe que não irei embora — ela falou, tentando manter o tom calmo em sua voz. — Melhor não discutir, irei ficar ao seu lado e se precisar lutar, eu lutarei.
— Eu não quero lutar, Samy! — ele berrou com um tom infeliz. — Eu preciso retornar...
— Não! — Samy esbravejou. — Não irei deixá-lo se afundar nesse mar de pessimismo! — Ela segurou o queixo dele com o dedo indicador e polegar, e fez com que ele olhasse profundamente nos olhos dela. — Não irei deixá-lo se entregar. Por favor, Lú, lute, tente se amar. A sua vida é tão importante como a de qualquer um.
Lú não conseguia discutir, ele sentia a emoção das palavras de Samy. Todos que haviam dito que ele precisava lutar estavam certos, mas o homem azul não conseguia se preocupar consigo mesmo sabendo que ela estaria correndo risco também. Ele já havia perdido as pessoas que mais amava, desde a sua família até os seus amigos. Não suportaria perder Samy, muito menos carregar o peso da culpa em sua consciência.
— Samy — ele sussurrou o nome dela bem baixinho. — Eu luto.
Samy sorriu, os seus olhos brilhavam e ela tentava não ficar emocionada, mas não adiantou, as lágrimas corriam por sua face involuntariamente.
— Mas... — Lú continuou. — Com uma condição.
— O que me propõe? — ela perguntou, não muito animada com aquilo enquanto enxugava a face com as costas da mão.
— Me prometa que irá embora e que vai ficar bem.
Samy percebia a preocupação do feiticeiro para com ela, e por mais que doesse, ele devia fazer as suas escolhas. Ela assentiu e aproximou-se um pouco mais dele, tocou em seus ombros e o abraçou, colando o seu corpo ao dele o mais forte que podia, sentindo as batidas aceleradas do coração dele junto ao seu. O calor que emanava do corpo de Lú a aquecia naquela noite fria.
— Eu aceito... — ela sussurrou no ouvido dele. — Se me permitir passar essa última noite contigo.
A ex-sereia entrelaçava os dedos nos cabelos da nuca dele e seus lábios úmidos tocavam levemente o lóbulo da sua orelha, causando-lhe arrepios. Lú não sabia o que fazer, então somente a puxou ainda mais para perto, de modo que a fez sentar em seu colo.
— Eu te amo, Lú — ela falou baixinho com uma voz rouca enquanto o abraçava com força.
Lú colou a sua face na dela e vagarosamente foi procurando por sua boca. A sua respiração estava ofegante e seus olhos se fechavam pouco a pouco. Ele sentia o cheiro doce que aquela pele alva emanava, então apertou suas mãos azuis naquela cintura fina e em um último olhar antes de fechar os olhos completamente, fixou-se nos lábios dela, que se abriam de encontro aos seus.
Eles se beijaram finalmente. Lú pôde sentir os seus lábios, mesmo que sem jeito e tímido. De repente, ele tinha voltado anos atrás, na primeira vez que sentiu a presença da ex-sereia, até então uma ninfa, espírito das águas, que o salvara de um afogamento. Ele sentia novamente a sua ternura enquanto a beijava.
Samy envolveu os braços no pescoço do homem azul, afagando a nuca dele com delicados movimentos dos seus dedos. Deslizando as mãos por aqueles ombros, ela sentia a textura da sua pele. Beijar o feiticeiro era diferente de beijar Alex. Agora fazia sentido. A sensação de estar com uma pessoa que realmente amava, fazia com que ela quisesse ficar cada vez mais perto, colados.
Lú distanciou os seus lábios por um momento e roçou o seu nariz no dela com um movimento suave. Uma mão acariciava um lado do seu rosto e as suas faces foram se distanciando ao mesmo tempo em que os olhos foram se abrindo. Samy sorriu, ela ainda passeava suas mãos pelos ombros nus do feiticeiro e timidamente as deslizavam para o tórax, massageando seu peito.
Lú fechou os olhos novamente, sentindo um desejo intenso dominando o seu corpo, então voltou a beijar Samy com mais sede, as suas mãos passeavam por aquela cintura e iam subindo pelas laterais do corpo feminino, enquanto levantavam a camiseta branca que ela vestia.
Samy deu uma leve mordidinha no lábio inferior de Lú e se afastou por um momento, para ajudá-lo a retirar a sua blusa. O feiticeiro ficou sem reação ao se deparar com o tórax despido da ex-sereia, as suas mãos tremiam. Ela olhou para ele, sorrindo, percebendo a inocência estampada na face daquele homem.
A ex-sereia fez algo que deixou Lú ainda mais corado. Ela segurou nas duas mãos azuis dele e as levou até os seus seios. O feiticeiro a fitava, assustado, os seus olhos cinzentos refletiam o brilho da lua.
— Eu quero que me ame hoje, Lú — ela falou baixinho. — Pelo menos, essa noite.
Samy não esperou uma resposta dele, ela mergulhou para mais um beijo profundo e segurou em seus ombros, empurrando todo o seu peso contra o homem azul, fazendo com que dessa forma, ele se deitasse lentamente no gramado. Ela ficou por cima dele e continuou a beijá-lo intensamente. Não demorou muito para terminarem de se despir e se amarem sob a luz da lua.
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