Especial I
Esse é um capítulo especial, onde será narrado algumas situações especiais, sobre o futuro dos personagens.
Capítulo com 3400 palavras.
Boa leitura 🖤
O bosque transbordava o cheiro das flores, uma bomba de perfumes diferentes que a faziam suspirar em puro deleite, afinal, sentia um pouco de saudade do ar puro.
Mal acreditava que faziam pouco mais de seis anos desde que uniu-se a ele, embora fosse a realização de um sonho, nem tudo era um mar de rosas.
Eram completamente diferentes, suas opiniões diferiam tanto que algumas vezes acabavam em brigas, estava tentando mudar isso, pura e simplesmente por saber que era culpa de seu temperamento difícil.
Aquele dia em específico, era para distraí-lo, pois notara que Thanatos estava um pouco melancólico, embora soubesse o motivo, não perguntará abertamente, pois queria que ele se abrisse, por isso escolhera um local tão precioso para um momento a sós.
Thanatos suspirou deitando-se em suas coxas, estavam deitados na grama, sentindo o puro frescor do local, mas o suspiro dolorido dele a fez acariciar as longas madeixas negras, tão sedosos que não negaria que causava um pouco de inveja.
Ele nem cuidava do cabelo!
Era um absurdo o que as mulheres passavam apenas para ficarem belas, lá iam os homens e com nada ficavam naturalmente lindos!
- Sei que está triste, mas até quando vai adiar a conversa? - sussurrou.
Ele levantou-se num salto, sentando-se em sua frente, olhando-a com desconfiança, fora impossível conter o rubor na face.
- Não era para escutar atrás da porta! - Thanatos retrucou levemente irritado.
Sabia disso, mas não fora intencional, quando os viu conversarem, ia sair, pois sabia que Thanatos não tinha muitos amigos, além dos irmãos, mas Ares conquistou esse posto, então os deixaria conversar, mas seu nome fora citado, foi impossível controlar a curiosidade.
- Tecnicamente não escutei atrás da porta, pois vocês estavam na sala e lá não tem portas - replicou rapidamente.
- O que faço com você? - ele resmungou tentando conter o sorriso.
Sorriu de volta, pulando em seu colo, retirando agora um lindo sorriso dele em resposta.
"Alguns dias percebia que Thanatos estava agitado, esse fora um dos motivos que chamara Ares, pois nem mesmo os cunhados fizeram com que ele falasse algo.
Tentou empilhar a bandeja, definitivamente tarefas domésticas não eram seu forte, mas preferiu levar o lanche por conta, para ver se o marido estava melhor.
- Fale com Afrodite, sabe que ela entenderia - Ares responde ameno.
Thanatos suspirou pesadamente.
- Não acha egoísmo? Nunca falamos disso, mas ultimamente sinto essa vontade, mas não quero que ela se sinta pressionada, só porque quero ter outro filho.
Arregalou os olhos em choque, então o motivo da tristeza dele era por que ele queria outro filho?!"
Olhou-o perdida entre as lembranças, não mentiria que não passava pela sua cabeça engravidar novamente. Estava alegre ao lado dele, curtindo os filhos e netos, então ter filhos não era um plano para o momento, embora entendesse o anseio dele.
- Não queria pressioná-la, sei que nesse momento suas prioridades são outras - Thanatos suspirou.
- Thanatos...
- Afrodite, não pude ver o crescimento de Evie, acompanhar desde o primeiro momento, confesso que esse desejo cresce ao ver nossos netos - ele iniciou evitando contato visual - Não estou a culpando, nem quero que pense no assunto somente por minha vontade, só estou desabafando.
Aquele era uma culpa que jamais passaria, pois cada instante que o via com os netos, seu coração apertava, pois imaginava como teria sido se ele tivesse acompanhado o crescimento de Evie.
- Meu amor...
Um leve choro preencheu o ambiente, fazendo sua voz morrer, ambos se olharam preocupados, imediatamente saíram a procura do barulho. O coração apertava a cada instante que o choro aumentava, o conhecia bem demais, já viverá a situação, conheceria uma criança de olhos fechados.
Adentrando a floresta, aos pés de uma velha árvore, estava uma pequena cesta. Aproximaram-se cuidadosamente, um recém-nascido estava coberto por uma fina folha, que tapava nada do corpinho minúsculo, ele berrava com fome, sem pensar duas vezes o segurou no colo, sentindo o coração apertar.
Ele estava gelado, o manteve próximo ao peito, tentando mantê-lo aquecido.
- Ele foi abandonado! - sussurrou sem conter as lágrimas.
Quem abandonaria um filho?!
- Ele é um híbrido, está fraco o cheiro, mas dá para perceber - Thanatos analisou a cesta cuidadosamente - O pai é humano e a mãe uma ninfa, em específico uma Napeia.
Suspirou descontente.
Elas eram tímidas demais, normalmente se embrenhavam na mais profunda mata, por ser uma ninfa dos vales.
Nunca chegavam perto dos humanos, então como aconteceu?!
- Essa classe em especial é proibido um relacionamento com humanos, mas não foi por isso que o bebê foi abandonado - Thanatos respondeu irritado.
Olhou-o em entender.
- Apenas mulheres podem ficar com as mães, os filhos homens são abandonados - ele respondeu com pesar.
- E o pai? - perguntou olhando-o ansiosa.
- Não consigo sentir nenhuma ligação com a vida dele, provavelmente está morto.
O pequeno começou a chorar, sem conter o ato, abaixou a blusa, fazendo-o tomar seu peito, tirando vantagem de ser Deusa, começou a tentar produzir leite desde o instante que o vira, para tentar alimentá-lo, ao menos naquele momento.
Mas o que seria depois?
Ele não poderia viver com as ninfas e os humanos passariam a vê-lo como aberração, por mais que não tivesse poderes mais tarde, ainda teria características míticas.
O pequeno coube tão perfeitamente em seus braços, quase a fazendo chorar, pois ele segurava seu peito como se fosse impedi-la de fugir.
Não poderia abandoná-lo!
Olhou pedinte para Thanatos, preparada para implorar se fosse preciso, mas o olhar dele em sua direção era totalmente devoto. Ele os olhavam com tanto amor, como se tivesse contemplando a mais bela obra de arte.
- Você esta chorando! - apontou tentando conter as lágrimas.
Ele sorriu aproximando-se para abraçá-los, jamais o vira daquela maneira.
- Podemos chamá-lo de Theos? - Thanatos perguntou ao segurar a mãozinha do pequeno.
Olhou para o pequeno em seus braços, coração divino era o melhor nome que poderia lhe dar, combinava perfeitamente.
- Acho que somos pais novamente!
Thanatos riu beijando sua testa, sorriu em resposta, às vezes a vida encontra seu próprio caminho.
✯❍
Não conseguia tirar o sorriso do rosto, principalmente ao ver a felicidade estampada no rosto do irmão mais velho. Hades estava tão alegre, com a esposa e os gêmeos, a família que formará, observar isso aquecia seu coração, pois ele merecia a felicidade plena e finalmente a tinha.
O doce riso de Anfitrite ecoou pelo recinto, chamando sua atenção, ela se dera muito bem com Evie, poderia dizer que até demais, pois a esposa ficava radiante por ter uma nova amiga, fazendo-o suspirar apaixonadamente.
Não tinham o costume de sair dos seus domínios, ela em principal, embora fosse apegada as irmãs.
Como pudera esquecer a preciosidade que ela era?
Ver a harmonia de Hades com a esposa, o fazia questionar seus próprios atos, pois apesar de amar profundamente Anfitrite, não era fiel a ela.
- Anfitrite, me perdoe por tudo - confessou, fazendo não somente ela olhá-lo, como todos à mesa.
Estavam em um almoço em família, algo que seria impossível ocorrer antes, mas agora era recorrente, pois a cunhada queria a família próxima.
- Desculpe, mas não entendi - Anfitrite olhou-o incerta.
- Te amei desde que a vi pela primeira vez, você sempre foi maravilhosa, nunca questionou minhas atitudes em todos esses milênios, mas não lhe dei o devido valor.
"O governo dos mares sobre sua responsabilidade, aumentara a arrogância que possuía, admitia isso, pois queria provar para si mesmo que era capaz. Crescer em uma prisão junto de Hades, Não melhorará a personalidade difícil que possuía, pelo contrário, a intensificara.
Quando liberto, juntos irmãos na titanomaquia, ajudou na guerra contra os titãs, liberando toda a raiva que possuía, sentia por não dar o golpe final em Cronos, mas admitia que não era poderoso como Zeus, mesmo que isso abalasse seu ego.
Mesmo possuindo grande poder e domínio total sobre os lagos, mares e rios, ainda sim, não sentia que sua raiva fora aplicada. Era muito temperamental, em muitos de seus excessos de fúria, gerava terremotos, maremotos e tsunamis.
Doía em sua própria carne ser privado de tudo desde que nascera, por seu próprio progenitor, pois se recusava a chamá-lo de pai.
Ele não merecia o título!
Como sempre, Zeus se intrometera em sua vida, preocupado com seus excessos de raiva, assim como Hades, mas enquanto o mais velho procurou conversar consigo, o mais novo preferiu uma abordagem mais direta.
Uma esposa para aplacar sua raiva!
Mesmo com sua negativa óbvia sobre o assunto, Zeus pediu a Nereu, uma antiga divindade marinha, para que cedesse uma de suas filhas para que casasse consigo.
Não conteve a raiva nesse dia, ia matar Zeus, mas então viu a imagem das filhas de Nereu, ficando com a mente totalmente nublada e tomada pela luxúria, pois elas eram mais belas que Afrodite.
Fora apresentado as nereidas, para que escolhesse as mais belas ninfas marinhas para desposar, contudo, a que chamara sua atenção era completamente diferente das demais, pois se destacava entre as nereidas.
Anfitrite, possuía um corpo escultural em tom escuro, a cauda tão azul que brilhava em contraste com os raios solares que penetraram na água, cabelos escuros e olhos intrigantes.
Sem conter seus atos, tomou-a em seus braços na frente da família dela, tomado pelo desejo que sentia, mas não sentiu o gosto de tê-la por perto, pois um tapa fora dado em sua face e logo em seguida ela fugiu.
Claro que a assustou, em comparação com as demais, não era somente a mais bela, mas também a mais tímida e seu comportamento não fora um dos melhores.
Poderia ter usado outra abordagem, além de agarrá-la a força!
Buscou por ela por incontáveis dias, estes que transformaram-se em meses, mas não encontrou nenhum sinal dela, como se ela tivesse simplesmente deixado de existir.
Por que todos o abandonavam?!
Nem seus progenitores o quiseram, Deméter, a Deusa da agricultura e sua primeira paixão, o recusou como se fosse uma praga, sem lhe dar chance. Assim como Anfitrite, ela nem ao menos dera a chance de desculpar e tentar conquistá-la.
Sentiu-se melancólico por tempos, até deixar a raiva se apossar de seu coração, estava melhor sozinho!
Ambos irmãos duplicaram a preocupação consigo, pois estava pior que antes. Zeus então procurou Doris, a mãe de Anfitrite, exigindo o paradeiro da filha, sem poder negar, indicou onde ela estava.
Mentiria se dissesse que não ficou mexido, mas sabia que seria rejeitado novamente e não queria isso.
- Nunca pensei que fosse um covarde! - Zeus resmungou ao seu lado, fazendo-o olhá-lo com fúria.
Não era covardia, era uma prevenção!
- Poseidon, ao invés de se lamentar, por que não tenta conquistá-la? - Hades replicou ao seu lado.
Assentiu incerto chamando seu leal golfinho, sentia-se temeroso para se aproximar, então preferiu uma abordagem mais amena.
Pediu um encontro, apenas isso, para conversarem.
Não acreditou quando a viu, principalmente pelo olhar sereno em sua direção, ela estava disposta ao ouvi-lo!
Ao olhá-la verdadeiramente, não esperou por sentir aquilo, seu coração preencheu de algo que desconhecia... o amor."
Amou-a profundamente, tanto que nem era capaz de definir, o pensamento dela ferida doía sua alma. Levará um tempo longo até se recuperar do golpe de Izanagi, pois as torturas dele emitiam o medo mais profundo da mente, não fora surpresa ao saber que o seu era vê-la sofrer.
Mas existem várias formas alguém sofrer, emocionalmente doía mais que o físico, fazia isso a cada traição.
- Aqui, perante a nossa família, peço desculpas por todo sofrimento que causei, por todas as traições, por magoar você.
Os olhos dela arregalaram-se em espanto, não era para menos, nunca a palavra "desculpa" sairá pelos seus lábios.
- Nunca pensei que veria isso, mas apoio, por isso, está livre do juramento para comigo - Nix respondeu animadamente, fazendo-o rir.
Tomou as mãos da esposa nas suas, sentindo-a tremer contra sua pele.
- Não existirá mais harém, nenhuma outra além de você - afirmou com confiança.
- Você... não está falando sério! - ela balbuciou nervosamente.
Sorriu puxando-a para um delicado e rápido beijo, ocasionando em um forte rubor na face da esposa que evitava olhar além de seus olhos.
- Prometo ser fiel, jamais voltarei a magoá-la.
Anfitrite arregalou os olhos e então sorriu, pulando alegre em seus braços, fazendo-o ter certeza que àquela fora a de sua vida.
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Cada osso latejava, encontrava-se exausto, àquela guerra durará tempo demais, por isso teve que acompanhá-la de perto. Fato que o fez ficar um mês longe da família, enfurecendo Astreia, a esposa estava irada consigo, não era para menos, a entendia, pois sentia muito a sua falta.
Quando a vira no lado oposto da guerra, agindo como sua inimiga, pronta para acabar com a guerra, não sentira raiva, pelo contrário, fora muito excitante vê-la brava.
Era esse o motivo que o fazia voltar para casa com um largo sorriso, mesmo sabendo que ela o espancaria por ficar tanto tempo longe, mas era mais divertido assim, vê-la no auge dos sentimentos.
Amava irritá-la.
Como quando ela estava batalhando, não conteve os impulsos, a dominou, esquecendo de tudo ao redor, por mais que não devesse, afinal era seu trabalho, mas tê-la em um momento ardente fora bem excitante.
Mesmo que isso fora o motivo que o levou ser derrotado, não estava com nada além de pura satisfação, perder nunca fora tão bom, mas ela estava furiosa, pois não queria que as coisas acabassem daquela maneira.
Bom... ela quis paz e conseguiu, esse era o importante, não?!
O castelo estava totalmente calmo, até demais, mesmo que fosse o costume do local, era um tanto estranho. Afinal, mesmo que fosse um lugar tranquilo, sempre via os servos, o que não ocorria no momento.
Sem querer, acelerou os passos, pois a mente fora preenchida de imagens de Astreia machucada.
Se ela se ferisse e não estivesse ali para ajudá-la?!
Quanto mais se aproximava do quarto, mais sentia o corpo tremer em ansiedade. Abriu a porta com tudo, revelando o som de seu choro, o coração partiu aí vê-la daquela maneira.
- Amor, o que aconteceu?! - aproximou-se rapidamente, tomando o rosto entre suas mãos - Se machucou?
Os olhos ela brilhavam tão intensamente, não estavam tristes, pelo contrário, transbordavam uma alegria intensa, deixando-o um pouco confuso.
- Certo... não está chorando pela tristeza, então o que aconteceu?!
Ela não respondera, somente elevou sua mão até o ventre, deixando-o levemente em choque, pois sentia uma leve presença ali, uma pequena energia se movendo.
- Está dizendo que você... eu... você... GRÁVIDA?!
- Sim! - ela respondeu com a voz embargada.
Grávida...
Um bebê...
Tinha um bebê ali...
CÉUS!
Sorriu alegre, puxando-a para seus braços, girando-os pelo quarto, sentia seu coração transbordando de amor.
- Não acredito, seremos pais! - riu alegre, fazendo-a rir também.
- Um bebê feito em plena guerra, parece que perdeu uma batalha e ganhou outra - ela replicou divertida.
Não conteve o sorriso malicioso, ato que a fez corar, mas era impossível controlar, afinal, não importava onde ele fora feito, pois sabia que houvera muito amor envolvido.
✯❍
Astreia estava mais linda a cada instante, deixando-o literalmente babando ao ver a enorme barriga, todos os momentos sendo preciosos. Os filhos ficaram eufóricos com a notícia, todos na verdade, a esposa estava sendo muito mimada, como merecia.
Não mudaria nada da sua trajetória, somente para estar ali, segurando sua mão, esperando o filho ou filha nascer. Astreia fora forte, não tirava nenhum momento o sorriso do rosto, mas fora somente quando escutaram o forte choro preencher o ambiente, que a viu em lágrimas.
Um pequeno ser fora colocado em seus braços, tão pequenina, linda menina, os cabelos em um loiro tão claro, assim como os olhos azuis, poderia soar arrogante, mas ela era toda sua, não tinha nada da mãe.
- Seu nome é Briana, pois significa forte, tal qual o pai dela - Astreia sorriu em meio as lágrimas - Você tem um coração enorme, transbordando amor, uma força sem igual, não pela guerra, mas pela proteção à família, quero que ela seja como você.
Escutar aquilo o fizera chorar copiosamente, sua filha, sua pequena força.
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Analisou cuidadosamente a aparência, buscando alguma imperfeição, mas ficará alegre ao ver que estava deslumbrante, mas não apenas o físico que chamava a atenção, o sorriso em seu rosto, a deixava mais bonita, além de estar feliz, como há muito não ficava, tudo por causa dele.
Inicialmente achou errado aquele envolvimento, mas não conseguira evitar, pois ele a tratava de uma maneira tão única, como nunca ninguém o fez, deixando-a nas nuvens.
Começou com uma amizade, pois por um pedido de desculpa dos gregos, cuidou pessoalmente dele, já que viraria líder do panteão shinto.
Ele era brincalhão, um pouco bronco e bruto em se tratando de personalidade, mas possuía uma gentileza sem igual para consigo, quando percebera, já estava encantada.
Zeus não percebera nada, seria milagre se percebesse... afinal, não tinha olhos para a própria esposa há milênios.
Pensara em se separar, por muitas vezes tentou, todas elas, Zeus a segurou pelo ego, o que era tremendamente irritante, mas não podia se desfazer do enlace com ele, pois a última vez que tentara, uniram-se com um juramento eterno, então estava condenada a estar ao seu lado.
Mas isso significava que deveria ser infeliz?!
Eram casados, mas não viviam juntos, era livre para fazer o que quisesse, desde que ele não descobrisse, pois infelizmente, ele poderia trair, mas ser traído era um crime.
Hipócrita!
- Está linda, essa cor aumenta a beleza que tem - a voz de Zeus ecoou pelo quarto, mais seu que dele, pois o marido vivia constantemente em vários quartos, com muitas mulheres, menos consigo.
Por muitas eras brigará por isso, exigirá lealdade, pois era tremendamente irônico ser a Deusa da fidelidade e ser constantemente traída!
Nem ao menos era traída por amor, era puro sentimento de luxúria e posse dele, pois o que ele via, queria, sem se importar com nada além dos próprios desejos.
- Obrigada.
Sorriu meiga, sem sentir nenhuma raiva para com ele, não conseguia sentir nada negativo, pois seu coração estava tomado por outro sentimento.
- Vai sair? - ele perguntou ao vê-la sair do quarto.
Os passos dele ecoaram em suas costas, deixando-a confusa por ele segui-la.
Ele não fazia isso, será que descobrira algo?
- Com quem?!
A pergunta a paralisou, olhou-o sem entender, pois o semblante dele estava sério em sua direção.
- Por que acha que vou sair com alguém?!
- Não sou estúpido! - ele rosnou, aproximando-se - Está linda, perfumada e seus olhos brilhando!
Por que estava mentindo?!
Não precisava esconder seu romance, afinal, ele nunca esconderá os casos que tivera, tantos filhos que fora obrigada a aceitar, nunca sequer pode fazer o mesmo.
Era justo ser infeliz, vivendo como uma ladra, apenas para não falar a verdade?!
- Vou sair com meu namorado - a resposta o fez engasgar com a própria saliva, quase riu, mas não tinha tempo para ele.
Simplesmente saiu, deixando-o com o semblante incrédulo.
Na sala de estar, ele já estava a sua espera, sorrindo lindamente em sua direção. Tsukiyomi não negava a alegria ao vê-la, menos ainda o amor que sentia, era assim que merecia ser tratada.
- Hera, eu te proíbo de sair! - a voz de Zeus ecoou raivosa, fazendo-a suspirar.
- O que quer de mim?! - perguntou cansada fazendo-o olhá-la irritado.
- Você constantemente me trai, só me uni a você para esconder a minha vergonha, pois VOCÊ me usou, sem meu consentimento. Fui obrigada a assistir suas inúmeras traições, me tornei um ser mesquinho, frio e egoísta, agora que tenho o mínimo de felicidade, quer tirar de mim?!
Zeus olhou-a incrédulo, aumentando sua raiva.
- Tsukiyomi me faz bem, estou feliz com ele, se me tirar isso, tirarei minha vida, como deveria ter feito quando me estuprou - confessou com raiva - Só uma vez na sua vida, não pense em você!
As mãos doces do namorado cobriram as suas, ele olhava com raiva para Zeus, não queria um embate, não queria uma guerra, somente queria a felicidade.
Zeus não respondeu, somente saiu, deixando-os a sós.
Suspirou aliviada contra o corpo envolvente de Tsukiyomi, sentindo algo que não sentia a milênios.
Liberdade.
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