Capítulo 6 - A verdade
Imagem da Evie machucada é a representação de como ela ficou após o ocorrido do capítulo anterior.
Esse capítulo possuí 3120 palavras.
Boa leitura 🖤
O corpo tremia sem parar, embora naquele local não tivesse corrente de ar, era um quarto, sem janelas, com apenas uma entrada, da qual estava lacrada, continha uma cama que mal cabia seu corpo e ao fundo um banheiro totalmente aberto, cercado por paredes de vidro. Não conhecia nada dali, principalmente, não conseguia sentir a presença de ninguém, era como se ali fosse barrado até os sons.
Sua mente insistia em lembrá-la daquele momento, aquele Deus nojento a tocando tão intimamente, isto ocasionava em uma onda de repulsa enorme.
Por que desobedecera sua mãe?
Não deveria estar longe de casa, mesmo assim foi, a culpa era toda sua, se tivesse obedecido, jamais o conheceria, estaria segura em seu lar, não seria uma imunda, pois era assim que se sentia, como se cada centímetro de sua pele estivesse marcada pela podridão.
Tudo pela curiosidade, por que queria descobrir mais sobre si mesma, poderia ter feito isto em seu lar, mas sua impulsividade a levou para longe, ocasionando em tudo aquilo.
Os sentimentos brutais ainda estavam vividos em seu coração, a vontade de matar era uma droga, somente lembrar do que passara, fazia essa anseio aumentar, queria exterminar todos, mandar todos aqueles malditos para o mais profundo lugar no tártaro, embora soubesse que não seria suficiente, eles mereciam ser completamente apagados, não sobrando nem ao menos o pó. Era isto que aqueles seres mereciam, queimarem até não sobrar nada provando sua existência e era isto que tinha vontade de fazer.
Nenhum daqueles malditos Deuses mereciam viver, sempre se julgando melhores que os humanos, tomando a todos à seu bel-prazer, sem nem ao menos julgar suas vontades, ocasionando no mais profundo abismo, pois depois que eram saciados, nada mais sobrava, se não o vazio.
O que teria acontecido consigo se aqueles poderes não tivessem despertados?
Entendia o motivo dos pais terem tanto medo deles, sentiu o próprio gosto do caos, se fosse honesta, gostara de como ocasionou o sofrimento naquele verme maldito, sua mente insistia que não era o suficiente, pois sabia que aquele não era o único, existiam mais como ele, vagando por ai sob a face bondosa, estando em qualquer lugar, fosse entre os simples humanos, ou até mesmo entre os Deuses.
"Extermine-os" a sua própria voz ecoava em sua mente, embora a reconhecesse como sua, era diferente, pois jazia um timbre seco e frio que estremeceu todos seus ossos.
A mesma sensação de um monstro enjaulado surgiu, fazendo-a ofegar levemente, sentia como se estivesse segurando uma enorme ferra em seu interior, esta que estava novamente pronta para ser liberta e como queria.
Queria a liberdade, queria ferir todos e acabar com aquele maldito mundo.
"Minha filha" a voz doce de sua mãe se sobrepôs aquela fera, acordando-a levemente, piscou tentando focar e observou ainda estar naquela sala, completamente só.
O som da porta quebrando, a fez pular levemente, não conseguira ver nada, apenas um homem alto bloqueando-a, sentiu seu interior se agitar, pois, mesmo com a porta aberta, não escutava nada.
Vários minutos se passaram, até sua mãe entrar preocupada, olhá-la fez a culpa que sentia em seu coração aumentar, pois, todas às vezes que fora alertada a ficar em seus domínios, surgiu em sua mente, os braços calorosos dela fizeram a dor aumentar, naquele momento percebera que estava chorando copiosamente, sentia tanta dor em seu coração, que estava difícil respirar.
— Me... perdoa... eu... é tudo... minha culpa! — falou entre soluços, fazendo-a aumentar o aperto ao seu redor.
Ela ficou assim, por vários minutos sem falar nada, apenas a abraçando com toda força que possuía, demonstrando silenciosamente seu amor e apoio, sentia todos os sentimentos bons que ela despertava, fazendo seu ser acalmar, até que gradualmente o choro cessou, vagarosamente ela a soltou, olhando-a com amor, não havia julgamentos em seu olhar, muito menos a sentia brava, tudo que jazia ali era sua profunda preocupação para consigo.
— Vamos, vou te dar um banho — a voz era gentil e amorosa.
Assentiu sem conseguir responder, pois, tudo que queria era tirar os vestígios daquele ser de seu corpo e esquecer o que acontecera, apesar dele não ter concluído o ato, sentia cada parte do seu ser contaminada por ele, até mesmo seu sangue estava ao seu redor, como uma praga, circulando-a por completo.
Observou-a sorrir minimamente ao lhe banhar, sabia que ela estava se lembrando de quando era criança, isto a deixou mais frágil, pois se sentia tão pequena naquele instante, o carinho que sua mãe lhe dedicava, era o que precisava para seguir.
Ao colocar a enorme capa, sentiu um cheiro levemente igual ao seu, mas o toque era suavemente mais masculino, o que a deixou intrigada, jamais o sentira, embora ele fosse conhecido, não sabia como, mas sentia como se ele sempre fosse presente em sua vida, aumentando sua curiosidade. A capa ficara um vestido, pois era enorme, cobrindo-a inteiramente, ato que agradeceu, não queria ninguém a olhando, pois, seu corpo ainda estava marcado.
Sua mãe viu os machucados, mas não falara nada, nem os curou, ato que a deixou intrigada, também não o fez, pois, era uma prova que apenas reagiu em defesa, afinal, não estava ali atoa. Claramente estava presa, embora não achasse justo, ninguém sabia o que realmente acontecera, somente sabiam que matara um Deus, então era certo agirem daquela maneira, pois a primeira vista, era um perigo eminente.
— Querida, temos que conversar seriamente — Afrodite fala fazendo-a suspirar.
— Eu sei...
Preferia esquecer daquele episódio, apesar de saber que jamais conseguiria apagá-lo de sua memória, estava tão enraizado em sua mente, como uma praga, deixando tudo em uma profunda desordem.
— Não somente sobre o que ocorreu, mas também alguns pontos que precisa saber, seu pai e outro... Deus estão ali fora, somente peço que escute tudo, por favor — ela fala deixando-a intrigada, assentiu vendo-a sair do local para chamá-los.
O rosto de seu pai estava totalmente sério, sentiu seu coração apertar, pois, ele enlouqueceria com o acontecido, sabia o quanto era amada por ele, somente o pensamento de vê-la ferida era motivo dele guerrear, imagine quando soubesse que ousaram encostá-la daquela maneira?
Ele não pensaria duas vezes em travar uma batalha sangrenta em seu nome, mesmo que isto o prejudicasse, não queria aquilo, mais uma vez a culpa a preencheu, pois, não ferira apenas a si própria, mas seus pais também, pois ambos enlouqueceriam.
O olhar desviou para o Deus ao seu lado, pele tão branca como a lua, longos cabelos negros como a noite, assim como os olhos, ele era tão parecido consigo!
Olhava com tanta emoção em sua direção que a deixou perplexa, pois até mesmo os semblantes dele eram como os seus, se reconheceu ali, mesmo que não soubesse como, pois não o conhecia, ele não era ninguém próximo, mas era tão estranho, pois sua aura era totalmente familiar.
— Evie, este é Thanatos, Deus da morte — Afrodite fala levemente estridente.
Deus da morte?
Estaria ali para fazê-la pagar pelo que fizera ao maldito Deus?
— Não estou aqui para puni-la, fique tranquila — a voz suave a fez pular levemente, retirando um sorriso irônico dele.
Como ele sabia o que pensara?!
— Você é igual a sua mãe, por isto consigo compreender as linhas dos seus pensamentos — Thanatos responde olhando agora para uma Afrodite levemente corada.
Observou-os mais atentamente, os olhos da sua mãe brilhavam de uma maneira que jamais vira, mas não era em direção ao seu pai, mas sim, para o Deus da morte, assim como ele, conseguia ver os sentimentos entre ambos, tão fortes e intensos que a sufocaram, era diferente do que Afrodite sentia por Ares, pois pelo seu pai era um sentimento leve de amor e amizade, agora pelo Deus da morte, era um intenso sentimento de paixão, amor, cumplicidade e luxúria, eles nem ao menos conseguiam contê-los, era um tanto perturbador observar aquilo, pois jamais vira sua mãe ser assim nem com seu pai.
Ambos eram carinhosos, havia amor sincero entre eles, mas era algo puro, como uma amizade, nunca pensara no significado disto, pois ambos estavam bem com isto. Agora olhando para sua mãe e o Deus da morte, sentia-se inquieta, pois aquele olhar que ela dedicava a ele, deveria ser dedicado ao seu pai.
— O que está acontecendo? — perguntou irritada.
Detestava sentir os sentimentos dos outros, principalmente vendo seu pai sentir-se excluído e com ciúme.
— Primeiro precisamos falar sobre uma profecia, por favor escute até o final, sem interromper — Thanatos fala autoritário, fazendo-a concordar, emburrada.
— Há milhares de anos, as moiras convocaram uma reunião, para falar sobre uma profecia que lhe foi revelada em sonhos, sobre a filha de um Deus primordial, este Deus que já reinou sobre os outros Deuses, esta se uniria a um filho das trevas, e dessa união nasceria um ser, uma titânides que seria destinada a trazer novamente o reinado dos Deuses primordiais, quando Zeus escutou a profecia, assim criou-se a lei da proibição da prole das titânides — Thanatos fala sério, deixando-a confusa.
— O que isto tem a ver comigo?
Os Deuses trocaram olhares preocupados, até que sua mãe sentou-se ao seu lado, segurando firmemente sua mão, ao senti-a trêmula, sua preocupação aumentou, pois, raramente a via com as emoções tão afloradas.
— Milhares de anos se passaram, todos acreditamos ser um mito, eu mesma esqueci por completo dela, até que há dezoito anos, uma festa foi organizada no Olimpo, da qual eu fugi, sai a procura de algo mais interessante, então fui parar no lago dos Deuses, encontrei Thanatos lá, acabamos nos envolvendo-
— Você traiu meu pai?! — interrompeu-a irada, fazendo-a suspirar.
Sentiu uma repulsa enorme ao imaginar um cenário desses, não a perdoaria pelo seu erro, como ela pode fazer seu pai sofrer dessa maneira?!
— Evie, primeiramente sua mãe e eu não tínhamos uma relação solida nessa época, então ela não me traiu, por favor, escute tudo! — Ares responde seriamente.
— Como não?! Nessa época vocês já tinham Eros e Anteros, há dezoito anos eu... espera, está dizendo que ele é meu pai? — perguntou apontando para Thanatos.
A realização foi se fazendo lentamente em sua mente, há dezoito anos sua mãe se envolvera com outro, este que era mais parecido consigo que seu próprio pai.
Por isto não possuía nada de Ares?
Nunca teve perícia em batalhas ou força como ele, mesmo os irmãos puxando mais os poderes de Afrodite, ambos eram exímios guerreiros, pois tinham o sangue de Ares, era por isto que era daquela maneira!
— Evie, eu somente descobri um mês depois do nosso encontro, fiquei com medo da reação de Thanatos, pois sabíamos que não era possível um envolvimento, então eu a escondi, ele não sabia até hoje — Afrodite confessa num sussurro.
Levantou-se olhando com ódio em direção a mãe, sua mente estava em uma completa confusão, aquele que esteve ao seu lado, segurando sua mão nos momentos que mais precisou não era nada seu?
Não conseguia suportar a ideia, tudo que vivera era uma mentira, era por isto que era escondida de todos?
Ninguém poderia saber que era uma união aparentemente profana?
O toque suave em seu rosto a fez chorar copiosamente, pois o reconhecia até mesmo de olhos fechados, era aquele carinho que a acalmava, era aquele calor que a fazia dormir com tranquilidade. Sempre fora ele quem estava lá, em todos os momentos de sua vida.
— Não muda nada, você é minha filha, eu te amo desde que soube de você — Ares fala abraçando-a calorosamente.
Aquele calor que espantava todos seus pesadelos, era para ele que corria quando tinha medo, era a primeira pessoa que compartilhava seus sonhos, não conseguia vê-lo de outra maneira, seu coração era tomado por ele, pois era seu pai, mesmo sabendo que não possuía nada dele, saber disso doía muito.
Ninguém poderia ocupar esse lugar!
— Papai... eu não quero, você é meu pai! — sussurrou contra seu ouvido, fazendo-o abraçá-la mais carinhosamente.
— Isto nunca vai mudar, sempre será minha filha, a minha garotinha — ele responde amoroso, fazendo-a chorar copiosamente.
Todas as lembranças que possuía com ele, passaram como um filme em sua mente, fazendo-a admirá-lo mais, pois nunca percebera nenhum gesto que não fosse carinhoso, sempre a tratou exatamente como fazia com seus filhos, nunca tivera distinção. Soltou-se levemente, observando os olhos azuis-acinzentados marejados, sorriu fazendo-o sorrir carinhosamente.
Não mudava nada, poderia não possuir seu sangue, mas isto não significava absolutamente nada, pois seu coração o reconhecia, isto que era o mais importante.
Seu olhar foi para o outro Deus no recinto que mantinha o olhar para o chão, embora seu semblante não demonstrasse nada, sabia que ele fazia isto para evitar olhá-los, pois por mais irritante que fosse, reconhecia aquele semblante, era um espelho do seu.
Mas o que ele queria?
Não poderia simplesmente negar tudo que sentia pelo seu pai, sim, pois Ares era seu pai, pouco importava se aquele ser em sua frente que contribuiu com a sua concepção. Ele não seria colocado em um pedestal apenas por conhecê-lo há alguns minutos, ele era ninguém em sua vida, por mais que ele quisesse ao contrário.
Era injusto culpá-lo por não estar consigo, pois pelo que eles falavam, ele não sabia da sua existência até aquele momento, mesmo assim, não poderia simplesmente tratá-lo como pai, pois não sentia nada por ele, se fosse honesta, estava com raiva, pois ele ali, significava que Ares sofreria e não queria isto.
Pensar nisto a fez olhar para sua mãe que mantinha o semblante envergonhado, não conseguia ver os motivos para que sua existência fosse escondida, a não ser que sua mãe sentisse vergonha de admitir que tinha um filho com outro ou aquele Deus a tivesse forçado.
Como aquele maldito que a tocou...
Sua mãe sofrera o mesmo?
— Por que ela te escondeu isso? O que fez para que ela escondesse? — perguntou com desconfiança, fazendo-o revirar os olhos.
— Evie-
— Tudo bem Afrodite, ela apenas esta protegendo a mãe dela, normal ela estar confusa com tudo — Thanatos interrompeu-a sem tirar os olhos dos seus.
— Então você a forçou?!
— Evie, nós estivemos juntos por apenas uma noite, foi algo totalmente consentido de ambas partes, jamais tocaria em ninguém sem permissão. Depois daquela noite, concordamos que aquilo jamais poderia voltar a acontecer, eu sou um ser das trevas, sua mãe é da luz, não nos misturamos, isto sempre foi lei, pois nunca se sabe o que originaria de uma união dessa, por isto que ela manteve a sua existência em segredo, pois após seu nascimento, se fosse comprovado que era um ser das trevas, não poderia ficar com ela — Thanatos responde a surpreendendo.
— O quê?! — perguntou confusa.
— Deuses com poderes das trevas ficam no submundo, assim como os que possuem poderes da luz ficam no Olimpo, ela tinha medo que os seus poderes fossem das trevas e ela estava certa — Thanatos responde seriamente.
Naquele instante lembrou-se do poder avassalador que a consumiu fazendo aquele verme queimar, carbonizou até mesmo a sua alma, ele fora completamente apagado.
Não!
Ela não poderia ser um ser das trevas!
— Acontece que meus poderes são iguais aos dela! — retrucou irritada.
— Não são, embora possua uma parte dos poderes de Afrodite, isto não significa que é como os dela, isto é apenas por ser sua filha, a prova está no que fez hoje, estes poderes não são como os de sua mãe, consegue sentir a vida das pessoas, animais e plantas, quando você passa tudo fica triste ou perde a vida, pode controlar as sombras, elas obedecem você, isto é apenas uma amostra, pois não consegue os controlar, já nunca aprendeu — Thanatos retruca cansado.
Lembrou-se de todas às vezes que não conseguia sair na luz do sol, pois sua pele ficava sensível, as plantas morrendo assim que passava, a vida que conseguia sentir em volta de todos, o modo como podia tirá-las, a sensação que a preenchia como se a vida delas fossem para si.
Então era um ser completamente oposto a sua mãe?
— Hoje seus poderes saíram do controle, pois suas emoções ficaram exacerbadas, não sabe controlá-los, por isto ocorreu tudo isto — Thanatos fala chamando sua atenção.
— Minhas emoções ficaram exacerbadas porque aquele filho da puta tentou me estuprar! — somente percebera que falara, quando viu os olhares de horror em sua direção.
Sentira-se vulnerável, principalmente ao vê-los mudar o olhar para raiva, sentia os sentimentos intensos de ira vindo dos três, aumentando suas próprias emoções, não queria que soubessem, principalmente daquela maneira.
— Evie-
— Então, a mamãe escondeu meus poderes para evitar ficar longe de mim? — perguntou interrompendo-o.
Não queria falar daquele assunto, principalmente não naquele momento, eram muitas informações, sua mente estava explodindo e nem sabia qual seria seu destino, afinal embora fosse em sua defesa, matara um Deus, duvidava que os outros ficassem a seu favor.
Aqueles malditos estúpidos somente pensavam em seu próprio umbigo, mesmo que seus pais fossem Deuses importantes, eram apenas eles contra um exército, uma batalha injusta.
— Não, quando nasceu sua aura era sufocante demais, então pedimos para minha mãe ajudar, já que ninguém sabia da sua existência, foi ela quem nos lembrou da profecia, você é a criança descrita nela — Ares respondeu seriamente.
Lembrou-se da fala de Thanatos, sentindo as palavras como um eco em sua mente, era por conta disso que ninguém poderia saber da sua existência, esse era o verdadeiro motivo pelo qual não podia sair dos domínios de sua mãe. Assim que os outros Deuses soubessem que era um ser destinado a aniquilá-los, seria morta!
— Agora eles querem a minha morte, pois eu significo o fim da era deles — concluiu num sussurro.
Sentiu duas mãos frias segurarem as suas, embora a frieza emanada delas, um carinho sem igual a atingiu, era o mesmo sentimento que seu pai possuía, fazendo-a olhar na direção do Deus da morte, que a olhava decidido, em resposta.
— Ninguém encostará em você, sua mãe, seu pai e eu, não permitiremos isto, fique tranquila — Thanatos fala firmemente.
Ali percebera duas coisas, ele respeitava os laços com Ares, não o diminuindo, mas reconhecendo a importância dele em sua vida, observar isto, a fez admirá-lo ao menos um pouco e também que sua família jamais permitiria que ocorresse algo a ela.
— Então o que acontecerá? — perguntou ansiosa.
— Terá um julgamento, infelizmente precisará contar tudo que aconteceu, não pode esconder nada, afinal é sua vida que está em jogo — Ares responde suspirando pesadamente.
Todos saberiam o que ocorrera consigo, seria exposta para todos, por algo que era sua culpa!
— Não seja idiota, aquele maldito quem é o culpado, se não tivesse o matado, ele já estaria condenado! — Thanatos retruca seus pensamentos.
— É um pouco irritante você conseguir saber o que penso — resmungou emburrada.
— Você é mais parecida com a sua mãe do que pensa, por isso consigo entendê-la, fora que não é difícil imaginar as linhas de seus pensamentos, as vítimas sempre se sente as culpadas, mesmo não possuindo culpa alguma — Thanatos responde a surpreendendo.
Apesar do jeito frio ao falar consigo, percebera o toque de carinho, sua maneira ao falar consigo.
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