Capítulo 42- Hades, eu te amo!
A imagem de capa é uma representação de Evie e Hades🥹
Esse capítulo tem 4000 palavras.
Boa leitura 🖤
Os irmãos agiram tão rapidamente que jurou vê-los usar suas asas para acelerar o passo. As criadas foram divididas entre Minthe e Psiquê, para ajudá-las no parto, ambas estavam em quartos separados, mas lado a lado, sua mãe fora auxiliar Minthe, já que ela estava com apenas oito meses recém completos, ao contrário de Psiquê que tinha seus nove meses.
Anteros não conteve o nervosismo, deixando todos preocupados, afinal o bebê estava nascendo prematuro.
— Fique tranquilo, não tem nada errado, Psiquê sem querer acelerou o parto de Minthe com seus poderes, mas ambos estão bem, seu bebê apenas vai vir mais cedo — aquela fora última coisa que escutará antes da mãe sumir puxando Anteros para o quarto.
Estava mais aliviada, pois não queria que os sobrinhos sofressem.
Todos estavam a postos no corredor, ansiosos demais para ficar longe, mesmo que a esperava fosse agonizante, pois já faziam horas que elas estavam em trabalho de parto.
Os gritos das cunhadas preencheram o ambiente, deixando-a cada instante mais nervosa.
Doía tanto assim, ou elas eram escandalosas?
Olhou para o próprio ventre, levemente inchado, embora fosse no início, já era possível ver a barriga se formando, sentia-se cada vez mais animada, tanto que nem pensara em outra coisa, a não ser no ser crescendo no ventre.
Como poderia diferir?
Estava sentindo um amor sem igual, que a deixava mais forte, pois somente o pensamento da sua pequena bolinha de luz sofrer, já era suficiente para deixá-la irada.
Contudo, não pensou no processo de nascimento, talvez por querer curtir cada etapa, não queria apressar nada, nem mesmo os pensamentos, mas agora acompanhando o nascimento dos sobrinhos, a ansiedade dos irmãos e as cunhadas chorando, não conseguia parar de pensar no quanto seria doloroso.
Quando seu bebê nascesse, seria assim?
— Está com os olhos arregalados, sente algo? — Hades olhou-a preocupado.
— Apenas pensando em como esse bebê vai sair de mim e se vai doer tanto assim — balbuciou nervosamente.
Hades riu suavemente, antes de puxá-la para seus braços, fazendo-a suspirar. Cada mínimo contato que tinha contra a pele dele, a fazia se desmanchar no mais puro contentamento.
— Não é justo rir, afinal quem vai sentir as dores serei eu — resmungou.
— Talvez compartilhe comigo, já que vários sintomas estamos compartilhando, como sono, sensibilidade, por exemplo — ele respondeu prontamente.
Não conteve o revirar de olhos, afinal eram apenas esses sintomas, os enjoos e as dores eram apenas suas.
O barulho cessou por completo, deixando-a ansiosa por alguns segundos, até o chorinho preencher o ambiente, sentiu um amor tão profundo ao escutá-lo, somente conseguia imaginar como as cunhadas estavam, naquele instante não se importou se doeria ou se levasse horas, apenas para escutar aquele belo som.
As portas de ambos quantos abriram-se no mesmo instante, revelando Anteros e Eros com os filhos nos braços.
Aproximou-se afoita junto de Ares, ambos analisando-os com carinho, eram tão lindos!
Ares abraçou de leve os irmãos, sem conter as lágrimas de alegria, ele olhava os netos com devoção.
Os demais estavam encantados olhando os pequenos, conseguia sentir a pulsação do amor circulando o ambiente.
— Essa pequena é Thalia — Anteros orgulhoso mostrou-lhe o pequeno embrulho, a pele branquinha, os cabelos verdes de Minthe, tão pequena que sumia nos braços do irmão.
— Que linda! — segurou cuidadosamente a pequena mão, fazendo-a resmungar.
A pequena era toda igual a Minthe, não possuía absolutamente nada de Anteros.
— Acho que ela tem os olhos verdes também — Anteros responde emocionado.
— Seja bem-vinda meu amor, sua chegada encheu nossos corações de alegria, vou protegê-la por toda eternidade — sussurrou enquanto ainda segurava a pequena mão.
Eros aproximou-se com o filho, visivelmente maior que Thalia, grande e bem gordinho, as bochechas rosadas, cabelos castanhos como de Eros, na verdade, o pequeno era todo Eros.
— Esse é Eros II — Eros responde orgulhoso.
Sentiu vontade de apertar aquelas bochechas gordinhas, de tão fofo que ele era.
— Meu amorzinho, você é Thalia serão muito amados, o protegerei para todo sempre — sussurrou emocionada.
— Não acredito que colocou o nome do seu filho de Eros II! — Anteros resmungou.
— Quem colocou foi Psiquê! — Eros replica.
— Amor cega... — Anteros debocha enquanto voltava para o quarto com a pequena que começará a chorar.
— Vai se fo-
— Eros! — Ares interrompeu-o sério, enquanto olhava para o bebê.
— Pai, ele nem entende ainda — Eros resmunga.
— Não interessa, precisa começar a se policiar desde agora, se não, quando perceber vai estar falando essas coisas perto dele! Seja mais responsável — Ares replica.
Não conteve o suave riso seguido dos demais que olhavam gozadores em direção ao irmão.
Suspirou cansado após finalmente terminar o trabalho do dia, ou melhor, da semana já que adiantou tudo que podia, queria estar mais próximo de Evie, principalmente naquele momento em especial.
Mal conseguia acreditar que passaram-se dois meses, apesar das dificuldades rotineiras como os enjoos constantes dela, tudo seguiu-se numa maravilhosa aventura.
Jamais pensara que seria tão feliz, sem absolutamente nada para atrapalhar, mas lá estava, formando família e sem nenhuma sombra no futuro.
O doce aroma de rosas negras preencheu o ambiente, fazendo-o sorrir levemente ao vê-la parada contra o batente, sorrindo tão linda em sua direção.
Os cinco meses já eram bem visíveis, pois a barriga dela estava absurdamente enorme, em comparação com outras mulheres que vira grávida, era um tanto grande demais, o que ocasionava em dores constantes na lombar, pernas e pés, além da pélvis, mesmo assim ela não tirava o sorriso do rosto, poucas vezes vira ela resmungar pela dor, pelo contrário, Evie levava tudo com tanto amor, que o fazia se apaixonar mais a cada dia.
— Vim buscar meu marido, esta tempo demais aí — ela resmunga.
Riu levemente, indo em sua direção, aconchegando-a como pode em seus braços, apesar de não conseguir mais abraçá-la por completo, mesmo assim não se importava, pois somente senti-la perto já era o suficiente.
Um leve ondular contra seu braço fora sentido, chamando a atenção de ambos, arregalou os olhos para o ventre inchado, já sentindo-os marejados em emoção.
— O bebê chutou! — ajoelhou-se animado, colocando ambas palmas sob a barriga dela, sentindo o contato do filho.
Infelizmente não podiam vê-lo, rara as vezes que sentia sua presença, pois o bebê mantinha-se constantemente na camada protetiva dos próprios poderes, mas aquela fora a primeira vez que o sentiram chutar.
— Amor do papai, estou tão ansioso para vê-lo, segurá-lo em meus braços, sentir seu cheirinho e mimá-lo por toda a eternidade.
Não conteve as lágrimas, a medida que ia falando, sentia o ondular contra sua palma, aumentando os sentimentos que sentia.
Ele estava se comunicando consigo!
— Você será um pai tão maravilhoso, amo vocês — Evie chorou suavemente, olhando-o com devoção.
Levantou-se vagarosamente, tomando o rosto delicado entre as mãos, cada dia seu amor aumentava, tanto que nem conseguia mensurar, estava por completo aos pés dela, do seu amor.
Sorriu ao ver ambos pais com as mãos sob seu ventre, falando com uma voz tão carinhosa para o bebê, mal poderia acreditar naquilo.
Ares o Deus da guerra, simplesmente virara um babão pelos netos, tinha um quarto cheio de brinquedos, dos quais ele trazia todos os dias, era a desculpa que usava para vê-los, como se fosse preciso!
Se ele não tivesse aceitado morar nos domínios de Astreia, teria feito ele ficar ali consigo, mas entendia que ele precisava de um espaço e era visível o amor ardente entre os dois, ficava muito alegre por isso, mas não precisava testemunhar, pegá-lo em um momento quente com a esposa já fora suficiente pela eternidade.
Mesmo assim ele a via todos os dias, quando não podia vir, ia até os domínios deles, simplesmente amará conhecê-los. Um castelo sob as galáxias em meio as estrelas, totalmente longe do Olimpo, belo e majestoso.
Agora o Deus da guerra estava ali, falando como uma criança com os netos, pois não era somente seu filho que continha aquele amor todo.
Não poderia esquecer do seu outro pai!
Thanatos o Deus da morte, o mais imponente, virará uma manteiga derretida, conversando com seu bebê, tão carinhosamente que a deixava emocionada todas às vezes, via o brilho tão intenso nos olhos dele, mostrando-a quanto ele era carinhoso.
Não bastava o carinho para com o neto, ele também assumira um grande carinho pelos filhos dos irmãos, Thalia e Eros II eram seus amores, por vezes ele aceitara ficar de babá, somente para ficar perto de ambos.
— Zeus aceitou de boa? — a voz de Astreia chamou a sua atenção.
Ela e Afrodite estavam conversando mais ao longe, preparando os pratos do piquenique daquela tarde, fato surpreendente já que nunca vira a mãe mexendo com comida antes, mas ao que parece ela estava mudando de maneira gradual.
— Ele não tem o que fazer, afinal, quando Thanatos nos salvou, parte da alma dele uniu-se a nossa, então passamos a ser seres tanto do Olimpo como do submundo, podendo viver em ambos — Afrodite retrucou animada — Fora que se ele tentasse, Evie não permitiria.
A mãe falava da sua permanência no submundo, ela decidira morar nos domínios de Thanatos, mesmo ocasionado um burburinho no Olimpo, mas a alma dela agora era parte sombra, então era de seu direito, fora que Anteros seguirá o mesmo que ela, já que Minthe não poderia sair do submundo, ambos ganharam um majestoso castelo sob os domínios de Hades, em uma parte aberta ao mundo, contendo a luz que Anteros precisava e a escuridão que Minthe necessitava.
Zeus aceitou sem reclamar, o único que não falara nada, talvez por tê-lo feito quebrar a regra estúpida que não podiam misturar os seres. Não adiantava proibir, fora que isso ocasionava em sofrimento desnecessário em todas as partes.
Não via problema em deixar as pessoas se amarem sem nenhuma complicação, pois era assim que o amor deveria ser, fora que ninguém tinha absolutamente nada com isso. Por mais que não fosse seu trabalho, protegeria o amor, pois ele fora sua maior salvação.
Aquele poderia ser considerado o dia mais feliz de toda sua existência, não sabia o motivo, mas desde que abrirá os olhos e contemplou a esposa, olhando-se no espelho, admirando a enorme barriga de nove meses, teve a certeza que seria um dia especial.
Talvez o bebê nascesse?
Já passará uma semana de que Evie completou exatos nove meses, esperavam ansiosos para o momento em que o bebê desse algum sinal, mas nada, aquilo era uma tortura!
Levantou-se sem tirar os olhos dela, não cansava de mirá-la. Evie estava com a pele mais iluminada e viçosa, os cabelos ruivos pareciam ter vida própria de tão sedosos e brilhantes, a gravidez fora uma verdadeira benção, acentuando a beleza já existente.
— Acordou antes de mim, isso é raro — circulou a cintura, colocando ambas palmas sobre o ventre.
— O bebê estava mexendo muito, infelizmente existem poucas posições para dormir, essa noite estava pior — ela suspirou encostando-se contra seu peitoral.
Olhou-a preocupado, por que ela tinha a mania de não chamá-lo quando sentia algo?!
"A cama ao seu lado estava vazia, fazendo-o levantar-se de supetão, procurou preocupado por ela, apenas para vê-la na varanda.
— Evie!
O rosto pálido virou-se em sua direção, deixando-o ansioso, aproximou-se rapidamente, tomou o delicado rosto entre as mãos, aumentando sua preocupação, ela estava gelada e com suor frio.
— O que está sentindo?
— Enjoo, mas não se preocupe que é apenas isso — ela responde simplesmente.
— Por que não me chamou?! — olhou-a incrédulo.
— Hades, amor, é apenas enjoo, não tem motivo para acordá-lo somente para me ver vomitar — ela sorriu brincalhona e então suspirou cansada — Não precisa se preocupar, se sentir algo grave, lógico que vou chamá-lo, até lá não se preocupe.
— Não posso! É minha esposa e está esperando meu filho, como quer que fique sabendo que estava passando mal enquanto eu dormia?!
Ela sorriu amavelmente, abraçando-a sem responder, somente suspirou exasperado. Infelizmente ela tinha uma autossuficiência que não permitia incomodar ninguém, a não ser que fosse em casos extremos.
— Teimosa!"
A gravidez inteira fora tranquila, salvo pelos enjoos e sono constante, mais para o final alguns sintomas intensificaram, como as dores e desconforto, mas ela nunca reclamara.
Nem mesmo quando a questionou se ela não teria algum desejo, pois o único que ela parecia ter, era ficar constantemente ao seu lado, agora de comida, nenhum. O apetite seguiu o mesmo, embora ela tenha optado por comidas saudáveis, pois queria que o bebê fosse totalmente saudável.
— Não fique bravo, juro que se fosse algo grave, o chamaria, mas foi somente desconforto — ela suspirou.
— Então não precisa fazer a reunião com os Deuses, podemos adiar, Zeus já comentou sobre isso, que não era preciso fazer agora.
Falava da reunião entre os Deuses, normalmente ocorria no Olimpo, mas por conta da gravidez avançada, o próprio Zeus achará melhor fazê-la no submundo, para evitar que Evie se estresasse além da conta.
— Tudo bem, melhor fazê-la agora, assim nós livramos deles — ela resmunga fazendo-o rir.
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Aquela fora a primeira vez que vira tudo harmonizado, sem nenhuma briga, simplesmente todos cooperando. Em toda sua existência, jamais vira os Deuses daquela forma, mas ao que parecia, finalmente estavam levando a sério os mandamentos de Evie, afinal, começará uma nova era no Olimpo.
A pauta da vez era sobre a humanidade, Evie queria guiá-los para um caminho mais justo, onde não haveria mortes desnecessárias, as guerras intensas, doenças e a fome, ela queria a extinção daquilo. Claro que vários Deuses ficaram um pouco ressentidos, principalmente àqueles ligados à natureza, pois o ser humano estava simplesmente acabando com o planeta, falando em todos sentidos, desde as plantas, animais, rios, lagos e mares, pura e simplesmente pela ambição desenfreada.
Os demais queriam que os humanos fossem responsabilizados, já Evie queria eles tivessem uma chance, dessa vez com uma mão mais firme para guiá-los.
Sua própria opinião era dividida, afinal, em muitas questões concordava com os demais, mas extinguir tudo não era a opção que daria.
— Todos merecem uma chance, eu tive uma, se não houvesse amor no meu caminho, não estaria aqui agora. Sei que os humanos são frívolos, visando apenas o próprio umbigo e não se importando com nada, mas simplesmente terminar com eles não apagará o mal ocasionado, fora que existem pessoas boas, por essas pessoas que devemos lhes dar mais uma chance — Evie respondeu apaixonadamente.
Olhou-a sem conter o orgulho, não importava a ocasião, a alma pura dela sempre brilharia em busca da paz.
Os demais assentiram a contra gosto, principalmente ao notar que deveriam guiar novamente os humanos ao bom caminho, mas a ordem de Evie era absoluta.
Os Deuses começaram a ficar levemente agitados, resmungando de como seria uma perda de tempo.
Uma presença interrompeu o leve burburinho, virou-se curioso em direção à ela, ficando surpreso ao vê-la. Analisou a jovem Deusa que adentrou a sala sem se importar se estava interrompendo uma reunião importante.
A jovem tinha longos cabelos cacheados como de Hera, mas loiros como Zeus, assim como os olhos intensos dele. Ilítia, uma das filhas de ambos, caminhou vagarosamente até parar em frente a Evie, olhando fixamente para o ventre dela, sem sequer piscar.
— O que aconteceu?! — Zeus olhou curioso para a filha, não era para menos, ela nunca aparecerá nas reuniões.
— O parto dela deveria ter iniciado, terei que intervir — Ilítia respondeu.
— O q-quê? — Evie colocou a mão sobre o ventre, numa atitude protetiva.
— Ela é a Deusa dos partos, protege os nascimentos e as crianças — balbuciou nervosamente — Tem algo errado?
Ilítia sorriu amavelmente para Evie e então olhou-o serena.
— Não, só que o poder que o envolve está impedindo o parto, precisamos quebrar essa barreira, afinal, o bebê precisa nascer, mas não se preocupe que não sinto nada errado — ela respondeu tranquila.
Assentiu meio trêmulo, levantou-se junto de Evie em seu colo, não queria correr com ela, então usou seus poderes para ir ao quarto, sendo seguido por Ilítia e Afrodite.
Colocou delicadamente a esposa sob a cama, enquanto observava Ilítia purificar as mãos.
— Hades, estou com medo — Evie balbuciou chamando sua atenção.
Inclinou-se sob ela, encostando a testa na sua, olhando-a com atenção.
— Sei que é assustador, mas existe um motivo para que as mulheres deem a luz — sorriu acariciando as bochechas vermelhas — Somente uma mulher tem a força capaz de gerar a vida, sentir tudo com o sorriso no rosto, mesmo que o cansaço muitas vezes chegue, nada é comparado com o amor de uma mãe.
Evie sorriu segurando sua mão.
— Estou aqui com você, nossa família esta aqui, não está sozinha — beijou-a suavemente — Vamos trazer nosso bebê ao mundo.
Suavemente limpou as lágrimas da linda face e afastou-se levemente, sem soltar a mão dela.
— Evie, preciso que se concentre no bebê, apenas o sinta, não tente protegê-lo, somente quebrarei a cúpula onde ele está, mas não estou o ferindo — Ilítia olhou-a carinhosamente e então voltou a atenção em sua direção — O mesmos serve para você, ambos sentiram uma pressão, pois estão ligados pelos poderes, o instinto os fará agir, mas não podem protegê-lo, ele precisa nascer.
Assentiu sério junto a esposa, a sobrinha sorriu e voltou a atenção total para Evie.
Uma enorme pressão se fez em seu peito, como se o cortasse, sem querer gemeu pela dor sentida, instantaneamente escutou Evie chorar, seus instintos gritaram pelo perigo, como se algo o empurrasse a fazer algo. Os cabelos ruivos da esposa iluminaram-se como fogo, assim como percebeu sua aura se manifestando, sentia que o bebê estava em perigo, por mais que uma parte sua o avisasse que não, que estava tudo bem.
— Hades! Evie precisa se acalmar, ela não está me escutando! — Afrodite balbuciou nervosamente.
Somente naquele instante percebera que ela falava constantemente consigo, virou-se para a esposa que olhava com raiva para Ilítia, como se ela estivesse ferindo seu bebê.
— Amor, tudo bem, está tudo bem — Abaixou-se até a altura de seu rosto, chamando sua atenção, mas somente via um olhar decidido, o olhar de uma mãe querendo proteger seu bebê.
— O bebê está bem, ela está ajudando — continuou a falar para ocupar sua mente — Logo ele estará aqui, em nossos braços, iremos protegê-lo de tudo, não se preocupe.
A barreira quebrada ocasionou em uma onda de luz negra que preencheu o quarto, tão intensa que deixou-o levemente incrédulo.
Será que o bebê era mais forte que eles?!
— Aí!
O gemido da esposa chamou por completo sua atenção, ela suava bastante e estava com semblante de dor.
— Evie!
— Tudo bem, o parto vai iniciar, preciso que sejam pacientes — Ilítia sorriu suavemente — O parto será rápido, mas vai doer, não é um bebê apenas.
Sentiu as pernas tremerem, por um instante temeu desmaiar, mas a mão de Evie na sua o forçou a tentar ficar sereno, ela precisava de atenção, era o momento dela e a única coisa que poderia fazer era ficar ao seu lado.
Entrelaçou a mão na dela, sem tirar os olhos do seu rosto, Evie tentava conter os gemidos de dor, embora eles ocasionalmente ecoassem. Um filme passava em sua mente, desde o momento em que a viu pela primeira vez, todos os passos que os levaram até aquele momento, sem que percebesse chorava copiosamente.
Um tempo consideravelmente longo se passou, até o choro preencher o ambiente, um pequeno ser fora colocado em seus braços, aproximou-o de Evie, para que ela olhasse rapidamente, pois as contrações continuavam intensas, mas não fora preciso esperar muito, até escutar outro choro.
Ambos saudáveis, lindos e resplandecentes, por um instante arregalou os olhos diante àquela aura, a conhecia!
Quando quase morrerá, aquela voz que falara consigo, não compreendeu de imediato quem era ou o que falara, agora conseguia compreender o motivo da última frase "espero que nos encontramos algum dia, em circunstâncias melhores", vira a própria vida, a essência latente dela, está que vibrava em ambos filhos.
Eles eram a vida, vibrante, pura e linda.
Dois meninos, um ruivo como sua Evie e o outro com os cabelos negros como os seus.
— Meus bebês, tão lindos — Evie olhou apaixonada para ambos.
Sorriu em meio as lágrimas, sim, ambos eram lindos.
— Eu... obrigado, não sabe o quanto meu coração está cheio de amor, amo vocês! — beijou-a suavemente.
Evie sorriu, sentando-se com o auxílio de Ilítia, sem conter o sorriso colocou ambos nos braços dela, fazendo-a abrir um sorriso tão iluminado que por um instante jurou ver o próprio sol ali.
— Esse é o Hesper, seu nome significa estrela da noite, a minha luz em meio a escuridão — Evie sorriu em meio as lágrimas.
Segurou a mãozinha do moreno, uma bela mistura entre ambos.
— Amei o nome, pequeno Hesper — ao escutar sua voz, os olhinhos abriram como se estivessem o procurando, não conteve o sorriso.
Igual a mãe, os olhos bicolores, mas um era cinza como o seu e outro azul como Evie.
— Tão lindo! — escutou a voz emocionada de Afrodite, fazendo-o sorrir ao concordar.
— E esse pequeno? — olhou para o ruivo de olhos azuis, que assim como o irmão, estavam atentos a sua voz.
— Draven que significa corvo, um animal que simboliza astúcia, cura, sabedoria, fertilidade e esperança, nossa esperança.
— Lindos nomes, perfeitos assim como a mãe deles!
Evie lhe dera o maior presente que poderia receber o amor e uma família.
Sorriu ao ver o rosto emburrado do marido, não poderia dizer que não o entendia, afinal era a primeira vez que se separavam dos gêmeos desde o nascimento. Os pequenos cresciam saudáveis, agora com um pouco mais de três meses, tão perfeitos e lindos.
Não queria ficar longe deles, mas queria fazer uma surpresa para Hades, mereciam algum tempo.
Os olhos vendados não o deixavam ver o caminho, apesar dele tentar, não conseguia, pois não usará uma venda qualquer, mas uma que continha seus poderes.
— Está me deixando ansioso! — Hades resmungou, fazendo-a rir.
Retirou a venda assim que chegaram no local, Hades ajustou a vista mirando-a confuso.
— O rio estige? — ele olhou-a sem entender.
Percorreu o olhar pelo local, um rio de águas cristalinas, cercados por uma névoa acinzentada, que trazia uma leve paz.
Puxou-o em direção a margem, onde sentou-se numa pedra, enquanto ouvia o desaguar das águas.
— Uma vez me disse que esse rio é especial, qualquer promessa feita sob ele não pode ser quebrada — iniciou fazendo-o franzir o cenho — Por isso, aqui diante dele, juro amá-lo, respeitá-lo e fazê-lo feliz por toda a eternidade.
Hades olhou-a em choque.
— Evie! O que... você está fazendo?!
Apenas sorriu aumentando o semblante chocado dele.
— Esse juramento não pode ser quebrado, mesmo por você!
— Eu sei, não pretendo quebrá-lo.
— Evie-
Colocou a mão sob seus lábios, calando-o de imediato.
— Meu nascimento foi planejado por um ser que almejava poder e destruição, desde o início fui impedida de agir como queria. Quando o conheci, todos os sentimentos se misturaram, não sabia o que esperar, tive medo e foi muito apavorante, mas encontrei a luz onde menos esperava, foi somente nas trevas mais profundas que entendi o verdadeiro significado do amor e isso é sua culpa, por isso não tenho medo desse juramento, pois meu amor por você ultrapassa tudo.
Hades sorriu lindamente, antes de puxá-la para seus braços, fazendo-a rir levemente.
— Prometo amá-la por toda a eternidade, fazê-la feliz e auxiliá-la em cada sonho que tiver, pois você é meu tudo.
Puxou-o para um beijo ardente, sentindo todos os sentimentos, desde o primeiro beijo, tudo crescia de forma exponencial em seu peito, dando-lhe a certeza, todo caminho tivera um propósito, mas esse fora o melhor.
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