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Capítulo 4 - Descontrole

A imagem desse capítulo é do pinterest, crédito ao autor.

🚨Esse é um capítulo sensível, pois possuí uma cena de tentativa de estupro e morte🚨

Lembrando que não faço nenhuma apologia ao tema!

A cena será as sensações e reação da vítima.

Lembre-se, a culpa não é sua, por mais difícil que seja entender isso!

Capítulo possuí 3500 palavras.

Boa leitura🖤

Uma leve brisa serpenteava seu corpo, como se fosse uma doce carícia, lentamente sentiu vontade de abrir os olhos, ao fazê-los, encontrou os olhares preocupados da sua família.

Sentia seu corpo cansado, embora soubesse que dormia a algum tempo, mesmo sem se lembrar de como sabia dessa informação, mesmo assim o cansaço fazia parte de cada célula de seu ser.

— Querida! — sua mãe fala preocupada, pulando em sua direção, apertando-a em seus braços.

Uma dor se alastrou por todo seu corpo, fazendo-a se encolher levemente, forçou a sua mente para lembrar, mas somente conseguia ver o vazio, fato que a deixou curiosa.

Por que não lembrava de nada?

— Afrodite, calma — Ares fala gentilmente, ao puxá-la.

Agradeceu, pois, sentia cada osso de seu corpo doer, principalmente sua cabeça, como se ela estivesse oca, causando um latejar irritante, parecia que batera ela contra algo pesado, ou coisa pior, era uma dor tão imensa, que estava difícil manter até a respiração, quanto mais tentava lembrar, mais dor sentia.

— O que... aconteceu? — perguntou pausadamente.

Os pais se entreolharam preocupados, então Eros tomou sua mão com delicadeza, fazendo-a olhá-lo intrigada.

— Estávamos treinando, acabou caindo e batendo a cabeça, desculpe por isto — ele responde pesaroso.

Sua mente estava em completo branco, não conseguia se lembrar de nada em relação a treinamentos, se fosse honesta, não lembrava de nada nos últimos anos, como se houvesse uma lacuna.

Como poderia esquecer da sua vida?

As pessoas a sua frente eram sua família, sabia disto e possuía sentimentos por eles, ao olhá-los, as lembranças vinham automaticamente, mas se esforçasse para lembrar de algo, uma barreira a impedia, como se fosse compelida a não fazê-lo, o que era estranho.

O que estava acontecendo?

— Eu não lembro... não lembro de nada — confessou agoniada.

— Qual a última lembrança que tem? — Anteros pergunta com gentileza.

— Nossa caçada aos peixinhos — falou de supetão.

Nem ao menos sabia o motivo, aquela lembrança era uma névoa em sua mente, como se fosse fixa ali, não parecia ser sua, mas estava lá em sua mente. Um dia com a família, a beira de um lago cristalino, eles disputando para ver quem pegava mais peixes, isto sem matá-los ou machucá-los, foi uma tarde linda, mas não sabia nada antes ou mesmo depois desse dia.

O que estava acontecendo?

Os pais olharam aliviados em sua direção, assim como os irmãos, estava sem memória e eles estavam aliviados com isso?

— O que-

— Não se preocupe, você bateu a cabeça e perdeu a memória, ela vai voltar eventualmente, não precisa se pressionar — sua mãe a interrompe com a voz doce.

Assentiu sem falar nada, sua cabeça estava uma completa confusão, era melhor colocar os pensamentos em ordem antes de qualquer coisa, pois nem ao menos conseguia verbalizar nada sem sentir uma dor em seu crânio, por hora teria que confiar neles.

✯❍

Observar sua família era interessante, principalmente por conseguir notar seus sentimentos, embora escondessem bem, eles estavam com medo, agora não conseguia imaginar os motivos. Perguntara várias vezes sobre o que estava acontecendo, as respostas eram sempre as mesmas, sem alterar nada, era como um acordo entre ambos, todos tinham a mesma visão, o que era estranho. Ninguém pensava exatamente igual, muito menos falava, mas todos naquele local, estavam conectados, então com o passar dos dias, parou de perguntar, não teria as respostas que queria.

Passou a investigar sozinha, embora não conseguisse achar nada que justificasse tudo aquilo. Sua memória não voltara, fato que era a completamente ignorado pelos pais, quando se forçava para lembrar de algo, simplesmente desmaiava, pois, a dor que sentia era tão alucinante que seu cérebro parecia estar fritando.

Estava em um almoço com a família, aquilo parecia familiar, embora não lembrasse de nada, mas pareceu já viver aquela cena em particular, continuou a analisá-los calmamente, era estranho saber tantas coisas sobre eles, mesmo assim não lembrar de como sabia.

— Vou ficar com você — Anteros falou animado.

— Boa ideia, podemos fazer algo juntos! — Eros respondeu entusiasmado.

— Não convidei você! — Anteros resmungou.

— Não preciso de convite! — Eros responde bem-humorado.

Sentiu um latejar enorme em sua cabeça, como se seu cérebro a forçasse a lembrar, os pais olharam assustados em sua direção, usou todo seu autocontrole para evitar fazer careta, sabia que eles muito preocupados consigo, se imaginassem que estava tentando recuperar suas memórias, ficariam loucos, mas aquele momento em específico a fizera ter alguns lampejos, vivenciando aquela mesma situação, embora tudo não passasse de um borrão em sua mente.

— Está com dor? — Afrodite pergunta preocupada.

— Sim, acho que tomarei um remédio e vou deitar para descansar — confessou.

Não adiantaria mentir sobre seu estado de saúde, especialmente quando seu semblante a entregava.

— Neste caso, eu vou ficar-

— Não pode ficar, sei que essas reuniões são importantes — a frase escapou de sua boca antes que pudesse evitar.

Sua mente foi invadida por uma enxurrada de informações, lembrou-se dos sentimentos a respeito de seus poderes, o fogo intenso que cobria o local, a vida que emanava, tão quente e calorosa quanto o sol, assim como o cheiro de morte que ficou em todo lugar, o descontrole que sentira ao usar aqueles poderes de forma insensata.

Ali percebeu que todos mentiram, não perdeu a memória, ela foi apagada, fora impossível não se sentir traída, afinal, fora boa parte da sua própria vida que fora completamente deletada, embora soubesse do amor genuíno que sua família nutria por si, ainda sim, eles não tinham motivo para esconder uma vida dela.

As perguntas rondavam sua mente sem parar, em principal era o motivo, por quê eles teriam feito isso?

Não existiam motivos, apesar de a última lembrança de seus poderes serem dolorosas para lembrar, mas era preciso apenas um treinamento para aprender a controlá-los, não justificava deletar sua memória.

O semblante assustado de sua mãe, a fez sorrir gentilmente em sua direção, se quisesse saber os motivos, teria que ser mais esperta que eles, pois era claro que eles não contariam, se sua memória tivesse sido apagada pela sua família, como parecia naquele instante, eles tiveram um motivo para tal, então teria que usar todo o sangue-frio que possuía para descobrir, ou então teria que se contentar com a verdade que eles queriam pregar.

Não era de seu feitio fazer isto, era a sua vida, então merecia saber sobre o ocorrido, mesmo que houvesse um motivo plausível para que eles escondessem o fato, era seu direito saber de tudo. Se não soubesse controlar seus poderes ou até se fosse um perigo, merecia saber disso, não poderia ficar no escuro.

— Mamãe, não se preocupe, apenas estou com dor de cabeça, ficarei bem — falou num sussurro.

Odiava mentir para ela, mas era necessário, não poderia ficar no escuro para sempre.

— Tudo bem, vou preparar seu remédio, logo passa! — sua mãe fala apressadamente.

Assentiu sem alterar o semblante, preferiu focar na dor que realmente sentia, pois, os irmãos possuíam poderes para sentir quando mentia, além claro da sua mãe perceber que algo estava errado.

✯❍

Nos domínios de sua mãe, não conseguirá descobrir nada, sabia que era proibida de sair daquele local, então fez o que nunca fizera.

Simplesmente saiu, a sensação de estar em um lugar totalmente estranho, era assustadora e envolvente, quanto mais andava, mais curiosidade tinha, não via ninguém, pois os domínios de Afrodite eram afastados dos demais lugares.

A sensação de liberdade que sentia era tão boa, que fazia seu coração vibrar, finalmente se sentia como os pássaros que via, era tão bom aquilo, que não dava vontade nenhuma de voltar para casa.

Andou por um tempo, até encontrar a entrada para uma cidade, não fazia a menor ideia de qual era, mas sabia que era melhor evitar, assim que sua família soubesse onde estava, enlouqueceriam com isto!

Simplesmente deu a volta, em uma floresta completamente diferente de tudo que virá, pois, ela era densa e as árvores assustadoramente grandes, de uma beleza singular. Não conseguia conter o encantamento, cada lugar era único e novo, fazendo-a sorrir a toa.

Ao ver uma clareira, sorriu alegre correndo em sua direção, se sentia uma criança, mas era impossível evitar o sentimento, jogou-se ao chão, sorrindo como uma louca.

Até mesmo as nuvens eram diferentes!

Tudo tão diferente do que era acostumada, será por que era novidade e uma coisa proibida?

Não sabia dizer, mas de algo tinha completa certeza, não voltaria a ser presa novamente.

— Que deliciosa novidade, sabia que faria bem em faltar aquela reunião estúpida — uma voz rouca ecoou pelo recinto, fazendo-a sentar de imediato.

Ficará tão focada em si mesma, que nem ao menos notou em sua volta.

Seu olhar foi em direção ao som, em sua frente jazia um deus olhando-a com seriedade, sua cabeça era de um chacal, seguidos com enormes chifres de boi, a pele tão negra quanto a noite, reluzindo sob a luz do sol, os olhos também eram negros, mas totalmente vazios e sem sentimento algum, apesar da aparência diferente de tudo que já vira, fora sua aura que chamou sua atenção, completamente massiva e sombria, sentiu um arrepio percorrer seu corpo, pela primeira vez estava experimentando o medo.

— Quem é você?! — tentou conter o tremor em sua voz, mas falhará miseravelmente para a alegria do deus que sorriu em malícia.

— Eu que deveria perguntar isto, já que nunca a vi e não esqueceria um rosto tão bonito — ele respondeu sem tirar os olhos dos seus.

— Não te interessa! — replicou com ousadia.

Não o conhecia, mas conseguia sentir a malícia ecoando por cada poro daquele ser, não confiava nele!

— Não te ensinaram a respeitar os superiores? — ele perguntou irritado.

— Vai se foder! — retrucou ácida.

Os olhos voltados em sua direção apesar de demonstrarem um vazio, agora brilhavam em pura raiva, aumentando seu medo.

— Uma maldita boquinha suja, continue me irritando, eu adoro castigar quem me desobedece — ele vociferou em fúria.

Lembrou-se dos ensinamentos de seu pai, em primeiro lugar deveria averiguar a área para uma rota de fuga, pois não sabia sobre os poderes dele, então era bom ter uma chance para escapar quando pudesse. Não poderia lutar sem antes testar todas as oportunidades que tinha, sempre que pudesse evitar confronto, era bom fazê-lo.

Um barulho ecoou pelo local, sentiu de imediato a dor em suas costas, estava em choque ao notar que aquele ser simplesmente a vez voar contra as árvores, fazendo-a bater contra todas elas no processo, não era tão lenta para ser pega desprevenida, por muitas vezes conseguira evitar seu próprio pai, embora não conseguisse atacá-lo, mas o Deus, a sua frente, nem ao menos conseguira vê-lo se aproximar, foi em questão de milésimos de segundos.

Seu olhar era feroz em sua direção, com uma fúria brutal que a assustou.

— Eu nunca perdi um combate, vou ensiná-la a respeitar os superiores, principalmente aos homens! — a voz furiosa dele ecoou pelo recinto, assustando-a por completo.

As mãos estavam contra sua garganta, apertando-a com tanta força que estava perdendo o ar.

— M-me so-solta...

— Quanto mais a presa se debate, mais o predador gosta! — ele respondeu animado.

Não tinha muitas opções, estava sozinha e não tinha nem forças para combatê-lo, em desespero o chutou entre as pernas, fazendo-o soltá-la de imediato.

Simplesmente passou a correr desesperada, não via por aonde ia, nem ao menos conseguia desviar das árvores, batendo contra algumas, tamanho seu desespero em fugir, mas não tinha escolhas, especialmente naquele momento, um confronto contra aquele ser a deixaria em apuros, pois sua chance de vitória era mínima.

Uma mão segurou seu braço com firmeza, paralisando-a, continuou se debatendo até a mão escorregar, arrancando um pedaço de sua blusa, sentiu uma brisa gélida em seu tronco levemente nu, deixando-a desconfortável. 

Novamente sentiu as costas doerem, dessa vez estava sob o chão puro, com ele por cima de seu corpo, os olhos dele era puro ódio em sua direção, sentiu um medo primordial intenso, cobri-la por inteiro, pois jamais vira um sentimento puro de maldade.

— Maldita vadia! — o tapa ecoou pelo recinto, assim como a voz estrondosa.

Continuou a se debater, enquanto sentia a mão pesada sob sua face, a cada tapa que recebia, era como tocar sua alma, a ardência cobria todo o rosto, fazendo-a chorar no processo.

— Para! Por favor, para! — pediu em desespero.

Por um momento os olhos dele miraram seu rosto com interesse, então vagou pelo corpo analisando-o por inteiro, sentiu o medo aumentar exponencialmente, pois conseguia sentir seus sentimentos mudando, era uma luxúria pura, tanta que lhe causou enjoo.

— Você é bem gostosa — ele falou malicioso, fazendo-a arregalar os olhos em choque.

Em um único movimento, ele terminou de rasgar sua blusa, deixando-a com o colo completamente nu, tentou se debater, mas somente conseguiu roçar mais o corpo contra o dele, sentia uma repulsa tremenda com o ato, pois se sentia suja. 

As lágrimas escorriam pela sua face sem controle, não tinha forças para empurrá-lo, pois seus esforços estavam sendo em vão, parecia que ele nem ao menos sentia sua mão o empurrando, era como se fosse uma boneca.

As mãos passando pelo seu busto, ocasionou em uma onda de nojo em seu ser, não conseguia se livrar, o que o divertia, quando suas calças tiveram o mesmo fim que a blusa, arregalou os olhos em pânico ao notar o que aconteceria.

— Vou te foder até que aprenda que deve ser obediente, se me agradar, posso recompensá-la — ele falou perverso, contra seu ouvido, fazendo-a arfar pelo medo.

A sensação de pânico foi gradualmente dando lugar a raiva, o corpo era seu, não era um imbecil que decidiria o que fazer!

A quentura em seu peito foi crescendo, até tomar conta por completo de cada célula, colocou as mãos sob os ombros dele, fazendo-o urrar pela dor, cravou as unhas com força, afundando sua carne, a pressão que fazia era tanta que quebrou os ossos, não sentiu nada além de satisfação em machucá-lo, com apenas um empurrão, o fez voar por entre as árvores, batendo contra todas elas.

Os gritos ecoavam como uma melodia tenebrosa, mas somente conseguia se deliciar pelo prazer que ela proporcionava, correu até o corpo ferido, pisando com força contra no peitoral do Deus. O som dos ossos quebrando a fizeram sorrir em deleite, assim como cheiro do medo que exalava pelo local.

Não conseguia mais ver com clareza, pois seus olhos estavam embaçados em uma névoa escura, estava gradualmente perdendo a consciência e deixando a escuridão a dominar.

— Deveria desejar queimar no Tártaro, mas não sobrara nem ao menos essa sua alma podre, vou reduzi-lo a nada — a sua voz sairá completamente vazia, desprovida de qualquer sentimento.

O corpo entrou em combustão instantânea, tal como a flor e o campo de sua mãe, gradualmente fora aumentando, assim como os gritos, sentia uma raiva imensa em seu interior, um sentimento primordial que teimava em sair, era doloroso controlar.

— Ahhhhhhh!

Caiu ao chão em completa agonia, sentindo seu corpo inteiro em combustão, seus gritos ecoavam pelo recinto, não aguentava mais segurar aquele monstro em seu interior, simplesmente permitiu a sua saída, a raiva que sentia explodiu ao redor, assim como a sensação de liberdade.

Uma semana se passara desde que Hera usou seus poderes em Evie, estava preocupada com a filha, pois embora não falasse, as dores de cabeça eram constantes. Muita culpa consumia seu coração, principalmente por esconder tanta coisa, agora mais, esconder seus poderes dessa forma tão brutal, mas isto era necessário ou acabaria a colocando em risco. Seus poderes estavam maiores que o imaginado, tudo que pode fazer no momento fora fazê-la esquecer de tudo.

Não queria deixá-la sozinha, principalmente naquele momento, mas seria suspeito não comparecer a um chamado do próprio Zeus. Estava se esforçando para não transparecer nada, mas já sabia que ele estava desconfiado de algo, ainda mais depois da maneira que saiu da última vez que o viu, nem ao menos explicou nada, era até estranho que ele não tivesse a procurado.

Um enorme estrondo assustou os deuses presentes, era um som similar a batalha de Cronos contra Zeus, tão intenso que estremeceu até as portas do Olimpo.

— O que foi isto?! — a voz assustada de Zeus ecoou pelo local.

Estava assustada, principalmente por sentir a aura massiva de raiva que rodeava o local, somente conseguira pensar em sua Evie, era igual à primeira vez que a sentiu, após seu nascimento, mas continha uma raiva ampliada, era tão intensa que por mais longe que estivesse do local, ainda conseguia notá-la.

Como que entendendo seus pensamentos, Ares partiu em disparada, não conteve o ímpeto de ir junto dele, assim como os demais Deuses. Um enorme feixe de luz saia da floresta ao sul, como a explosão de dois astros se colidindo, assim como o cheiro de morte que abalou a todos, era mais intenso que os poderes do próprio Thanatos, anunciando a chegada do fim.

Não se importou com nada, somente pensou em sua filha, correndo em desespero para o local, assim como percebera os demais Deuses fazendo o mesmo.

Ao chegar no local, não conteve o choque, pois estava tudo destruído, até mesmo o solo, estava da mesma maneira que ficara seus domínios, totalmente putrificada, parada ao centro estava Evie, completamente nua e com o olhar feroz, tal qual nunca vira em sua doce filha, seus olhos estavam completamente negros, até mesmo a esclera em uma escuridão profunda.

Era um ódio primordial, totalmente desprovido de qualquer sentimento, nem mesmo Poseidon conseguia ser tão frio daquela maneira, o que aumentou seu medo, pois sua filha era tão amorosa e doce, seus olhos estavam negros e vazios, completamente tomados pelas trevas, aquele ser em sua frente, nada lembrava ela.

— Evie-

— Espera, temos que tomar cuidado, ela não está raciocinando, precisamos agir com cautela ou ela vai se ferir mais — Ares falou com preocupação.

Percebeu que não era somente o lugar que estava devastado, ela estava toda machucada, o sangue escorria por toda a sua pele, cobrindo-a como se fosse um manto sombrio.

O que teria acontecido para que ela estivesse daquela forma?

Não havia motivos para ela estar tão longe, muito menos tão próxima ao Olimpo, ela não parecia ter saído de uma batalha, embora os machucados demonstrassem que ela sofrera algo, pois suas costas principalmente, estavam em carne viva.

— Derrubem-na! — Zeus vociferou com raiva.

Arregalou os olhos em espanto ao ver todos os Deuses em conjunto, lançarem seus poderes, com a chuva massiva em sua direção, sua pequena perdeu a consciência, caindo em um baque surdo.

✯❍

Não conseguia olhar em direção a Zeus, principalmente ao ver o olhar acusatório, somente o vira com tanta raiva assim, quando matou seu próprio pai.

Evie estava sob custodia, trancada em uma sala totalmente a prova de fugas, desacordada, não conseguira nem ao menos vê-la, para seu desespero.

— Vai me explicar o que está acontecendo?! — sua voz ecoa como um estrondoso trovão.

Ao olhar nos olhos do pai do cosmos, tremeu ao vê-los faiscando, sua cor antes castanha, agora jazia um azul elétrico intenso, sentia seus poderes no limite, assim como sabia que a paciência dele também estava, não tinha mais como esconder e nem poderia, com tudo que ele vira, já concluíra boa parte da história.

— Evie é minha filha — confessou rendida, fazendo-o arregalar os olhos.

— Pela aura, ela não é filha de Ares! — Zeus retrucou irado.

Abaixou-se a cabeça em sinal claro de culpa, não tinha como contestar isto, principalmente pelo fato que traíra os Deuses, era impossível negar que ela não era o ser descrito na profecia das moiras, pois a extensão de seus poderes, pelo pouco que pode ver, eram imensuráveis.

— Quem é o pai de sua filha? — pela primeira vez em seus milênios, teve medo de Zeus.

Não precisou verbalizar nada para ele, pois Zeus compreendeu toda a situação, era filha de Urano e sua prole continha uma massiva aura sombria, comprovando que seu pai era descendente de um ser poderoso, ele já sabia quem era, pois, a assinatura estava em seu poder, embora fosse ampliado milhares de vezes.

— Afrodite, não perguntarei novamente — a voz estrondosa de Zeus a fez pular pelo medo.

— Pai-

O olhar de Zeus na direção de Ares, o fez parar de imediato, sentiu-se culpada por colocar isto sobre seus ombros, pois Zeus olhava com profundo ódio para seu próprio filho, demonstrando toda a ira que sentia no momento, era impossível dizer que Ares não sabia de nada, visto que estava explícito em seu semblante a preocupação para com Evie.

Ele não merecia ser castigado, principalmente, ele não podia fazer nada, somente sofreria as consequências dos seus atos, desde o início deveria ter comunicado a Thanatos, talvez se o fizesse, as coisas não chegariam a este ponto.

— Não deixe que a machuquem, até eu chegar aqui, a única coisa que te peço — falou em súplica, olhando para os olhos azuis-acinzentados de Ares.

Sentiu seu coração apertar ao ver as lágrimas escorrem pela face dele, jamais o vira chorar daquela maneira, pois estava pedindo para que ele ficasse contra seu próprio pai, em proteção a um ser que ele sabia que causaria destruição dos Deuses. Tomando postura de combate, ele assentiu, olhando seriamente para um Zeus surpreso.

Tomou a sua reação como uma oportunidade para fuga, conseguira sair sem que ele a detivesse, esperava conseguir chegar a tempo.

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