Capítulo 38- Ninguém vai machucá-la!
Imagem de Hades, Evie e Érebo respectivamente.
Esse capítulo tem 3800 palavras.
Boa leitura 🖤
O peito queimava como se estivesse exposto ao fogo, este se concentrava no centro, uma dor intensa, que o fazia ter vontade de arrancar o próprio coração. Pensara que teria um descanso merecido, embora fosse irônico ser recebido na própria morada, contudo, não fora isso que aconteceu, não estava no submundo, mas sim vagando em algum lugar.
Tirando a dor que sentia, seu corpo flutuava em harmonia, como se não tivesse para onde ir, sentia-se uma poeira ao vento, um sentimento inquietante e angustiante, pois isso o fazia se questionar tudo que fizera de errado.
Seus pecados não o deixariam descansar?
Tinha muitas pendências?
Não queria morrer, embora praticamente tivesse se entregado a morte, pois não suportaria a ideia de lutar contra Evie.
Evie...
Seu amor, ela estava completamente perdida e sem rumo, como poderia abandoná-la?!
— Jamais a abandonou, pelo contrário, lutou por ela, desde o primeiro instante. Mesmo que o sentimento fosse apenas uma semente plantada, sua alma agiu em prol dela, querendo protegê-la de tudo, amando-a cada instante, mesmo que não soubesse.
Ela falava como se... como se fosse almas gêmeas, era isso?
— Fomos destinados a ficarmos juntos?
— Não são almas gêmeas, pois Evie não possuí futuro, sua vida é traçada no dia-a-dia, ela não tem contrato de alma, tudo ocorre pela decisão dela.
— Então o que quis dizer que antes mesmo de perceber minha alma já estava com ela?
— Ambos são almas que se conectaram numa profundidade além dos contratos de alma, é o amor em sua forma primordial, pois não são metades, mas sim partes inteiras, você é o que ela precisa, assim como ela. Então não se sinta culpa, pois não a abandonou.
Uma voz doce e extremamente melodiosa preencheu o ambiente, apesar de não saber de onde vinha, sentia-se tão calmo ao escutá-la, como se ela o fizesse bem.
— Apesar disso não estou ao lado dela, estou morto e ela está sofrendo — resmungou magoado escutando um riso divertido em resposta.
— Você quer continuar morto?
Que pergunta era aquela?!
— Não! Quero voltar para minha esposa!
— O amor de vocês é algo que jamais vi, apesar de toda a escuridão que o coração dela ficou, sua luz a alcançou, iluminou-a tanto que ela não conseguiu negar os sentimentos. É algo puro e intenso, a verdadeira forma do amor, onde nasceu com amizade, companheirismo, cumplicidade e desejo. Vocês se tornaram tão unidos, que nada pode abalar esse sentimento.
Sentiu a garganta apertada, assim como uma imensa vontade de chorar ao escutar aquilo, se sua luz a alcançou, significava que sua Evie estava bem!
— Ela está bem!
As lágrimas de alegria saiam sem controle, pois sentia um tremendo alívio em saber que sua amada estava bem, poderia acontecer qualquer coisa consigo, desde que Evie estivesse viva e bem.
— Para você tudo que importa é a felicidade dela?
— Sim!
Nem pensou ao responder, uma onda de alegria preencheu seu coração, mas não parecia ser um sentimento seu, gradualmente seu corpo fora parando de flutuar, conseguira visualizar o ambiente em que estava, apesar de nunca tê-lo visto, uma intensa luz em sua frente deixou-o sem ação, apesar de não saber como, a voz vinha dali, mesmo que não pudesse enxergá-la.
— Quem é você?
Um riso divertido ecoou, fazendo-o sorrir também, tão leve e divertido que o fazia se esquecer de tudo, pois tudo que sentia era uma paz imensa, uma inocência que jamais sentira antes.
— Desejo que sejam felizes, assistirei alegremente ao amor de ambos, espero que nos encontramos algum dia, em circunstâncias melhores, até lá seja feliz com seu amor.
A claridade do local aumentou drasticamente, forçando-o a fechar os olhos, até tudo escurecer, um impulso em seu peito, assim como uma onda de energia escura o fizera pular assustado.
Estava no submundo, sua família o olhava assustado, assim como a de Evie, percorreu o olhar pelo ambiente, sem conter a angústia.
— Evie?! Onde ela está?! O que aconteceu?!
Pulou agitado, sem conseguir se conter.
Uma dor intensa se alastrou por todo seu corpo, fazendo-o gemer sem controle, era como se tivesse quebrado todos seus ossos, mas a dor pior estava em seu peito, apesar de aparentemente curado por fora, por dentro ainda sentia a mesma dor dilacerante.
— Calma, está tudo bem, está seguro! — Zeus o confortou.
— Não me importo comigo! Quero saber de Evie! — resmungou irritado.
— Não sabemos como ela está, vocês aparentemente se confrontaram e ela tentou te matar — Zeus respondeu ríspido.
Olhou em direção ao peito, onde deveria estar um enorme ferimento, mas não jazia nada. Ainda doía muito, mas não era como se sua vida estivesse em risco, parando para analisar, ela nunca estivera em risco, isso somente aumentava a certeza que tinha.
Para a surpresa de todos, não conteve o sorriso alegre.
— Se ela quisesse realmente me matar, teria feito, ela não quis! — respondeu animado.
— Uma perfuração no coração não é uma prova de amor! — Zeus replica ácido.
Revirou os olhos se levantando, voltou-se com seriedade para a família.
— Não começa! Ela estava descontrolada, afinal foi forçada à isso, mesmo assim, se ela realmente quisesse, tinha me matado, mas ela não fez, a prova é que estou vivo!
— Está certo Hades, ela não tentou matá-lo, bom... ela tentou, mas inconscientemente passou alguns poderes do Caos para você, por isso não morreu — Nix explica calmamente.
— Ela recuperou a consciência, sinto isso, vou buscá-la!
Não dera nem um passo, até ser agarrado pelos irmãos, ambos olhando-o preocupado.
— Acabou de voltar dos mortos, seu corpo rejeitou os poderes do caos, por um longo tempo tentamos estabilizá-lo, apesar de não ter morrido diretamente pelo ataque dela, poderia ter morrido pelo excesso de poder, seu corpo não está acostumado, precisamos agir com cautela, até mesmo para salvá-la! — Poseidon retruca ansioso.
— Não posso esperar-
— Não estou dizendo isso, apenas que deve ser mais prudente e inteligente, se ela esta consciente, mais um motivo para agir com cautela, ela vai enlouquecer se algo acontecer com você, então pode por favor escutar tudo que ocorreu enquanto estava em coma? — Poseidon interrompeu-o sério.
Assentiu a contra gosto, por mais que sua vontade fosse simplesmente correr para ela, Poseidon tinha uma certa razão, precisava mais que sua vontade para salvá-la.
— Ficamos incapacitados de ir ao encontro de vocês após as lutas. Zeus esgotou toda sua estamina, nem mesmo conseguia se manter em pé, eu também — Poseidon explicou, desviando o olhar para Anfitrite ao falar a última parte — Meu cansaço mental foi extremo, não consegui usar meus poderes, Ares e Thanatos ficaram mortalmente feridos.
Sentiu-se culpado ao escutar aquilo, pois em nenhum momento pensou neles, sua mente jazia apenas a vontade de salvar sua Evie, excluindo por completo todos.
— E Nix... bem, ela disse que Caos não gosta dela, mas aparentemente ela tem medo dele, o que é uma surpresa — Zeus conclui olhando debochado para a Deusa.
— Fique perto do mais profundo abismo sem se borrar, depois conversamos sobre isso... se sobreviver a aura dele — Nix retruca irritada.
Poseidon suspirou irritado, chamando a atenção novamente para ele.
— Evie encontrou Anteros naquele universo, posteriormente Eros e Afrodite, ela realmente usou seus poderes para matá-los, se não fosse Thanatos, eles não estariam aqui — Poseidon responde.
— Ela... ela me contou tudo, sobre matá-los...
Desviou o olhar, evitando contato visual, não queria que ver os julgamentos sobre Evie, ela não tinha culpa de nada, mas eles eram muito cabeça dura.
— Como foi o confronto com ela? — Zeus perguntou sério.
Suspirou pesadamente e começou a narrar, desde o primeiro instante que a viu, as conversas, os nuances das memórias dela, sobre o controle que ela parecia ter alguns momentos, até o ato de matá-lo.
— Ela mesmo sendo forçada, não usou seus poderes totais contra você! — Afrodite concluiu animada.
Assentiu sem controlar o sorriso, o amor dela ultrapassará até mesmo a escuridão.
— Certo, se isso é uma prova de amor... não falo mais nada — Zeus resmunga.
Poseidon o cutucou sem nenhuma gentileza, fazendo-o grunhir pela dor sentida em sua barriga, lhe arrancando uma sonora gargalhada em resposta.
— Hades, como Poseidon disse, ficamos um bom tempo para estabilizar esse poder que recebeu, agora ele é como se fizesse parte de seu ser, difere do poder da Evie, pois o dela não se mistura com os poderes herdados de seus pais, o seu se uniu com os poderes que já tinha — Nix chamou sua atenção.
Analisou o próprio corpo, como se procurasse uma mudança, mas se sentia o mesmo.
— Saberá usá-los na hora certa — Nix retruca divertida.
Esperava que ela tivesse razão, pois receber poderes que nunca tivera, em um momento crucial era complicado, pois não poderia treinar e nem mesmo testá-los rapidamente.
— Então qual será o próximo passo? — Poseidon pergunta sério.
Analisou cuidadosamente os presentes, sem conter a preocupação na face. Afinal, Thanatos e Ares estavam fora de combate, visivelmente ambos não poderiam nem se manter em pé, logo também não poderiam se proteger caso algo acontecesse, então deveria se certificar que alguém os cuidasse, mas sentia que ambos não concordariam com isso.
— Minthe e Astreia ficaram responsáveis por Ares e Thanatos, estão proibidos de lutar — decretou fazendo-os resmungarem — Sem discussão, ambos são importantes para Evie, não deixarei que ela perca os pais, isso me lembra que Afrodite, também esta fora da luta!
— Quero proteger minha filha! — Ares resmunga tentando se levantar.
— No seu estado atual é impossível fazer isso, sei que quer protegê-la, mas o melhor é se manter em segurança — retrucou.
— Hades, embora queira retrucar, tem razão, mas peço que reconsidere deixar Minthe de responsável, ela e Psiquê precisam de proteção, mais que a gente, Afrodite e Astreia não dão conta de proteger todos — Thanatos resmunga.
Olhou-o sem entender, a ninfa apesar de possuir a aparência frágil, era uma excelente guerreira e Psiquê mesmo sendo nova Deusa, poderia se manter longe da luta, em caso extremo, poderia lutar.
— Não queria revelar isso, pois é algo entre casal e estragaria toda a surpresa — Thanatos olha constrangido para Eros e Anteros — Sou o Deus da morte, consigo perceber a vida, mesmo no início, isso quando o ser não tem poder para se proteger ou quando meus sentimentos atrapalham.
Ambos irmãos arregalaram os olhos em choque, olhando confusos para as esposas, como se tentassem assimilar o que Thanatos dissera.
— O que você... você está dizendo que... o quê?! — Eros fora o único que tentou falar algo.
— Minthe e Psiquê estão grávidas, vejo a luz da vida sendo gerada, se fosse chutar, diria que Psiquê está cinco meses e no caso dela passou despercebido por conta da transição dela de humana para Deusa e a falta da barriga é por conta do corpo, nem todas tem uma barriga exuberante, já Minthe está de três meses, pois a luz é mais fraca — Thanatos responde sorrindo para ambos.
Anteros ficou olhando em choque para Minthe, como se esperasse a que a barriga aparecesse a qualquer momento, ao contrário da ninfa que chorava com as mãos sob o ventre, levou alguns segundos até ele reagir, pulando sobre ela, abraçando-a enquanto chorava e ria em simultâneo.
Eros por outro lado se manteve com os olhos arregalados e a boca aberta, pois até mesmo Psiquê mantinha o semblante assustado, nenhum reagiu, como se não acreditassem. Fora Afrodite quem puxou Psiquê, dando-lhe um abraço terno, tirando-a do torpor, Eros então começou a rir alegre, antes de puxar a esposa para os braços.
— Vou ficar, preciso protegê-la! — Eros retruca alegre, Anteros concordou, sem se desgrudar de Minthe.
Não conteve o sorriso em direção a ambos, eles mereciam essa felicidade, não os condenaria, pelo contrário, não deixaria ambos sozinhos para lutarem.
— Ártemis, Hermes, Hefesto, Hera e Anfitrite, vocês vão ficar para ajudá-los — declarou para os sobrinhos e as cunhadas, ambos assentiram sem questionar.
— Quem vai nessa missão? — Zeus pergunta curioso.
— Apolo, Atena, Dionísio e Deméter, vocês vão como apoio, ficaram nas extremidades daquele universo, prontos a qualquer sinal — indicou sério, fazendo-os assentirem sem questionar.
— Quanto a vocês — olhou para os irmãos, sentindo-se levemente culpado — Desculpa por pedir isso, mas quero ambos ao meu lado, podem fazer isso? Ou estão feridos ainda?
— Não me ofenda! Posso muito bem lutar! — Poseidon resmunga orgulhoso.
Não conteve o sorriso, sabia que o idiota estava mentindo, mas não quis questionar, se ele quisesse estar ao seu lado, era bem-vindo, confessava que sentia-se melhor com ele ao seu lado.
Olhou para Zeus que parecia num dilema, entre a raiva e aceitação.
— Primeiro você comanda todos como se fosse o líder, esquecendo que esse papel é meu, agora ordena que eu vá direto para a morte?! — Zeus resmunga.
— Desculpe por-
Cala a boca! — ele interrompeu-o furiosamente e então apontou o dedo em sua direção — Vamos lá salvar a sua esposa, essa é a primeira e última vez que ela vai precisar ser salva de si mesma, pois não perdoarei que ela se descontrole novamente!
Assentiu sem alterar o semblante, não precisaria que salvassem ela novamente, pois ela não teria motivos para sucumbir!
— O pateta está sendo orgulhoso, mas ele também está preocupado com Evie, só quer manter a pose! — Poseidon retruca fazendo Zeus corar.
Não conteve o riso, fazendo o mais novo suspirar irritado.
Virou-se para Nix que mantinha-se afastada dos demais.
O que fará? — olhou-a sério.
— O quê?! Eu... vou ficar, acho — ela balbuciou nervosamente.
— Precisa decidir seu lado, se ficar aqui, não está ao lado de Evie, fique avisada!
Virou-se para seguir rumo a esposa, sentindo-se inesperadamente mais forte.
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Os Deuses estavam a postos em todas as extremidades daquele universo, prontos para qualquer sinal, já os irmãos jaziam ao seu lado, ambos com uma seriedade fora do comum, por um instante, aquele momento o lembrou a titanomaquia, pois fora exatamente àquela formação que usaram.
A primeira coisa que notara fora a esposa, ela estava com semblante tranquilo, a aparência do qual era acostumado, comprovando que estava dominando totalmente a mente e os poderes.
Não conteve o ímpeto de correr até ela, assim que o notou, pulou em seus braços, circulando as pernas em sua cintura e os braços delicados ao redor de seu pescoço.
Apertou-a sem conter o suspiro de alívio, era o calor dela ao seu redor, o aroma do qual amava, era sua Evie!
— Perdão! Por favor, me... me perdoa por tudo!
Sentiu o coração apertar ao escutá-la, como um simples pedido poderia doer tanto?
— Amor, não tem culpa de nada, não chora, parte meu coração vê-la assim — sussurrou contra sua pele.
— Matei... minha família! Feri você... eu... sou um monstro! Uma aberração! — ela soluçou trêmula.
Elevou as mãos até o rosto banhado em lágrimas, os olhos bicolores eram os dela, mas jazia uma tristeza ali, o rosto pálido estava apático,
sentira uma dor colossal ao vê-la assim.
— Minha rosa negra, eles estão bem, estão vivos, não se preocupe.
— Jura?! Eu... eu... lembro de tê-los matado!
— Eles estavam mortalmente feridos, foi preciso Thanatos interferir, mas não se preocupe que sua família esta bem — garantiu fazendo-a sorrir enquanto o abraçava.
— Nunca quis... tentei lutar contra, mas nunca quis matá-lo — ela sussurrou.
Segurou as madeixas vermelhas que tanto amava, puxando-a em sua direção, os lábios encontraram-se com tanta saudade, sentia cada parte do seu corpo reagir, como uma descarga elétrica.
Amava tanto ela!
Separou-se a contra gosto, por mais que quisesse continuar, não era momento, embora todo seu ser pedisse para não largá-la.
— Eu te amo, já disse uma vez, a salvarei até de si mesma!
Evie sorriu docemente ao escutá-lo, beijando-o com suavidade, antes de pular do seu colo, mas mantendo-se grudada ao seu corpo.
— Já acabaram? Estou enojado! — uma voz irritada ecoou, lembrando-o que não estavam sozinhos.
Vagou o olhar até o ser horrendo, quase dois metros de altura, a pele azulada com algumas tatuagens, longos chifres e os olhos brilhantes em um tom de azul elétrico.
— Como esta aqui?! Eu verifiquei pessoalmente! — arregalou os olhos incrédulo.
Érebo riu em puro deboche, fazendo-o trincar os dentes.
— Não sai do submundo, da maldita prisão que me colocaram, não totalmente... Algumas partes minhas, bem pequenas, possuíram alguns de seus servos, por isso não notou.
Tinha mais gente ao lado dele?!
Como não percebera isso?!
— Éris esta envolvida nisso?! — perguntou irado.
Deveria tê-la matado!
— A ninfa expulsa? Não, ela não era útil, mas não deixa de ter razão, tem uma ninfa ao meu lado, que ajudou a deixar todos ao meu comando, cada um do submundo, além de incitar seu querido irmão contra você — Érebo olhou animado para Zeus que franziu o cenho.
Outra ninfa?
Sempre pensara que se tratava de Éris, tanto que nem ao menos pensou em questionar o irmão.
— Hades, você é inteligente para muitas coisas mas burro para outras, manter várias mulheres, principalmente num lugar só, não é inteligente, não tem nada pior que a ira de uma mulher — Érebo retruca debochado.
— Diana! — vociferou irritado.
A maldita estava sempre lá, escutando tudo, passando informações e o atraindo!
— Sim, agora a adorável ninfa está no submundo, ordenando o ataque aos idiotas que ficaram! — Érebo sorri malicioso.
— Hades! — Evie tomou sua mão, tremendo em puro pavor.
— Não se preocupe, ninguém vai machucá-la, ou menos ferir quem ama! — declarou furioso.
— Moleque prepotente! Acredita que me vencera?! — Érebo vociferou.
Não respondera, somente olhou para ambos irmãos, que entenderam de imediato, ficando em frente a Evie como proteção.
A escuridão do submundo preencheu o ambiente, num comando mudo, não precisou chamá-la, pois ela parecia estar entranhada a sua pele.
Então fora isso que Nix falara!
Olhou para o oponente com o semblante ameni, tinha a total certeza que a força dele era além de seus poderes, mas estava ali pela família, em principal pela amada. Já Érebo, continha uma arrogância sem fim, disposto à aniquilar tudo, simplesmente para obter mais poder.
O ar vibrava com a energia do caos e escuridão, numa premissa macabra do fim, o mundo inteiro tremia, emergiu das sombras, a pele pálida brilhava em chamas levemente douradas, misturadas a eletricidade prateada, poderes concedidos por sua amada Evie que o transformou em uma centelha do Caos, o capacete era apenas um meio de canalizar seus poderes, assim como seu bidente, pois Érebo poderia enxergá-lo bem, já que era a própria treva absoluta.
Érebo como o Deus primordial da escuridão, emergiu com uma sombra impenetrável, está intensificou-se gradualmente, até que se dissipou ao redor, como um manto, mostrando a face monstruosa do Deus, os olhos brilhavam entre azul e negro, como uma dança confusa, a ira emanada dele ocasionava em um calafrio nos presentes.
Não sentira nada relacionado ao medo, pelo contrário, seu único sentimento era fúria, pela audácia do Deus primordial em usar sua esposa para seus planos idiotas.
A força titânica de ambos colidiram em uma explosão tão forte que faz tudo tremer, o solo formou enormes rachaduras, estas vazaram uma profunda névoa escura, era os confins da terra emergindo.
Brandira seu bidente, invocando as almas para lutarem ao seu lado, combatendo as sombras invocadas por Érebo, o Deus primordial se dissolvia a cada golpe, esquivando-se em uma dança mortal, devolvendo cada um dos golpes com intensidade pelas suas garras afiadas.
Os ataques de ambos eram devastadores, seus raios de escuridão de batiam contra as chamas infernais de Érebo, explodindo em altos estrondos, suas lâminas invisíveis contra as garras etéreas da escuridão primordial, ambos buscando pela supremacia.
Os poderes de Érebo eram tão poderosos que nem mesmo o céu aguentou diante dele, simplesmente colapsou, em um rasgo enorme que revelou um vórtice de caos, mirado em sua direção.
Suas mãos brilharam em uma luz sombria, colidindo contra o caos e gerando uma explosão de energia.
As preces dos irmãos eram mais fortes que dos outros, apesar de estarem concentrados em Evie, ambos não perdiam nenhum movimento da luta, não conteve o sorriso, mesmo que estivesse concentrado na luta, Érebo percebendo isso, invocou almas sombrias e as enviou em direção a eles, os demais agiram no automático, partindo para luta em proteção à Evie.
Seus poderes bateram contra os de Érebo, de forma intensa, a fúria dele intensificara de maneira absurda, apesar de ser atingido pela sua explosão de energia, a forma dele simplesmente se desfez em fragmentos de escuridão, que envolveu-o em um manto das trevas, sufocando-o.
Sentiu uma profunda dor em cada parte do seu corpo, lutava para conseguir respirar, enquanto Érebo aumentava a força dos seus poderes, era um poder extraordinariamente além de tudo que já vira.
Não era uma opção perder!
As lembranças de Evie, cada momento passado ao seu lado vibravam em sua mente, mas principalmente, não poderia perder, era a sua eternidade ao lado da amada que estava em jogo.
Com dificuldade abriu os braços, quebrando o manto que o cobria, deixando Érebo atônito, em um golpe certeiro, seu bidente perfurou o peito do Deus, prendendo-o, a escuridão se desfez, restando apenas uma vaga imagem de Érebo, sem nenhum poder, até mesmo sua aparência diferia, pois se assemelhava aos filhos, Thanatos principalmente, salvo pelos olhos vermelhos que brilhavam em pura raiva.
O local vibrou em gritos de euforia vinda dos demais, não conteve o sorriso, olhando para cada Deus presente, todos vibravam em alegria pela sua vitória, mas havia apenas uma que chamava sua total atenção, Evie estava com o rosto manchado em lágrimas de sangue, sabia que ela intensificara cada golpe, como se ambos fossem um só, mesmo que não movesse nenhum músculo, ela estivera presente na batalha.
Aproximou-se rapidamente, fazendo-a sorrir alegre ao pular em seus braços, segurou-a firmemente em um abraço apertado, o aroma dela estava em cada canto, fazendo-o suspirar em deleite.
— Amo tanto você! Tive tanto medo! — Evie confessa em seu ouvido.
— Sempre vou voltar para você!
As mãos delicadas cobriram seu rosto, puxando-o em direção a ela, jamais se cansaria de beijar aqueles doces lábios. O calor dela em sua volta o fazia esquecer de tudo, mesmo que o barulho começasse a aumentar gradualmente, demonstrando uma certa euforia nos presentes.
— O que faremos com ele? — Poseidon perguntou chamando sua atenção.
Afastou-se a contra gosto de Evie, os irmãos olhavam furiosos para Érebo que estava ajoelhado.
— Matá-lo, prender no submundo não é uma boa ideia, ele vai recuperar os poderes novamente, podem demorar milênios, mas não queremos mais confusão, melhor cortar o mal pela raiz — a voz de Nix ecoou no recinto.
Érebo elevou os olhos até ela, sem conter o rancor, fazendo-a desviar o olhar.
— Você me traiu novamente! — Érebo vociferou irritado para Nix.
Nix fechou os olhos, chorando copiosamente para espanto dos presentes.
Jamais a vira daquela maneira, tão sentimental e triste, ela ainda nutria algo por ele?
Ambos eram casados, mesmo que separados pelos milênios, afinal ele estava preso e ela simplesmente agira como se Érebo não existisse, mas o laço nunca fora desfeito, apenas esquecido.
Érebo sem os poderes, com uma aparência similar aos outros Deuses.
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