Capítulo 27- Cupido a solta!
Imagem retirada do pinterest.
A história de Eros é descrita nos contos mitológicos, mudei algumas coisas apenas para casar com a história e não estendê-la tanto.
Esse capítulo tem 3830 palavras.
Boa leitura 🖤
O sorriso estampado em sua face a irritava, mas era impossível controlá-lo, ainda mais sabendo os motivos.
Entendera as intenções de Diana, principalmente quando o cheiro doce e enjoativo começou a preencher o ambiente, antigamente ele o deixaria tomado pela luxúria, hoje não conseguia sentir nada além de nojo.
Ignorou-a de imediato, mas quando ele intensificou, assim como a voz ficou mais melodiosa, percebera que precisava dar um basta, mas a presença da esposa o paralisou, não pelo medo, mas pela curiosidade de sua atitude.
Não tivera que esperar muito, Evie adentrou o local como um furacao, o semblante furioso para a ninfa, por mais que tentasse ficar neutro, fora impossível não sorrir ao ver as bochechas vermelhas, ela era uma gracinha com ciúme!
— Meu amor, não fica emburrada! — a fala a fez suspirar mais irritada.
— Hades me solta! Está com cheiro dela! — Evie resmunga contrariada.
Sabia disso, infelizmente por mais longe que estivesse, o aroma das ninfas preenchiam o local, sabia que suas roupas agora estavam tomadas com o perfume de Diana, separou-se rendido, por mais que quisesse implicar com ela, primeiro precisava tirar aquele cheiro que também o enjoava.
Sempre fora assim ou somente agora percebia isso?
— Vou tomar banho-
— Antes vai me explicar o motivo dela perguntar se pode mudar a cor do quarto dela! Por que ela precisa de sua opinião?! — os olhos em fendas em sua direção deixou-o levemente nervoso.
Percebendo seus sentimentos confusos, ela aproximou-se como uma felina, segurando-o pelas vestes.
— Hades, essa ninfa não dorme na ala destinada aos seus subordinados? — Evie olhava agora irada em sua direção.
Ala que se referia era em um castelo anexo ao seu, este tomado apenas por seus subordinados, não via razão para deixá-los em simples quartos já que eles tinham família, então fizera um castelo para que vivessem, ali eles eram os donos, cada um tinha sua própria área.
— Não... ela dorme na ala-
— No seu harém! — ela interrompe irritada.
— Evie, não tenho mais um harém — respondeu com cuidado.
— Mas ainda mantém a área! — a raiva dela era tão palpável que por um momento temeu que usasse seus poderes.
— Evie-
— Sabe o que parece?! — ela puxou-o abruptamente em sua direção, os olhos faiscavam em pura raiva deixando-o cauteloso — Parece que está colocando-as em espera, para um momento em que se cansar de mim!
A resposta deixou-o em choque, não fora sua intenção feri-la daquela maneira!
— Evie-
— Aquela maldita ninfa acredita nisso, tanto que ela tentou seduzi-lo! — ela interrompeu-o novamente ainda mais furiosa.
Segurou o rosto entre suas mãos, estas tremiam em contato com a pele delicada, tamanho medo que sentia dela pensar algo errado.
— Não quis ofendê-la, não imaginei que isso te aborreceria, na verdade, você é a primeira mulher que me relaciono, então não fazia ideia que isso é algo que geraria brigas — confessou apressado.
— Saberia se conversasse comigo, eu não sabia de nada! — ela retruca irritada.
Sentiu o coração apertar de uma forma que nunca ficara, jamais estivera naquela situação, como falaria que não foi sua intenção?
— Eu sei, foi um erro estúpido, desculpa! — pediu ansioso.
— Somente ela esta lá? — Evie cruzou os braços afastando-se.
Sentiu seus ossos gelarem, como ela reagiria ao saber?
Como fora estúpido ao esquecer que simplesmente deixara as coisas como estavam?!
— Mantém todas lá? — ela olhou chocada em sua direção.
— Sim, mas nem vou para aquela área, quer dizer... não importava no momento! — balbuciou nervoso.
— Hades, você pretende voltar com seu harém? — ela pergunta séria.
— NÃO! Claro que não, somente você basta! — respondeu ansioso.
Ela aproximou-se tão rapidamente que nem tivera tempo de pensar, até ela segurá-lo pela gola da camisa, puxando-o em sua direção.
— Se pensar em me trair, cortarei seu digníssimo aparelho reprodutor, ficará incapacitado de tocar em qualquer uma!
Os olhos bicolores dela em sua direção brilhavam em uma fúria cega, deixando-o mais nervoso.
— Evie, jamais trairia você! — respondeu aflito.
Ela suspirou soltando-o, por longos segundos pensou que não falaria nada, até voltar o semblante sério em sua direção.
— Hades, não sou como as outras, para mim casamento é um laço sério, se algum dia deixar de me amar, quero que seja sincero e termine comigo, não vou tolerar traição!
— Evie-
— Outra coisa, não quero mais segredos, converse comigo, mesmo que seja algo que pense que não é importante, não posso brigar com você por algo que aconteceu antes do nosso envolvimento, mas deveria me informar sobre o local onde elas estavam assim que nos casamos!
— Evie-
— Agora quero todas elas fora dali! Não vou tolerar que mantenha tudo como se seu harém estivesse a sua espera, ou coloca elas na ala destinada aos seus subordinados, ou não quero mais ver você!
Ela decretou, olhando-o em desafio, arregalou os olhos assentindo.
— Ótimo, vamos! — Evie resmunga puxando-o.
Não tivera coragem de perguntar onde iriam, principalmente ao senti-la tão brava.
✯❍
As ninfas pareciam estarem à sua espera, talvez Diana tivesse comentado algo, pois quando chegará no salão, todas estavam lá, para o visível desgosto de Evie.
Ela percorreu o olhar pelo local, com tanta atenção que deixou-o ansioso, não queria que ela visse nada daquilo, mas o erro fora seu, não resolvera tudo quando teve tempo.
— Tem umas cem ninfas aqui? — Evie olhou irritada em sua direção.
— Não, são apenas noventa e sete, Adrastéia foi morta, Éris foi expulsa e Minthe não mora aqui — Diana responde prontamente.
Olhou irritado para a ninfa, custava ela manter a porra da boca fechada?
O ar de deboche das ninfas estava estampado em suas faces, mesmo que elas mantivessem o rosto voltado para o chão, sentiu-se inquieto diante daquilo, era como se tivesse traído sua esposa.
Evie analisou calmamente cada uma, até voltar os olhos em direção a Diana, aproximando-se com uma calma que não condizia com seus sentimentos.
— Fale a verdade, saberei se estiver mentindo... o quê esperava ao seduzir meu marido? — Evie pergunta com a voz melodiosa, tal qual já vira Afrodite usar.
Ela estava usando seus poderes para fazer a ninfa revelar a verdade.
— Hades nos manteve aqui, acreditamos que uma hora voltaria com seu harém, tal qual seus irmãos, algo normal entre os Deuses, afinal você é apenas uma novidade que logo perde a graça — Diana respondeu enfeitiçada.
Evie voltou os olhares furiosos em sua direção, fazendo-o engolir à seco, ela simplesmente saiu porta à fora, deixando-o atônito.
— Evie! — correu em sua direção, fazendo-a parar abruptamente ao escutá-lo.
— Senhor Hades tem noventa e sete quartos para dormir, escolha um deles! — Evie resmunga furiosa entredentes.
— Não! Sabe que eu amo você! — respondeu aflito, tomando o rosto dela entre suas mãos.
— Aparentemente suas concubinas não sabem disso! — ela soltou-se emburrada.
— Evie-
— Desculpa, mas estou muito brava com você e não quero brigar, primeiro resolve isso antes que eu mate todas elas! — ela interrompeu-o furiosamente.
Suspirou pesadamente ao vê-la partir, sentindo-se pior do que já estava.
As vozes das ninfas ecoavam, aumentando seu aborrecimento, marchou feito um touro para o salão, calando-as de imediato.
— Quero todas fora, vão para a Ala dos empregados! — rosnou irritado.
— Senhor-
— Diana, cala a porra da boca! — olhou irritado para a ninfa que assentiu com os olhos arregalados de puro medo.
— Sei muito bem que os Deuses não praticam a fidelidade, meus próprios irmãos são a prova disso, mas não sou eles — olhou sério para cada uma, observando os semblantes de choque em sua direção, suspirou irritado — Casei com Evie por amor, não pretendo deixá-la ou traí-la, quero que a respeitem como MINHA ESPOSA, a rainha desse lugar!
— Perdão, por favor! — Diana pediu chorando sem olhá-lo.
— Não quero vê-las acreditarem que a qualquer momento tudo vai voltar ao que era, pois não vai, eu amo minha esposa e é uma escolha ser fiel a ela pela eternidade!
Não esperou a resposta, agora tinha uma mulher brava que provavelmente comeria seu fígado e nem tinha ideia de como iria acalmá-la!
✯❍
A primeira imagem que captou quando entrará no quarto, foi Evie encostada contra na sacada, olhando para o céu, este que apesar de estar escuro, agora jaziam algumas estrelas, deixando-o deslumbrante.
Absorveu aquela imagem, os cabelos ruivos se movendo com o vento, o semblante sereno dela em direção aos céus, estava tão linda!
— Vai ficar aí parado? — ela perguntou sem olhá-lo.
Suspirou aproximando-se cautelosamente, não queria aborrecê-la mais, ato que a fez rir divertida.
— Hades, confesso que fiquei brava, por esconder que elas estavam no mesmo lugar onde você... bem, no seu harém, não vou mentir, também fiquei com ciúme, não gostei de vê-la agindo daquela forma com você, menos ainda sabendo que tem tantas a sua disposição aqui... e que a qualquer momento...
— Não! Evie não pense nisso! — olhou-a em pânico.
Ela sorriu tristemente olhando para o céu.
— Essa é nossa diferença, você viveu tanto, eu vivi nada e muitas vezes não conheço alguns sentimentos, como o ciúme, não quis agir daquela maneira, peço desculpas pelo meu comportamento, só não sei lidar com isso... Quando as vi... fiquei... você com tantas ninfas belíssimas a sua disposição... ainda mais que os Deuses não ligam para fidelidade... só fiquei insegura...— Evie suspirou triste.
— Evie, errei em deixá-las ali, peço desculpas por isso, sei que parece uma idiotice, mas você é meu primeiro relacionamento e também não sei agir — confessou envergonhado.
Ela sorriu pegando suavemente sua mão, entrelaçando-as num aperto suave.
— Vamos aprender juntos, agora somente precisamos aprender a conversar sobre tudo, honestidade é a base de todo relacionamento — um lindo sorriso apareceu no rosto delicado, deixando-o em êxtase.
Puxou-a para seus braços, suspirando em deleite ao tê-la ali, somente sentindo seu calor envolvê-lo.
Os Deuses não tinham a necessidade de fidelidade, mas estando com ela, não via necessidade por nenhuma outra.
Dor, pura e simplesmente a pior dor que poderia sentir, como ela fora traí-lo daquela forma?!
Seu choro era tão alto que chamou a atenção de todos, logo seus aposentos foram tomados pela família, olhando-o em choque.
— Está ferido! — Afrodite correu em sua direção, totalmente aflita.
O ombro jazia um buraco, onde o sangue se misturava com o veneno, jamais fora ferido fisicamente, por isso seu corpo estava agindo daquela forma, mas aquilo não era nada perto do que sentia em seu coração.
— Quem o feriu? — Thanatos olhou-o preocupado.
— Tinha razão... os humanos... eles... eles são horríveis! — balbuciou triste.
Seu rosto fora tomado com extremo cuidado, Evie o olhava tão amorosamente que doía em seu coração.
— Faz parar... pare essa dor! — sussurrou.
"A beleza dela fora o que chamara sua atenção desde o momento que a viu, sabia que não era o único a sentir isso. Ela era uma jovem mortal, com uma beleza igualada a sua mãe, ato que enfureceu Afrodite, pois os humanos deixavam de ir ao seu templo para reverenciar uma simples humana, movida pela ciúme, ela o mandou usar sua flecha na mortal, para que a mesma se apaixonasse por um ser monstruoso.
Por mais que achasse uma idiotice, o fez, mas não estava preparado para àquela visão.
O ser mais perfeito visto!
Uma bela mulher de longos cabelos ondulados num tom castanho-claro, a pele dourada que iluminava-se contra o sol, corpo voluptuosamente desenhado com tanta precisão parecia uma pintura, mas o que o desarmou completamente fora seus olhos. Incríveis olhos cor de mel com algumas linhas em verde, aprofundando o olhar e lhe dando uma sensualidade insana.
Antes que percebesse, flechou-se com suas próprias flechas, apaixonando-se perdidamente por ela. Até tentou ficar longe, pois não bastava amar uma mera humana, está era considerada inimiga de sua mãe, mas não conseguia ficar longe dela.
Agindo por puro egoísmo, manteve o amor longe dela, não a permitindo se apaixonar, menos ainda deixando que se apaixonassem por ela.
Como a observava com atenção, viu o rei, pai de Psiquê, preocupado com a filha, ele não entendia o motivo dela não ser cortejada, já que tinha casado suas outras filhas e Psiquê era a mais bela entre elas, mesmo assim estava solteira. Ele procurou o oráculo de Apolo, mais uma vez agiu por impulso, fazendo-o acreditar que o destino dela era ao lado de um monstro.
Uniu-se a ela, casando em segredo, não apenas de toda a família, mas também dela mesma, já que não via seu rosto e somente a visitava durante a noite. Seu medo era que ela se apaixonasse por conta de seus poderes, por mais que não o usasse, sua beleza era acentuada, até mesmo sua voz e cheiro era usado para atrair, então não queria ela influenciada, a escuridão mascarava tudo e lhe dava liberdade de conquistá-la sem seus poderes.
Ela insistia, como a teimosa que era, queria vê-lo, aquele fora mais um dia que brigará consigo, estava estressado, não bastava os problemas familiares, ainda tinha dormir brigado com ela.
Dormiu logo após ela, um sono leve, pois sentia seu interior tremer, como um aviso.
Uma queimadura em seu ombro o fez pular pelo susto, Psiquê segurava uma lamparina à óleo e o mirava com atenção.
Ela desrespeitou sua única exigência, viu seu rosto!
Como ela pode fazer isso?!"
A dor insuportável o fazia soluçar, era sua alma que sangrava, como faria para isso parar?!
— Se tivesse feito seu trabalho direito, não teria se apaixonado por aquela-
— Mamãe! — Evie interrompeu-a furiosa.
— Eros é o Deus do amor, tudo que machuca o amor, fere seu próprio corpo! O amor não sobrevive sem confiança! Não foi a ferida do óleo que o deixou assim, foi ela! — Afrodite retruca irritada.
Evie colocou-se em frente a mãe, olhando-a tão furiosa que por um instante temeu, mas ali somente jazia uma irmã preocupada consigo.
— A culpa disso é sua! Ele não teria se apaixonado por uma humana se sua excentricidade não tivesse levando-o até ela, por puro ciúme idiota! — Evie replicou deixando Afrodite incrédula.
— Ele... ele escondeu isso de todos, pois sabia que era errado! — Afrodite balbuciou nervosamente.
— Escondeu isso por medo, tanto da sua reação, como de Psiquê! — Evie replica cansada e então emenda — Você vai até essa humana e vai trazê-la aqui, é dela que ele precisa!
Cada instante sentia seu interior queimar, como se estivesse envenenado, não tivera tempo de respondê-las, antes que a escuridão o levasse.
Olhou resignada para o local, sem conter o nojo em seu semblante, detestava o mundo humano, pura e simplesmente por conta daqueles seres que estragavam a obra perfeita dos Deuses.
Agora seu filho estava unido a uma humana!
Não bastava isso, ela ainda era a maldita que desafiava sua beleza!
Quando mais chegava perto do castelo onde eles viviam, não jazia nada além das montanhas, apenas ecoando o choro da humana, fazendo-a suspirar resignada.
O rosto estava inchado, mesmo assim era a criatura mais bela que já vira, o que a irritava um pouco, mas o que não fazia pelos seus filhos?!
Assim que a viu, ela arregalou os olhos, ajoelhando-se com o semblante assustado, mesmo o sinal de respeito para consigo, não apazigou seu ranço.
Odiava aquela mulher!
— O que faria por ele? — sua voz sairá mais raivosa que pretendia, assustando por completo a humana que arregalou os olhos.
— O que quiser... eu... meus pais são Reis... creio que não precise de seu ouro... somente tenho minha vida... lhe dou de bom grado! — ela balbuciou nervosamente.
— Seria capaz de morrer por ele? — olhou incrédula em sua direção.
— Eu o amava quando pensava ser um monstro, mesmo com os comentários que ele se alimentaria de mim, a curiosidade levou o melhor, mas não quero viver sem ele! — Psiquê respondeu sincera.
Revirou os olhos irritada, tomando a mão da humana, sem nada responder, não queria mais prolongar aquela prova irritante.
✯❍
Eros ainda chorava quando chegaram ao submundo, mas só vê-la ao seu lado, o rosto dele iluminou-se tanto que não pudera mais negar, ele amava a humana.
— Dou a minha benção... espero que sejam felizes — resmungou contrariada.
Eros sorriu lindamente, antes de tomar a humana em seus braços, como se segurasse o maior tesouro do mundo, fora impossível controlar o sorriso, somente um idiota não via o amor transbordando entre ambos.
O submundo antes um local tomando pela escuridão, agora transbordava tanto amor que era um pouco irritante.
Era irônico isso, sendo Deus do amor retribuído, onde também era chamado de vingador do amor, punindo quem o desprezava, mas não conseguia ficar perto deles, não com os sentimentos contraditórios que sentia.
Pela primeira vez estava apaixonado, mas sabia que não seria correspondido, evitava estar perto dela, principalmente após a última vez, vê-la reluzir apenas por ver Hades era irritante, mas Minthe ainda o amava.
Por mais que tivesse poderes, não queria forçá-la a sentir o mesmo, então passou a fugir da mesma, o fazia há um tempo, bem antes do casamento de Evie, preferia ficar longe.
Talvez por isso aceitará a oferta de Zeus, assumindo os trabalhos de seu pai, mesmo não sendo sua especialidade, estava indo bem, até aquele dia.
Esgueirava-se pelos corredores como um ladrão, mas se sua mãe o visse machucado, ela surtiria, principalmente com Zeus e não queria ocasionar confusão.
Estava tudo bem até encontrá-las, Minthe e Evie vinham na direção contrária a que ia, não poderia nem dar meia volta, já que a dificuldade de andar o cansou. Assim que sua presença fora notada, logo elas perceberam o sangue escorrendo pelo seu peitoral descoberto, correndo em sua direção.
— Anteros!
Ambas gritaram em conjunto, fazendo-o resmungar contrariado.
— Estou bem... eu... aí!
Cambaleou vergonhosamente, sendo amparado pelas duas, evitou contato com ambas, pois sentia suas preocupações, aumentando sua carranca.
Com a ajuda delas, conseguiu chegar ao seu quarto, mesmo que preferisse sumir, pois sabia que aquilo não ficaria por isso mesmo.
— Onde estava? Por que esta ferido? — Evie olhava acusadora em sua direção, fazendo-o suspirar.
Teria que inventar algo para que ela parasse de enchê-lo, mas como enganá-la?
Evie era irritantemente astuta quando mentiam para ela.
— Nem tente mentir! Vou chamar a mamãe-
— Não! — interrompeu-a apressadamente.
Ela simplesmente olhou-o irritada, fazendo-o suspirar pesadamente.
— Alguns trabalhos do papai estão se acumulando, Zeus pediu para que eu cuidasse disso — admitiu num resmungo.
— VOCÊ É O DEUS DO AMOR CORRESPONDIDO, NÃO DA GUERRA!
O berro de Evie ocasionou uma leve careta em seu semblante, podia dar adeus a sua audição, pois após esse dia, estaria surdo.
— Eu sei, mas não poderia recusar, Zeus é nosso líder! — resmungou emburrado.
— Minthe, por favor cuide dele, vou ver se encontro algumas ataduras, esses ferimentos estão horríveis! — Evie resmunga irritada.
— Não conte para a mamãe, vai ocasionar em uma briga desnecessária e já temos problemas demais! — olhou ansioso em sua direção, fazendo-a assentir a contra gosto.
Assim que ela saiu, seu olhar foi em direção a ninfa que mantinha-se quieta, com o semblante assustado, evitando olhar em sua direção.
— Minthe, sei que estão feios, pode deixar que eu cuido disso — admitiu referindo-se aos machucados ao longo de seu dorso.
Ela começou a chorar alto, assustando-o completamente, não conseguia compreender os sentimentos vindos dela, estes que misturavam com os seus, pois odiava vê-la daquela forma.
— Não, não chore! — segurou delicadamente as mãos nas suas, fazendo-a chorar mais.
— Como pode?! Eu... eu... Seu idiota! — Minthe balbuciou nervosamente.
— Espera, o que está acontecendo? — olhou-o confuso em sua direção.
— Podia tê-lo perdido! Seu imbecil, como pode fazer isso comigo?! — ela o xingava na mesma intensidade que chorava, aumentando sua confusão.
— O quê?!
Seu rostos fora tomado com brusquidão em direção a ela, fazendo-o arregalar os olhos diante o olhar firme e decido.
— Eu amo você! — ela admitiu deixando-o atônito.
— Eu... você... mas o quê?! — olhou-a em completo choque.
— Para o Deus do amor correspondido, você é lerdo! — ela resmunga irritada.
— Minthe, não estou entendendo!
A ninfa suspirou irritada, puxando-o de supetão, colando os lábios nos seus, por alguns instantes manteve-se intacto, até notar o que acontecia.
Ela o amava!
Seus sentimentos explodiram, fazendo-o apertá-la mais entre seus braços, aprofundando o beijo, poderia morrer naquele instante, pois tê-la em seus braços fora seu maior sonho.
O dia havia sido excepcionalmente longo, talvez pelo fato que estava sentindo saudade dela, mesmo tendo a visto pela manhã.
O riso divertido chamou sua atenção até a ala que costumava ser dela, está que ainda pertencia a família de Evie. Ela estava em frente a porta do quarto de Anteros, com as mãos repletas de ataduras e remédios, mas mantinha um lindo sorriso.
— Evie? — sua voz sairá preocupada, fazendo-a sorrir levemente.
Ela correu em sua direção, puxando-o para longe do local, seguiu-a sem entender sua atitude, principalmente pelo largo sorriso em seu rosto.
Quando estavam longe o bastante, ela virou-se para olhá-lo, seu olhar tão absurdamente brilhante deixou-o sem palavras por um tempo.
— Finalmente Anteros se acertou com Minthe! — ela olhou-o divertida.
Olhou-a confuso, como assim?
— Desde quando eles estão juntos? — olhou-a sem conter a curiosidade.
— Acredito que uns vinte minutos — respondeu divertida.
Seu semblante deveria estar engraçado, pois ela soltou uma sonora gargalhada.
— Anteros se apaixonou por ela, infelizmente Minthe ainda tinha sentimentos por você, levou um tempo até ela percebê-lo, quando o fez, ele começou a fugir dela por medo, mas agora não tem como pois ela se declarou!
Sorriu puxando-a para seus braços, fazendo-a sorrir marota.
— Qual a possibilidade de você ter um dedo no romance de seus irmãos? — perguntou brincalhão.
— Não sei do que esta falando... — ela responde corada.
— Você incitou a humana para descobrir Eros, não foi? — a pergunta acentuou mais o rosado nas bochechas.
— Ela merecia a verdade! Fora que eles se amavam, apenas dei um empurrão... — ela resmunga corada.
— E o que fez para Minthe confessar? — perguntou divertido.
Evie sorriu levemente, fazendo-o olhá-la curioso.
— Apenas alguns sonhos com Anteros... A fiz vê-lo em todos lugares... — ela responde marota.
— Minha cupido! — a fala a fez rir divertida.
— Fiz errado? — perguntou olhando-o ansiosa.
— Não, afinal eles já tinham sentimentos, apenas os ajudou.
Puxou-a para seus braços, suspirando contente, aquele ser ainda tinha dúvidas sobre sua própria alma, que outra pessoa se preocuparia com a felicidade alheia?
Psiquê na mitologia grega, é uma divindade que representa a personificação da alma, o mito principal dela é descrito no capítulo de forma reduzida e modificada, já que ela teve que fazer alguns trabalhos antes de Afrodite aceitá-la.
A imagem abaixo é como imaginei ela.
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