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Boa Leitura 🖤

A irritação queimava em seu interior, entre tantos para ficar de olho, por que o escolhido fora seu irmão mais novo e absurdamente mais estúpido?!

Era pior que uma criança!

Foi necessário somente um segundo de distração para o idiota simplesmente sumir do Olimpo, isso sem que ninguém visse.

Como era possível ninguém vê-lo?!

O som de gemido de dor chegou até seus ouvidos, fazendo-o suspirar desgostoso, apenas movimentou a cabeça, encarando a porta com o semblante irritado, vendo-o entrar completamente machucado.

— Apanhou de quem? — perguntou com raiva, fazendo-o pular pelo susto.

Os olhos se arregalaram ao máximo ao vê-lo sentado num canto escuro da sua secreta, ou não tão secreta, sala de perversão, como costumava falar. Estava enojado de estar ali, mas sabia que se Zeus estivesse aprontando, ele iria para ali no final, para encobrir as merdas que fez.

— Uma luta divertida, apenas isso — ele responde evasivo.

Levantou-se sem tirar os olhos do corpo do irmão, ambos ombros estavam furados, um ferimento enorme, o sangue fluía sem parar, não apenas isso, o corpo parecia ter hematomas grandes.

Conhecia aqueles ferimentos, bem demais

Não conseguia acreditar que ele fora estúpido a ponto de fazer merda!

— Pateta idiota, que merda você aprontou?! — perguntou entredentes.

Apesar do semblante neutro, conseguia vê-lo tenso, o idiota mentia bem para todos, mas não conseguiria enganá-lo.

Deveria tê-lo prendido!

Sentiu um latejar em seu crânio, esperava que ele não fizera algo irremediável, ou Hades mataria ambos!

A cada passo que dava em direção à ela, seu coração parecia querer saltar do peito, assim como sentia as mãos suadas e levemente trêmulas, comprovando o quão nervoso estava.

O que não conseguia compreender era o motivo, por que estava assim?!

Tudo bem que a última vez que falara com Evie, não fora tão bem, sua mente ainda insistia em lembrá-lo dela correndo, o semblante decepcionado em sua direção.

Era por isso que estava assim?

Seu corpo paralisou diante a porta entreaberta, não conteve a curiosidade, aproximando-se vagarosamente.

A imagem dela sorrindo, enquanto se olhava no espelho fez seu coração disparar de uma maneira absurda, pensaria que morreria diante a visão.

Evie vestia uma calça de couro que marcava suas pernas delineadas, desenhando-a com perfeição, assim como a bata que usava, em estilo guerreira, com os braços de fora, além de tiras de couro transpassadas.

— Está linda — o elogio escapara sem que conseguisse raciocinar.

Os lindos olhos bicolores voltaram-se em sua direção, com um leve brilho no olhar, fazendo-o engolir a seco.

Como amava a cor de seus olhos, aquela mistura negra e azul era o tão peculiar quanto linda, ela era perfeita!

— Então melhor me trocar, vou treinar, não quero parecer estar indo a uma festa — ela responde divertida.

Fora impossível conter o olhar de vagar pelo corpo pecaminoso, será que ela tinha noção do quanto mexia consigo?!

— Isso é um problema, já que fica linda em qualquer roupa — respondeu adentrando no quarto.

O perfume atingiu-o em cheio, ocasionando em um leve gemido de satisfação, aquele virará seu aroma favorito!

Aproximou-se até ficar de frente a ela, a respiração acelerada misturada contra a sua, não conteve a atitude de enlaçar a cintura, puxando-a contra seu corpo, ambos vibraram levemente com o contato.

— Amo seu perfume — falou roucamente com o rosto perto do pescoço convidativo.

— N-não uso perfume — ela responde trêmula.

Sorriu ladino, sabia que não, aquele era o aroma que sua pele exalava, mais especial e raro que qualquer mistura, tal aroma o enfeitiçava de uma maneira absurda, não conseguia pensar em nada além dela.

As mãos delicadas foram em direção aos seus cabelos, puxando-o em direção ao rosto corado, sorriu ladino ao sentir as unhas longas acariciando seu couro cabeludo.

O olhar vagou por completo, o semblante entregue, a respiração acelerada, assim como o vermelho nas bochechas, ela estava tão adorável!

Os olhos bicolores mostravam um desejo intenso, bastava apenas um movimento, por um momento seu coração apertou, sabia que era além de um desejo carnal, ela estava entrando em sua vida de uma maneira que nenhuma outra fizera, se a tocasse, não teria mais volta.

— Evie, não me atiça, estou me segurando para não tomá-la, se eu fizer isso, não a deixarei mais — a resposta a fez ofegar em deleite, inclinando-se em um claro convite.

Seus lábios passaram a vagar no maxilar delicado, deixando uma trilha de beijos, cada vez que sua boca encostava na pele dela, a sentia tremer em seus braços, isso aumentava seu desejo.

Quando os lábios chegaram no pescoço delgado, o perfume que ela exalava estava levando-o a loucura, mordeu sensualmente o pescoço, fazendo-a gemer alto, o ato o fez apertá-la mais contra seu corpo.

— Quero beijar você — a voz dela extremamente rouca e entregue, arrepiou-o por completo.

Sua mão enrolou os longos cabelos ruivos em seu punho, puxando-a em sua direção, os lábios se tocaram com intensidade, apesar de sentir o desejo que emanava dela, percebeu-a tímida em seus movimentos, sorriu auxiliando-a delicadamente, sabia que ela era inexperiente e isso o atiçava cada vez mais.

O beijo foi intensificando, assim como as mãos em seu corpo, as unhas dela cravadas em seus ombros, o fazia suspirar contra os lábios doces. Aquela altura, seu sangue era lava pura, não conseguia pensar em nada que não fosse nela, no quão certo era tê-la em seus braços.

As mãos delicadas foram em direção ao seu peitoral, o arranhando, separou-se levemente dela, soltando um gemido gradual.

Os olhos bicolores estavam com as pupilas extremamente dilatadas, assim como sabia que os seus estavam.

— Desejo tanto você, não tem ideia do que faria para vê-la feliz — falou encostando o nariz contra o seu, numa leve carícia.

— Somente a mim? — ela pergunta num sussurro.

Separou-se totalmente, analisando-a com cuidado, sabia que uma hora teriam que conversar, se fosse honesto, para isso que fora até o quarto dela, esperava ter uma conversa adulta e honesta com ela, mas ao vê-la, tudo em sua mente sumiu.

— Evie, não sei o que está acontecendo comigo, mas não consigo tirá-la da minha mente, isso não aconteceu com nenhuma, não serei hipócrita, eu tinha um harém, estava acostumado apenas a usá-las para meu prazer — comentou olhando-a com intensidade.

— Hades-

Colocou lentamente as mãos sobre os lábios carnudos e inchados, calando-a de imediato.

— Não planejei nada disso, mas tudo se tornou confuso e complexo, não toquei e nem menos vi nenhuma delas desde a primeira vez que coloquei os olhos em você.

— O que quer dizer com isso? — ela pergunta num sussurro, com os olhos tão brilhantes quanto as estrelas.

Sorriu aproximando-se vagarosamente, os lábios encostaram em uma leve carícia, ocasionando em um suspirar em ambos.

— Que não existe ninguém além de você — respondeu totalmente entregue.

— Hades!

Ela pulou alegre em seus braços, fazendo-o abraçá-la com ternura, não conteve o suspiro ao tê-la ali, jamais seu coração bateu em sintonia com nenhum outro, gostaria muito que aquele sentimento durasse pela eternidade, pois não estava disposto a perdê-la.

O caminho até a sala de treinamento fora feito em silêncio, não que precisasse de palavras, ainda não sabia se conseguiria formar uma frase completa sem gaguejar, pois ainda estava com os pensamentos nas palavras dele.

Todas as inseguranças e medos foram extintos somente com a afirmação que ele dera.

A mão máscula estava entrelaçada a sua, enquanto o dedão fazia uma suave carícia em seu pulso, ele tinha tantas faces que não conhecia, mas aos poucos estava aprendendo a conhecê-lo melhor.

Ainda não sabia o que eram aqueles sentimentos, era algo intenso e primordial, similar ao que virá entre Afrodite e Thanatos, embora o pensamento disso a deixasse nervosa, a calma que Hades lhe dava, era a força que precisava para seguir.

Não precisava nomear o que sentia, aquilo era suficiente para ele, assim como era para ela, ambos ainda estavam confusos, no seu caso por não conhecer nada, viver apenas com a sua família a fizera conhecer poucos sentimentos e aquele era totalmente desconhecido.

— Está quieta, o que essa linda cabeça tanto pensa? — ele pergunta divertido.

Olhou-o de canto, em dúvida se falava a verdade ou não, aquilo era tão novo!

— Em você... estou pensando em você — respondeu sincera.

Hades sorriu ternamente em sua direção, antes de puxá-la para seus braços, sentiu-se derreter por completo ao ter os lábios contra os seus, num beijo completamente cercado de sentimentos intensos.

A medida que a língua se entrelaçava na sua, um desejo a cobria cada parte de seu ser, queimando-a por completo, era um fogo diferente, não era destruidor, pelo contrário, seria capaz de iluminar um mundo inteiro com ele.

— Vamos, ainda precisa treinar — ele fala rouco, fazendo um terno carinho em suas bochechas.

Aquela sensação de um enxame em sua barriga era presente, mas agora sabia o motivo.

— Se os pombinhos já terminaram, entrem logo! — a voz de Nix ecoou brava pelo recinto.

Pulou pelo susto, ocasionando em uma bela risada do Deus, que a olhava divertido.

Sentiu as bochechas quentes, desviou o olhar, puxando-o apressadamente para a sala de Nix, onde a porta estava aberta e a Deusa encostada contra o batente.

Os olhos negros de Nix seguiram cravados em ambos, olhando com uma atenção quase sufocante.

— Thanatos já sabe? — Nix pergunta com um olhar de deboche em direção ao Deus.

— Ainda não — Hades responde seriamente.

A risada de Nix ecoou como um trovão pela sala, ocasionando em uma carranca no Deus.

Franziu o cenho olhando para ambos confusa, o que ele teria que saber?

— Quando falar para ele, me avise, adorarei ver a cara desesperada que ele fará — Nix fala divertida.

— Não estou entendendo, o que estão falando? — olhou confusa para os dois.

— Seu romance com Hades, meu filho terá um treco, aposto que Ares também, além dos seus irmãos, céus Hades, se meteu numa fria, hein? — Nix começou a rir descontrolada.

Arregalou os olhos diante a fala da Deusa, não pensara nisso, sua família era extremamente protetora, até demais, como eles reagiriam?

A mão do Deus segurou delicadamente seu queixo, puxando-a em sua direção, engoliu a seco diante o olhar intenso. Vagarosamente ele abaixou-se até a altura de seu ouvido, não conteve o arrepio ao sentir o hálito quente contra sua pele.

— Apenas você decide, não me importo de implorar para que permitam, pois no final, apenas sua opinião conta para mim, serei seu até quando quiser.

Suas pernas ficaram bombas diante a declaração, como ele poderia ser tão perfeito?!

— Está certo, agora afasta-se da minha neta, ela precisa treinar — a voz de Nix quebrou o encanto entre ambos.

Separou-se do Deus, tentando não corar, principalmente ao ver o semblante divertido de Nix.

— Então, antes do nosso treinamento, existem alguns pontos que precisa saber — o semblante de Nix se tornou sério, enquanto a Deusa seguia para o centro da sala.

Seguiu-a em completo silêncio, assim como o Deus ao seu lado.

— Caos foi o primeiro Deus primordial que surgiu, ele é o próprio universo, onde residem a realidade, linhas temporais e planos alternativos. E a mais velha forma de consciência divina, sendo uma massa infinita de energia e matéria condensada, uma entidade agênero, ou seja, seus filhos nasceram através de cisões.

— Por que esta me explicando isso? — perguntou olhando-a confusa.

Nix trocou um olhar preocupado com Hades, apesar do semblante neutro do Deus, também percebera que ele não entendia o motivo dela falar tudo aquilo.

— Evie, analisei com cuidado a profecia que fizeram sobre você, a questão principal é que duvido muito que seus poderes conseguem acordar o Caos — Nix revela fazendo-os arregalarem os olhos em surpresa.

— Por que diz isso? — Hades pergunta sério.

— Explicarei com calma, apenas escutem, ok? — Nix pergunta olhando séria para ambos.

Assentiu sendo incapaz de falar algo, assim como Hades, a mão dele escorregou pelo seu braço, entrelaçando-a com a sua, sorriu leve para o Deus, ele sabia que aquele era um assunto difícil.

— A profecia dizia que a filha de um Deus primordial, ou seja, Afrodite que é filha de Urano, se uniria ao filho das trevas, Thanatos que é meu filho com Érebo. Dessa união surgiria Evie, o ser que carrega o próprio caos em seu interior, destinada a trazer o reinado dos destronados. Acontece que Urano perdeu seus poderes, o rei destronado que a profecia fala não é ele.

A mão de Hades soltou a sua de supetão, o ato a fez olhá-lo diretamente, a face do Deus estava pálida e os olhos cinzas arregalados em pânico.

— Nix, os Deuses primordiais que a profecia fala são mais antigos? — Hades pergunta com um visível medo em sua voz.

— Sim, percebi isso após um tempo, não tem sentido Evie ter os poderes do Caos se ela seria uma arma de Urano — Nix revela com o semblante pesado.

Hades suspirou pesadamente com as mãos sob a cabeça e o semblante completamente horrorizado.

— Caos esta em transe em um sono eterno, se ele tivesse acordado, saberíamos! — Hades fala nervoso.

— Não foi ele, acredito que alguém tenha se aproveitado — Nix responde num sussurro.

— O que está acontecendo?! — perguntou começando a se irritar com aquela conversa em códigos.

As mãos delicadas de Nix seguraram as suas com uma firmeza que até então não vira na Deusa, os olhos negros em sua direção eram sérios e ferozes.

— Evie, tempos antes da profecia, alguém pode ter pegado a essência do Caos, isso milhares de anos antes, o motivo de nunca tê-lo usado é que talvez não fosse o receptáculo perfeito, mas você é, pois Caos é a personificação da desordem, assim como você, já que sua mãe é a luz e seu pai a escuridão, a união de ambos gerou a própria desordem, pois amor e a morte não andam juntos — Nix sentencia com o semblante fechado.

Soltou as mãos dela, sentindo o coração disparado, o que tudo aquilo queria dizer?

Que ser era?

Era o Caos?

— Não é o Caos, mas a essência dele esta em você, com isso pode trazer novamente o reinado dele — Nix responde sua pergunta muda.

Suas pernas tremeram a levando ao chão, não conseguia acreditar, o que tudo aquilo significava?

Não teria outra maneira além de destruir tudo?

Então no final seu destino era a destruição e a desordem?

Sentiu alguém ajoelhando-se em sua frente, mas suas vistas estavam tão embaçadas que não conseguiam ver nada.

— Minha flor negra, não chore por favor, parte meu coração vê-la assim — Hades fala carinhosamente, tomando-a em seus braços fortes.

Sentir seu calor, apenas a fez chorar mais, aquilo estava explodindo em seu interior, eram tantas coisas que guardará desde o início, somente agora percebera que não colocou os sentimentos para fora, somente acumulou eles, sufocando-os no mais profundo, acreditando que assim tudo seria mais tranquilo.

Aquilo fora apenas a gota em um jarro cheio, tudo se voltou com uma força exorbitante, sem que conseguisse controlar, somente se deixou chorar nos braços do Deus, este que a abraçava com tanta força, como se dissesse que tudo ficaria bem, que ele estava ali.

— Evie!

As vozes de sua família praticamente gritaram ao longe, antes mesmo de conseguir entrarem, sorriu em meio as lágrimas, não importava a situação, eles ainda eram preocupados consigo.

Mesmo escutando os passos ali, não se desfez da amarra que estava, assim como Hades não fizera questão de deixá-la ir, abraçando-a com uma ternura sem fim.

Quando o choro acalmou, sobrando somente os soluços, sentiu as mãos dele em sua face, secando as lágrimas, o semblante era preocupado, assim como os sentimentos que ele demonstrava, uma avalanche em sua direção.

— Melhor? — ele pergunta preocupado.

Assentiu, ainda incapaz de falar algo, o Deus percebera, sorrindo terno em sua direção.

Segurando-a com uma delicadeza sem igual, ele ajudou-a se levantar, sem sair de perto, mantendo o braço firme ao redor da sua cintura, suspirou deitando a cabeça em seu peito, incapaz de sair de perto dele. Seu olhar vagou para os presentes na sala, sua família inteira, todos olhando preocupados em sua direção, nem mesmo a visão dela abraçada ao Deus do submundo fora capaz de fazê-los mudarem os sentimentos.

Afrodite aproximou-se lentamente, até tomá-la em um abraço terno e carinhoso, deixou-se levar pelo calor materno dela.

— Estávamos no jardim, quando Afrodite sentiu que algo estava errado com você, o que aconteceu? — a voz ansiosa de Thanatos fez com que sua mãe se afastasse.

Ao olhar em direção ao Deus, notou a preocupação em seu semblante, aquela fora a primeira vez que viu seus sentimentos sem nenhum tipo de barreira, ele estava preocupado consigo.

— Eu explico... — Nix chamou a atenção de todos.

Nix então passou a narrar sobre suas desconfianças, as horas levadas até chegar um consenso quando decidira verificar cada parte da profecia, até seu veredito.

— Evie tem uma centelha do poder do Caos, os motivos não sei, nem consigo imaginar quem fez isso, mas uma coisa é clara, ela foi criada para ser uma arma, aquela que mataria os Deuses, mas sob o comando de alguém, afinal, quem colocou a centelha do poder do Caos, não a queria descontrolada, pelo contrário, ele a quer em sob seu controle — Nix fala irritada.

Não conseguira olhar para ninguém, como se sentisse que a culpa era sua, o que de fato era, afinal, o destino não era seu, não tinha como decidir por si mesma!

— Mãe, sabe quem foi? — a voz tensa de Thanatos chamou sua atenção.

Olhou em direção ao Deus da morte e então para Nix, ela não demonstrava nada, simplesmente como se não sentisse seus sentimentos, ou que não tivesse nenhum.

— Não.

A resposta seca e direta não satisfez Thanatos, pelo contrário, o Deus estava furioso, o semblante irado em direção a sua própria mãe.

— Não a perdoarei se souber de algo e estiver escondendo — Thanatos sentencia furioso.

Um manto completamente negro cobriu o Deus da morte, uma massiva aura negra preencheu o ambiente, assustando-a de imediato, nunca o vira assim, nem mesmo quando ele treinou consigo.

Ele era poderoso assim?

Olhou encantada em direção ao Deus, não imaginava que ele era assim, tão poderoso.

O riso de Nix tirou-a de seus pensamentos, o olhar foi em direção a Deusa que estava coberta com um manto similar a Thanatos, mas o seu era mais intenso e vazava uma poderosa chama totalmente negra e coberta da profunda escuridão.

— Vai mesmo me ameaçar? — Nix pergunta debochada.

— Não vou... perder... minha filha! — Thanatos responde ofegante.

Thanatos começou a ficar vermelho, puxando o ar com cada vez mais desespero, até que caiu de joelhos.
Arregalou os olhos, correndo em direção ao Deus, ele estava sem ar, tentou usar seus poderes para fazê-lo respirar, mas não conseguia competir contra os poderes de Nix, sabia que a Deusa era perigosa, mas jamais imaginou aquilo, principalmente contra seu próprio filho.

Ali percebera que não a conhecia, embora fosse alguém diferente do que virá, aquele ser era totalmente diferente, saber daquilo ocasionou em uma profunda onda de pânico.

Ela seria capaz de matá-lo?!

Sua própria prole?!

Não sabia e nem queria, tamanho medo que estava começando a preencher seu ser.

— Pare, por favor, pare! Vai matar meu pai! — pediu desesperada.

Os poderes de Nix cessaram de imediato, apesar dos danos que virá em Thanatos, ele se manteve firme, olhando-a com uma intensidade impressionante.

— Está bem? — perguntou ansiosa usando os poderes para revigorá-lo.

— Me chamou de pai — Thanatos fala emocionado.

Olhou confusa em sua direção, aquele momento sentira uma avalanche de sentimentos que vinham dele, tão intensos quanto os sentimentos que Ares possuía por ela e seus irmãos.

— Bem... é meu pai, normal isso — respondeu sem conseguir olhá-lo, sentia-se estranhamente tímida.

Thanatos sorriu se levantando e erguendo a mão em sua direção, revirou os olhos aceitando-a, pelo visto o reconhecimento era maior que qualquer coisa, pois o sorriso que ele exibia não era de alguém que fora torturado pela sua própria mãe.

Embora sentisse vários sentimentos, não ficará mal por reconhecê-lo ou sentiu que traía Ares, pois jamais poderia anular seus sentimentos para com o Deus da guerra, ele sempre seria parte importante de sua vida, afinal era seu pai, mas isso não significava que não poderia reconhecer Thanatos.

Aquele momento descobrirá que seu coração era grande o suficiente para ambos, sem diminuir nenhum deles, pensar nisso foi como se um peso sumisse, sentiu-se bem com isso.